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Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região

Ação Trabalhista - Rito Ordinário


1000141-41.2022.5.02.0069

Processo Judicial Eletrônico

Data da Autuação: 08/02/2022


Valor da causa: R$ 340.608,63

Partes:
RECLAMANTE: CINTIA LUSSARI
ADVOGADO: CAMILA LIMA RIBEIRO
ADVOGADO: ARIOVALDO LOPES RIBEIRO
RECLAMADO: ITAU UNIBANCO S.A.

ADVOGADO: THIAGO MAHFUZ VEZZI


PAGINA_CAPA_PROCESSO_PJE
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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DO TRABALHO DA


___VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO- SP

CINTIA LUSSARI, brasileira, união estável, desempregada,


nascida em 17/10/1990, filha de Marisa Aparecida Simionato Lussari, portadora
do RG nº 47.851.564-9 e inscrita no CPF/MF sob o nº 395.486.778-81, portadora
da CTPS n° 0021267, série 00442 SP, inscrita no PIS n.º 12870797437, residente e
domiciliada Rua José Augusto Penteado, nº 63, apto 74– Sumaré– São
Paulo/SP - CEP: 01257-010, por sua advogada CAMILA LIMA RIBEIRO, infra-
assinada, cujas notificações deverão ser remetidas no endereço Av. Marques
de São Vicente, 2219, 14º andar, conj. 1401/1402, Office Time – Barra Funda -
CEP: 05036-040 ou, ou, pelo endereço eletrônico:
camilalima@lopesribeiroadvocacia.com.br, vem, respeitosamente, à presença
de Vossa Excelência, propor uma

AÇÃO RECLAMATÓRIA TRABALHISTA

pelo rito ordinário, em face do reclamado:


ITAÚ UNIBANCO S/A, inscrito no CNPJ 60.701.190/0001-04,
devendo ser citada na Praça Alfredo Egydio de Souza Aranha, nº100, Parque
Jabaquara, São Paulo – SP, CEP 04344-030, conforme artigo art. 118 da
Consolidação das Normas da Corregedoria, destaca-se ainda que a última

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lotação da Reclamante foi na modalidade Home Office na Rua José Augusto


Penteado, nº 63, apto 74– Sumaré– São Paulo/SP - CEP: 01257-010, conforme o
artigo 651 da CLT a competência das Varas do Trabalho será determinada
pelo último local de trabalho, assim, o presente foro é o competente para
dirimir a lide ora apresentada, pelos motivos de fato e direito a seguir
articuladamente expostos:

Primeiramente, requer a tramitação da presente demanda de forma 100%


digital

1. DA COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA

A presente demanda não foi submetida à Comissão


de Conciliação Prévia, em razão da mesma não ter sido constituída. Com
efeito, foram criadas para a categoria apenas algumas comissões de
conciliação voluntária de caráter facultativo, conforme acordo firmado entre
o Sindicato dos Bancários e o reclamado. Releva que, mesmo na hipótese de
que tivesse sido constituída a Comissão de Conciliação Prévia prevista em lei,
a jurisprudência sintetizada na Súmula nº 2 do Egrégio Tribunal Regional do
Trabalho da 2ª Região, deu a melhor interpretação ao dispositivo em tela e
estabeleceu que o comparecimento perante a Comissão não constitui
condição da ação, ou pressuposto processual, face ao disposto no artigo 5º,
inciso XXXV, da Constituição Federal.

2- DA INAPLICABILIDADE DAS ALTERAÇÕES DA LEI 13.467/2017 NO CONTRATO


DE TRABALHO FIRMANDO SOB A ÉGIDE DO DECRETO LEI nº 5.452 de 1943 –
VIOLAÇÃO DOS DIREITOS CONSTITUCIONAIS

Considerando que a Lei 13.467/2017 não trouxe normas


específicas de transição, há de se esclarecer que é pacífico entendimento de

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que as novas normas de direito material somente se aplicam às relações


jurídicas não consumadas na vigência da nova lei, de modo a não ferir o
artigo 5º, XXXVI, da Constituição Federal, que trata do direito adquirido, do ato
jurídico perfeito e da coisa julgada.

No caso em tela, importa observar que o contrato de trabalho


foi firmado sob a égide do Decreto Lei nº 5.452 de 1943, portanto, são
inaplicáveis as alterações da Consolidação das Leis de Trabalho por
intermédio da Lei 13.467/2017 que possa causar prejuízos ao obreiro sob pena
de violação dos princípios constitucionais fundamentais.

Tal entendimento é corroborado também no artigo 468 da CLT


que determina: “nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração
das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que
não resultem direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de
nulidade da cláusula infringente dessa garantia”.

Destarte, requer que sejam resguardados todos os direitos


adquiridos no transcurso do contrato de trabalho da obreira.

3- DA REVOGAÇÃO DA MEDIDA PROVISÓRIA 905/2019 (ARTIGO 224 e SEUS


PARÁGRAFOS)

Considerando que a Medida Provisória 905 editada em 11 de


novembro de 2019 que alterou o artigo 224 e seus parágrafo, da CLT, foi
revogada em 20 de abril de 2020, não há em que falar em aplicação das
alterações no presente caso.

Nesse sentido, o texto legal retro citado tem sua validade


original. Destarte, requer a inaplicabilidade da medida provisória 905/19 e que
sejam resguardados todos os direitos adquiridos no transcurso do contrato de
trabalho da obreira.

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4. DA INAPLICABILIDADE DO PARÁGRAFO PRIMEIRO, DA CLÁUSULA 11ª, DA


CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO DE 2018/2020

Inicialmente insta salientar que apesar da disposição


contida no artigo 611-A da Lei nº 13.467/2017 que se refere a prevalência do
negociado sobre legislado, urge destacar que no caso em testilha o contrato
de trabalho foi firmado sob a égide do Decreto Lei nº 5.452 de 1943, portanto,
são inaplicáveis as alterações da Consolidação das Leis de Trabalho por
intermédio da Lei 13.467/2017 que possa causar prejuízos ao obreiro sob pena
de violação dos princípios constitucionais fundamentais que trata do direito
adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada (5º, XXXVI, da
Constituição Federal).

Sob esta mesma vertente, segue a orientação do


ANAMANTRA:

CONVENÇÃO E ACORDO COLETIVO DE TRABALHO.


ADEQUAÇÃO DA AUTONOMIA DA VONTADE DIANTE DE
DIREITOS FUNDAMENTAIS SOCIAIS. ANÁLISE DA LEGALIDADE.
VERIFICAÇÃO DA NORMA MAIS FAVORÁVEL PELA AUDITORIA
FISCAL DO TRABALHO.
I- Normas autônomas devem integrar a legislação trabalhista a
partir do princípio norteador da norma mais favorável. A
autonomia da vontade coletiva, enunciada no art. 8º,
paragrafo 3º da Lei nº 13.467/17, não pode se sobrepor a
direitos fundamentais nem a preceitos constitucionais, tais
como a valorização do trabalho, o respeito à dignidade
humana e à saúde e segurança dos trabalhadores.
II- Prevalece em todo caso em relação à matéria negociada,
os princípios da proteção, da norma mais favorável e da
inafastabilidade da tutela jurisdicional.

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III- A Auditoria Fiscal do Trabalho possui o dever de exigir o


cumprimento das normas laborais mais favoráveis ao
trabalhador, sejam elas constitucionais, infraconstitucionais ou
negociadas, o que inclui a possibilidade de verificação da
aplicabilidade ou não de convenções e acordos coletivos de
trabalho sob aquela sistemática.

A Convenção Coletiva do Trabalho de 2018/2020, dentro


de suas disposições, traz no Parágrafo Primeiro, da Cláusula 11º, a
compensação da gratificação de função pelas horas extras na hipótese de
juízo afastar o enquadramento do cargo de confiança previsto no artigo 224,
§ 2º da CLT, contrariando não só o entendimento consolidado da Súmula nº
109 do TST como também o princípio constitucional da vedação do retrocesso
social, bem como tem como finalidade secundária limitar o poder jurisdicional
do Estado.

Vejamos, a Cláusula em comento:

CLÁUSULA 11 – GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO


O valor da gratificação de função, de que trata o § 2º do
artigo 224, da Consolidação das Leis do trabalho, não será
inferior a 55% (cinquenta e cinco por cento), à exceção do
Estado do Rio Grande do Sul, cujo percentual é de 50%
(cinquenta por cento), sempre incidente sobre o salário do
cargo efetivo acrescido do adicional por tempo de serviço, já
reajustados nos termos da cláusula primeira, respeitados os
critérios mais vantajosos e as demais disposições específicas
previstas nas Convenções Coletivas de Trabalho Aditivas.

Parágrafo primeiro – Havendo decisão judicial que afaste o


enquadramento de empregado na trabalho prestado além da
6ª (sexta) hora diária, de modo que a jornada somente é

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considerada extraordinária após a 8ª (oitava) hora trabalhada,


o valor devido relativo às horas extras e reflexos será
integralmente deduzido/compensado, com o valor da
gratificação de função e reflexos pagos ao empregado. A
dedução/compensação prevista neste parágrafo será
aplicável às ações ajuizadas a partir de 1º.12.2018.

Parágrafo segundo – A dedução/compensação prevista no


parágrafo acima deverá observar os seguintes requisitos,
cumulativamente:

a) será limitada aos meses de competência em que foram


deferidas as horas extras e nos quais tenha havido o
pagamento da gratificação prevista nesta cláusula; e
b) o valor a ser deduzido/compensado não poderá ser
superior ao auferido pelo empregado, limitado aos
percentuais de 55% (cinquenta e cinco por cento) e 50%
(cinquenta por cento), mencionados no caput, de modo
que não pode haver saldo negativo.” Realces acrescidos

A compensação de verbas trabalhistas é um tema


pacífico na Justiça do Trabalho, portanto, não se pode confundir que uma
verba criada para remunerar responsabilidade com uma verba que serve
para remunerar a atividade em horas extraordinárias de labor, como é o
entendimento C.TST:

Súmula nº 109 do TST. Gratificação de função


O bancário não enquadrado no § 2º do art. 224 da CLT, que
receba gratificação de função, não pode ter o salário relativo
a horas extraordinárias compensado com o valor daquela
vantagem.

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Destarte, a referida Cláusula ignora o fato de que, para


haver compensação deve existir reciprocidade de crédito. Tendo em vista
que a parte reclamante não é devedor do reclamado e, consequentemente,
por óbvio, o reclamado não é credor do Reclamante na presente lide, o
requisito mais básico da compensação de verbas não está preenchido no
caso em tela.

Cumpre ressaltar que o trabalhador não poderá ter as


horas extras compensadas com a gratificação de função auferida durante o
contrato de trabalho, isto porque, havendo a compensação, haverá a
redução salarial ilícita, vedado pelo nosso ordenamento jurídico.

Além disso, a Convenção Coletiva ao conceder a


gratificação de função ao empregado, optou por enquadrá-lo na exceção
prevista no § 2º do art. 224 da CLT ainda que este não desempenhasse as
funções inerentes ao cargo. Logo atraiu para si o risco de uma possível
descaracterização do cargo de confiança e ao tentar compensar a
gratificação de função nas horas extras imputa ao empregado a
responsabilidade pelo recebimento da gratificação.

