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DIREITO DO TRABALHO

Contrato de Trabalho II
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CONTRATO DE TRABALHO II

Anotação da CTPS

Art. 14. A CTPS será emitida pelo Ministério da Economia preferencialmente em meio eletrônico.
(Redação dada pela Lei n. 13.874, de 2019)
Parágrafo único. Excepcionalmente, a CTPS poderá ser emitida em meio físico, desde que: (Re-
dação dada pela Lei n. 13.874, de 2019)
I – nas unidades descentralizadas do Ministério da Economia que forem habilitadas para a emis-
são; (Incluído pela Lei n. 13.874, de 2019)
II – mediante convênio, por órgãos federais, estaduais e municipais da administração direta ou
indireta; (Incluído pela Lei n. 13.874, de 2019)
III – mediante convênio com serviços notariais e de registro, sem custos para a administração,
garantidas as condições de segurança das informações. (Incluído pela Lei n. 13.874, de 2019)
Art. 15. Os procedimentos para emissão da CTPS ao interessado serão estabelecidos pelo Minis-
tério da Economia em regulamento próprio, privilegiada a emissão em formato eletrônico. (Reda-
ção dada pela Lei n. 13.874, de 2019)
Art. 16. A CTPS terá como identificação única do empregado o número de inscrição no Cadastro
de Pessoas Físicas (CPF). (Redação dada pela Lei n. 13.874, de 2019)

A ideia, então, é justamente modernizar, ter a CTPS digital:

§ 6º A comunicação pelo trabalhador do número de inscrição no CPF ao empregador equivale à


apresentação da CTPS em meio digital, dispensado o empregador da emissão de recibo. (Incluído
pela Lei n. 13.874, de 2019)
§ 7º Os registros eletrônicos gerados pelo empregador nos sistemas informatizados da CTPS em
meio digital equivalem às anotações a que se refere esta Lei. (Incluído pela Lei n. 13.874, de 2019)
§ 8º O trabalhador deverá ter acesso às informações da sua CTPS no prazo de até 48 (quarenta e
oito) horas a partir de sua anotação. (Incluído pela Lei n. 13.874, de 2019)

É importante lembrar que o Ministério do Trabalho foi recriado, então, atualmente, a regu-
lamentação que se vai entender a respeito da CTPS, será verificado que é oriunda do Minis-
tério do Trabalho.

 Obs.: e se o juiz reconhece o vínculo de emprego? Pode determinar que o emprega-


dor faça a anotação? A própria secretaria da Vara pode fazê-lo?
ANOTAÇÕES

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Quando se tem uma situação que envolve a obrigação do empregador, o juízo irá preferir
que o empregador promova a anotação ou a retificação da carteira de trabalho, em se tra-
tando de uma situação que envolve carteira de trabalho física. Porém, na realidade, às vezes
não é possível, por exemplo, encontrar o empregador. Nesse caso, o juiz determina, portanto,
que a própria secretaria faça tal retificação, podendo fornecer uma certidão ao indivíduo.
5m
Diante disso, o juiz pode determinar que o empregador faça a anotação, inclusive sob pena
de multa. Algumas vezes, porém, é necessário que a própria secretaria faça tal anotação.

 Obs.: o TST não vem reconhecendo o direito danos morais pela simples ausência de
anotação da CTPS

