Você está na página 1de 31

Política externa - políticas específicas do estado dirigidas à gestão das

relações com o ambiente internacional do estado

A politica externa é caracterizada por um elevado grau de complexidade.


Os problemas que os decisores enfrentam são complicados e os processos
de decisão envolvem dificuldades múltiplas. A própria definição de politica
externa não é consensual e a natureza fluida do ambiente politico
internacional contemporâneo impõe uma renovada reflexão sobre a sua
conceptualização. Todavia, é possível identificar alguns modelos,
dinâmicas e atores que ajudam a atenuar a complexidade e melhor
compreender a politica internacional. A formulação e decisão de politica
externa podem ser analisados e compreendidas através de vários modelos
que se focam em níveis de analise distintos. Ao tradicional modelo do ator
racional, juntam-se-lhe os modelos das organizações burocráticas, dos
pequenos grupos e dos líderes. Cada modelo encarra vantagens e
inconvenientes na sua apreciação do processo de decisão de politica
externa. O processo de decisão é igualmente sujeito a enormes
complexidades. Não só as decisões diferem no seu tipo e na sua forma,
como o ambiente de decisão criar imperativos aos decisores que os obriga a
decidir em condições que não são as mais adequadas. O ambiente politico
internacional também dificulta o processo, revelando-se opaco dada a
multiplicidade de fatores na identificação e avaliação da situação politica.
O processo de decisão politica externa é condicionado ainda por fatores
externos, domésticos e psicológicos.

Diplomacia - uso de um conjunto de técnicas e estratégias


institucionalizadas mediadas por estruturas, regras e normas estabelecidas.

Processo de diálogo e negociação através do qual os estados conduzem as


suas relações num determinado sistema e perseguem os seus objectivos por
meios não-violentos.

Estado

Pode ser definido como figura política com origem na idade moderna

Apesar das várias definições possíveis, um denominador comum poderia


ser:

Um poder político organizado que exerce a sua jurisdição sobre uma


determinada população e num determinado território
Na esfera internacional, juntar-se-ia outra característica que permite que
cada estado possa plenamente participar no SI: o reconhecimento
internacional

Estes actores políticos são então considerados “soberanos”

Soberania

Como definir “soberania” como característica destes estados centralizados


da modernidade?

Capacidade de levar a cabo políticas e ações num território independente de


atores externos e rivais internos

Para conter oponentes poderosos no seu território e proteger-se desses


rivais, precisa de ter capacidade de se defender para sobreviver

Como se materializa essa soberania?

Um estado soberano existe em territórios específicos onde a sua autoridade


interna é autónoma e suprema (soberania interna)

Este estado soberano é uma entidade independente que é


tratada/reconhecida como tal por outros estados soberanos (soberania
externa)

Análise de Política Externa

Em abordagens teóricas de RI mais clássicas (realismo, racionalismo,


liberalismo), a articulação política interna/política externa é irrelevante

Os atos e posições de um estado na sua PE dependem essencialmente do


seu posicionamento relativo no sistema internacional (posição estruturalista
ou sistémica)

Independentemente de quem estiver no poder

Sublinhando assim a relativa continuidade das prioridades de PE,


independentemente do regime político interno ou de quem está no poder

Estados entendidos como agentes políticos unitários e monolíticos


Abordagens teóricas mais recentes (construtivismo, teoria crítica)
contestam essa distinção entre política interna e política externa

Independentemente de algumas continuidades na definição de PE*

Tanto os acontecimentos internacionais podem afectar a política interna

Como factores internos podem influenciar a política externa

Como se formula a PE de um estado e quem é responsável por essa


definição?

Algumas prioridades, linhas de força ou eixos de actuação podem ser


identificadas em certos documentos como

A Constituição, documentos normativos (como “Conceitos Estratégicos”),


o programa de governo

Exemplos de linhas de força? “Interesses nacionais”, “segurança


nacional”, “raison d’état”, preservação da independência e da integridade
territorial, soberania, defesa das fronteiras...

A PE e a diplomacia de um estado são norteadas por estes princípios (ou


eixos de actuação)

Que conduzem a postura do estado internacionalmente

Um pouco mais atrás falámos de alguma continuidade em termos de


definição de prioridades e objectivos na PE de um estado

Temos de destacar a distinção entre “estado” (contínuo no tempo


independentemente de quem está no poder) e o “governo” (titular
momentâneo do poder)

Se houver alguma rotatividade nos titulares do poder (como é o caso nas


democracias representativas), poder-se-ia esperar alguma inconstância na
PE

O que se verifica habitualmente é um certo consenso em termos de PE


(consenso entre partidos com perspectivas realistas de chegaram ao poder)

Qual a importância da coerência/continuidade/previsibilidade da PE?

Na condução da sua PE, os estados têm de demonstrar ser fiáveis,


responsáveis e previsíveis junto dos seus parceiros internacionais)
Independentemente de quem detém momentaneamente o poder

Agentes a ter em conta na condução e definição de uma PE internamente


(formais e informais):

 Lideranças (dependendo da personalidade de quem ocupa


determinado cargo político)

 Órgãos de soberania a um grau variável (tanto entre si como em


comparação com outros estados)

 Partidos políticos

 Organizações burocráticas e pequenos grupos (conselheiros, chefes


de departamentos, agências governamentais...)

 Meios de comunicação social, opinião pública e sondagens, fatores


eleitorais, grupos de pressão

Que fatores são importantes para a formulação, decisão e implementação


da PE?

 Quadro politico-institucional interno

 População (residente ou não)

 Localização geográfica e acesso a determinados recursos

 Capacidade militar/económica/tecnológica

 Identidade nacional, ligações históricas, interações e relações de


vizinhança

 Valores e motivações ideológicas e normativas

Solidez de objectivos e prioridades são importantes para qualquer estado

Mas são particularmente críticos para estados em posições de poder


desvantajosas (ou periféricas) no sistema internacional
Porque não tem meios coercivos (económicos, militares) para impor a sua
vontade internacional, salvaguardar os seus interesses ou garantir a sua
independência e segurança

Não tendo poder suficiente para ser totalmente autónomo e fazer o que bem
entender internacionalmente

É incentivado a participar e agir coerentemente no sistema internacional

Só assim tem alguma possibilidade de contribuir para a definição das


normas e regras internacionais que terá de seguir independentemente da
sua vontade

Pode ter interesse em ter algum ascendente sobre a definição dessas


regras (para evitar ser um mero recetor passivo das regras criadas por
terceiros)

E de controlar (mesmo que de forma muito difusa) o ambiente


externo de acordo com os seus interesses

Ambiente externo? Esfera internacional?

