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Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região

Ação Trabalhista - Rito Ordinário


0000016-69.2022.5.09.0013

Processo Judicial Eletrônico

Data da Autuação: 17/01/2022


Valor da causa: R$ 74.600,00

Partes:
RECLAMANTE: EDMILSON ANTONIO CORREA
ADVOGADO: JOSE AFFONSO DALLEGRAVE NETO
ADVOGADO: SABRINA ZEIN
ADVOGADO: GUILHERME CAVALHEIRO KUSTER
ADVOGADO: MARCOS CESAR RAMPAZZO FILHO
RECLAMADO: CAIXA ECONOMICA FEDERAL
ADVOGADO: MARCOS LUCIANO GOMES
ADVOGADO: ELAINE GARCIA MONTEIRO PEREIRA
PAGINA_CAPA_PROCESSO_PJE
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ____VARA DO TRABALHO DE


CURITIBA - PR.

As notificações e intimações deverão ser endereçadas exclusivamente ao


advogado JOSÉ AFFONSO DALLEGRAVE NETO (OAB/PR 15.211), para maior
facilidade de busca informatizada e celeridade processual, sob pena de nulidade
processual (Súmula 427, do C. TST), sem prejuízo da prática de quaisquer atos
processuais pelos demais procuradores, em conjunto ou separadamente.

EDMILSON ANTÔNIO CORRÊA, brasileiro, bancário, casado,


portador do RG n. 3.361.867-0 SSP/PR, portador do CPF n.
501.418.489-87, residente e domiciliado na Rua Professor Ewaldo
Schiebler, n. 1162, Jardim Social, Curitiba/PR, CEP 82530-160,
nomeia e constitui seus bastantes procuradores, neste ato
representado por seus procuradores que ao final assinam, com
escritório profissional no endereço abaixo impresso, onde recebem
notificações e intimações, vem, perante Vossa Excelência, propor

AÇÃO TRABALHISTA em face de

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF, instituição financeira sob a


forma de empresa pública, inscrita sob o CGC/MF sob o n.º
00360305/0001-04, com sede na Rua Visconde de Nácar, n.º1440,
Bairro Centro, Curitiba, Paraná, CEP 80.410-201, pelos fatos e
fundamentos que passará a expor:

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I - CONTRATO DE TRABALHO

O Autor foi admitido em 14/03/1990, mediante a aprovação em


concurso público e permanece laborando na Reclamada. Atualmente, ocupa o cargo de
técnico bancário e percebe remuneração conforme holerites em anexo.

II - PREJUDICIAL DE MÉRITO – SUSPENSÃO DA PRESCRIÇÃO

Requer-se a suspensão da prescrição com fundamento na


aplicação do artigo 3º da Lei nº 14.010, de 10 de junho de 2020 (abaixo transcrito), ao
presente caso desde o início do período de pandemia pelo corona vírus (20/03/2020
conforme Decreto Legislativo n.º 6 da 20 de março de 2020) ou, sucessivamente, desde
10/06/2020 (data em que entrou em vigor aquela lei citada).

“Art. 3º Os prazos prescricionais consideram-se impedidos ou suspensos,


conforme o caso, a partir da entrada em vigor desta Lei até 30 de outubro
de 2020.
§ 1º Este artigo não se aplica enquanto perdurarem as hipóteses
específicas de impedimento, suspensão e interrupção dos prazos
prescricionais previstas no ordenamento jurídico nacional.
§ 2º Este artigo aplica-se à decadência, conforme ressalva prevista no
art. 207 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil).”

Assim, suspensa a fluência da prescrição por expressa disposição


legal no período de pandemia ou, sucessivamente, durante a vigência da Lei 14.010, de 10
de junho de 2020.

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III - CAUSA DE PEDIR E DOS PEDIDOS

1. APP - ADICIONAL PESSOAL PROVISÓRIO DE ADEQUAÇÃO


AO PFG (antiga CTVA) – PORTE – INCORPORAÇÃO

1.1 Breve histórico dos fatos

Ao longo do contrato de trabalho o Reclamante ocupou funções


comissionadas ininterruptamente por mais de 20 (vinte) anos conforme carteira de trabalho
em anexo. A primeira nomeação foi técnico de nível médio em 1998.