O TST, na posição que prevalece, compreende que o simples fato de o indivíduo não ter
o vínculo de emprego anotado na carreira, não significa que automaticamente já tenha direito
a indenização por danos morais.
(...) 2. Indenização por dano moral. Ausência de anotação do contrato de trabalho na
CTPS. A jurisprudência desta Corte Superior consolidou o entendimento de que a simples
ausência de registro do contrato de trabalho na CTPS, por si só, não configura lesão a
direito personalíssimo do empregado, a ensejar a indenização por dano moral. Precedentes.
Recurso de revista não conhecido” (RR-811-50.2017.5.09.0660, 3ª Turma, Relator Ministro
Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, DEJT 08/05/2020).
“Indenização por dano moral. Mero atraso no pagamento das verbas rescisórias e ausên-
cia de anotação do vínculo de emprego na CTPS. Ausência de demonstração de dano.
Transferência jurídica. A jurisprudência desta Corte é no sentido de que a ausência da ano-
tação do vínculo de emprego na carteira de trabalho não acarreta, por si só, o pagamento de
indenização por dano moral, tampouco o atraso ou o não pagamento das verbas rescisórias,
de per si, configura ofensa ao patrimônio moral do trabalhador, devendo ser comprovados,
por meio de elementos objetivos, os constrangimentos alegados ou a ofensa aos direitos da
personalidade, o que não ficou demonstrado no caso dos autos. No caso, o Tribunal Regio-
nal manteve a condenação ao pagamento de indenização por danos morais em virtude,
exclusivamente, do não adimplemento, por parte da empregadora, das verbas rescisórias
e da ausência de anotação do vínculo de emprego na CTPS, sem, contudo, existir notícia
de eventual constrangimento sofrido pelo reclamante em razão da ausência da anotação da
carteira de trabalho e do atraso no pagamento das verbas rescisórias de modo a justificar a
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indenização por danos morais. Assim, na linha dos precedentes desta Corte, observa-se que
não ficou caracterizada conduta ilícita da reclamada. Recurso de revista conhecido e provido”
(RRAg- 21231-74.2015.5.04.0017, 6ª Turma, Relator Ministro Augusto Cesar Leite de Carva-
lho, DEJT 21/10/2022).
“Recurso de revista. Rito sumaríssimo. Danos morais. Ausência de assinatura da CTPS.
O Regional entendeu que o simples fato de o empregador não efetuar a anotação da CTPS
configura dano moral in re ipsa. Ora, para que se configure ato ilícito a justificar a repara-
ção de ordem moral, é necessário que a conduta do empregador acarrete efetivo prejuízo
ao empregado, direto ou indireto, o que não ocorreu na espécie, conforme se depreende da
decisão recorrida. Nesse sentido, embora obrigatório o registro da CTPS por parte do empre-
gador, a omissão não implica, por presunção, dano moral ao empregado. O ato danoso,
caracterizado pelo constrangimento ou pela reprovação social, deve ser demonstrado, para
que lhe seja assegurada a devida reparação. Logo, não tendo o empregador cometido ato
ilícito, não há falar em condenação por dano moral. Recurso de revista conhecido e provido”
(RR-1000952-82.2018.5.02.0443, 8ª Turma, Relatora Ministra Dora Maria da Costa, DEJT
27/11/2020).
Não se reconhece, então, a existência desse dano moral.

 Obs.: No entanto, existe dano moral coletivo se ocorre a reiteração significati-


va da falha

Se há uma reiteração significativa da falha, nesse caso existe julgado, que reconhece a
possibilidade de dano moral coletivo.
“Recurso de revista. Ação civil pública. Descumprimento da legislação trabalhista. Dano
moral coletivo. Configuração. (...)
2. Na hipótese, o sistemático e reiterado desrespeito às normas trabalhistas (v.g. ausên-
cia de anotação da CTPS e registro de empregados em livro, ficha ou sistema eletrônico)
demonstra que a lesão perpetrada foi significativa e que, efetivamente, ofendeu a ordem jurí-
dica, ultrapassando a esfera individual.
3. As empresas que se lançam no mercado, assumindo o ônus financeiro de cumprir a
legislação trabalhista, perdem competitividade em relação àquelas que reduzem seus custos
de produção à custa dos direitos mínimos assegurados aos empregados.
10m
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4. Diante desse quadro, tem-se que a deliberada e reiterada desobediência do emprega-


dor à legislação trabalhista ofende a população e a Carta Magna, que tem por objetivo funda-
mental construir sociedade livre, justa e solidária (art. 3º, I, da CF).
5. Tratando-se de lesão que viola bens jurídicos indiscutivelmente caros a toda a socie-
dade, surge o dever de indenizar, sendo cabível a reparação por dano moral coletivo (arts.
186 e 927 do CC e 3º e 13 da LACP). Recurso de revista conhecido e provido” (RR-20493-
40.2016.5.04.0021, 3ª Turma, Relator Ministro Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira,
DEJT 26/06/2020).
Há uma diferença entre ter que anotar a carteira de trabalho de um empregado, que não
irá integrar automaticamente uma situação de dano moral, e reiteradamente, de maneira
dolosa, descumprir e não reconhecer direitos trabalhistas, estando sujeito a tomar indeniza-
ção por dano moral coletivo.