Dependendo dos autores e das definições usadas, podemos falar de uma


“ordem internacional”, de um “sistema internacional” ou de uma
“sociedade internacional”

Não que sejam sinónimos, mas todas estas qualificações têm algo em
comum:

O reconhecimento de que não existe uma autoridade suprema máxima que


regule as relações entre estados

Sistema internacional

Significa isso que o sistema internacional é anárquico (sem regras)?

Ou pelo menos hierárquico (“mandam” os mais fortes)?

Não necessariamente

Tanto se verifica anarquia, relações de poder e competição

Como cooperação internacional entre estados

Por que tanto há rivalidade como cooperação?


 Por um lado, por medo (o perigo pode vir de qualquer parte, todos
são potenciais inimigos)

 Por outro lado, porque existem interesses comuns, problemas


comuns e vantagens comuns que podem conduzir os estados a
cooperarem

Há quem qualifique essa esfera internacional (o que se passa


geograficamente fora das fronteiras estatais) ora como uma anarquia
internacional ou como uma hierarquia internacional

Onde o conflito é sempre uma possibilidade, mas ao qual os estados se


inibem de recorrer na maior parte das suas relações bilaterais

Incentivos à criação de regras, normas e instituições para a regulação das


relações entre estados, pelos próprios

Que tanto beneficiam os estados mais fortes como os mais frágeis do SI

A ideia de um “domínio” internacional existe há séculos

É dinâmico e caracterizado por mudanças permanentes

Um exemplo de uma ordem internacional?

A chamada “ordem estatal vestefaliana” ou “sistema estatal vestefaliano”

Atualmente em vigor

Ainda? Para alguns autores sim, para outros nem por isso

Algumas das suas características:

 Composto por “estados soberanos” com igualdade formal/legal entre


si

 Que detêm o monopólio do uso da força legítima internamente

 Onde está consagrada a ideia de não-interferência em assuntos


internos

 E se defende a integridade territorial


Diplomacia: origem e evolução

Relações entre estados (ou unidades políticas autónomas) em tensão


permanente entre conflito e cooperação

Instrumentos diplomáticos como centrais nos momentos de cooperação,


mas também nos de conflito (paradoxalmente)

No século XVII e XVIII, “diplomacia” designava a atividade de recolha e


autenticação de documentos oficiais

A ciência do estabelecimento da sua legitimidade

O “diplomata” seria então o guardião desses documentos (que tanto


eram cartas de privilégios como tratados e convenções)

E que criava coletâneas de tratados entre príncipes sobre guerra e paz

Diplomacia: representação e permanência

Há registo de “missões diplomáticas” temporárias há séculos

Representantes não permanentes sobretudo como portadores de mensagens


(Botschaft)

Apesar de uma prática antiga, a atividade chamada “diplomática” só se


estabilizou e ganhou esse nome na passagem do XVIII para o XIX

Complementarmente a missões temporárias, passou também a ter um


carácter cada vez mais permanente (as embaixadas)

Carácter de permanência intensificado pela prática dos estados italianos


logo durante o Renascimento

Nesse contexto, crescente valorização num representante diplomático


de:
Capacidade de socialização
-Civilidade e tacto
-Comportamento formal
- Capacidades oratórias e de persuasão - Capacidade de controlo emocional

Já na Idade Moderna, numa fase mais consolidada da formação dos


estados:

- Ideia de “negociação contínua” (Richelieu)


- Mesmo durante a guerra, sem acordo à vista
- Necessidade de manter canais de comunicação abertos

- Para facilitar compromissos e acordos finais quando houvesse condições

Autonomização da PE

 “Diplomacia” como neologismo para qualificar algo que ainda não


estava plenamente definido

 Associação entre diplomacia e prática de relações interestatais (mais


do que com documentos) estabelece-se com a RF1789

 - E que tem lugar num momento em que também os MNE, enquanto


secção autónoma do governo dedicada à PE, tomam forma

 Foreign Office no fim do século XVIII, no resto da Europa ao longo


do século XIX

 Fatores para essa sistematização política?

 Multiplicação das RI e das representações diplomáticas


 Necessidade de evitar incoerências na formulação e execução da PE
 O que exige diretivas de atuação e estruturas de arquivamento de
informação e correspondência
 A par também com outras especializações como os ministérios da
defesa e de segurança interna e serviços de informação

Diplomacia e moralidade

Entre as quais as interrogações levantadas pela necessidade de articulação


entre os fins de uma determinada PE (o cumprimento dos seus objetivos e
preservação dos seus interesses nacionais) e os meios utilizados na sua
prossecução.
Desenvolvimento da distinção entre moralidade pública e moralidade
privada, uma ética autónoma para a política

Conceção de política associada a Maquiavel e que perdura até hoje na PE


(não tanto na política doméstica)

Uma certa ambiguidade requerida, mas que pode resvalar em dissimulação


e intriga; permissão moral para que em D se possa “mentir pelo seu país”

Durante muito tempo, actividade diplomática com conotação negativa

Alimentada pela ambiguidade na definição da actividade bem como na sua


percepção

Mundo secreto e elitista

Caracterizado pela dissimulação, a duplicidade e o privilégio.


Quando não mesmo com a intriga, a traição e a espionagem...

Cepticismo relacionado tb com associação ao absolutismo, à aristocracia e


à guerra.

Preocupações nas RI mais centradas em questões comerciais.


A diplomacia como extensão do comércio.