Em 02/02/2020 o Reclamante foi dispensado sem justo motivo da


função de Supervisor de Centralizadora e filial, retornando ao cargo efetivo de Técnico
Bancário.

Após a dispensa do cargo comissionado o Autor percebeu por 120


(cento e vinte) dias os valores da remuneração inerentes à mesma em razão de disposições
em normas internas da Ré (função assegurada). Tal situação constou da CTPS em anexo:

Em que pese tenha sido revertido ao cargo efetivo, o Autor tem


direito à incorporação do total da média da gratificação paga em razão do desempenho
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ininterrupto de funções comissionadas, observando-se as normas internas da própria


Reclamada e a Súmula 372, inciso I, do C. TST.

O entendimento jurisprudencial consolidado (Súmula 372, inciso I,


do C. TST) aplica-se ao caso posto que o Reclamante ocupou função comissionada por mais
de 10(dez) anos ininterruptos e foi unilateralmente destituído sem motivação:

Súmula 372, do C. TST

“Gratificação de função. Supressão ou redução. Limites. (res. 129/2005)


I - Percebida a gratificação de função por dez ou mais anos pelo empregado, se o
empregador, sem justo motivo, revertê-lo a seu cargo efetivo, não poderá retirar-lhe
a gratificação tendo em vista o princípio da estabilidade financeira.”

Todavia, a Reclamada não procedeu à correta incorporação da


gratificação paga ao Reclamante, implicando-lhe prejuízo, bem como ofendendo o princípio
da estabilidade financeira. É que a Reclamada levou em conta tão somente a rubrica “função
gratificada” para o cálculo do adicional, excluindo a rubrica “APP - adicional pessoal provisório
de adequação ao PFG”, que nada mais é que antiga CTVA, da referida apuração.

Quanto à inadequação da conduta da Reclamada há diversos


julgados nos Tribunais Regionais do Trabalho que reconhecem a ilicitude da exclusão da
rubrica “APP - adicional pessoal provisório de adequação ao PFG” do cálculo da média a ser
incorporada:

CEF. ADICIONAL DE INCORPORAÇÃO. COMPOSIÇÃO. PARCELA CTVA.


DIREITO ADQUIRIDO. Em casos nos quais o trabalhador efetivamente
desempenhou função de confiança por período superior a dez anos, tendo
sido, então, dela destituído, a forma de cálculo encetada por normativo
interno da Caixa (RH) viola as disposições da Súmula nº 372 do colendo
TST, em desrespeito ao princípio da estabilidade financeira, porquanto
exclui da base de cálculo do Adicional de Incorporação (AI) a parcela
CTVA. A destituição do cargo comissionado, nada obstante seja lícita
(CLT, artigo 468, parágrafo único), não pode importar em redução do
patamar remuneratório até então praticado, sob pena de ofensa ao direito
adquirido pelo autor. Precedentes. 2. REFLEXOS EM PLR. CÁLCULO
SOBRE A REMUNERAÇÃO. PREVISÃO NORMATIVA. POSSIBILIDADE. Em
decorrência de expressa previsão normativa (ACTs PLR 2016/2017 e
2018/2019), deve ser acolhida a pretensão de recálculo das diferenças da
vantagem em comento, em decorrência do novo valor do adicional de

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incorporação a ser apurado. 3. JUSTIÇA GRATUITA. DECLARAÇÃO DE


HIPOSSUFICIÊNCIA. Basta a simples afirmação do declarante ou de seu
advogado para se considerar configurada a situação econômica suficiente
ao deferimento da gratuidade da Justiça. 4. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
EM FAVOR DA PARTE RECLAMADA. SUCUMBÊNCIA INTEGRAL. A
reclamada aproveitou integral sucumbência no objeto da presente
demanda resultando, por isso, indevidos os honorários advocatícios em
seu favor. 5. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. MAJORAÇÃO. Nos termos do
art. 791-A,, § 2º, da CLT, tendo em conta, ainda, a jurisprudência desta
Turma, comportam majoração os honorários advocatícios fixados na
origem. 6. Recursos ordinários conhecidos, sendo de modo parcial o da
reclamada; desprovido o da reclamada e provido, em parte, o do autor.
(TRT 10ª R.; ROT 0000539-83.2019.5.10.0005; Primeira Turma; Rel. Des. José
Ribamar Oliveira Lima Júnior; DEJTDF 04/11/2021; Pág. 1150)