 Obs.: a posição majoritária do TST tem entendido que retenção da CTPS além do
prazo legal justifica condenação por danos morais

É importante relembrar que, quando se tem uma CTPS física, o empregador tem prazo
de cinco dias úteis para anotar essa carteira de trabalho. Na prática, o empregador fica com a
carteira de trabalho do empregado por meses. Nesse caso, a posição majoritária reconhece
condenação por danos morais.
(...) Danos morais – Retenção da CTPS – Caracterização Esta Eg. Corte entende que a
retenção do documento profissional por lapso temporal superior ao fixado na lei (artigos 29
e 53 da CLT) configura ato ilícito passível de ensejar reparação por dano moral. (...) (AIRR-
20193-37.2014.5.04.0025, 8ª Turma, Relatora Ministra Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, DEJT
04/10/2019).
“I – Recurso de revista interposto posteriormente à Lei n. 13.467/2017 – Danos morais –
Retenção da CTPS – Ônus da prova – Transcendência política.
1. O ônus de comprovar a devolução da carteira de trabalho é da Ré, porquanto não seria
razoável exigir do empregado a produção de prova negativa.
2. Esta Corte entende que a retenção do documento profissional por lapso temporal
superior ao fixado na lei configura ato ilícito passível de ensejar reparação por dano moral.
Recurso de Revista conhecido e provido. (...)” (RRAg-554-74.2018.5.23.0086, 4ª Turma,
Relatora Ministra Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, DEJT 14/10/2022).
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“Indenização por danos morais. Retenção injustificada da CTPS além do prazo legal.
Dano in re ipsa. A Corte Regional negou provimento ao recurso ordinário da ré para manter a
sua condenação ao pagamento de indenização por dano moral em decorrência da retenção
da CTPS da autora por prazo superior ao previsto legalmente. A CTPS, além de ser docu-
mento de identificação, contém a vida pregressa do trabalhador e é obrigatória para o exer-
cício de qualquer profissão, influenciando na obtenção de um novo emprego. A sua retenção
pelo empregador por tempo excedente ao do artigo 29 da CLT, de forma injustificada, carac-
teriza ato ilícito que causa prejuízos diretos, ou seja, in re ipsa. Nesse contexto, estando a
decisão regional em consonância com a jurisprudência desta Corte, fica inviabilizado o pro-
cessamento do recurso de revista, nos termos do artigo 896, § 7º, da CLT e da Súmula 333
do TST. Recurso de revista não conhecido. CONCLUSÃO: Agravo de instrumento conhecido
e desprovido e recurso de revista não conhecido” (ARR-1894-98.2016.5.12.0031, 3ª Turma,
Relator Ministro Alexandre de Souza Agra Belmonte, DEJT 27/11/2020).