A própria natureza dos tratados internacionais passaria a ser diferente:

Na diplomacia “antiga”, conciliação e compromissos sobre interesses em


conflito

Na diplomacia “nova”, baseados na cooperação, na igualdade de interesses


e nas vantagens da acção comum

Diplomacia deixa de estar associada com guerra e passa a ser entendida


como o seu oposto, como mecanismo de cooperação

IGM como momento crítico para evolução da diplomacia

Papel central que diplomacia teria tido no desencadear do conflito (não o


evitou, alimentou-o)

Convenções e tratados secretos assinados no pré-guerra e na base das


alianças

Precedentes às Convenções de Viena


Hugo Grotius, século XVII “dois direitos básicos dos embaixadores: o de
serem recebidos e o de não estarem sujeitos a violência

Primeira tentativa de codificação em 1815 com o Regulamento de Viena

Resoluções pelo Instituto de DI em 1895 e 1929


Convenção de Havana sobre funcionários diplomáticos (1928)

Proposta de Convenção de Harvard sobre Privilégios e Imunidades


Diplomáticas (1932)

Multiplicação de novos estados e novos laços diplomáticos bilaterais e


multilaterais

Comissão de DI (instituída pela AG da ONU) inclui em 1949 nas suas


tarefas a codificação das RD em direito diplomático

Primeira proposta de texto submetida e comentada pela AG em 1958


Texto revisto seria a base para a conferência da qual sairia a Convenção

Conferência realizada em Viena em 1961 entre 81 estados participantes

Menos de dois meses entre início de negociações e assinatura do


documento final

Ratificada por 190 estados

Conteúdo codifica um conjunto de normas e costumes consensuais já em


prática nas relações bilaterais

Daí relativa rapidez do processo negocial

Muito menos consensual foi a negociação para uma CVRC (1963) em que
as normas pré-existentes eram muito menos sólidas

Convenção de Viena (1961)

Alguns princípios consagrados:

- Inviolabilidade das instalações diplomáticas (art. 22), da residência dos


AD (art. 30) e dos documentos/arquivos da MD (art. 24) e que o receptor
tem obrigação de proteger

- Imunidade diplomática do AD e do seu agregado familiar (art. 29, 31 e


37); extensão da ideia de “inviolabilidade” aos AD
- Quem é representado afinal? O chefe de estado? O governo? O povo? O
estado?

- Protecção das linhas de comunicação e da correspondência pelo estado


acreditador (art. 27)

- Liberdade de circulação e trânsito no território (art. 26)

- Não-interferência das MD/AD nos assuntos internos dos países


acreditadores (art. 41)

- Possibilidade de declarar um AD como persona non grata (art. 9),


próximo da expulsão, em casos de actividades ilegais do AD

Conteúdo desta CVRD globalmente respeitada

Direito diplomático como uma das secções do DI mais sólida em termos


de aplicação efectiva Muito do que foi codificado na CVRD já era direito
consuetudinário

Poucas excepções, como na crise dos reféns na Embaixada dos EUA no


Irão (1979) e outros casos (Líbano, Quénia)

Ataques às MD podem não ter sido da responsabilidade do estado receptor


mas que este não conseguiu evitar (ou não agiu)

Distinção entre estabelecimento de relações diplomáticas e estabelecimento


de missões permanentes (art. 2)

Direito de enviar e receber MD é “direito de legação” (activo e passivo,


respectivamente)

Retirada de uma MD não implica necessariamente ruptura de RD -


Estabelecimento de MD após pedido formal
Ideia de consentimento mútuo

Decisão é tomada pelo PR/PM do estado acreditador - Anunciado através


de comunicado conjunto

Representante é designado pelo PR/PM do estado acreditante e submetido


ao estado acreditador
Indicação é anunciada numa “carta de acreditação” assinada pelo chefe de
estado acreditante dirigida ao chefe de estado acreditador

Chefe missão inicia funções ao apresentar as suas credenciais ao MNE


acreditador (art. 13)

Funções da missão diplomática

Funções tal como estipulado na CVRD (art. 3):

a) Representação
b) Protecção
c) Negociação

d) Informação
e) Promoção/cooperação

Não exaustiva; pode incluir-se também a “extensão externa do serviço


público” tanto em postos consulares como em secções consulares nas
embaixadas (na CVRC de 1963)

Representação

Significa “agir em vez de” ou “em substituição de” sem necessariamente


envolver a responsabilidade jurídica da pessoa ou órgão que se representa.

A representação como elemento constitutivo da atividade diplomática


define-se como o conjunto das atuações do agente diplomático que tem um
carácter puramente representativo, ou seja, de simples afirmação de
presença ou de responsabilização do Estado em nome do qual atua.
Portanto, a representação significa a atuação do agente diplomático em
diversas circunstâncias em nome do estado donde provem (Magalhães,
2005:32).

A CVRD de 1961, no Artigo 3, alínea 1) indica que o agente diplomático


tem a função de “representar o Estado aceitante perante o Estado recetor.

Entretanto, importa esclarecer que não deve se confundir a missão do


agente diplomático de representar, como qualquer atividade de representar,
“substituir” em determinada missão o Chefe de Estado, ou Governo.
Representação diplomática significa agir em nome do Estado, e não agir
em nome de quem governa.

A literatura sobre a matéria cita o exemplo dos embaixadores britânicos


que se intitulam “embaixadores de Sua Majestade britânica” e alguns
autores apontam que estes embaixadores representam a pessoa do seu
soberano no estrangeiro, vincando a ideia de representar o chefe de estado
ou de Governo. Contudo, esta abordagem não constitui aquilo que o direito
internacional público determinou e nem a prática.

Podemos apontar como exemplos de representar o Estado, as seguintes


atividades:

 Banquetes oficiais

 Cerimónia oficial

 Atos oficiais

 Abertura de secções legislativas

 Posse dos chefes de Estado

 Funerais nacionais

 Casamentos reais

 Paradas militares

 Cerimónias Comemorativas dos dias nacionais

 naugurações solenes com presença do chefe de Estado, etc.

Portanto, é função do agente, falar em nome do Estado, discursar em


nome do Estado, mas atenção que não se deve confundir como ato de
NEGOCIAR em nome do Estado, pois aí estaremos diante de outra
função do agente diplomático.

Informação

A informação é a atividade essencial do agente diplomático. Esta atividade


envolve um processo vasto e complexo que exige mais do que todas as
outras funções maturidade, profissionalismo, zelo e tato ao agente
diplomático.

Constitui função do agente diplomático, a Informação obtida por meios


legítimos. O agente diplomático acreditado num determinado pais tem a
sua disposição uma imensidão de elementos sobre os mais variados aspetos
da vida desse pais que poderá recolher, selecionar, analisar e remeter, para
serviços nacionais de que depende (Magalhaes: 2005:34).

Portanto, “Recolha da informação essencialmente política que é transmitida


para serviços centrais pelo chefe da missão ou em seu nome”.