1.2 Da remuneração da função de confiança – “função


gratificada” + “APP - adicional pessoal provisório de
adequação ao PFG (antiga CTVA)”

Quando do restabelecimento do Reclamante ao posto efetivo e


após a percepção da função assegurada por 120 (cento e vinte) dias, a Reclamada passou a
pagar o valor de R$4.773,16 a título de adicional incorporação, conforme holerite de
julho/2020. Vejamos:

Contudo, referido valor não retrata a gratificação efetivamente


percebida pelo Reclamante antes do rebaixamento, posto que a Reclamada não observou
todas as parcelas agregadas à remuneração em razão da função de confiança.

De acordo com o item 3.2.1 da norma interna RH 115 013


(Remuneração Mensal e Gratificação de Natal) a remuneração base dos empregados de
acordo com sua situação funcional é composta pelas rubricas de natureza não eventual
percebidas. Transcreva-se:

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“REMUNERAÇÃO BASE - RB
3.2.1 É a remuneração mensal composta pelas rubricas salariais de natureza não
eventual de acordo com a Situação Funcional, conforme definição do item 2, na
data em que ela é apurada” (destaques nossos)

Verifica-se, pois, que a Reclamada considera como remuneração


as parcelas recebidas de forma não eventual pelo empregado em observância a sua situação
funcional.

No item “3.2.1.3” da mesma norma interna (RH 115 013) a


Reclamada arrolava todas as parcelas que podem compor a remuneração, constando entre
outras as seguintes rubricas: “cargo comissionado efetivo” e “CTVA - complemento
temporário variável ajuste de mercado”.

Na mesma norma interna, ainda, há previsão no item “3.3.2”


quanto à “CTVA”:
“3.3 RUBRICAS DA REMUNERAÇÃO MENSAL
...
3.3.2 COMPLEMENTO TEMPORÁRIO VARIÁVEL AJUSTE AO PISO DE MERCADO –
CTVA (rubrica 005) – valor que complementa a remuneração do empregado
ocupante de CC efetivo ou assegurado quanto esta remuneração for inferior ao
valor do Piso de Mercado, conforme Anexos VIII, IX, X, XI.” (destaques nossos)

No PFG – Plano de Funções Gratificadas essa rubrica teve sua


nomenclatura alterada para “APP - adicional pessoal provisório de adequação ao PFG”, que
nada mais é que antiga CTVA.

Como o Reclamante ocupou função comissionada desde 1998


teve sua remuneração composta das seguintes rubricas:

Rubricas

Vencimento padrão + vantagens pessoais + função de confiança

Vencimento padrão + vantagens pessoais + função de confiança + ajuste de


remuneração gerencial

Vencimento padrão + vantagens pessoais + cargo comissionado efetivo +


complemento temporário variável ajuste de mercado - CTVA

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Vencimento padrão + vantagens pessoais + função gratificada efetiva +


adicional pessoal provisório adequação PFG + porte unidade

Em novembro/1998 a Reclamada passou a denominar a rubrica


“função de confiança” de “cargo comissionado”, através da edição das Normas Internas RH
022 00 e RH 060 00, alterando a definição originária, bem como alterou a rubrica “ajuste de
remuneração gerencial” para “CTVA - complemento temporário variável ajuste de mercado” .

O Reclamante passou a receber as parcelas “cargo comissionado


efetivo” no lugar da “função de confiança” e “CTVA - complemento temporário variável ajuste
de mercado” no lugar “ajuste de remuneração gerencial”.