 Obs.: rasuras na CTPS

Rasuras significativas que causem prejuízo podem gerar dano moral, mas rasuras sim-
ples ou que não causem prejuízo não podem.
(...) III – Recurso de revista do autor. Indenização. Danos morais. Rasuras na CTPS do
empregado. Prejuízo ao empregado não configurado. O Regional registrou que houve duas
rasuras na CTPS do autor, mas que não houve prejuízo ao empregado, na medida em que
as mencionadas rasuras foram retificadas no mesmo documento. Constatou que não houve
qualquer indício de má-fé por parte da reclamada. A responsabilidade civil aquiliana, na forma
prevista nos artigos 186 e 927 do Código Civil, depende da demonstração inequívoca do ato
danoso, da conduta culposa ou dolosa do agente, bem como do dano propriamente dito. No
caso, não se evidencia o ato ilícito do empregador, sua conduta culposa ou dolosa, porquanto
registrado que inexistiu má-fé por parte da empresa, bem como qualquer prejuízo ao empre-
gado decorrente das rasuras apostas em sua CTPS. Ilesos os citados artigos de lei. Arestos
inespecíficos. Incidência da Súmula 296, I, do TST. Recurso de revista não conhecido. (...)
(ARR-75700-20.2013.5.17.0004, 3ª Turma, Relator Ministro Alexandre de Souza Agra Bel-
monte, DEJT 04/10/2019).
15m
Quando se lida com a situação de que, em uma carteira de trabalho, existe um carimbo
de ‘’cancelado’’, tem-se o seguinte:
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“Rasura na CTPS. Carimbo de ‘’cancelado’’. Dano moral não configurado. Hipótese em


que o Tribunal Regional manteve o indeferimento da indenização por danos morais decorren-
tes da rasura da CTPS. Registrou que as alterações das anotações da CTPS visaram corri-
gir erro material apontado pelo próprio demandante, inserindo sobre o registro a expressão
“cancelado”, não havendo cancelamento, nem alteração de dados da substância do contrato,
de forma a gerar dúvidas quanto ao histórico contratual do reclamante em caso de eventual
recolocação no mercado de trabalho. A jurisprudência desta Corte vem se assentando no
sentido de que a rasura na CTPS, decorrente da anotação da palavra “cancelado”, não con-
figura dano moral passível de indenização, salvo a hipótese em que demonstrado o preju-
ízo ao empregado. Precedentes. Óbice da Súmula 333/TST. Recurso de revista não conhe-
cido” (ARR-101333-97.2016.5.01.0028, 2ª Turma, Relatora Ministra Maria Helena Mallmann,
DEJT 17/12/2021).
Assim, se o carimbo de ‘’cancelado’’ não gera nenhuma dificuldade com relação ao his-
tórico funcional, não havendo prejuízo para o trabalhador, não se reconhece, então, direito à
indenização por danos morais.

 Obs.: vedação à anotação de informações desabonadoras

• CLT

Art. 29 (...)
§ 4º É vedado ao empregador efetuar anotações desabonadoras à conduta do empregado em sua
Carteira de Trabalho e Previdência Social.
§ 5º O descumprimento do disposto no § 4º deste artigo submeterá o empregador ao pagamento
de multa prevista no art. 52 deste Capítulo.

Desse modo, a inserção de tais informações na carteira de trabalho do indivíduo pode


dificultar que o tal consiga um novo emprego.

• Anotação de referência a reclamação trabalhista na CTPS

(...) Anotações na CTPS dos empregados a respeito do ajuizamento de reclamação tra-


balhista. Readmissão dos empregados por força de decisão judicial. Caráter discriminatório.
Retificação. A jurisprudência reiterada e predominante desta Corte superior, com vistas a
desmotivar conduta do empregador que possa acarretar ao empregado dificuldade na ten-
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tativa de obtenção de novo emprego, adota a tese de que o ex-empregador, ao proceder a


anotação da carteira de trabalho do trabalhador, fazendo constar que o registro decorreu de
determinação judicial, atenta contra o direito de personalidade desse. Não se pode negar
que a realidade brasileira apresenta um mercado de trabalho altamente competitivo, com o
desemprego crônico e a precarização dos direitos trabalhistas, sendo notório que algumas
empresas, na seleção dos candidatos à vaga de emprego, utilizam-se de critérios arbitrários
e ilegais, discriminando os trabalhadores em razão da formação, idade, raça, aparência, pre-
tensão salarial ou qualquer ponto que considerem negativo, como o anterior ajuizamento de
reclamação trabalhista contra seu ex-empregador. Portanto, na hipótese, ainda que a recla-
mada, ao fazer anotação desnecessária e injustificável na CTPS dos reclamantes de ajuiza-
mento de reclamação trabalhista, não tenha comprovadamente agido de forma dolosa para
causar dano aos trabalhadores, assumiu deliberadamente o risco de fazê-lo, ao registrar
naquele documento, sem nenhuma necessidade real, que o fazia no cumprimento de deter-
minação judicial, não podendo razoavelmente ignorar que, ao assim proceder, fatalmente,
sujeitou os reclamantes a uma possível discriminação no mercado de trabalho, com graves
consequências de ordem social e econômica. Por tudo isso, a reclamada teve conduta con-
trária ao disposto no artigo 29, caput e seu § 4º, da CLT (precedentes). Recurso de revista
conhecido e provido “ (RR-940-45.2015.5.20.0005, 2º Turma, Relator Ministro José Roberto
Freire Pimenta, DEJT 23/08/2019).
20m