A CVRD, 3o Artigo, alínea d) aponta que a informação significa “inteirar-


se por todos os meios lícitos das condições existentes e da evolução dos
acontecimentos no Estado recetor e informar a esse respeito o Governo do
estado acreditaste”.

O agente diplomático estará perante comportamentos desviantes:

  Procurar recolher informações por meios ilegítimos – recolha


clandestina;

  Espionagem e contraespionagem: - agentes acobertados por uma


função diplomática (cobertura diplomática).

Há exemplos que indicam este tipo de comportamentos por parte de


determinados agentes diplomáticos que acabam pondo em causa as
relações pacíficas entre dois estados. Por exemplo, Moçambique nos
anos 80 expulsou um diplomata americano alegando espionagem o
que veio a agudizar as relações já tensas entre EUA e Moçambique
na altura.

Qualidades da Informação

 Breve

 Altamenteseletiva

 Altamentehonesta

 Sem subterfúgios/ falsas asserções destinadas a reforçar a sua


credibilidade ou o seu interesse. Ex. “de fonte autorizada” de fonte de
muita confiança”

 Informar com exatidão e sem omissões

 Desagradar (se necessário) mas não irritar/ofender/ gerar conflito


Promoção

Toda atividade diplomática – todo o Estado promove-se a cada contacto


internacional, conjunto de ações exercidas pelo agente diplomático no
sentido de criar ou incrementar certo tipo de relações entre o Estado
acreditante e o Estado recetor.

Caracteristicas

 Dinâmico

 Impulsionador

 Intensifica a representação

 Origina e incrementa a negociação

Funções da promoção

 Promover as relações económicas

 promoção das relações culturais

Funções da promoção

 Promover as relações económicas

 promoção das relações culturais

Art. 3o da CVRD de 1961

A promoção serve para desenvolver “relações económicas,


culturais e científicas”

Proteção

Consiste na proteção de certos interesses específicos do Estado


acreditante e, por outro lado, na proteção genérica dos
interesses dos cidadãos do estado acreditante junto do Estado
recetor.

o  Interesses: O cumprimento de obrigações do Estado recetor


para com o Estado acreditante, e a defesa dos interesses
patrimoniais do Estado acreditante no Estado recetor.
o  Demonstração: O Estado Estado A comprometesse por
acordo a praticar certos atos ou a fazer certas prestações em
favor do Estado B.

No caso do Estado A não cumprir essas obrigações o


representante do Estado B intervém junto do Governo do
Estado A para que essas obrigações sejam cumpridas. Pode ser
também que o Estado B tenha bens patrimoniais localizados
no Estado A.

Compete ao representante do Estado B proteger tais bens


patrimoniais. Nestes exemplos se pode notar que o diplomata
exerce a função de proteger os direitos e interesses do Estado a
que esta a representar junto do Estado onde se acha acreditado
(Magalhaes, 2005:171).

O diplomata deve proteger também os direitos e interesses dos nacionais do


Estado que representa.

O diplomata protege todos os interesses legítimos de caracter


essencialmente patrimonial dos cidadãos do Estado que representa, que se
encontrem radicados ou de passagem, no pais onde o diplomata exerce as
suas funções

Casos que requerem PROTECCAO

  Repatriação por falta de meios de subsistência

  Emergências resultantes de greves de transporte,

  Roubos,

  Doençasúbita

  Catástrofes publicas (casos idênticos aos efeitos do ciclone na


Beira/Sofala)

  Perturbaçõesdaordem

  Guerra ou guerra civil, etc.

Extensão externa do serviço pública


Função complementar da missão diplomática e consular, quando
cidadãos de um determinado Estado, se encontram no território
estrangeiro a título permanente ou transitório, tem por vezes
necessidade de recorrer aos serviços públicos nacionais para o
exercício dos seus direitos ou o cumprimento das suas obrigações.

Para esse efeito, as missões diplomáticas e os consulados estão


autorizados legalmente a atuarem a favor dos respectivos nacionais
em lugar de certos serviços públicos fundamentais, como sejam
registo civil, o notariado, o recenseamento eleitoral, serviço militar, a
emissão de passaportes e outros documentos, etc.

Para alem dos cidadãos propriamente ditos, acontece, também, que


os diversos meios de transporte de um determinado Estado podem
transitar pelo território de outro Estado o que exige, geralmente, a
prática de formalidades com a intervenção de representantes oficiais
do pais da nacionalidade dos referidos meios de transporte.

Esta necessidade evidenciou-se primeiramente com a passagem de


navios de um determinado Estado nos portos de outro Estado e isso
levou ao estabelecimento de certos consulados em portos de maior
movimento.

Negociação

No sentido restrito negociação é entendida como a concertação entre


estados para se chegar a um acordo, geralmente escrito, sobre qualquer
problema específico.

1. Nota: Relação entre Política Externa e Diplomacia

A diplomacia não é confundida só com política externa, mas também


com negociação e mesmo com outros instrumentos cuja função
primaria é a gestão ou a resolução pacifica de conflitos
internacionais, na medida em que, tal como a negociação, a
diplomacia se refere, a uma funcionalidade instrumental utilizada
para a concretização de uma finalidade especifica (Santos, 2009, p.
227)

Mas a diplomacia é uma técnica que tem suas regras e rituais,


independentemente do seu conteúdo intrínseco. Na sua forma moderna, a
diplomacia começou a tomar forma no Congresso de Viena, em 1815, e foi
sendo aperfeiçoada, institucionalizada e organizada em função de alguns
grandes acordos internacionais, que surgiram depois de guerras globais.

É a política externa que determina como um governo, ou um Estado vai se


relacionar no plano internacional, sendo mais ou menos cooperativo, ou
mais agressivo, digamos, como também ocorre algumas vezes.

“A diplomacia é o instrumento de política externa para o estabelecimento


e desenvolvimento de contactos pacíficos entre os diferentes Estados,
através de agentes mutuamente reconhecidos pelas partes” Magalhaes,
2005: 15-27

Repetição:

Representação

- Conjunto de actuações do AD com carácter puramente de representação


social (recepções, banquetes oficiais) em nome do estado

- E em actos oficiais onde estado receptor espera presença de RD (abertura


de sessões legislativas do parlamento, tomada de posse de PR, funerais
nacionais, paradas militares, cerimónias ligadas a dias nacionais,
inaugurações...)