Nesse sentido, destaca-se a decisão proferida através do


v. Acórdão nos autos do processo de n.º: 1001064-19.2019.5.02.0022, o qual
brilhantemente indeferiu a compensação da gratificação de função com
base na Súmula 109 do Colendo TST:

PROCESSO TRT/SP NO 1001064-19.2019.5.02.0022


RECURSO ORDINÁRIO DA 22ª VARA DO TRABALHO DE SÃO
PAULO
RECORRENTES: ITAU UNIBANCO S.A. E ANDRE MOEHLECKE
RECORRIDOS: OS MESMOS

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a) Horas extras e reflexos (matéria comum a ambos os


apelos)
No caso em tela, não cabe acolher as razões recursais
patronais, e, por outro lado, cabe dar guarida ao apelo
do trabalhador, eis que não cabe compensação da
gratificação de função, com base na Súmula 109 do
Colendo TST, no sentido de que o bancário não
enquadrado no § 2º do artigo 224 da CLT, que receba
gratificação de função, não pode ter o salário relativo a
horas extraordinárias compensado com o valor daquela
vantagem, sendo que não se aplica ao caso a
Orientação Jurisprudencial 70 da SDI-1 transitória, já que
não provado pela reclamada a mesma subsunção aos
precedentes que a editaram. Nem se argumente que
ocorreria uma distinção, à luz do artigo 896-C, § 16, do
Colendo TST, com relação ao período a ser apurado em
liquidação de sentença a partir de 01/12/2018 e ações
ajuizadas após tal data, como é o caso em tela, não
obstante a nova redação da cláusula 11, parágrafo
primeiro da norma coletiva (CF, artigo 7°, XXVI):
"Parágrafo primeiro - Havendo decisão judicial que afaste
o enquadramento de empregado na exceção prevista
no § 2º do art. 224 da CLT, estando este recebendo ou
tendo já recebido a gratificação de função, que é a
contrapartida ao trabalho prestado além da 6ª (sexta)
hora diária, de modo que a jornada somente é
considerada extraordinária após a 8ª (oitava) hora
trabalhada, o valor devido relativo às horas extras e
reflexos será integralmente deduzido/compensado, com
o valor da gratificação de função e reflexos pagos ao

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empregado. A dedução/compensação prevista neste


parágrafo será aplicável às ações ajuizadas a partir de
1º.12.2018."
Ocorre que mesmo com a gratificação correspondente
ao adicional de 55% do salário, observa-se que a
remuneração de duas horas extras, observados o
adicional de 50% e divisor 180 e acrescida de reflexos em
descanso semanal remunerado, resulta em valor
correspondente a aproximadamente 50% do salário. O
parágrafo segundo da cláusula em comento veda a
possibilidade de saldo negativo em desfavor do
trabalhador, o que fatalmente ocorreria, pois não haveria
créditos em favor da parte autora. Assim, deve tal
cláusula ser interpretada de forma sistemática e em
consonância com os artigos 7°, VI, da CF, 468 da CLT, que
vedam redução salarial ilícita. Note-se que não se trata
de nulificar a norma coletiva, mas apenas de interpretá-
la à luz dos fatos concretos da causa que denotam
prejuízo em eventual liquidação de sentença, bem como
analisa-se à luz do objeto da cláusula (elemento essencial
do negócio jurídico, na forma do artigo 104 do Código
Civil, não havendo qualquer intervenção arbitrária na
autonomia privada coletiva), estando em conformidade
com o artigo 8°, § 3°, da CLT. Notese que não há ofensas
à Súmula 109 do Colendo TST, a qual pode muito bem ser
aplicada ao caso, não obstante a cláusula coletiva
supramencionada, tendo em vista que esta parte de um
pressuposto equivocado, mandando deduzir verbas de
distintas naturezas jurídicas, o que não é possível, além do
que, como visto, no caso vai gerar prejuízo salarial à

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parte autora, em afronta aos artigos 7°, VI, da CF e 468,


da CLT. Também não há ofensas aos artigos 7º, XVI, da CF
e os artigos 8°, "caput", §§ 1° a 3°, 59, § 1º, 64, 224, 611-A,
§ I, §§ 1° a 5°, da CLT, desde já prequestionados, sendo
desnecessária a interposição de embargos declaratórios.
Nesse sentido, trago à baila o r. julgado:
"No tocante à cláusula 11º da Convenção Coletiva
2018/2020, dispõe a Cláusula que: "Havendo decisão
judicial que afaste o enquadramento do empregado na
exceção prevista no §2º do art. 224 da CLT, estando este
recebendo ou tendo já recebido a gratificação de
função, que é contrapartida ao trabalho prestado além
da 6ª (sexta) hora diária, de modo que a jornada
somente é considerada extraordinária após a 8ª (oitava)
hora trabalhada, o valor devido relativo às horas extras e
reflexos será integralmente deduzido/compensado, com
o valor da gratificação de função e reflexos pagos ao
empregado". Destaca-se que a gratificação corresponde
ao adicional de 55% do salário, enquanto que a
remuneração de duas horas extras, observados o
adicional de 50% e divisor 180 e acrescida de reflexos em
descanso semanal remunerado, resulta em valor
correspondente a aproximadamente 50% do salário. O
parágrafo segundo da cláusula em comento veda a
possibilidade de saldo negativo em desfavor do
trabalhador.
Como pode ser verificado, a convenção coletiva opta
por enquadrar o empregado na regra exceptiva e, na
hipótese de o Poder Judiciário não ratificar a ilegalidade,
o valor pago de gratificação seria compensado com o

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das horas extras devidas, não havendo créditos em favor


da parte Reclamante. Verifica-se, portanto, que não é
possível validar a prática de um ilícito, qual seja,
enquadrar o empregado no art. 224, §2º da CLT, sem que
ele exerça as atividades ali elencadas. Ante o exposto,
considero inválida a regra contida na cláusula n. 11, da
CCT dos bancários, vez que tem por claro objeto fraudar
a aplicação da lei (art. 166, II e VII, do CC), violando o
dever de boa-fé (arts. 187 e 422, do CC) que deve pautar
a atuação dos atores coletivos. Destaca-se que, no caso
em questão, a análise restringiu-se ao objeto da norma
(art. 104 do CC), sendo considerado ilícito, não havendo,
portanto, descumprimento ao art. 8, §3º da CLT.
(PROCESSO TRT 2 1000364- 54.2019.5.02.0083, MM Juiz
Felipe Marinho Amaral, DETJ 20/05/2019).
Pelo exposto, voto pelo desprovimento ao apelo patronal
e voto pelo parcial provimento do apelo obreiro para
que, na apuração das horas extras e reflexos da presente
ação, não sejam permitidas deduções/compensações
da gratificação de função percebida pelo obreiro por
todo o período imprescrito, na forma da Súmula 109 do
Colendo TST, a se apurar em liquidação de
sentença.(grifos nossos)

É importante destacar que no acolhimento da referida


cláusula haverá afronta aos princípios da irredutibilidade salarial e da
dignidade da pessoa humana, ambos expressos na Constituição Federal.

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Não obstante, o Ministério Público do Trabalho da 2ª


Região, na Notícia de Fato NF nº 007604.2018.02.000/1, ao receber a denúncia
para apuração das ilegalidades, encaminhou os autos à Procuradoria Geral
do Trabalho com caráter de urgência para que possam ajuizar uma ação
anulatória buscando a declaração de nulidade com repercussão geral do
parágrafo primeiro, da cláusula 11º, da convenção coletiva de trabalho dos
bancários de 2018/2020 (Doc. 5.1 e 5.2 – Denúncia e abaixo-assinado)

Destarte, a inaplicabilidade do parágrafo primeiro, da


cláusula 11ª da convenção coletiva de trabalho de 2018/2020 é a medida que
se impõe o que desde já se requer.

Vale destacar o trecho da decisão proferida pelo MM.


Juízo da 3ª Vara do Trabalho de Goiânia, nos autos nº 0011704-
48.2018.5.18.0003:
“Quanto à dedução dos valores pagos a título de gratificação
de função da quantia devida a título de horas extras, não
obstante o princípio da autonomia coletiva e a validade
conferida pela Constituição Federal às normas coletivas,
entendo que prevalece o entendimento consagrado pela
Súmula nº. 109, do C. TST. Isso porque o pagamento da
gratificação consiste em remunerar o serviço de maior
responsabilidade prestado pelo trabalhador.
Logo, o abatimento em questão implica em redução salarial,
desacompanhado de outros benefícios capazes de justificar a
supressão aludida, além de enaltecer a precarização das
relações de trabalho.
Não há falar, no mais, em violação ao preceito da isonomia, já
que é justamente o contrário: prima-se pela observância da
isonomia na sua vertente material, além do preceito da
razoabilidade e equidade, assegurando ao trabalhador a justa
e razoável remuneração pelo labor prestado ao banco

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empregador, abrangendo, ainda, a quitação da jornada


suplementar.
Outrossim, a parte ré não pode se eximir das suas obrigações
trabalhistas, apegando-se ao princípio do direito de
propriedade e livre iniciativa, afinal de contas o não
abatimento do valor percebido pelo trabalhador a título de
gratificação das horas extras deferidas acima não atinge os
preceitos citados na contestação.
Na verdade, cuida-se da observância pelo juízo dos direitos
fundamentais trabalhistas consagrados pela Constituição
Federal, regulamentados pela CLT e demais leis esparsas.
Por último, é relevante ressaltar que o posicionamento do juízo
não viola o limite constitucional da separação de poderes, aliás
o que sequer a parte ré consegue explicitar na peça de
resistência; muito menos atinge os diversos comandos citados
pela defesa, a exemplo dos artigos 182, 368 e 884 do Código
Civil, 5º, incisos II e XXXVI, 7º e inciso XXVI e 8º, e incisos I, III, V, VI,
da Constituição Federal, 8º, parágrafo 3º, 444 parágrafo único,
611-A, inciso I e parágrafo 4º, 611-B, parágrafo único, 468,
parágrafos 1º e 2º da CLT, além da inteligência da Súmula 102,
item II do TST e do observado pelo STF em sede de repercussão
geral no RE nº 590.415.”. (Grifos nossos).

Sendo assim, resta evidente a necessidade de ser


reconhecida a inaplicabilidade da referida cláusula, bem como que, diante
do brilhante posicionamento do D. Magistrado supra transcrito, a referida
cláusula fere princípios basilares do Direito e da Justiça do Trabalho.

Ante ao exposto, com fulcro no art. 5º, XXXV e XXXVI, da


Constituição Federal e na Súmula 109 do E. TST, requer a inaplicabilidade do
parágrafo primeiro, da cláusula 11ª da Convenção Coletiva de Trabalho que
dispõe sobre a compensação da gratificação de função pelas horas extras na

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hipótese do juízo afastar o enquadramento do cargo de confiança previsto no


artigo 224, § 2º da CLT.

Data Máxima Vênia, caso não seja esse o entendimento


de Vossa Excelência, com fulcro no artigos 5º, XXXVI, da Constituição Federal e
6º, § 2º, da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, requer que seja
deferido o pagamento de horas extras (7ª e 8ª hora) até a data de 01/12/2018
que corresponde o início de vigência da Convenção Coletiva do Trabalho
2018/2020, pois, já alcançado constitucionalmente o seu direito pela
incidência dos artigos 5º, XXXVI, da Constituição Federal e 6º, § 2º, da Lei de
Introdução às Normas do Direito Brasileiro.

5. DADOS FUNCIONAIS

A Reclamante foi admitida aos serviços do Reclamado


em 14/03/2017 para exercer a função de “Analista de Prod. Emp Jr”. Em
01/06/2018 e 01/07/2019 teve sua função alterada para “Analista de Prod.
Emp PL” e “Analista de Prod. Emp. Sr”, respectivamente. Em 18/01/2021 teve
termino no contrato de trabalho a pedido da empregada (Doc. 4 - CTPS).

6. REMUNERAÇÃO

A última remuneração mensal da Reclamante após

quase 4 anos na reclamada foi no importe de R$ 7.985,24 (Sete mil,


novecentos e oitenta e cinco reais e vinte e quatro centavos). (Doc. 06).

7. DO HORÁRIO DE TRABALHO – PEDIDO DE HORAS EXTRAS

A Reclamante, cumpriu a jornada diária de segunda a


sexta-feira, em média, das 09h00min às 18h00min, usufruindo de 1 (uma) hora

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de intervalo para descanso e refeição.

Existe controle de ponto da Reclamante deverá vir à


colação nos termos do artigo 399, 400 do CPC sob pena da aplicação da
Súmula 338 do TST.

Outrossim, importa salientar que a parte obreira, no


exercício de sua função sempre desempenhou atividades meramente
técnicas e burocráticas feitas pelo primeiro escalão dos trabalhadores
bancários sem qualquer juízo de conveniência e oportunidade em suas
atribuições que pudessem causar qualquer prejuízo ao Banco e seus clientes,
como será devidamente demonstrado na instrução processual.

Nesse sentido, trazemos a baila que, a reclamante jamais


exerceu cargo de confiança, uma vez que, percebe-se conforme ficha de
atualizações da CTPS da obreira que a mesma jamais teve qualquer aumento
salarial nos moldes supra referidos (de 55% previsto nas normas coletivas, ou
no mínimo, previsto no artigo 224, §2º ou 62 da CLT).

De mais a mais, a autora sempre exerceu funções


estritamente técnicas que nada envolviam gestão, estando a reclamante
subordinada a diversos superiores dentro da estrutura do réu, assim como os
demais empregados, não podendo receber o mesmo enquadramento de
cargo de confiança/gestão que seus superiores.

Numa estrutura que possui uma grande escala de


hierarquia, não é crível que a reclamante possuísse o mesmo grau de fidúcia,
ou, ainda, grau superior, de funcionários muitos níveis hierárquicos acima do
seu.
Ademais, ressalta-se que a reclamante possui controle de

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jornada, sendo obrigada a ter seu controle de horário devidamente anotado.

Ainda, nem se alegue a aferição de gratificação de


função, haja vista que a ré, de forma ardilosa, utiliza do desmembramento
salarial como forma de burlar o contrato de trabalho, alegando suposto cargo
de confiança em razão do recebimento de uma possível gratificação. Isto
porque o próprio banco réu considera a soma das parcelas salário base e
comissão de cargo como efetivo salário da autora, constando tal informação
em seus próprios recibos de pagamento.

Vejamos que para que a reclamante fosse


“enquadrada” como cargo de confiança deveria ter tido aumento salarial
compatível com o cargo, sendo evidente que no caso em analise, não
ocorreu o enquadramento no cargo de confiança, e sim desmembramento
salarial, bem como ausência do preenchimento dos critérios subjetivos.