Ainda, em julho/2010 a Reclamada alterou a rubrica “CTVA -


complemento temporário variável ajuste de mercado” para “adicional pessoal provisório
adequação PFG” e a rubrica “cargo comissionado efetivo” para “função gratificada efetiva”,
também por mera liberalidade e sem quaisquer alterações na atividade do Reclamante.

Trataram-se, pois, de alterações unilaterais de nomenclatura pela


Reclamada, o que se evidencia pelo fato de não haver simultaneidade em relação às
alterações das funções ocupadas.

Assim, verifica-se que desde 1998 o Reclamante vinha recebendo


duas parcelas em sua remuneração (denominadas desde novembro/1998 de “cargo
comissionado efetivo” e “CTVA”, por último, “adicional pessoal provisório adequação PFG”)
além daquelas inerentes ao cargo efetivo (“vencimento padrão” e vantagens pessoais) em
razão do exercício da função de confiança.

1.3 Da incorporação parcial da gratificação percebida

Conforme já mencionado acima, o Reclamante tem direito à


incorporação das gratificações percebidas em razão do cargo comissionado ocupado, as
quais não poderiam ter sido reduzidas, nos termos do que mandam a Súmula 372 do C. TST

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e as normas internas da própria Reclamada, máxime porque recebidas por mais de 10 (dez)
anos.

Além da já transcrita Súmula, a Reclamada também possui norma


interna sobre o tema que assim estabelece quanto à incorporação das gratificações
percebidas em razão do exercício de cargo comissionado:

RH 151 008
“1. OBJETIVO
1.1 Disciplinar o pagamento da parcela mensal de Adicional de Incorporação devida
ao empregado dispensado do exercício efetivo de cargo em comissão, por
interesse da Administração.
...
3. NORMAS
3.1 O Adicional de Incorporação é a parcela salarial devida ao empregado
dispensado de CC efetivo, por interesse da Administração, e que tenha exercido
CC, na CAIXA, por período maior ou igual (3.650 dias) imediatamente anterior à
dispensa.” (destaques nossos)

Como se vê, a Reclamada reconhece internamente a aplicação da


Súmula 372 do C. TST, estabelecendo o direito à incorporação das gratificações percebidas
pelo desempenho de cargo comissionado por mais de 10 (dez) anos (ou 3.650 dias). Todavia,
na prática, a Reclamada não procedeu a referida integração contrariando não só sua norma
interna, como também a Súmula 372 do C. TST. Senão vejamos.

Quando do enquadramento do Reclamante no cargo de técnico


bancário, retirando-lhe a função de supervisor, e após a percepção da função assegurada por
120 (cento e vinte) dias, a Reclamada passou a pagar o valor de R$4.773,16 a título de
adicional incorporação, conforme holerite de julho/2020.

Ocorre que o Reclamante percebia mensalmente, até janeiro/2020


(antes da destituição), a quantia de R$ 7.578,00 em razão do exercício de cargo
comissionado, retratando a soma das parcelas “função gratificava efetiva” e “adicional
pessoal provisório adequação PFG”, ou seja, a Reclamada não observou as disposições da
Súmula 372 do C. TST, tampouco de sua norma interna acima citada, posto que a soma do

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valor incorporado e da quantia paga a título de CTVA, posteriormente denominada de


“adicional pessoal provisório adequação PFG”, é significativamente inferior à contraprestação
anteriormente recebida em razão do cargo comissionado.

Demonstra-se:

- Até janeiro/2020:
Função gratificada efetiva: R$
4.748,00.
Adic Pessoal Prov Adeq PFG:
R$2.830,00
TOTAL: R$ 7.578,00

- De julho/2020:
Adicional de Incorporação: R$
4.773,16

- Diferença:R$2.804,84

Não se encontra adequado o proceder da Reclamada quanto à


incorporação havida, uma vez que deixou de computar a parcela “adicional pessoal
provisório adequação PFG” (antiga “CTVA - complemento temporário variável ajuste de
mercado”), a qual restou ilicitamente suprimida a parir de julho/2020 (após o término da
função assegurada) e era paga há quase vinte anos ao Reclamante.