- RD com responsabilidade de falar em nome do seu estado e assumir


compromissos

Proteção

- Respeitante aos interesses específicos do estado - Cumprimento de


obrigações do estado receptor

- Defesa também dos interesses dos cidadãos do estado de origem


(radicados ou de passagem)

Negociação

- Contactos entre estados para concertarem posições entre si e para a


realização de interesses comuns (negociação informal)

- Concertação para se chegar a acordo sobre um problema específico


comum através de um mecanismo especialmente criado para o efeito
(negociação formal)
- Que pode ser feita pelos detentores do poder político (directa) ou por
intermediários (diplomática)

Informação

- Necessidade do estado de origem conhecer certos aspectos da vida do


estado receptor

- Imensidão de elementos sobre os mais variados aspectos

- A serem recolhidos, seleccionados, analisados e remetidos para os


serviços do MNE

- Pode haver adidos especializados para tarefas específicas (militares,


comerciais, culturais...)

- Distinção entre “meios lícitos” e “recolha clandestina”

Promoção/cooperação

- Conjunto de acções exercidas pelo AD para criar ou incrementar certo


tipo de relações entre os dois estados

- O que pressupõe iniciativa e impulsão

- Contrariamente a outras funções diplomáticas mais passivas, a promoção


é o seu lado mais dinâmico

- Foco no desenvolvimento de relações económicas, culturais e científicas

- Importante para criação de boa-vontade, cultivar boas relações sociais e


influenciar opinião pública

- Podem aqui caber actividades ligadas à “difusão” de informação


(diplomacia directa? Diplomacia pública?)

Categorias da carreira diplomática

- Adido de embaixada
- Secretário de embaixada
- Conselheiro de embaixada

- Ministro plenipotenciário

- Embaixador
Desafios do diplomata

i. Como garantir a segurança dos diplomatas em funções num posto, longe


da protecção do estado e do governo?

Daqui nasceram privilégios e imunidades diplomáticas, regras de protecção


de mensageiros

ii. Após estados decidirem que querem comunicar, como é que o fazem? E
como se sabem que o seu interlocutor representa o outro grupo?

Daqui nasceram todos os símbolos, protocolos, códigos, credenciais


associados à D

iii. Como garantir essa comunicação sem que haja más interpretações ou
desentendimentos por incompreensão mútua?

Daqui nasce necessidade de uma língua franca (latim, francês, inglês)

iv. Como saber o que o outro estado quer realmente e como pretende
alcançá-lo? Perguntar directamente ao interlocutor principal é uma opção,
mas nem sempre é possível ou prudente.

Daqui importância da observação e da troca de informação com pares e do


networking

v. Como persuadir e ter influência sobre o “outro”? Como evitar a lógica de


manipulação ou a de “carrots and sticks”?

A produção, obtenção e difusão de informação é estratégica para moldar as


atitudes. Importância dada aqui à prudência, reserva e ponderação.

vi. Como conjugar os 3 mundos onde se movem os diplomatas?

São cidadãos de um estado, interagem com cidadãos de outro estado e são


membros de um grupo profissional específico (internos e externos) com
quem se partilham códigos, referências, linguagem

Privilégios e imunidades

CVRD refere-se a privilégios, imunidades e inviolabilidade (decorrência da


ideia de “soberania do estado”)

- Imunidade de jurisdição e de execução (art. 31), com algumas poucas


excepções
- Inviolabilidade contém um dever de protecção pelo estado receptor e um
dever de este se abster de exercer os seus direitos soberanos sobre a
MD/AD

- Privilégios distinguem-se dos anteriores; enquanto aqueles são


procedimentais, os privilégios são direitos substantivos (isenções de
determinadas leis ou regulamentos)

CVRD refere-se a privilégios, imunidades e inviolabilidade


- Todos eles conceitos funcionais: não são benefícios dados a indivíduos
mas

garantias legais para a realização de funções profissionais


- Em último caso, há sempre a já referida possibilidade de declaração de

persona non grata (presença do AD não é mais aceitável)


- Passo anterior à expulsão, mas que muitas vezes é antecedida da retirada

voluntária do AD

- Que pode ser usada em casos de disputa/retaliação política


independentemente de um ilícito cometido pelo AD

Protocolo

- Definido como as regras de procedimento diplomático concebidos para os


representantes diplomáticos, tendo em contas as diferenças de
responsabilidades e de estatutos nas suas inter-acções

- Particularmente importante em cerimónias públicas

- Mais do que uma questão irrelevante das RI, é um conjunto de regras cuja
aplicação reduz fricções políticas baseadas em diferenças de tratamento
entre agentes que se consideram iguais (princípio da igualdade soberana)

- Código de conduta uniformizador que facilita também o encontro inter-


cultural entre AD de diferentes proveniências

- Exemplo da precedência dos embaixadores e do “decano” do corpo


diplomático: anulação de rivalidades e competições

- Que se refletem nas regras da comunicação escrita, na troca de presentes,


na coreografia de cadeiras e lugares em mesas de jantares formais, etc
- Alguma flexibilidade ou adaptação de regras (exemplo das relações do PR
francês com parceiros UK e DE)

International Organizations

The concert system involved the practice of periodic multilateral meetings


among the major European powers for the purpose of sttling problems and
coordinating actions. Metting over thirty times in the century preceding
World War I, the major powers constituted a club of the like-minded,
dictating the conditions of entry for other would-be participants.

Diplomacy focuses on interactions between actors rather than the actors


themselves, which is the focus of foreing policy.

Watson´s definition of diplomacy as “the process of dialogue and


negotiations by which states in a system conduct their relations and pursue
their purposes by means short of war” .

The diplomatic environment becomes ine in which a key test of success for
actors, both governmental and non-governmental, in achieving their
objectives is their capacity to develop strategic and tactical relationships to
meet specific needs.

All levels of diplomacy reflect the growing importance of global public


policy netwolrks. At the multilateral level, initiatives such as the Global
Compact redefining the relationship between the UN, business and civil
society are matched at the national level by the emphasis placed by foreign
ministries on the importance of “stakeholder” relationships in the
management of foreign policy. Whilst a common claim is that networks are
replacing older hierarchical organizational forms in the conduct of foreign
policy and diplomacy, reinforced by the growth of the internet and social
media, in fact the two continue to operate in symbiosis with one another.
Diplomatic networks themselves display hierarchical chacteristics and are
multidimensional phenomena assuming a cariety of forms determined by
the nature of a specific diplomatic domain. In short, networks are not an
alternative to hierarchy but different aspects of organizational design.
Contemporary diplomacy requires blends of hierarchical and network
forms to meet the challenges of a dauting international agenda.