Percebe-se, pelo exposto, que a autora, de fato, jamais


recebeu aumento salarial nos moldes das CCT’s anexas, ou no mínimo nos
moldes do artigo 62, II ou ainda, 224, § 2º, ambos da CLT, a título de
gratificação de função.

Ainda, destacamos os entendimentos abaixo que


comprovam que, no desempenho da função de “Analista” não há cargo de
confiança:

Processo: 1001464-29.2018.5.02.0067
2.4.2. JORNADA DE TRABALHO. HORAS EXTRAS
Postula o reclamante o pagamento de horas extras além

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da 6ª diária, e sucessivamente, da 8ª diária.


A ré, por sua vez, alega que o obreiro estava inserido na
hipótese prevista no art. 224, §2º, da CLT.
Analiso.
Por primeiro, deve-se verificar se o reclamante, tal qual
alega a reclamada, exercia cargo de confiança
bancário, enquadrando-se, com efeito, na exceção
prevista pelo art. 224, §2º, da CLT.
Para caracterização do cargo de confiança bancário
não é necessária a existência de amplos poderes, tal
qual é exigida para o cargo de confiança do art. 62, II,
da CLT. O que se exige é que o empregado apenas tenha
atribuições de maior responsabilidade do que um
bancário comum, de modo que se verifique a existência
de uma especial fidúcia do empregador em relação
àquele empregado. Não obstante, deve existir, ainda, o
pagamento de gratificação correspondente a 1/3 do
salário base do empregado
Por se tratar de fato impeditivo do direito do autor, é ônus
do réu a demonstração que ela está inserida na exceção
prevista pelo §2º, do art. 224, da CLT, nos termos do art.
373, II, do NCPC e 818 da CLT, encargo do qual não se
desvencilhou.
Ao que tudo indica dos elementos de prova produzidos
nos autos, em especial, da prova oral, pode-se inferir que
as atividades da empregada eram ligadas ao setor
tecnológico do banco, sobretudo, realizando
codificação e suporte técnico da área da tecnologia de
informação. A obreira não era o responsável pela
criação e desenvolvimento de projetos em si, sendo

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responsável apenas por prestar suporte técnico. Não


havia exigência de especial confiança por parte do
empregador. A função do trabalhador era limitada,
sendo certo que não reunia autonomia suficiente para
criar, dirigir ou desenvolver algum projeto tecnológico do
banco. Sua atividades eram simplesmente de execução
e suporte técnico.
Sob este prisma, considero que a reclamante não está
enquadrado na hipótese do §2º, do art. 224 da CLT.
Deve-se salientar que, embora a obreira recebesse
gratificação superior a um terço do salário, não há outros
indícios que ele tenha se ativada em cargo de confiança
durante este período, gozando de autonomia e de
especial fidúcia do empregador.
Destaca-se, ainda, que o fato de o empregado receber
essa gratificação, por si só, não caracteriza o exercício
de cargo de confiança. O acréscimo salarial apenas
destina-se a remunerar a responsabilidade do cargo
ocupado.
Com efeito, entendo que a autora não se enquadrava
na exceção art. 224, § 2º, da CLT, ao contrário,
desempenhava funções burocráticas e estava sujeito ao
regime de jornada de 6 horas diárias e 30 horas semanais.
Nesse quadro, condeno a ré pagamento das horas
extras, assim consideradas as excedentes da 6ª diária ou
30ª semanal, o que for mais benéfico.(grifo nosso)

Processo: 1000220-18.2018.5.02.0018
Das horas extras:
A reclamante requer o recebimento de horas extras

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considerando a aplicação do disposto no artigo 224,


caput, da CLT. A reclamada, por sua vez, afirma que a
reclamante exerceu função de confiança nos termos do
artigo 224, § 2.º da CLT. Quanto ao enquadramento no
artigo 224, § 2.º da CLT, primeiramente devem ser
analisados as peculiaridades e os requisitos do cargo de
confiança bancário.
Dispõe o artigo 224, § 2.º da CLT:
"Art. 224 - A duração normal do trabalho dos
empregados em bancos, casas bancárias e Caixa
Econômica Federal será de 6 (seis) horas continuas nos
dias úteis, com exceção dos sábados, perfazendo um
total de 30 (trinta) horas de trabalho por semana.
(...)
§ 2º - As disposições deste artigo não se aplicam aos que
exercem funções de direção, gerência, fiscalização,
chefia e equivalentes, ou que desempenhem outros
cargos de confiança, desde que o valor da gratificação
não seja inferior a 1/3 (um terço) do salário do cargo
efetivo."
Alice Monteiro de Barros, ao tratar do tema, esclarece
que "o art. 224, § 2.º, da CLT pressupõe o preenchimento
de dois requisitos para excluir o bancário da jornada de
seis horas: exercício de funções de direção, supervisão,
fiscalização ou controle e percebimento de gratificação
não inferior a 1/3 do salário do cargo efetivo. Não
cumprida a primeira exigência, relativa à natureza da
função, tem-se que a gratificação paga ao empregado
visou a remunerar-lhe a maior responsabilidade do cargo
e não a retribuir o serviço realizado em sobretempo à

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jornada legal de seis horas".


Continua a autora ponderando que "os cargos a que
alude o § 2.º do art. 224 da CLT são considerados de
'confiança especial'; resultam da natureza da atividade e
do comissionamento do trabalhador. A exceção prevista
nesse dispositivo legal, que sujeita o bancário a oito horas
diárias de trabalho, abrange todos os cargos que
pressupõem atividades de coordenação, supervisão ou
fiscalização, não exigindo a lei amplos poderes de
mando e de gestão (Súmula n. 102, inciso I, do TST). Daí se
infere que a expressão cargos de confiança bancária
tem aqui um alcance muito maior do que aquele previsto
no art. 62, II, da CLT"1.
Maurício Godinho Delgado pondera que "o dispositivo
especial considera ocupante deste cargo também o
exercente de funções de fiscalização - embora não de
tratando de chefe, tem de ter inquestionáveis poderes
fiscalizatórios".
Ainda, complementa o autor que "em face dessa
tipificação mais atenuada do cargo de confiança
bancária (em contraponto com o cargo de confiança
geral, do art. 62, da CLT), enquadram-se, regra geral, no
modelo da lei os gerentes bancários, os tesoureiros de
agência, os reais chefes de setor ou serviço. Nestes casos,
evidentemente, deve estar evidenciado o exercício de
poderes de direção ou chefia, embora não tão amplos
quanto os exigidos pelo modelo geral celetista (art. 62).
Também de maneira geral os inspetores de agência,
embora não sejam necessariamente chefes, tendem a se
enquadrar na função de confiança bancária, uma vez

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que exercem notáveis atribuições de fiscalização"2.


Nesse sentido:
"CARGO DE CONFIANÇA BANCÁRIA. REQUISITOS. A
configuração do cargo de confiança bancária (artigo
224 da CLT) requer demonstração do exercício de maior
fidúcia e o cumprimento de atividades diferenciadas,
não se exigindo, porém, funções administrativas de
direção e chefia como requisito essencial." (TRT - 2.ª
Região - Proc. 00026183920125020058 - Ac. 20150307181 -
3.ª Turma - Rel. Des. Rosana de Almeida Buono - DOE
23/04/2015)
"BANCÁRIO. CARGO DE CONFIANÇA. ART. 224, § 2º, DA
CLT. Para o enquadramento do bancário no artigo 224, §
2º, da CLT, não é necessário que ocupe posição
hierarquicamente elevada, no patamar superior
ostentado pelos exercentes de cargos de gestão;
todavia, é necessário que o trabalhador exerça cargo
revestido de especial fidúcia, que se singulariza pela
delegação de atribuições de maior relevo dentro da
estrutura administrativa da agência. O exercício de
função meramente técnica, como a assistência contábil,
não dá ensejo ao enquadramento do empregado
bancário na regra exceptiva, por não revelar, por si só, a
confiança diferenciada." (TRT - 2.ª Região - Proc.
00014022920135020019 - Ac. 20150298093 - 5.ª Turma - Rel.
Des. Maria da Conceição Batista - DOE 22/04/2015)
No caso concreto, restou comprovado que a reclamante
não exerceu qualquer cargo de confiança, conforme os
depoimentos colhidos em audiência.
Destaco o depoimento do próprio preposto da

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reclamada, no sentido de que a reclamante era


responsável pela gestão dos fornecedores que
desenvolviam "softwares", atuando apenas na
verificação das entregas conforme "checklist".
Ora, a atividade de acompanhar o cumprimento de
prazo, verificando se os sistemas (softwares) entregues
estavam corretos, de acordo com o denominado
"checklist", confirma que tal atividade era meramente
burocrática, não sendo exigida da reclamante fidúcia
especial ou maior grau de responsabilidade em
comparação, por exemplo, a um caixa.
A lei prevê exceção em relação aos bancários que
realmente exerçam as funções de direção, gerência,
fiscalização, chefia ou outras equivalentes, sendo
incontestável que a reclamante não exerceu tais
funções.
Ademais, por se tratar de exceção a lei deve ser
interpretada de forma restritiva.
Sendo assim, reconheço o enquadramento da
reclamante no artigo 224, caput, da CLT, motivo pelo qual
condeno a reclamada ao pagamento das horas extras
prestadas a partir da sexta hora. (grifo nosso)

Ainda, destacamos o entendimento trazido pelo Tribunal


Regional da 02ª Região que corrobora para o direito da reclamante:

HORAS EXTRAS - CARGO DE CONFIANÇA


O Juízo de primeiro grau concluiu que o reclamante
exercia cargo de confiança e rejeitou o pedido de horas
extras, inclusive aquelas excedentes à 8ª diária, por

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considerar válidos os cartões de ponto trazidos aos autos,


bem como em razão de a jornada arbitrada no período
no qual não foram juntados controles de ponto não
comportar horas extras. Contra essa decisão o
reclamante se insurge, aduzindo que o ônus da prova do
alegado cargo de confiança era do Banco réu; que é
incontroverso que o reclamante nunca teve
subordinados; que, como analista, realizava tarefas
técnicas e não há que se falar em enquadramento no §
2º, do artigo 224 da CLT.
O art. 224, § 2º, da CLT dispõe que não se aplica a carga
horária reduzida de 6 horas diárias e 30 horas semanais
aos empregados bancários que exerçam funções de
direção, gerência, fiscalização, chefia e equivalentes ou
que desempenhem outros cargos de confiança, na
hipótese em que o valor da gratificação for superior a um
terço do salário do cargo efetivo.
No caso, restou controverso apenas o requisito relativo à
configuração, ou não, do exercício do cargo de gestão,
à luz das reais atribuições do empregado, uma vez que a
gratificação de função recebida era superior a 50% do
ordenado básico, destacando-se o contracheque do
mês de novembro/2018, em que consta o pagamento de
ordenado de R$ 4.679.75 e gratificação de R$ 2.780,56 (fl.
709). Tendo em vista as regras de distribuição do ônus da
prova fixadas nos arts. 818, II, da CLT e 373, II, do CPC,
compete inteiramente ao reclamado comprovar o
enquadramento da reclamante nas exceções previstas
no art. 224, § 2º, da CLT, por se tratar de fato impeditivo
do direito vindicado pela autora. Analisando a prova

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produzida nos autos, em especial a prova oral, constata-


se que o réu não logrou se desvencilhar de seu encargo
probatório.
A única testemunha ouvida afirmou:
"...que o escopo das atividades da área do reclamante é
acompanhar o fluxo das atividades de crédito rural,
atualmente com 3 analistas; que o sistema do Ministério
da Agricultura dá o valor da atualização da taxa de
SELIC e o reclamante compara com a memória de
cálculo que é feita por ele, para fins de atualização da
taxa para pagamento quando atrasa a parcela do
FUNCAFE; que a célula/equipe de analistas do
reclamante é responsável pela administração do passivo
do FUNCAFE; que o reclamante não liderou o projeto e
nem foi ponto focal do FUNCAFE; que o reclamante tem
acesso aos seguintes dados para fins de consulta: dados
cadastrais dos clientes, modalidades, valores e número
de parcelas de contratos, fluxo de pagamentos, extratos
bancários de clientes do banco e dados dos clientes
cadastrados na operação do FUNCAFE fornecido este
acesso pelo Ministério da Agricultura; que se a
atualização da SELIC o banco tinha prejuízo financeiro;
que para a memória de cálculo há uma planilha pronta
no sistema e o analista somente insere o valor da SELIC no
campo próprio; que para o pagamento precisa
autorização do gerente; que a tesouraria que faz o
pagamento do passivo após passadas as informações
pelo setor do reclamante; que o depoente executa as
mesmas atividades do reclamante; que todos os analistas
possuem os mesmos acessos; que o coordenador fiscaliza

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os serviços do analista da célula..." (fls. 1200).