Morfologia do contrato

• Requisitos extrínsecos

Código Civil

Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:


I – agente capaz;
II – objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III – forma prescrita ou não defesa em lei.

– Capacidade

CF
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Art. 7º (...)
XXXIII – proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer
trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;
(Redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 1998)

CLT

Art. 403. É proibido qualquer trabalho a menores de dezesseis anos de idade, salvo na condição
de aprendiz, a partir dos quatorze anos. (...)

Há também a situação do apresentador de televisão, do ator que possui menos de 16


anos. Isso ocorre porque o Brasil é signatário da Organização Interna Nacional do Trabalho,
e essa convenção trata justamente da idade mínima para o trabalho:

Convenção 138 da OIT (Decreto 10.088/19)


25m

Art. 2º
1. Todo Membro que ratificar esta Convenção especificará, em declaração anexa à rati-
ficação, uma idade mínima para admissão a emprego ou trabalho em seu território e nos
meios de transporte registrados em seu território; ressalvado o disposto nos Artigos 4º e 8º
desta Convenção, nenhuma pessoa com idade inferior a essa idade será admitida a emprego
ou trabalho em qualquer ocupação.
2. Todo País-membro que ratificar esta Convenção poderá notificar ao Diretor-Geral da
Repartição Internacional do Trabalho, por declarações subsequentes, que estabelece uma
idade mínima superior à anteriormente definida.
3. A idade mínima fixada nos termos do parágrafo 1º deste Artigo não será inferior à
idade de conclusão da escolaridade obrigatória ou, em qualquer hipótese, não inferior a
quinze anos.
4. Não obstante o disposto no Parágrafo 3º deste Artigo, o País-membro, cuja economia
e condições do ensino não estiverem suficientemente desenvolvidas, poderá, após consulta
às organizações de empregadores e de trabalhadores concernentes, se as houver, definir,
inicialmente, uma idade mínima de quatorze anos.
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5. Todo País-membro que definir uma idade mínima de quatorze anos, de conformidade
com o disposto no parágrafo anterior, incluirá em seus relatórios a serem apresentados sobre
a aplicação desta Convenção, nos termos do Artigo 22 da Constituição da Organização Inter-
nacional do Trabalho, declaração:
a) de que subsistem os motivos dessa providência ou
b) de que renuncia ao direito de se valer da disposição em questão a partir de uma deter-
minada data.

Decreto 10.088/2019

Art. 3º As Convenções anexas a este Decreto serão executadas e cumpridas integral-


mente em seus termos.
(...)
§ 3º A Convenção no 138 da OIT sobre Idade Mínima de Admissão ao Emprego, constante
no Anexo LXX a este Decreto, foi promulgada com as seguintes declarações interpretativas:
I – para os efeitos do item 1 do art. 2º da Convenção, fica estabelecido que a idade
mínima para admissão a emprego ou trabalho é de dezesseis anos; e

 Obs.: trabalho artístico

• Convenção 138 da OIT

Artigo 8º
1. A autoridade competente, após consulta às organizações de empregadores e de traba-
lhadores concernentes, se as houver, poderá, mediante licenças concedidas em casos indivi-
duais, permitir exceções para a proibição de emprego ou trabalho provida no Artigo 2º desta
Convenção, para finalidades como a participação em representações artísticas.
2. Licenças dessa natureza limitarão o número de horas de duração do emprego ou tra-
balho e estabelecerão as condições em que é permitido.
Isso significa dizer que, quando tem esse consentimento, fornecido pelo Juiz da Vara da
Infância e Juventude, que irá analisar as circunstâncias em que o trabalho irá acontecer, de
maneira individual.
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• ADI 5326