The environments which foreign policy and diplomacy cohabit in the early
twenty-first century are marked at one level by processes of
deforeignisation of the international and foreignization of the domestic
policy milieus. A redefinition of boundaries separating the two combines
with a bewildering network of linkages between policy arenas through
which actors relate to one another in a variety of ways.

The development of diplomatic practice in the Ancient Near East was


based on access to a common language, individuals trained as scribes to
record and transmit that language, as well as mutual familiarity with court
protocol and ritual.

Remember that over diplomatic triumphs leave feelings of humiliation


behind them and a desire for revenge: no good negotiator should ever
threaten, bully or chide.

Morgenthau, in particular, presents diplomacy as an undervalued


instrument of foreign policy and one which, if used properly, confers the
advantages of a force multiplier, and a morally significant on at that. Good
diplomacy enhances the more material instruments of power allowing a
state to ´punch above its weight´or achieve what it wants more cheaply.
Bad diplomacy can result in a state using its other foreign policy
instruments unwisely and underperforming as a consequence.

Origens das missões diplomaticas permanentes- As exigências de contactos


frequentes requeridos pelas diversas unidades politicas italianas levou á
criação do embaixador residente.

Primeiro as embaixadas possuíam um caracter temporário, so na idade


moderna é que passou a ter um caracter permanente.

Quando, por exemplo, um cidadão do Estado A, residente ou de passagem


no Estado B, se dirige a um consulado ou a uma secção consular da
embaixada do Estado Apara requerer acelebração de um ato notarial,
estamos em presença de uma extensão externa do serviço público de um
determinado Estado funcionando noutro Estado. Esse serviço pode ser de
diversa natureza compreendendo, além dos atos de notariado, já referidos,
atos de registo civil ou relativos ao serviço militar, recenseamento eleitoral,
emissão de passaportes e vistos, etc.

Esta extensão externa do serviço público, praticado pelos serviços


consulares, que podem ser postos consulares autónomos ou secções
consulares das missões diplomáticas, não figura expressamente entre as
funções atribui-
das às missões diplomáticas pela «Convenção de Viena sobre relações
diplomáticas», de 1961.

A representação como elemento constitutivo da atividade diplomática


define-se como o conjunto das atuações do agente diplomático que tem um
carácter puramente representativo, ou seja, de simples afirmação de
presença ou responsabilização do Estado em nome do qual atua.

Existem, porém, desvios de normalidade diplomática, sendo um deles a


obtenção de informações por meios ilegítimos a que, eufemisticamente, se
chama geralmente «recolha clandestina» (clandestine collection), o que sig
nifica, naturalmente, espionagem. Essa atividade clandestina é exercida
geralmente por agentes especializados que utilizam, por vezes, uma
«cobertura» diplomática para melhor e com mais segurança poderem
exercer essa activi- dade. É assim que nas missões diplomáticas das
potências mais importantes existem agentes classificados como diplomatas
quando, na verdade, não pas- sam de agentes de organizações
especializadas de espionagem e contraespionagem. Em certos casos,pouco
frequentes, autênticos agentes diplomáticos se ocupam também da recolha
clandestina de informações.

As funções das missões permanentes junto das Organizações


Internacionais.

a) assegurar a representação do Estado de envio junto da Organização;

b) manter a ligação entre o Estado de envio e a Organização; c)conduzir as


negociações com a Organização e no seu quadro;

d) informar-se das atividades da Organização e dar conta dessas


informações ao Governo do Estado de envio;

e) assegurar a participação do Estado de envio nas atividades da


Organização;

f proteger os interesses do Estado de envio nas atividades da Organização;

g) promover a realização dos objectivos e princípios da Organização


cooperando com esta e dentro do seu quadro.

As funções referidas nas alíneas a). c) e d) correspondem à represen- tação,


negociação e informação. A função mencionada na alínea ) corres- ponde à
proteção. Na alínea g) refere-se à promoção dos objectivos e prin- cípios da
Organização, o que difere da função de promoção da missão diplomática
bilateral que respeita à promoção dos interesses do próprio Estado que
representa.

Nota: No matter what crime , the receiving state could only send the
ambassador back to the sending state with the demand that he be punished.

A Política Externa e de Segurança Comum (PESC) da União Europeia foi


instituída pelo Tratado da União Europeia (TUE) em 1993, com o objetivo
de preservar a paz, reforçar a segurança internacional, promover a
cooperação internacional, desenvolver e consolidar a democracia, o
Estado de direito e o respeito dos direitos humanos e das liberdades
fundamentais.

como se desenvolve politica externa


A formulação e desenvolvimento da política externa de um país é um processo
complexo que envolve várias etapas e considerações. Aqui estão os passos
gerais que muitos países seguem ao desenvolver sua política externa:

1. Definição de Objetivos: O primeiro passo é determinar os objetivos da


política externa. Isso envolve identificar os interesses nacionais e os
valores que o país deseja promover no cenário internacional. Os
objetivos podem incluir a promoção da segurança nacional, a busca por
relações comerciais favoráveis, a proteção dos direitos humanos ou a
promoção da paz.
2. Análise da Situação Internacional: Os formuladores de políticas
externas precisam ter uma compreensão sólida do ambiente
internacional. Isso inclui avaliar a situação política, econômica, social e de
segurança global. Eles precisam entender as dinâmicas regionais e
globais que afetam o país.
3. Diplomacia e Negociação: A diplomacia desempenha um papel crucial
na política externa. Isso envolve o envio de diplomatas para negociar
acordos bilaterais e multilaterais, bem como a participação em
organizações internacionais. A negociação é muitas vezes usada para
buscar soluções para disputas e conflitos.
4. Desenvolvimento de Alianças e Parcerias: Os países muitas vezes
buscam criar alianças e parcerias estratégicas com outros países que
compartilham interesses comuns. Essas alianças podem fortalecer a
posição de um país no cenário internacional e proporcionar benefícios
mútuos.
5. Uso de Instrumentos de Poder: Os formuladores de políticas externas
podem usar uma variedade de instrumentos de poder, incluindo
diplomacia, comércio, ajuda econômica, sanções, uso da força militar e
outros meios para avançar nos objetivos da política externa.
6. Consultas Internas: A política externa muitas vezes envolve consultas
com várias partes interessadas internas, incluindo legisladores, líderes
políticos, setor privado e sociedade civil. Isso ajuda a garantir que a
política externa seja coerente com os valores e interesses nacionais.
7. Comunicação com o Público: É importante que o governo comunique
suas políticas externas de forma transparente para o público. Isso pode
envolver discursos, comunicados à imprensa, relatórios e outros meios de
informação.
8. Avaliação e Revisão: A política externa deve ser revisada e avaliada
regularmente para garantir que ela esteja atingindo os objetivos
desejados. Se necessário, ajustes podem ser feitos.
9. Adaptação a Mudanças: A política externa deve ser flexível e adaptável
para lidar com mudanças nas circunstâncias internacionais. Eventos
imprevistos, como crises internacionais, podem exigir respostas rápidas e
eficazes.
10. Aderência ao Direito Internacional: Os países geralmente buscam
aderir ao direito internacional e às normas internacionais ao desenvolver
e implementar sua política externa.