Conclui-se, assim, que as atribuições do reclamante
relacionadas ao financiamento rural eram meramente
administrativas, pois não há evidências de que não tinha
alçada para analisar documentos, opinar sobre os
financiamentos, assinar termo de quitação, nem realizar
crédito de valores na conta de clientes. Do depoimento
da testemunha denota-se que o reclamante alimentava
planilhas e necessitava de autorização do superior para
autorizar pagamentos.
Para a configuração da especial fidúcia de que trata o
parágrafo 2º do art. 224 da CLT, é necessário que o
empregado exerça, em algum nível, as atribuições ali
relacionadas, distintas da mera rotina diária ou do
simples e esquemático andamento do serviço, a
evidenciar que foi ungido da particular confiança do
empregador e não daquela comum, inerente à própria
formação do contrato de trabalho. Note-se que não são
funções de confiança, nessa acepção, as que apenas
requerem uma maior qualificação ou especialização do
empregado ou assumem feição meramente técnica
(ainda que com certo grau de complexidade).
No caso vertente, está claro que o cargo ocupado pelo
reclamante era puramente técnico no sentido acima
enunciado, sem desdobramentos de caráter
administrativo reveladores de que foi o empregado
investido da especial confiança do Banco e substituía o
empregador em alguma medida no local de trabalho. O
fato de o autor ter acesso a dados básicos dos clientes,
ainda que sigilosos, é inerente à função de bancário, eis

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que compete aos empregados dos Bancos lidar com


patrimônio de terceiro, sendo natural o manuseio de
informações sensíveis e restritas. Ressalte-se, ainda, que
não controverte do processado que o reclamante não
possuía subordinados.
Como se extrai do depoimento colhido, a função
exercida era apenas técnica e nenhum tipo de liderança
ou direção foi outorgado ao reclamante, que dispunha
de margem muito reduzida de autonomia para executar
seu trabalho. Significa que o reclamante operava de
acordo estritamente com a metodologia decorrente das
diretrizes definidas pelo réu. É possível concluir, nessa
moldura, que o reclamante exerceu funções
eminentemente técnicas sem nenhum grau de
autonomia, poder de decisão ou representatividade do
empregador no local de trabalho. Nessas condições, a
comissão de cargo que recebeu visou apenas remunerá-
lo pela maior qualificação ou responsabilidade do cargo,
sem se confundir com o pagamento devido ao
exercente das funções cogitadas no parágrafo 2º do art.
224 da CLT.
Desse modo, faz jus o autor à jornada normal de 6 horas
diárias do bancário.
(...)
Por todo o exposto, dou provimento ao recurso do
reclamante para deferir-lhe horas extras excedentes da
6ª diária e 30ª semanal com reflexos em DSRs, sábados e
feriados, 13º salários, férias + 1/3 e FGTS. O divisor é 180 e
a Súmula 264 do TST deverá ser observada. (TRT 02ª
Região - Joao Carlos Grillo x Itaú Unibanco S/A – RO

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1001479-45.2018.5.02.0019) (grifo nosso)

Vale ressaltar que a reclamante não possuía qualquer


fidúcia especial que pudesse enquadrá-lo no §2ª do artigo 224 da CLT. Além
disso, é importante ressaltar que para haver a configuração do cargo de
confiança é necessário a demonstração de amplos poderes, o que não é o
caso dos autos.

Deste modo, considerando que a Reclamante se


enquadra no caput do art. 224 da CLT, como bancária, a Reclamante faz jus à
jornada especial de 06 horas. Apesar da sua jornada sempre ultrapassar o
limite legal e contratual, conforme já descrito, não percebeu as horas extras,
como de direito.
Nesse sentido, destacamos que a reclamante não
possuía qualquer fidúcia especial que pudesse enquadra-la no cargo de
confiança. Vale ressaltar que a reclamante, se quer, poderia elaborar sua
auto avaliação, haja vista que esta era feito pela sua gestora

Outrossim, para fins de configuração do exercício de


cargo de confiança, os princípios da primazia da realidade e da busca da
verdade real devem prevalecer na análise do caso concreto, em detrimento
da forma como a função do empregado é designada, sendo certo que a
mera gratificação de função não é suficiente para enquadrar o empregado
nos moldes do § 2º do art. 224 da CLT nem tampouco pode haver a
compensação da gratificação da função com as horas extraordinárias, como
é o entendimento C.TST:

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Súmula nº 109 do TST. Gratificação de função


O bancário não enquadrado no § 2º do art. 224 da CLT,
que receba gratificação de função, não pode ter o
salário relativo a horas extraordinárias compensado com
o valor daquela vantagem.

No mais, importa observar que a norma coletiva dos


bancários traz previsão expressa no §1ª, da cláusula 8ª que o pagamento das
horas extras e do adicional noturno repercutirá também aos sábados e
feriados:
CLÁUSULA 8ª ADICIONAL DE HORAS EXTRAS
As horas extraordinárias serão pagas com o adicional de
50% (cinquenta por cento)
Parágrafo Primeiro - Quando prestadas durante toda a
semana anterior, os bancos pagarão, também, o valor
correspondente ao repouso semanal remunerado,
inclusive sábados e feriados. CCT – 2011/2012, 2012/2013,
2013/2014, 2014/2015, 2015/2016; 2016/2018, 2018/2020 e
2020/2022 (Doc. 07 à 14).

As horas extras, inclusive as diferenças, os minutos


residuais (Súmula nº 366 do E. TST), deverão ser pagas a partir da 6a hora diária,
observando-se o divisor 180, nos termos do “caput” do artigo 224 da CLT, face
às disposições contidas no artigo 57 da CLT, e artigo 7º, inciso XXVI, da
Constituição Federal, que assegura a observância das convenções coletivas
de trabalho, sucessivamente à partir da 8ª hora, com o divisor 220, com os
acréscimos previstos na convenção coletiva de trabalho que, in casu, são de
50%, ex vi a cláusula 8a de CCT – 2013/2014, 2014/2015, 2015/2016; 2016/2018,
2018/2020 e 2020/2022. (Doc. 07 à 14)

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No mais, considerando a parte Reclamante se enquadra


no caput do art. 224 da CLT, como bancária, faz jus à jornada especial de 06
horas. Desta forma, requer a parte reclamante o recálculo das horas extras
excedentes à 8ª hora diária e 40ª hora semanal, prestadas e eventualmente já
pagas a menor pelo Reclamado, pois, o salário hora foi calculado a partir do
divisor 220, sendo que o correto, em se tratando de bancário, seria a
aplicação do divisor 180, em respeito ao dispositivo na Súmula 124 Inciso I,
alínea “a”, do C.TST.

Nos termos da Súmula 264 do C. TST, as horas extras


deverão ser calculadas com base na remuneração total da Reclamante.
Além disso, o Reclamado deixou de pagar os salários decorrentes das
integrações das horas extras nos repousos semanais remunerados (RSR’s), bem
como as integrações dessas verbas à remuneração, notadamente, nas férias
vencidas e vincendas, acrescidas de 1/3, gratificações natalinas vencidas e
vincendas, FGTS, PLR, ATS, abono único, adicional noturno e demais verbas
rescisórias, em conformidade com a jurisprudência dos Tribunais Trabalhistas, e
a Súmula nº 172 do E. TST e artigo 7º, “a”, da Lei nº 605/49.

Considerando que as horas extras são prestadas durante


toda a semana, a Reclamante faz jus ao valor correspondente ao repouso
semanal remunerado, inclusive, sábados e feriados, consoante a convenção
coletiva de trabalho, evidenciada no parágrafo 1º da cláusula 8ª de CCT –
2013/2014, 2014/2015, 2015/2016; 2016/2018, 2018/2020 e 2020/2022 (Doc. 07 à
14)

8. HORAS EXTRAS NOS PERÍODOS DE DESCANSO – DA PROTEÇÃO DA MULHER.

A Reclamante, cumpriu jornada diária de segunda a


sexta-feira, em média, das 09h00min às 18h00min, com intervalo de 01 (uma)

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hora para descanso e refeição.

Existia controle de horário e fazendo jus à súmula 338 do


TST, o controle de ponto da Reclamante deverá vir à colação nos termos do
artigo 399, 400 do CPC, porém, não gozou do intervalo previsto no artigo 384
da CLT, a que fazia jus.

Em que pese o artigo 384 da CLT, ter sido revogado pela


lei (Lei 13.467/2017), não exclui o direito da reclamante. Extrai do contrato de
trabalho da reclamante que na época do contrato o referido artigo vigorava
e sua revogação não pode prejudicar a reclamante, uma vez adquiriu seu
direito na vigência da lei anterior.

A Consolidação das Leis Trabalhista, em seu artigo 384, no


capítulo dedicado a proteção do trabalho da mulher, estabelece que, em
caso de prorrogação do horário normal, será obrigatório um descanso de 15
(quinze) minutos no mínimo, antes do início do período extraordinário do
trabalho. Assim, a Reclamante faz jus a 15 (quinze) minutos extraordinários,
visto que não usufruiu do referido descanso antes de iniciar as horas
extraordinárias, mencionadas no item retro.

O intervalo já foi amplamente debatido pelo plenário do


E. Supremo Tribunal Federal e pacificado o entendimento por meio da Súmula
28 do C. TRT da 2ª Região, vejamos:

SÚMULA 28 do C. TRT da 2ª Região. "Intervalo previsto


no artigo 384 da CLT. Recepção pela Constituição
Federal. Aplicação somente às mulheres. Inobservância.
Horas extras.

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O artigo 384 da CLT foi recepcionado pela Constituição


Federal consoante decisão do E. Supremo Tribunal
Federal e beneficia somente mulheres, sendo que a
inobservância do intervalo mínimo de 15 (quinze) minutos
nele previsto resulta no pagamento de horas extras pelo
período total do intervalo."

No mais, importa destacar que o contrato de trabalho da


reclamante teve início antes da vigência da Lei n.º 13.467/2017, razão pela
qual, a sua revogação não poderá alcançar os contratos de trabalho
iniciados antes da entrada em vigor da referida lei.

Isto porque, os contratos de trabalho iniciados em


período anterior a vigência da lei, estavam em curso e não há limitação
expressa na legislação para que a concessão do intervalo de 15 (quinze)
minutos seja concedido até 11/11/2017, data em que a Lei n.º 13.467/2017
entrou em vigor.
Além disso, no presente caso, não há que se aplicar o
princípio do “tempus regit actum”, haja vista que o referido princípio tem
incidência às normas de caráter processual e não de caráter material, como
no presente caso.

A aplicação da Lei 13.467/2017 para embarcar efeitos


futuros de uma relação contratual já em andamento precisaria de uma
previsão legal sob pena de violação ao princípio da segurança jurídica e da
irretroatividade das leis insculpidos nos artigos 5º, inciso XXXVI, da Constituição
Federal e artigo6º, caput, da LINDB.

É nesse sentido que temos os seguintes entendimentos:

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"(...) RECURSO DE REVISTA DA RECLAMADA. HORAS EXTRAS


DECORRENTES DA INOBSERVÂNCIA DO INTERVALO DO ART.
384 DA CLT. PRETENSÃO DE LIMITAÇÃO DA CONDENAÇÃO
AO PERÍODO CONTRATUAL ANTERIOR À VIGÊNCIA DA LEI
Nº 13.467/2017. DIREITO INTERTEMPORAL 1 - Há
transcendência jurídica quando se constata em exame
preliminar a controvérsia sobre questão nova em torno da
interpretação da legislação trabalhista. 2 - Cinge-se a
controvérsia acerca da incidência do art.384 da CLT,
revogado pela Lei nº 13.467/2017, ao contrato de
trabalho iniciado antes da vigência da referida lei e que
permaneceu em vigor até 16/08/2018. 3 - A questão já foi
apreciada por essa Turma, no julgamento do RR-1556-
35.2017.5.12.0017, de minha relatoria, com acórdão
publicado no DEJT em 21/02/2020: " Tratando-se de
parcela salarial, devida se configuradas determinadas
circunstâncias, a alteração legislativa que suprimiu o
direito à parcela não alcança os contratos daqueles
trabalhadores que já possuíam o direito a seu
pagamento, enquanto aquelas circunstâncias não forem
alteradas. Do contrário, estaríamos albergando a
redução da remuneração do trabalhador, embora não
alterada a situação de fato que a amparava, o que é
vedado pelo art. 7º, VI, da Constituição Federal ". 4 - Sob
a ótica do direito intertemporal, aplicam-se as normas de
Direito Material do Trabalho do tempo dos fatos, em
respeito ao princípio da irretroatividade da lei "tempus
regit actum" (art. 5º, XXXVI, da CF/88). 5 - E, quando
contrato já se encontra em curso quando da inovação
legislativa, tratando-se de parcela salarial, a alteração

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legislativa que suprimiu ou alterou o direito à parcela não


alcança os contratos daqueles trabalhadores que já
possuíam o direito a seu pagamento, enquanto aquelas
circunstâncias não forem alteradas, sob pena de se
chancelar a redução da remuneração do trabalhador e
ferir direito adquirido. 6 - Recurso de revista de que não
se conhece" (Ag-ARR-1000777-04.2018.5.02.0374, 6ª Turma,
Relatora Ministra Katia Magalhaes Arruda, DEJT
09/04/2021).