Ambas as parcelas: “função gratificada efetiva” (antiga rubrica


“cargo comissionado efetivo”) e “adicional pessoal provisório adequação PFG” (antiga
“CTVA - complemento temporário variável ajuste de mercado”), repita-se, visam a
remunerar o exercício do cargo comissionado, pois, conforme já demonstrado acima, a
definição da rubrica esclarece tanto sua natureza salarial como sua origem no desempenho
da função comissionada, não podendo ser suprimida ou reduzida no presente caso concreto.

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Ainda que não existissem normas internas, o entendimento


jurisprudencial tem sido unânime quanto à “CTVA”:

CEF. ADICIONAL DE INCORPORAÇÃO. REVOGAÇÃO DA NORMA


INTERNA. DIREITO INTERTEMPORAL. Em relação às normas de direito
material vige o princípio da não retroação, para não prejudicar o direito
adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada, nos termos do art. 5º,
inciso XXXVI, da CF. ADICIONAL DE INCORPORAÇÃO. DESIGNAÇÃO
SIMULTÂNEA. DESCENSO SALARIAL. BASE DE CÁLCULO. A hipótese
configurada nos autos é a de que não houve o total descomissionamento
do reclamante, mas houve decréscimo no exercício de função gratificada e
perda remuneratória, o que insere a matéria no precedente da Súmula n.
372 do TST. Para efeito da base de cálculo do adicional de incorporação,
deve-se adotar a média ponderada dos últimos 5 anos de CC/FC, com a
inclusão da CTVA e PORTE DE UNIDADE por serem rubricas pagas em
razão do mencionado comissionamento. Recurso não provido, no
particular. (TRT 13ª R.; ROT 0000180-78.2021.5.13.0006; Primeira Turma; Rel.
Des. Eduardo Sérgio de Almeida; DEJTPB 21/10/2021; Pág. 67)

CTVA (COMPLEMENTAÇÃO TEMPORÁRIA VARIÁVEL DE AJUSTE AO


PISO DE MERCADO). INCLUSÃO NA BASE DE CÁLCULO DO ADICIONAL
DE INCORPORAÇÃO. A supressão da verba CTVA, que compôs a
gratificação de função percebida pelo obreiro por longos anos, constitui
alteração ilícita do contrato de trabalho (art. 468/CLT) e afronta o princípio
da irredutibilidade salarial (art. 7º, VI, CF). Ademais, resta patente o caráter
contraprestativo e, consequentemente, a natureza salarial da aludida
verba. Igualmente, a parcela denominada Porte de Unidade tem caráter
salarial, visto que, de acordo com o Regulamento RH 115 024 da CEF, visa
remunerar o desempenho da função de confiança e compõe a
remuneração base do empregado. Desta feita, merece reforma a sentença,
para condenar a reclamada a incluir as parcelas CTVA e Porte de Unidade
na base de cálculo do Adicional de Incorporação e a pagar ao reclamante
as diferenças salariais daí advindas (parcelas vencidas e vincendas),
observada a média dos valores pagos a título de gratificação nos últimos 5
anos. Recurso provido. (TRT 7ª R.; ROT 0000665-53.2020.5.07.0015; Terceira
Turma; Rel. Des. José Antonio Parente da Silva; DEJTCE 19/07/2021; Pág. 342)

CEF. Ctva. Gratificação de função. Incorporação à remuneração. Princípio


da estabilidade financeira. Natureza salarial. Adicional de incorporação.
Inclusão na base de cálculo. O ctva possui natureza jurídica de gratificação
de função, compondo o salário do empregado para todos os efeitos legais,
inclusive as contribuições devidas à funcef e o saldamento do plano de
previdência reg/replan (verbete 43/2013, item I, do tp). À luz deste
entendimento, o ctva integra, pela média, a base de cálculo do adicional de
incorporação para garantir em sua integralidade o direito à estabilidade
financeira assegurada na forma da Súmula nº 372 do TST ao empregado
que recebeu gratificação de função por dez anos ou mais. (TRT 10ª R.; ROT
0000390-35.2020.5.10.0011; Primeira Turma; Rel. Des. Dorival Borges de
Souza Neto; DEJTDF 14/07/2021; Pág. 402)