(...) Competência – Jurisdição voluntária – Crianças e adolescentes – Eventos artísticos –


Participação – Autorização. Ausente controvérsia a envolver relação de trabalho, compete ao
Juízo da Infância e da Juventude, inserido no âmbito da Justiça Comum, apreciar, no campo
da jurisdição voluntária, pedido de autorização visando a participação de crianças e adoles-
centes em eventos de caráter artístico. (ADI 5326 MC, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Tribu-
nal Pleno, julgado em 27/09/2018, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-065 DIVULG 19-03-2020
PUBLIC 20-03-2020)
30m

 Obs.: e o aprendiz?

• Convenção 138 da OIT

Art. 6º Esta Convenção não se aplicará a trabalho feito por crianças e adolescentes em
escolas de educação vocacional ou técnica ou em outras instituições de treinamento em
geral ou a trabalho feito por pessoas de no mínimo quatorze anos de idade em empresas
em que esse trabalho for executado dentro das condições prescritas pela autoridade compe-
tente, após consulta com as organizações de empregadores e de trabalhadores concernen-
tes, onde as houver, e constituir parte integrante de:
a) curso de educação ou treinamento pelo qual é principal responsável uma escola ou
instituição de treinamento;
b) programa de treinamento principalmente ou inteiramente executado em uma empresa,
que tenha sido aprovado pela autoridade competente, ou
c) programa de orientação vocacional para facilitar a escolha de uma profissão ou de um
tipo de treinamento.
Portanto, existe uma possibilidade para o aprendiz, a partir dos 14 anos.

 Obs.: limitação inicial de aplicação de suas normas

• Convenção 138

Art. 5º
1. O País-membro, cuja economia e condições administrativas não estiverem suficiente-
mente desenvolvidas, poderá, após consulta às organizações de empregadores e de traba-
lhadores, se as houver, limitar inicialmente o alcance de aplicação desta Convenção.
2. Todo País-membro que se servir do disposto no parágrafo 1 deste Artigo especifi-
cará, em declaração anexa à sua ratificação, os setores de atividade econômica ou tipos de
empreendimentos aos quais aplicará os dispositivos da Convenção.

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3. Os dispositivos desta Convenção serão aplicáveis, no mínimo, a: mineração e pedreira;


indústria manufatureira; construção; eletricidade, água e gás; serviços sanitários; transporte,
armazenamento e comunicações; plantações e outros empreendimentos agrícolas de fins
comerciais, excluindo, porém, propriedades familiares e de pequeno porte que produzam
para o consumo local e não empreguem regularmente mão de obra remunerada. (...)
Assim, existe uma previsão expressa na própria convenção que afirma que, inicialmente,
havia uma possibilidade de limitação inicial na aplicação das normas;

Decreto 10.088/19

Art. 3º (...)
§ 3º A Convenção no 138 da OIT sobre Idade Mínima de Admissão ao Emprego, constante
no Anexo LXX a este Decreto, foi promulgada com as seguintes declarações interpretativas:
(...)
II – em virtude do permissivo contido nos itens 1 e 3 do Artigo 5º, o âmbito de aplicação
da Convenção restringe-se inicialmente a minas e pedreiras, a indústrias manufatureiras,
a construção, a serviços de eletricidade, de gás e de água, a saneamento, a transporte e
armazenamento, a comunicações, a plantações e a outros empreendimentos agrícolas que
produzam principalmente para o comércio, excluídas as empresas familiares ou de pequeno
porte que trabalhem para o mercado local e que não empreguem regularmente trabalhadores
assalariados.
35m

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Online, de acordo com a aula prepa-
rada e ministrada pelo professor José Gervásio Meireles.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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