"RECURSO DE REVISTA. PROCESSO SOB A ÉGIDE DA LEI Nº


13.015/2014 E ANTERIOR À LEI Nº 13.467/2017 . AÇÃO CIVIL
COLETIVA. HORAS EXTRAS DECORRENTES DA SUPRESSÃO
DO INTERVALO DO ART. 384 DA CLT. PROTEÇÃO ESPECIAL,
MEDIANTE LEI, AO MERCADO DE TRABALHO DA MULHER
(ART. 7º, XX, CF), SEM CONFIGURAR AFRONTA À ISONOMIA
(ART. 5º, CAPUT E I, CF). CONTRATOS CELEBRADOS EM
MOMENTO ANTERIOR AO ADVENTO DA REFORMA
TRABALHISTA. LIMITAÇÃO TEMPORAL LIMITADA À
VIGÊNCIA DA LEI 13.467/17. IMPOSSIBILIDADE. ART. 5º,
XXXVI, DA CRFB. Em caso de prorrogação do horário
normal, é obrigatória a concessão de um descanso de
no mínimo 15 (quinze) minutos à empregada, antes do
início do período extraordinário do trabalho, em razão da
proteção ao trabalho da mulher. O Tribunal Pleno desta
Corte, por força da Súmula Vinculante nº 10, do STF, na
apreciação da inconstitucionalidade do art. 384, da CLT,
conforme Incidente de Inconstitucionalidade em Recurso
de Revista, consagrou a tese de que a norma ali contida,
ao garantir o descanso apenas à mulher, não ofende o

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princípio da igualdade, em face das diferenças inerentes


à jornada da trabalhadora em relação à do trabalhador.
Portanto, permanece em vigor o disposto no art. 384 da
CLT. Frise-se, ainda, que o descumprimento do intervalo
previsto no art. 384 da CLT não importa em mera
penalidade administrativa, mas enseja o pagamento de
horas extras correspondentes àquele período, tendo em
vista tratar-se de medida de higiene, saúde e segurança
do trabalhador. Insta destacar, a propósito, que a
Constituição da República autoriza, expressamente,
tratamento diferenciado em benefício da mulher
trabalhadora, mas não o inverso (art. 7º, XX, CF), no
contexto do princípio geral da isonomia (art. 5º, caput e I,
CF/88). Sobre o tema, registre-se que ao contrário do que
entendeu o TRT, são inaplicáveis as disposições da Lei
13.467/17 aos contratos trabalhistas firmados em
momento anterior à sua entrada em vigor, os quais
devem permanecer imunes a modificações posteriores,
inclusive legislativas, que suprimam direitos já exercidos
por seus titulares e já incorporados ao seu patrimônio
jurídico - esse é, justamente, o caso dos autos. Portanto,
embora o art. 384 da CLT tenha sido revogado pela Lei
13.467/2017, os contratos de trabalho das substituídas que
se iniciaram em data anterior à vigência da Lei
13.467/2017 não são alcançadas pela revogação do
direito ora vindicado . Recurso de revista conhecido e
parcialmente provido " (RR-2255-37.2017.5.07.0026, 3ª
Turma, Relator Ministro Mauricio Godinho Delgado, DEJT
30/04/2021).

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“1. INTERVALO DO ART. 384 DA CLT. CONTRATOS DE


TRABALHO INICIADOS ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI Nº
13.467/2017. LIMITAÇÃO TEMPORAL DO DIREITO À
VIGÊNCIA DO REFERIDO DIPLOMA LEGAL

Quanto ao tema em destaque, constato haver


transcendência, tendo em vista tratar-se de questão
nova nesta Corte Superior.
No particular, o TRT decidiu que “não há, no entanto,
garantia da fruição do período intervalar posterior à
vigência do referido diploma legal, isto é, a partir de
11.11.2017, tendo em vista a ausência de alicerce legal a
assegurar o direito a fruição desse intervalo”.
Entendo, contudo, que a supressão do intervalo de 15
minutos para mulher antes do início do trabalho
extraordinário, promovida pela Lei nº. 13.467/2017, não
alcança os contratos de trabalho firmados antes da sua
entrada em vigor e ainda em curso.
Com efeito, não se aplica o princípio do “tempus regit
actum”, de incidência restrita às normas de caráter
processual, às normas de cunho material, como no caso.
A aplicação retroativa da Lei 13.467/2017 no campo
material, para abarcar efeitos futuros de uma relação
jurídica já constituída, é exceção que demandaria
previsão legal expressa nesse sentido, sob pena de
violação aos princípios da segurança jurídica e da
irretroatividade das leis (arts. 5º, XXXVI, da Constituição
Federal e 6º, caput, da LINDB), sobretudo diante da

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irredutibilidade salarial consagrada no art. 7º, VI, da Carta


Política.
Esta Corte aplicou este mesmo entendimento quando da
alteração da base de cálculo do adicional de
periculosidade pela Lei nº. 12.740/2012, conforme se
extrai da Súmula 191, III, do TST (“A alteração da base de
cálculo do adicional de periculosidade do eletricitário
promovida pela Lei nº 12.740/2012 atinge somente
contrato de trabalho firmado a partir de sua vigência, de
modo que, nesse caso, o cálculo será realizado
exclusivamente sobre o salário básico, conforme
determina o § 1º do art. 193 da CLT.”.).
(...)
Nessa medida, conheço do recurso de revista por
violação do art. 5º, XXXVI, da Constituição Federal, e, no
mérito, dou-lhe provimento para afastar a limitação da
condenação à vigência da Lei nº 13.467/2017, em
relação aos contratos de trabalho iniciados antes da
vigência do referido diploma legal.(TST - ARR:
16043420175120036, Relator: Hugo Carlos Scheuermann,
1ª Turma, Data de Publicação: 24/06/2021)

Ressalta-se que não há previsão expressa para a


limitação temporal do intervalo de 15 (minutos) para os contratos de trabalho
iniciados antes da vigência da norma.
Ante o acima exposto, o reclamado deverá ser
condenado ao pagamento das horas extras relativas a não concessão de
intervalo de 15 (quinze) minutos por todo o período, antes do início de cada
jornada extraordinária, bem como as integrações das horas extras nos
repousos semanais remunerados (RSR’s) e as integrações dessas verbas à

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remuneração, notadamente, nas férias vencidas e proporcionais, acrescidas


de 1/3, gratificações natalinas vencidas e proporcionais, saldo de salário, FGTS,
PLR, ATS, 13ª salários, abono único, adicional noturno, gratificações contratuais
e eventuais direitos legais oriundos do contrato de trabalho.

9. DA INOBSERVÂNCIA DOS CRITÉRIOS DE MÉRITO E PROMOÇÃO PREVISTOS


EM NORMATIVO INTERNO DO BANCO – DIFERENÇAS SALARIAIS

O banco Reclamado possui um Regulamento interno


consubstanciado na Circular Normativa Permanente RP-52 que dispõe sobre a
Política de Administração da Remuneração Fixa de seus funcionários.

Com isto, dentro da política da reclamada, cada cargo


possui várias faixas ou níveis salariais como referência salarial do cargo
ocupado e após isto, os aumentos salariais poderiam decorrer de promoção,
mérito, enquadramento ou reajuste prevista na Convenção Coletiva.

Conforme o regulamento interno do banco (Política de


Administração da Remuneração Fixa–Circular Normativa Permanente RP-52),
os aumentos salariais por promoção e mérito estavam vinculados à
avaliação de desempenho dos funcionários, que ocorria a cada seis meses.

Ocorre que, em 2020 a reclamante obteve como


avaliação destaque, todavia, sem que o Reclamado observasse os corretos
critérios de promoção e mérito da obreira através da RP52, não lhe
concedeu o aumento salarial previsto no regulamento, muito menos o PRAD,
causando-lhe inegáveis prejuízos.

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O que tenta a reclamante passar é que, não há razão


para que a reclamada crie uma política interna dispondo sobre a promoção
dos funcionários através de regras, sendo que as referidas regras não são
aplicadas para todos de forma igual, como aconteceu com a reclamante em
2020.

É nesse sentido, que em outra oportunidade a reclamada


fora condenada no pagamento das diferenças salarial pela inobservância do
Regulamento interno:

Diferenças salariais
Diz o reclamante que faz jus ao recebimento de
diferenças salariais, ao argumento de que o reclamado
não observava os critérios de evolução salarial disposto
em sua norma interna denominada "RP-52". Afirma que o
réu não exibiu as tabelas salariais praticadas, o que o
impossibilitou de demonstrar que sempre recebeu salários
abaixo do 1º nível da faixa salarial.
Examino.
Na inicial, disse o autor que o reclamado, por meio da
norma interna "RP-52", adotou uma Política de
Administração de Remuneração Fixa na qual há a
previsão de várias faixas/níveis salariais, devendo ser
respeitado o primeiro ponto da faixa, como referência
salarial do cargo ocupado. Afirmou que sempre recebeu
salários abaixo do primeiro nível de sua faixa salarial, o
que, no seu entender, girava em torno de R$3.000,00
mensais. Sustentou que não eram observados, ainda, os
critérios de mérito e promoção, dispostos na mesma

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norma "RP-52", o que lhe causou prejuízos na ordem de


R$4.000,00 mensais.
O reclamado, por seu turno, em defesa, disse que não
possui plano de cargos e salários homologado pelo MTE,
o que é um obstáculo ao deferimento do pleito. Afirmou
que "jamais foi fixado um piso salarial para as funções
exercidas pelo reclamante, sendo que a distribuição
salarial levava em conta a capacidade técnica, tempo
de formação, pós-graduação, assim como outros itens
relativos ao profissional e a complexidade das tarefas
exercidas" (id f64006c, pág. 466 do PDF). Sustentou que as
faixas salariais servem "como parâmetro para o próprio
reclamado, em casos, v.g., de promoção/mérito de
empregados para que se soubesse até quando
poderiam ser aumentados os salários sem a necessidade
de serem alterados os cargos" (id f64006c, pág. 466 do
PDF).
O preposto em audiência, declarou que "o reclamado(a)
possui Plano de Cargo e Salários; que não sabe se os
critérios são objetivos" (id 6f84beb, pág. 1438 do PDF).
Pois bem.
Muito embora não tenha o reclamado trazido aos autos
documento que demonstre a efetiva formalização e
regularização do Plano de Cargos e Salários, o que se
pretende nesta demanda não é o reenquadramento, mas
sim as diferenças salariais decorrentes da não adoção de
critérios claros, igualitários e transparentes para todos os
empregados do banco, o que, segundo afirma o
reclamante, gerou-lhe prejuízos e tratamento
discriminatório.

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Sendo assim, o ônus de provar os critérios e a sistemática


estabelecidos pelo Banco para fins de definição de
cargos e respectivas faixas salariais pertence ao
reclamado, em face do princípio da aptidão para a
prova, não se podendo transferir esse encargo para o
reclamante, data venia.
Cumpre ainda observar que no documento de id
0050d86 (pág. 39/41 do PDF), em que pese não ter sido
colacionado aos autos em sua integralidade, há a
expressa referência a critérios a serem observados para a
remuneração na admissão, no mérito e na promoção,
bem como a faixas salariais, destacando-se o seguinte
trecho: "No caso de admissões, transferências e
promoções, o primeiro ponto da faixa salarial dever ser
usado como referência".
Ora, se por um lado o reclamado sustenta a inexistência
de Plano de Cargos e Salários, mas admite a estipulação
de critérios para a remuneração de seus empregados,
divulgada por meio de norma interna, cabia a ele efetuar
a integral exibição desses regramentos instituídos e
aplicáveis a todos os seus empregados.
Não se desvencilhando, portanto, o reclamado, de seu
encargo probatório, reitere-se, em conformidade com o
princípio da aptidão para a prova, reputo verdadeiras as
alegações da exordial, resultando devidas as diferenças
salariais postuladas na letra "b" e "c" da inicial, conforme
se apurar em liquidação, observando-se os critérios
dispostos no item 4.2, do documento de id 0050d86 (pág.
40/41 do PDF), e os documentos referentes à

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performance do autor acostados aos autos sob id


cb8d870 (págs. 559/573).
Acentuo que, em observância aos princípios da
razoabilidade e da proporcionalidade e a fim de se evitar
o enriquecimento sem causa do obreiro, deverá o
reclamado, na fase executória, juntar aos autos a íntegra
na norma "RP-52", bem como as tabelas salariais por ele
praticadas, sob pena de serem considerados os valores
indicados na inicial.
Por essas razões, data venia, dou parcial provimento ao
apelo para condenar o reclamado a pagar ao
reclamante, no período imprescrito, diferenças salariais,
em razão da regularização da faixa salarial e em face da
promoção e mérito, observando-se os critérios dispostos
no item 4.2, do documento de id 0050d86 (pág. 40/41 do
PDF), e os documentos referentes à performance do autor
acostados aos autos sob id cb8d870 (págs. 559/573), com
reflexos em gratificação de função, aviso prévio, férias +
1/3, 13º salários, horas extras e FGTS + 40%. Deverá o
reclamado, na fase executória, juntar aos autos a íntegra
na norma "RP-52", bem como as tabelas salariais por ele
praticadas, sob pena de serem considerados os valores
indicados na inicial. (grifo nosso) ( TRT-3 – RO
00109677720165030150 MG, Relator: José Marlon de
Freitas, Data de Julgamento: 24/08/2017, Oitava Turma,
Data de Publicação: 24/08/2017)

Requer, pois, seja determinado ao Reclamado a


exibição completa de seu regulamento interno que contenha os critérios
de promoção e mérito dos funcionários, bem como todas as avaliações

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da Reclamante e tabela da faixa salarial, de todo período contratual, tudo


SOB AS PENAS DO ARTIGO 400 DO NCPC, condenando o Reclamado ao
pagamento de diferenças salariais do ano de 2020 em virtude da
inobservância dos critérios de mérito e promoção previstos na Circular
Normativa Permanente RP-52, POR TODO PERÍODO CONTRATUAL, tomando-
se por base os percentuais de reajustes máximos previstos na referida
norma e que tal diferença seja apurada em perícia contábil, o que desde já
requer, sem prejuízo dos reflexos em comissão de cargo, férias+1/3, 13º salários,
FGTS, horas extras e reflexos legais.