É importante notar que a política externa de um país é moldada por uma série
de fatores, incluindo a cultura, a história, os recursos, a geografia e a liderança
política. Além disso, a política externa de um país pode variar dependendo do
governo que está no poder e das mudanças nas circunstâncias internacionais.

Como a política externa se articula com a diplomacia


A política externa e a diplomacia estão intrinsecamente ligadas, e a diplomacia é
uma ferramenta fundamental na implementação da política externa de um país.
Aqui estão algumas maneiras pelas quais a política externa se articula com a
diplomacia:

1. Formulação de Política Externa: A política externa é desenvolvida a


partir dos objetivos, interesses e valores de um país no cenário
internacional. A diplomacia desempenha um papel importante na
formulação dessa política, uma vez que diplomatas e embaixadores no
exterior fornecem informações, análises e conselhos que ajudam os
formuladores de políticas a tomar decisões informadas.
2. Negociação e Acordos: Diplomatas são responsáveis por negociar
acordos e tratados bilaterais e multilaterais em nome de seu país. Isso
pode incluir acordos comerciais, acordos de segurança, tratados de não
proliferação nuclear e uma série de outros compromissos internacionais.
Esses acordos são instrumentos essenciais para a promoção dos
interesses nacionais.
3. Resolução de Conflitos: A diplomacia desempenha um papel vital na
resolução de conflitos internacionais. Diplomatas muitas vezes atuam
como mediadores em disputas entre países, ajudando a encontrar
soluções pacíficas para conflitos e evitando o uso da força.
4. Representação do País no Exterior: Diplomatas servem como
representantes de seu país no exterior, mantendo relações com governos
estrangeiros, organizações internacionais e outros atores globais. Eles
promovem os interesses e objetivos de seu país por meio de
comunicação diplomática.
5. Promoção de Relações Bilaterais: A diplomacia é fundamental na
promoção de relações bilaterais positivas. Diplomatas realizam visitas de
Estado, organizam reuniões de alto nível e interagem com seus
homólogos estrangeiros para fortalecer as relações entre os países.
6. Comunicação Diplomática: Diplomatas são responsáveis por comunicar
formalmente a posição de seu país em questões internacionais. Eles
emitem declarações, cartas diplomáticas e comunicados à imprensa que
refletem a política externa de seu governo.
7. Gestão de Crises e Situações de Emergência: A diplomacia
desempenha um papel importante na gestão de crises internacionais,
como desastres naturais, conflitos armados e emergências humanitárias.
Diplomatas podem coordenar a assistência humanitária e a resposta
internacional em tempos de crise.
8. Construção de Alianças e Parcerias: Diplomatas trabalham para
construir alianças e parcerias estratégicas com outros países. Eles
procuram estabelecer relações de confiança que podem beneficiar o país
em questões de segurança, comércio, desenvolvimento e outros
domínios.

Em resumo, a diplomacia é o meio pelo qual a política externa de um país é


implementada e gerenciada. Ela envolve a interação com outros atores
internacionais para promover os interesses e objetivos do país no cenário
global. Diplomatas desempenham um papel central na condução da diplomacia
e na consecução dos objetivos da política externa.

Quais foram os antecedentes da convenção de Viena


Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, adotada em 1961, e a
Convenção de Viena sobre Relações Consulares, adotada em 1963,
estabeleceram as bases para as normas e regras que regem as relações
diplomáticas e consulares entre países. No entanto, essas convenções tiveram
antecedentes históricos que ajudaram a moldar seu conteúdo e a importância
das relações diplomáticas e consulares no cenário internacional. Alguns dos
principais antecedentes incluem:

1. Tratados e Práticas Diplomáticas Anteriores: Antes da Convenção de


Viena de 1961, havia uma longa tradição de práticas diplomáticas e
acordos bilaterais que regiam as relações diplomáticas entre os Estados.
O Congresso de Viena de 1815, por exemplo, estabeleceu normas e
protocolos para as relações diplomáticas após as Guerras Napoleônicas.
2. Princípios de Imunidade Diplomática: A ideia de que os agentes
diplomáticos deveriam gozar de imunidade pessoal e imunidade das
instalações diplomáticas é um princípio que remonta a tempos antigos.
Essas imunidades foram desenvolvidas para garantir que os diplomatas
pudessem realizar suas funções sem interferência e como um reflexo da
soberania do Estado que representam.
3. Tratados e Convenções Bilaterais: Muitos países haviam celebrado
tratados bilaterais para regular suas relações diplomáticas e consulares
antes da Convenção de Viena. Esses tratados estabeleceram os alicerces
para as disposições que posteriormente seriam codificadas na
Convenção de Viena.
4. Reconhecimento da Importância das Relações Diplomáticas e
Consulares: A crescente complexidade das relações internacionais e a
necessidade de estabelecer normas e regras comuns para a condução de
relações diplomáticas e consulares levaram à convocação de conferências
diplomáticas para desenvolver convenções internacionais específicas
sobre o assunto.
5. Tratado de Viena de 1961 e 1963: O Tratado de Viena sobre Relações
Diplomáticas de 1961 e o Tratado de Viena sobre Relações Consulares de
1963 consolidaram as práticas e princípios estabelecidos ao longo dos
séculos em uma base legal sólida e amplamente aceita. Esses tratados
foram o resultado de negociações diplomáticas entre vários países e
representam as normas predominantes que regulam as relações
diplomáticas e consulares na atualidade.