Ainda, requer que a reclamada seja intimada a juntar


todas as avaliações da reclamante do período do contrato de trabalho.

Caso o Banco Reclamado não traga aos presentes


autos os documentos ora requeridos, de forma a obstar a realização da
PERÍCIA TÉCNICA CONTÁBIL, requer seja o mesmo incurso nas penas do ARTIGO
400 DO NCPC, de maneira a considerar como devidas as diferenças salariais
provenientes da remuneração variável suprimida na maior porcentagem
prevista na norma, qual seja, 25 % em 2020. com reflexos em todos
consectários legais, tais como 13º salários, férias + 1/3, DSR’s, inclusive sábados
e feriados, FGTS, e nas horas extras e reflexos.

10. ENQUADRAMENTO SALARIAL

Durante o contrato de trabalho, a reclamante não


recebeu o salário fixo compatível com o piso da área, fazendo jus aos devidos
valores, bem como aos seus reajustes.

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Nesse diapasão destacamos o princípio da isonomia,


insculpido no artigo 07ª, inciso XXX no qual veda as incoerências salariais no
âmbito empresarial:

XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de


funções e de critério de admissão por motivo de sexo,
idade, cor ou estado civil;

Ainda, para que não reste dúvidas ao direito da obreira,


destacamos o que preceitua o artigo 461 da CLT:

Art. 461. Sendo idêntica a função, a todo trabalho de


igual valor, prestado ao mesmo empregador, no mesmo
estabelecimento empresarial, corresponderá igual salário,
sem distinção de sexo, etnia, nacionalidade ou idade.

Portanto, deverá a reclamada ser condenada a pagar


a reclamante as diferenças salariais pela inobservância do salário do piso da
área, bem como os devidos reajustes previstos na Convenção Coletiva do
período.

Por fim, ad cautelam, deferidas as diferenças salariais


pelo enquadramento salarial da reclamante, requer, desde já, que o novo
piso salarial sirva como base de cálculos para as verbas a serem apuradas na
procedência da presente demanda.

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11. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE

A Reclamante, do período imprescrito até março de 2020


laborou nas dependências da reclamada no CEIC Itaú – Praça Alfredo Egydio
de Souza Aranha, nº100, Parque Jabaquara, São Paulo – SP, CEP 04344-030,
Torre Eudoro Vilela.

E no exercício de suas atividades, trabalhou em


condições perigosas, desempenhando suas funções em áreas de risco
acentuado, pois laborava próximo a um tanque de armazenamento de
líquidos inflamáveis (óleo diesel), para alimentação do grupo gerador.

Nessa esteira a Reclamante faz prova cabal e


incontroversa do alegado pelo laudo pericial judicial POSITIVO (prova
emprestada Doc. 16 e 17) com adicional de periculosidade do mesmo local
de labor da Reclamante, senão vejamos:

DOCUMENTO 15
Processo Nº: - 1001358-04.2020.5.02.0033
Perito: Sr. MARCEL DAS NEVES D’ARCO,
Autor: - JANAINA DA SILVA LOPES
Ré: - Itaú Unibanco S.A.
Assunto: - PERICULOSIDADE.
Data da Inspeção: - 03/06/2021
Horário da Perícia: - 09h:00min.
Local da Perícia: - Praça Alfredo Egydio Souza Aranha, nº100,
Torre Eudoro Vilela, Jabaquara – São Paulo/SP.
(...)
10 – CONCLUSÃO:

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Após vistoria efetuada no local de trabalho da reclamante,


bem como das funções por ela desenvolvidas, podemos
concluir:
Há periculosidade nas atividades e funções desenvolvidas pela
reclamante, de acordo com o que preconiza o Anexo 2 da
Norma Regulamentadora 16, da Portaria 3214/78, desde o início
do período imprescrito até junho de 2019.

DOCUMENTO 16
Processo Nº: - 1001416-66.2018.5.02.0715.
Perito: Sr. Otavio Gouvêa.
Autor: - Renato Adriano Dias.
Ré: - Itaú Unibanco S.A.
Assunto: - PERICULOSIDADE.
Data da Inspeção: - 14/03/2019.
Horário da Perícia: - 11h:30min.
Local da Perícia: - Praça Alfredo Egydio Souza Aranha, nº100,
Torre Eudoro Vilela, Jabaquara – São Paulo/SP.
(...)
X – CONCLUSÃO:
PERICULOSIDADE POR INFLAMÁVEL
Ponderando sobre o que foi apresentado anteriormente,
conclui-se que, de acordo com a NR-16 da Lei n. º 6.514,
aprovada pela Portaria 3.214/78, o Autor LABOROU em
condições perigosas, FAZENDO JUS ao adicional sob este título.

Denota-se ainda dos laudos periciais judiciais que os


períodos dos contratos de emprego são compatíveis com o contrato da
Reclamante.

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Ocorreu que, o reclamado não pagou o adicional de


periculosidade devido, nos termos do artigo 193, § 1º da CLT e Súmula 361, do
C. TST. Desta forma, faz jus a Reclamante ao adicional de periculosidade até
março de 2020, calculado na forma prevista no parágrafo 1º do artigo 193
Consolidado, bem como à integração de referido adicional à remuneração
para todos os efeitos legais, de acordo com a nova redação do artigo 457,§1º
da CLT, consoante as SÚMULAS DO E. TST, especialmente nas horas extras (7ª e
8ª), RP 52, gratificações natalinas, vencidas e vincendas férias acrescidas de
1/3, vencidas e proporcionais, horas extras, vencidas e proporcionais, DSR’s,
13º salários, FGTS, PLR, ATS, adicional noturno, gratificações contratuais e
demais direitos legais, contratuais vencidos e proporcionais.

Outrossim, requer a designação de perícia técnica para


comprovação da periculosidade arguida.

12. DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS

O reclamado não pagou a reclamante as referidas


verbas nas épocas próprias.

Via de consequência, em sendo devidas a reclamante as


verbas discorridas nesta exordial, nos termos do artigo 791-A DA Lei
13.467/2017, corroborado com o entendimento do artigo 85 do CPC/2015, a
parte perdedora no processo deverá arcar com os honorários do advogado
da parte vencedora, entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de
15% (quinze por cento) sobre o valor da condenação.

Desta feita, requer a condenação da reclamada ao


pagamento de honorários advocatícios, em razão da mera sucumbência, à
luz do artigo 791-A da Lei 13.467/2017, bem como artigo 85, § 2º, do CPC/2015.

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Sucessivamente, em que pese a condenação dos


honorários advocatícios sucumbenciais devidos pela reclamada, em razão da
concessão dos benefícios da Justiça gratuita apresentadas no tópico a seguir,
cabe à reclamante, desde já, requerer à sua isenção quanto à referida verba,
caso haja à sua condenação para pagamento à parte contraria.

Isto porque, o Supremo Tribunal Federal entendeu por


julgar inconstitucional as normas trabalhistas que preveem a cobrança dos
honorários advocatícios sucumbenciais e inclusive dos honorários periciais aos
beneficiários da justiça gratuita. Vejamos a r. decisão proferida na ADI 5766 :

Decisão: O Tribunal, por maioria, julgou parcialmente


procedente o pedido formulado na ação direta, para
declarar inconstitucionais os arts. 790-B, caput e § 4º, e
791-A, § 4º, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
vencidos, em parte, os Ministros Roberto Barroso (Relator),
Luiz Fux (Presidente), Nunes Marques e Gilmar Mendes.
Por maioria, julgou improcedente a ação no tocante ao
art. 844, § 2º, da CLT, declarando-o constitucional,
vencidos os Ministros Edson Fachin, Ricardo Lewandowski
e Rosa Weber. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre
de Moraes. Plenário, 20.10.2021 (Sessão realizada por
videoconferência - Resolução 672/2020/STF).

Logo, por maioria de votos, o Colegiado considerou


inconstitucionais os dispositivos que estabelecem a necessidade de
pagamento dos honorários advocatícios e periciais pela parte vencida ainda

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que seja beneficiaria da justiça gratuita, o que autorizava o uso de créditos


trabalhistas devidos nos autos para pagamento dessas verbas.

Assim, a declaração de uma norma inconstitucional


possui o chamado efeito ex tunc, ou seja, retroativo à data da criação da
norma. Isto porque, a constitucionalidade das leis situa-se no plano de
validade dos atos jurídicos, de modo que uma lei declarada inconstitucional
será considerada lei nula.

Logo, em razão da decisão proferida pelo C. STF, tem-se


a necessidade de efeito vinculante à todos os processos que possuem a
referida questão, com efeito erga omnes e ex tunc.

Desse modo, requer desde já, a exclusão da verba à


titulo de honorários advocatícios sucumbências a ser cobrado pela
reclamante em razão da declaração da inconstitucionalidade da norma que
previa o pagamento da verba aos beneficiários da justiça gratuita.

13. DA JUSTIÇA GRATUITA

Encontra-se a Reclamante impossibilitada de arcar com


as custas e despesas processuais, sem prejuízo de seu sustento e de seus
dependentes, requerendo a concessão dos benefícios da justiça gratuita.

Nesse sentido, no que tange aos princípios que gerem a


Justiça do Trabalho, encontra-se por pressuposto a facilitação do acesso à
justiça, o que inclui a noção de “jus postulandi” e de assistência judiciária
gratuita, ou seja, a gratuidade, inclusive, é um princípio do processo do
trabalho, como se sabe, e deve abranger todas as despesas do processo.

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Neste certame, o devido processo legal e o direito à


ampla defesa, na Justiça do Trabalho, têm contornos historicamente bem
definidos, tendo como norte o princípio do amplo acesso à Justiça do
Trabalho, pelo qual busca-se facilitar ao trabalhador a defesa judicial de seus
direitos.

Outrossim, trata-se de meio inerente à ampla defesa (art.


5º, LV, da Constituição) no âmbito da Justiça Especializada, de modo que o
critério da gratuidade de justiça se justifica diante da natureza alimentar dos
créditos trabalhistas e encontra respaldo, ainda, nos princípios do valor social
do trabalho (art. 1º, IV, da Constituição) e da função social da propriedade
(art. 5º, XXIII, da Constituição).

Nesse sentido, impõe-se declarar que a justiça gratuita é


um beneficio constitucional para aquele cuja a situação econômica não
permita pagar as custas processuais sem prejuízo de seu próprio sustento e de
sua família.

Vale ressaltar que corrobora com o referido


entendimento os termos dos enunciados aprovados na 2ª Jornada de Direito
Material e Processual do Trabalho, em sua Comissão 7, Enunciado 3.

Não obstante a tais princípios, o artigo 790, § 3º da CLT


dispõe que:

CLT - Art. 790 - § 3º É facultado aos juízes, órgãos


julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de
qualquer instância conceder, a requerimento ou de
ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a
traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário
igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite
máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência
Social.

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Neste sentido, verifica-se que a lei refere-se àqueles que


perceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite
máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.

Ad cautelam, salienta-se ainda que, o fato da reclamante


não estar assistida por advogado particular NÃO afasta a presunção de
miserabilidade formalmente declarada através do termo de declaração em
anexo (doc.2), como in casu, vez que absolutamente ilegal, ademais porque a
declaração de pobreza acostada foi prestada SOB AS PENAS DA LEI.

Com efeito, a Lei 1.060/50 não obriga ao necessitado


utilizar-se do serviço da assistência judiciaria oferecida pelos Poderes Públicos
Federal e Estadual, prevê, expressamente, em seu parágrafo 2º, artigo 5º, a
hipótese de patrocínio do necessitado por advogado particular indicado pela
Ordem dos Advogados do Brasil – OAB.

Prevê, ainda, o parágrafo 4º do supracitado artigo, a


indicação pelo PROPRIO INTERESSADO de advogado particular, não havendo,
portanto, qualquer exigência da assistência sindical e/ou estadual.

Com efeito, a reclamante não pode arcar com as custas


processuais, sem prejuízo de próprio sustento e de sua família, haja vista que sua
atual situação financeira é bem diferente de quando trabalhava na reclamada
sendo perfeitamente cabível o deferimento ao benefício da gratuidade da
justiça e isenção de custas processuais, nos termos da Lei 5.584/70.

Portanto, requer a Reclamante os benefícios da Justiça


Gratuita, haja vista, este não possuir condições financeiras de demandar sem
prejuízo do próprio sustento e da sua respectiva família. Observa-se que a

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isenção de custas atende aos ditames da Lei 7.117/83, no art. 1º e da Lei


1.060/50, uma vez que informa seu estado de pobreza através da declaração
acostada aos autos. (Doc. 02).

14. DOS JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA – INDENIZAÇÃO COMPENSATÓRIA

Requer a reclamante que seja considerado por Vossa


Excelência, o índice de correção IPCA-E – CORREÇÃO PELO INDICE IPCA-E,
REFERÊNCIA PROCESSO/TST: ARGINC – 479-60.2011.5.04.0231 até a data de
citação, e a partir da citação juros cíveis conforme determinado pelo artigo
406 do código cível, conforme decidido pelo Supremo Tribunal Federal nas
ADCs 58 e 59 e ADI 5867, de 18/12/2020.

De forma que, requer ainda a reclamante que quando a


referida taxa Selic der índice negativo, seja conferido ao reclamante de forma
suplementar uma indenização compensatória nos moldes dos artigos 317, 402,
404 do CC, visto ser plenamente cabível tal compensação, uma vez que o
reclamante colaborou para os lucros da empresa e ainda, está deixando de
auferir o devido lucro na época da prestação do serviço, de forma que, não
pode o juízo concordar em aplicar somente a taxa Selic o que por vezes
sequer remunera a prestação de fato prestada, tornando o resultado do
trabalho precário.

Isto porque, conforme decidido pelo Supremo Tribunal


Federal nas ADCs 58 e 59 e ADI 5867, de 18/12/2020, o índice de correção
deverá ser feito pelo IPCA-E até a data de citação, e a partir da citação juros
cíveis conforme determinado pelo artigo 406 do código Civil.

Tal decisão, até que venha transitar em julgado, viola o


princípio da isonomia, porque o crédito trabalhista é privilegiado em relação
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aos créditos civis e até mesmo aos tributários, conforme podemos extrair do
art. 83 da Lei 11.101/2005 (Lei de Recuperação Judicial e Falência), como
também, do art. 100 §1º, da Constituição e do art. 186 do Código Tributário
Nacional. Por tal motivo, a “equalização” dos juros moratórios trabalhistas
deveria ser feita com os juros aplicáveis aos créditos tributários, atualmente na
base de 1% a.m. (Código Tributário Nacional, art. 161 §1º).

Por outro lado, a correção monetária sob a ótica da


SELIC cria situação desproporcional e ainda mais vantajosa ao empregador, já
que a taxa, no ano de 2020, sequer cobria a inflação do período. Vejamos que
em 2020 a SELIC fechou em 2,0% a.a., sendo que a inflação teve alta histórica
e fechou em 4,52% a.a., caso essa margem e diferença continuem, isto
refletirá negativamente ao trabalhador e colocará o empregador em posição
vantajosa, tendo em vista que haveria um défice de -2,52% a.a. para o obreiro
no que tange a correção monetária.

Desse modo, a posição anunciada é a de um enorme


rebaixamento dos créditos trabalhistas, estimulando as ilegalidades e
contribuindo com a impunidade patronal. Daí, por assim dizer, resultou uma
redução da condição de cidadania dos trabalhadores e trabalhadoras,
sendo completamente falsa, portanto, a premissa utilizada no voto de que “a
dívida trabalhista judicializada vem assumindo contornos extremamente
vantajosos.

Isto porque, o Supremo Tribunal Federal afastou, sem


declaração de inconstitucionalidade, a regra do §1º do artigo 39 da Lei nº
8.177, aplicada na Justiça do Trabalho de forma incontestada desde 1991,
que fixava juros de mora para os créditos trabalhistas na ordem de 1% ao mês,
desde o ajuizamento da reclamação trabalhista, cuja aplicação, inclusive,
não interrompia, como devido, a incidência da correção monetária (durante
um tempo pela TRD, depois pela TR e, ultimamente, pelo IPCA-E).
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Assim, o que pretende a reclamante é a aplicação


correta do que determinou o Supremo Tribunal Federal, de forma que, que
quando a referida taxa Selic der índice negativo, seja conferido ao
reclamante, de forma suplementar, uma indenização compensatória nos
moldes dos artigos 317, 402, 404 do Código Civil.

Nesse sentido, se compararmos o trabalho da reclamante


ao um imóvel improdutivo, temos que este conforme enunciado da súmula
618 do STF, a taxa de juros da desapropriação, direta ou indireta, é de 12% ao
ano, ou seja, o trabalhador vale menos que um imóvel improdutivo? Já que a
aplicação somente da taxa Selic, levaria o trabalho da reclamante sem
nenhuma compensação pela demora na percepção. Visto sua percepção
natureza alimentar, e pior diríamos que vale menos que um imóvel
improdutivo? E o princípio da dignidade da pessoa humana art. 1°,III da CF,
temos que um imóvel tem mais valor do que um ser humano?

Ressalta-se, que a aplicação de uma indenização


compensatória não constitui anatocismo, conforme enunciado da súmula 102
do STJ, sendo perfeitamente possível a sua aplicação de modo a compensar
sobre a demora da percepção de um crédito trabalhista.

Ainda, nem se pode alegar ferimento à coisa julgada


para o indeferimento da indenização Compensatória, uma vez que o Supremo
Tribunal Federal decidiu por aplicar as regras do Código Civil para os créditos
trabalhista, sendo que, desse modo, deverá ser aplicado de forma integral e
não somente naquilo que pode beneficiar o empregador.

É nesse sentido, que em recente decisão nos autos do


processo de número 1001304-14.2020.5.02.0041, houve a determinação

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expressa para apuração de uma indenização suplementar, em razão dos


prejuízos que a parte passa a ter com a aplicação da correção monetária nos
termos da decisão do Supremo tribunal federal:

PROCESSO TRT/02 Nº 1001304-14.2020.5.02.0041


RECLAMANTE: ANDRÉ LUIZ LEMOS
RECLAMADA: ITAÚ UNIBANCO S/A

Juros e correção monetária seguirão as diretrizes da


decisão proferida na ADC 58/STF e legislação
superveniente. A adoção de índice de correção
monetária e taxa de juros de mora que, conglobados,
são inferiores ao ordinário retorno de aplicação
financeira de baixo risco estimula a mora e, se
caracterizada, recomenda intervenção por parte do juízo
(CLT 765). Nesse sentido e também considerando que a
parte reclamante fora injustamente privada dos
benefícios decorrentes da oportuna posse dos valores
objeto da condenação, autorizada a apuração de
indenização suplementar (CCB 404, parágrafo único). A
indenização fica limitada à diferença entre (1) a
correção monetária aferida por índice notoriamente
adotado pelas instituições financeiras para recomposição
inflacionária acrescida de juros de mora ordinariamente
adotados para a mora civil (IPCA-E + 1% ao mês, a partir
da data de distribuição) e (2) o correspondente valor
apurado pela taxa SELIC. (grifo nosso)

Ainda, cabe destacar a recente decisão trazida pelo


Tribunal Regional da 15ª Região que adotou o que determinou o Supremo

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Tribunal Federal para a correção monetária, contudo, ainda que não tenha
sido matéria de recurso, integrou à reclamação trabalhista uma indenização
compensatória nos termos do artigo 404 do Código Civil, vejamos:

EMENTA: CORREÇÃO MONETÁRIA E JUROS TRABALHISTAS.


ENTENDIMENTO FIXADO PELO STF NAS ADCs 58 e 59.
INCONSTITUCIONALIDADE DA TR. APLICAÇÃO DO IPCA-E E
DA TAXA SELIC (ART. 406 DO CÓDIGO CIVIL).
EQUIPARAÇÃO DO CRÉDITO TRABALHISTA AO CRÉDITO
CIVIL. INDENIZAÇÃO SUPLEMENTAR (JUROS
COMPENSATÓRIOS). APLICAÇÃO DO PARÁGRAFO ÚNICO
DO ART. 404 DO CÓDIGO CIVIL I- ATUALIZAÇÃO DO
CRÉDITO: IPCA-E E SELIC (ART. 406 DO CÓDIGO CIVIL)
Apreciando o mérito das ADCs 58 e 59, o STF, em
dezembro de 2020, definiu a nova forma de atualização
dos créditos trabalhistas e rechaçou a aplicação da TR,
substituindo-a pelo índice do IPCA-E. Além disso, afastou
a aplicação dos juros de mora fixados na Lei n. 8.177/91,
limitou a aplicação do IPCA-E até a data da citação
(notificação do reclamado) e determinou a aplicação,
desta data em diante, da taxa SELIC, conforme previsto
no art. 406 do Código Civil, fixando o pressuposto da
equiparação dos créditos trabalhistas aos créditos civis.
(...)
IV- EFEITO DA EQUIRAÇÃO. REPARAÇÃO DE DANOS E
INDENIZAÇÃO SUPLEMENTAR/JUROS COMPENSATÓRIOS
(APLICAÇÃO DO PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 404 DO
CÓDIGO CIVIL) A decisão do STF, de forma vinculante,
equiparou o crédito trabalhista ao crédito civil e é a partir
dessa equiparação que se deverá, enfim, conceber o

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desrespeito ao direito trabalhista como um ato ilícito, o


que impõe a superação da restrição indevidamente
imposta de onerar o desrespeito à lei, que se integra aos
contratos de trabalho na forma de conteúdo
obrigacional, apenas com os efeitos da incidência de
juros mortuários judiciais (desde a propositura da
reclamação) e correção monetária, atraindo, por
consequência, a possibilidade de se imputar ao
empregador que agiu ilicitamente a obrigação de
reparação das perdas e danos experimentados pela
vítima, sendo que a indenização resultante poderá,
inclusive, ser fixada de ofício pelo juiz, conforme prevê
expressamente o art. 404 do Código Civil, seguindo as
diretrizes traçadas para o regramento da
responsabilidade civil, nos moldes dos artigos 186, 187, 927
e 944 do Código Civil.
O dano, no caso, está pressuposto (não requerendo, pois,
uma prova) pelo próprio fato de que os juros praticados
(ainda mais quando aplicáveis apenas a partir da
propositura da reclamação, momento em que, segundo
o novo padrão fixado, deixa de se aplicar a correção
monetária, pois, em concreto, a SELIC é uma taxa de
juros) são incapazes de cobrir o prejuízo do trabalhador
que somente depois de anos vai reaver o que é seu por
direito, sendo esta exatamente a hipótese tratada no
parágrafo único do art. 404 do Código Civil (que,
ademais, se aplica mesmo quando os juros de mora
tenham sido fixados, fazendo com que a sua incidência
não esteja impedida pela aplicação do art. 406). A
aplicação do parágrafo único do art. 404 do Código

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Civil, ademais, é o que garante que efetivamente se


caminhe, como determinado pelo STF, em direção a uma
equiparação do crédito trabalhista ao crédito civil, até
porque o art. 406 do Código Civil, adotado pelo STF para
a supressão dos juros de mora fixados na Lei n. 8.177/91,
diz, expressamente, que a SELIC só teria incidência
quando o contrato não estipula a questão de modo
diverso. Ocorre que nos contratos cíveis o credor tem
totais condições de "impor" cláusulas moratórias, gerando
como efeito que a previsão do art. 406 do Código Civil
raramente tem aplicabilidade, instaurando-se debates
jurídicos, isto sim, tão somente com relação aos
denominados "juros abusivos".
(...)
Respeitados todos esses preceitos e tomando como
parâmetro também o princípio da isonomia, integro à
presente condenação trabalhista, em favor do
reclamante, a título de reparação de danos pelos atos
ilícitos reconhecidamente praticados pela reclamada, a
indenização suplementar mínima regulada pelo
parágrafo único do art. 404 do Código Civil (ao menos
em patamar similar ao dos juros
compensatórios/remuneratórios jurisprudencialmente
autorizados) equivalente ao percentual de 12% ao ano
ou, mais precisamente, 0,948% ao mês, incidente sobre
os valores mensalmente suprimidos, contando-se da data
das respectivas lesões de direitos até a data em que o
crédito for integralmente satisfeito.

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(TRT-15 - ROT: 00114617120165150096 0011461-


71.2016.5.15.0096, Relator: JORGE LUIZ SOUTO MAIOR, 6ª
Câmara, Data de Publicação: 24/03/2021)

Destaca-se o que preceitua o artigo 404 do Código Civil:

Art. 404. As perdas e danos, nas obrigações de


pagamento em dinheiro, serão pagas com atualização
monetária segundo índices oficiais regularmente
estabelecidos, abrangendo juros, custas e honorários de
advogado, sem prejuízo da pena convencional.
Parágrafo único. Provado que os juros da mora não
cobrem o prejuízo, e não havendo pena convencional,
pode o juiz conceder ao credor indenização
suplementar.