Os antecedentes históricos dessas convenções ajudaram a moldar o direito


internacional que regula as relações diplomáticas e consulares e
desempenharam um papel importante na consolidação e codificação das
normas que as governam. Eles também refletem a importância das relações
diplomáticas e consulares nas relações internacionais e na manutenção da paz e
da estabilidade entre os Estados.

quais são os elementos fundamentais da convenção de Viena


A Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas de 1961 e a Convenção de
Viena sobre Relações Consulares de 1963 são documentos essenciais que
estabelecem as regras e normas que regem as relações diplomáticas e
consulares entre países. Ambas as convenções compartilham elementos
fundamentais que são cruciais para a condução adequada dessas relações. Aqui
estão os elementos-chave dessas convenções:

Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas (1961):

1. Missões Diplomáticas: A Convenção define as condições para a


abertura e funcionamento de missões diplomáticas em países
estrangeiros. Ela aborda questões como a escolha do chefe da missão, o
status e a imunidade dos membros da missão, a inviolabilidade da
missão e sua propriedade.
2. Imunidade Diplomática: A Convenção estabelece imunidades e
privilégios para os membros da missão diplomática, garantindo que eles
não estejam sujeitos à jurisdição do país anfitrião, exceto em casos
excepcionais. Isso inclui imunidade pessoal, imunidade de jurisdição civil
e criminal, e imunidade fiscal.
3. Proteção de Instalações Diplomáticas: A Convenção estabelece que as
instalações da missão diplomática são invioláveis. O país anfitrião tem a
obrigação de proteger essas instalações contra qualquer intrusão,
interferência ou dano.
4. Comunicação e Negociação Diplomáticas: A Convenção estipula a
comunicação oficial entre Estados através de suas missões diplomáticas e
fornece regras sobre a troca de documentos diplomáticos e mensagens.
5. Fim das Missões Diplomáticas: A Convenção estabelece as
circunstâncias em que uma missão diplomática pode ser encerrada e as
obrigações dos Estados nesse processo.

Convenção de Viena sobre Relações Consulares (1963):

1. Estabelecimento de Postos Consulares: A Convenção regula a abertura


e o funcionamento de postos consulares em países estrangeiros. Ela
detalha as funções dos postos consulares e as responsabilidades dos
cônsules.
2. Proteção de Nacionais: A Convenção estabelece o direito e a obrigação
dos cônsules de proteger os interesses e os direitos dos nacionais do
país que envia o cônsul.
3. Comunicação Consular: Ela aborda a comunicação entre os postos
consulares e os nacionais do país que envia o cônsul, incluindo questões
como visitas consulares a cidadãos presos no país anfitrião.
4. Imunidades e Privilégios Consulares: A Convenção estabelece
imunidades e privilégios para cônsules, embora essas imunidades sejam
mais limitadas em comparação com as concedidas a diplomatas.
5. Fim dos Postos Consulares: A Convenção regula o encerramento de
postos consulares e as obrigações dos Estados nesse processo.
6. Tanto a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas quanto a
Convenção de Viena sobre Relações Consulares são instrumentos legais
essenciais que fornecem uma estrutura para as relações internacionais,
promovendo a comunicação, a proteção dos interesses nacionais e a
manutenção da paz e da estabilidade nas relações entre Estados. Esses
tratados têm sido amplamente aceitos e respeitados na comunidade
internacional.

quais são as funções da missão diplomática


As missões diplomáticas desempenham um papel crucial nas relações
internacionais, servindo como representantes dos Estados em países
estrangeiros. Elas têm diversas funções e responsabilidades, que incluem:

1. Representação e Promoção de Interesses: A missão diplomática


representa o Estado anfitrião perante o país onde está localizada. Ela
promove e defende os interesses do Estado que representa, incluindo
questões políticas, econômicas, comerciais, culturais e de segurança.
2. Comunicação Diplomática: A missão diplomática é o principal canal de
comunicação entre o Estado de origem e o Estado anfitrião. Ela troca
informações, opiniões, mensagens oficiais e documentos entre os
governos.
3. Negociação e Diplomacia: Diplomatas na missão conduzem
negociações com representantes do governo do país anfitrião. Isso pode
incluir negociações bilaterais, tratados, acordos e resolução de disputas.
4. Observação e Coleta de Informações: Diplomatas coletam informações
sobre a política, a economia e a sociedade do país anfitrião. Essas
informações são fundamentais para a tomada de decisões informadas
em relação à política externa.
5. Promoção da Cultura e Comércio: A missão diplomática promove a
cultura, a educação e o comércio do país de origem. Isso pode envolver a
organização de eventos culturais, intercâmbios educacionais e apoio a
negócios e investimentos.
6. Assistência Consular: Em muitos países, as missões diplomáticas
também prestam serviços consulares, como emissão de vistos, assistência
a nacionais do país de origem, ajuda em situações de emergência e
apoio a cidadãos presos.
7. Negociação de Acordos e Tratados: Diplomatas na missão podem ser
responsáveis por negociar acordos bilaterais e multilaterais em nome de
seu país. Isso inclui tratados de amizade, comércio, segurança,
ambientais e diversos outros tipos de acordos internacionais.
8. Resolução de Conflitos: As missões diplomáticas desempenham um
papel importante na resolução de conflitos internacionais. Diplomatas
muitas vezes atuam como mediadores em disputas e buscam soluções
pacíficas.
9. Desenvolvimento de Relações Bilaterais: A missão trabalha para
desenvolver e fortalecer as relações bilaterais com o país anfitrião. Isso
pode envolver a organização de visitas de Estado, reuniões de alto nível e
interação com autoridades locais.
10. Difusão de Informações Políticas: Diplomatas fornecem informações
sobre a política e a posição do país de origem a respeito de questões
internacionais para o governo do país anfitrião e outras partes
interessadas.
11. Promoção da Paz e da Segurança: As missões diplomáticas
desempenham um papel na promoção da paz e da segurança, facilitando
o diálogo e a cooperação entre países.
12. As funções de uma missão diplomática variam de acordo com a relação
entre os Estados envolvidos e as prioridades políticas de cada país. No
entanto, em geral, as missões têm a responsabilidade de representar,
comunicar, negociar e promover os interesses de seu país no cenário
internacional.

Você também pode gostar