Observa-se que o artigo 404 do Código Civil traz


expressamente o que a Taxa Selic faz com os créditos trabalhistas, uma vez
que esta não é capaz de cobrir os prejuízos que a parte reclamante obteve
em razão da demora no recebimento de seu direito. Logo, em razão do nítido
prejuízo é devido uma indenização suplementar, o que dede já se requer.

DOS PEDIDOS

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Isto posto é a presente para reclamar o pagamento


das seguintes verbas e direitos:

a) Requer que sejam resguardados todos os direitos adquiridos no transcurso


do contrato de trabalho do obreiro pela INAPLICABILIDADE DAS ALTERAÇÕES
DA LEI 13.467/2017 consoante ao fundamentado no item “2” retro.

b) Requer a inaplicabilidade da medida provisória 905/19, (artigo 224 e seus


parágrafos), consoante ao fundamento no item “3”, retro

c) Requer a inaplicabilidade do parágrafo primeiro, da Cláusula 11ª da

Convenção Coletiva de Trabalho que dispõe sobre a compensação da


gratificação de função pelas horas extras (7ª e 8ª) na hipótese do juízo afastar
o enquadramento do cargo de confiança previsto no artigo 224, § 2º da CLT,
sucessivamente, requer que seja deferido o pagamento de horas extras (7ª e
8ª hora) até a data de 01/12/2018 que corresponde o início de vigência da
Convenção Coletiva do Trabalho 2018/2020, pois, já alcançado
constitucionalmente o seu direito pela incidência dos artigos 5º, XXXVI, da
Constituição Federal e 6º, § 2º, da Lei de Introdução às Normas do Direito
Brasileiro, consoante ao item “4”, retro.

d) Horas extras, inclusive as diferenças de horas extras e minutos residuais,


vencidas (Súmula nº 366 do E. TST), a serem pagas a partir da jornada legal de
6ª hora diária, nos termos do art. 224, “caput”, da CLT, observando o divisor
180, sucessivamente à partir da 8ª hora, com o divisor 220, com os acréscimos
previstos na convenção coletiva de trabalho que, in casu, são de 50%, ex vi a
cláusula 8a e o recálculo das horas extras excedentes à 8ª hora diária e 40ª
hora semanal, prestadas e eventualmente já pagas a menor pelo Reclamado
com os acréscimos previstos na convenção coletiva de trabalho, calculadas

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com base na remuneração total do Reclamante, consoante Súmula 264 do C.


TST, consoante ao item “7”
retro............................................................................................................R$ 195.089,69

e) Integrações das horas extras nos RSR’s, nos termos da convenção coletiva
de trabalho e acordos judiciais, consoante ao item “7”
retro.............................................................................................................R$ 35.112,03

f) Integrações da verba pleiteada na alínea “d” e “e”, em epígrafe, nas


gratificações natalinas, férias acrescidas de 1/3, aviso prévio, PLR, ATS, abono
único e eventuais direitos legais e oriundos do contrato de trabalho, em
conformidade com as SÚMULAS DO E. TST, consoante o item “7”, conforme
discriminado abaixo:

I. 13o salário 10/12 (2017) R$ 86,11


II. 13o salário 12/12 (2018) R$ 114,12
III. 13o salário 12/12 (2019) R$ 114,12
IV. 13o salário 12/12 (2020) R$ 114,12
V. 13o salário 02/12 (2021) R$ 114,12
VI. Férias proporcionais 12/12 (2021) R$ 136,12
VII. Abono de férias proporcionais 12/12 (2021) R$ 45,04

g) Pagamento das integrações das horas extras e consectários legais,


postulada supra, no FGTS, do § 1º, do art. 18 da Lei n.º
8.036/90.....................................................................................................R$ 22.035,61

h) Pagamento horas extras referente à não concessão de intervalo de 15


(quinze minutos), nos termos da convenção coletiva de trabalho e acordos
judiciais, consoante o item “08” retro.................................................... R$ 13.535,76

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i) Integrações das horas extras nos RSR’s, nos termos da convenção coletiva de
trabalho e acordos judiciais, consoante ao item “08”
retro.............................................................................................................R$ 7.297,13

j) Integrações da verba pleiteada na alínea “h” e “i”, em epígrafe, nas


gratificações natalinas, férias acrescidas de 1/3, PLR, ATS, adicional noturno,
abono único e eventuais direitos legais e oriundos do contrato de trabalho em
conformidade com as SÚMULAS DO E. TST, consoante o item “08”, conforme
discriminado abaixo:

I. 13o salário 10/12 (2017) R$ 83,61


II. 13o salário 12/12 (2018) R$ 83,61
III. 13o salário 12/12 (2019) R$ 83,61
IV. 13o salário 12/12 (2020) R$ 83,61
V. 13o salário 02/12 (2021) R$ 34,84

VI. Férias proporcionais 12/12 (2021) R$ 18,88


VII. Abono de férias proporcionais 12/12 (2021) R$ 6,29

k) Pagamento das integrações do intervalo de 15 minutos e consectários


legais, postulada supra, no FGTS, do § 1º, do art. 18 da Lei n.º 8.036/90
..................................................................................................................R$ 1.973,79

l)Condenação da reclamada nas diferenças salariais entre o salário base


recebido e o valor previsto na norma RP52 no ano de 2020 e que tal diferença
seja apurada em perícia contábil, consoante item 09
retro.............................................................................................................R$ 28.731,94

m) Pagamento de reflexos das diferenças salariais pela RP 52, integrada à


remuneração para todos efeitos legais, especialmente nas gratificações
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natalinas, férias proporcionais acrescidas de 1/3, horas extras, 13º salários, FGTS,
PLR, ATS, abono único, adicional noturno, gratificações contratuais e demais
direitos legais, contratuais e rescisórios, consoante item “09” retro

I. 13o salário 12/12 (2020) R$ 198,66

n) Pagamento das integrações das diferenças salariais, postulada na alínea


anterior, no FGTS, do § 1º, do art. 18 da Lei n.º
8.036/90....................................................................................................... R$ 3.218,68

o) Pagamento das diferenças salariais do piso da área, em virtude do


enquadramento Salarial e que as referidas diferenças sirvam como base de
cálculo para as verbas apuradas na procedência da ação consoante o item
“10” retro....................................................................................................R$ 13.920,50

p) Pagamento do adicional de periculosidade, integrada à remuneração


para todos efeitos legais, bem como a realização de perícias para
comprovação do alegado, consoante o item “11”
retro...........................................................................................................R$ 15.585,46

q) Pagamento de reflexos do adicional de periculosidade integrada à


remuneração para todos efeitos legais, inclusive nas horas extras (7ª e 8ª)
especialmente nas gratificações natalinas, férias acrescidas de 1/3, RP 52,13º
salários, FGTS, PLR, ATS, abono único gratificações contratuais e demais direitos
legais, contratuais e rescisórios, consoante item “11”.

I. 13o salário 10/12 (2017) R$ 105,85


II. 13o salário 12/12 (2018) R$ 105,85

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III. 13o salário 12/12 (2019) R$ 105,85


IV. 13o salário 12/12 (2020) R$ 105,85

r) Pagamento das integrações do adicional de periculosidade postulada na


alínea anterior, no FGTS, do § 1º, do art. 18 da Lei n.º
8.036/90....................................................................................................... R$ 2.367,78

s) A condenação da reclamada ao pagamento de honorários advocatícios


em razão da mera sucumbência, entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o
máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor da condenação, à luz do
artigo 791-A DA Lei 13.467/2017, bem como artigo 85, § 2º, do CPC/2015 e a
exclusão dos honorários que vierem a ser cobrados para a reclamante
conforme item “12” retro........................................................................R$ 17.030,43

A aplicação do divisor 180 a partir da 6ª hora diária, nos


termos da súmula 124 do TST.

A concessão do benefício da justiça gratuita, certo de


que a Reclamante preenche os requisitos da lei nº 1060/50, e artigo 790, § 3º,
da CLT, consoante faz prova a declaração em anexo (Doc. 02), consoante o
item “13” retro.

DEMAIS REQUERIMENTOS

a) Requer a notificação dos Reclamados de todos os termos do presente


para, ao final, julgada procedente ação, serem condenados ao pagamento
do principal, acrescido de juros, correção monetária (que deverão ser
calculados a partir do índice de correção monetária advindo da cumulação
do IPCA-E – CORREÇÃO PELO INDICE IPCA-E, REFERÊNCIA PROCESSO/TST:
ARGINC – 479-60.2011.5.04.0231), até a data da citação, posteriormente a
taxa Selic, sem prejuízo de indenização compensatória suplementar, nos

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moldes dos artigos 317, 397, 402, 404 do CC combinado com artigo 161, §1º do
CTN, súmula 618 do STF e 102 do STJ, quando o referido índice Selic, for inferior
ou negativo ao mínimo estipulado pelos artigos e súmula supra citado,
consoante item 14 retro.

b) Requer ainda os depoimentos pessoais dos Representantes Legais dos


Reclamados, sob pena de confissão, nos termos do Enunciado nº 74, do
Colendo TST;

c) Requer a aplicação da sumula 368, II do Colendo TST;

d) Requer que não sejam autorizados descontos do crédito do reclamante


referente ao Imposto de Renda e Contribuições Previdenciárias, ao passo que
foi de responsabilidade o reclamado a inadimplência das verbas devidas. Não
obstante, ainda que Vossa Excelência entenda que os descontas sejam ônus
do reclamante, não há que se cogitar na incidência de descontos fiscais sobre
juros de mora. Esta possui natureza indenizatória, nos termos do art. 46, §1º, da
Lei nº 8.541/92 e da O.J. – SDI – 1, nº 400 do C. TST. Ainda, requer que sejam
observadas a progressividade das alíquotas e as épocas próprias para o
cálculo nos termos dos artigos 145, § 1º, 150 inciso II e artigo 153, § 2º, inciso I,
todos da Constituição Federal, da Lei 12.350/10 e da Instrução Normativa RFB
nº 1500, de 29 de outubro de 2014, e posteriores. E quanto aos descontos
previdenciários, requer que a quota parte do reclamante seja limitada ao teto
máximo de contribuição, segundo determina o artigo 68, § 4º, do Decreto nº
2173 de 05/03/97, bem como Orientação Normativa nº 02 de 15/08/94 do Sr.
Secretário da Previdência Social e ainda, Portaria 3964 de 05/06/97 - DOU de
06/06/97

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DOS REQUERIMENTOS FINAIS

a) Requer ainda, por todos os meios de provas em Direito admitidos, a fim


de se provar o alegado, especialmente, depoimentos pessoais, principalmente
da Reclamada, pena da aplicação do Enunciado 74 do C. TST., testemunhais,
juntada de novos documentos, bem como os documentos comuns às partes e
de posse exclusiva da Reclamada e tudo o mais que necessário se fizer, a fim
de se provar o alegado.

b) Requer seja a empresa reclamada, CITADA para que, querendo,


CONTESTE a presente reclamatória, sob pena de REVELIA E CONFISSÃO, para
que ao final seja esta julgada PROCEDENTE, condenando a Reclamada ao
pagamento do principal acrescido de juros e correção monetária e demais
cominações legais de praxe, principalmente, custas processuais, honorários
advocatícios e periciais, e outras verbas que do processo emergirem.

Que todas as publicações, intimações, notificações


e citações sejam realizadas em nome de sua advogada Dra. CAMILA LIMA
RIBEIRO, OAB/SP 306.401, sob pena de nulidade.

Dá-se à presente causa, o valor de R$ 340.608,63


(Trezentos e quarenta mil, seiscentos e oito reais e sessenta e três centavos),
para os efeitos de alçada.

Ad cautelam, Exa., os valores ora atribuídos aos pedidos


da inicial visam, tão somente, adequar o valor atribuído à causa, em estrito
atendimento ao artigo 840 da CLT, tudo acrescido de juros e correção
monetária, na exata forma da inicial, em consonância ao disposto artigo 12

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§2º da Instrução Normativa nº41 do Egrégio Pleno do TST, sem prejuízo do que
vier a ser apurado em regular execução de sentença, tendo em vista que
nesta frase processual não é possível apurar com exatidão os valores
referentes, especialmente, nas horas extras, sobreaviso, PLR, ATS entre demais
direitos oriundos do contrato de trabalho, isto porque. tais documentos estão
em posse exclusivamente da reclamada, nos termos do artigo 324, § 1ª, inciso
II e III do Código de Processo Civil.

Termos em que,
Pede deferimento.
São Paulo, 04 de fevereiro de 2022.

Ariovaldo Lopes Ribeiro


OAB/SP 283.617

Camila Lima Ribeiro


OAB/SP 306.401

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