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CEF. CTVA. Incorporação. O CTVA. Complemento Temporário Variável


Ajuste de Mercado. Constitui verba, de natureza salarial, destinada a
complementar a remuneração dos exercentes de cargo em comissão na
CEF, pelo que deve ser incorporada ao salário do empregado, inclusive
para o cálculo do adicional de incorporação. (TRT 1ª R.; ROT 0101386-
61.2019.5.01.0032; Nona Turma; Rel. Desig. Des. Claudio José Montesso; Julg.
18/05/2021; DEJT 22/05/2021)

CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. ADICIONAL DE INCORPORAÇÃO. BASE


DE CÁLCULO. INTEGRAÇÃO DO CTVA. PROCEDÊNCIA. O CTVA constitui
uma espécie de gratificação de função complementar, de modo que,
exatamente como ocorre com a gratificação de função, incorpora-se à
remuneração do trabalhador para efeito de reflexos em outras verbas cujo
cálculo envolva o complexo remuneratório. Existindo norma interna da
CEF que exclui o CTVA da base de cálculo do adicional de incorporação,
tal regulamento interno viola o princípio da estabilidade financeira
albergado pela Súmula nº 372 do TST, por isso cuidando-se de norma sem
valor jurídico. (TRT 1ª R.; ROT 0101181-48.2019.5.01.0059; Terceira Turma;
Rel. Des. Rildo Albuquerque Mousinho de Brito; Julg. 03/02/2021; DEJT
13/02/2021)

CEF. ADICIONAL DE INCORPORAÇÃO. INTEGRAÇÃO DAS PARCELAS


CTVA E UNIDADE DE PORTE. As parcelas Complemento Temporário
Variável de Ajuste de Mercado (CTVA) e Porte de Unidade integram a
remuneração base paga em razão do exercício de função de confiança,
possuindo natureza salarial. Desse modo, é devida a integração delas ao
cálculo do adicional de incorporação dos empregados dispensados de
função gratificada. Recurso a que se nega provimento. (TRT 13ª R.; ROT
0000614-32.2020.5.13.0029; Segunda Turma; Rel. Des. Ubiratan Moreira
Delgado; DEJTPB 06/05/2021; Pág. 148)

ADICIONAL DE INCORPORAÇÃO. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DA


PARCELA CTVA. MÉDIA DO VALOR AUFERIDO NO PERÍODO DE CINCO
ANOS. NORMA INTERNA DA CEF 1. Conforme a jurisprudência desta
Corte, a parcela CTVA tem natureza salarial e incorpora-se ao contrato de
trabalho para todos os efeitos legais, inclusive para cálculo do adicional de
incorporação, em observância ao princípio da estabilidade financeira e ao
entendimento desta Corte preconizado na Súmula nº 372 desta Corte.
Julgados. 2. Quanto à forma de cálculo do adicional de incorporação, esta
Corte tem adotado entendimento no sentido de que se deve incorporar a
gratificação, apurando-se a média atualizada dos valores percebidos no
lapso de dez anos. No entanto, considera válido o critério estabelecido no
regulamento da CEF, quando for mais benéfico, ao aplicar a média dos
últimos cinco anos, pelo valor atualizado das funções. Há julgados. 3.
Recurso de revista a que se dá provimento. (ARR-229. 88.2012.5.02.0088, 6ª
Turma, Relatora Ministra Katia Magalhaes Arruda, DEJT 12/04/2019). (TRT 18ª
R.; PetCiv 0001605-51.2011.5.18.0007; Segunda Turma; Rel. Des. Mário Sérgio
Bottazzo; Julg. 17/05/2021; DJEGO 18/05/2021; Pág. 1287)

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COMPLEMENTO TEMPORÁRIO VARIÁVEL DE AJUSTE AO PISO DE


MERCADO (CTVA). INCORPORAÇÃO À REMUNERAÇÃO OBREIRA. O
CTVA FOI INSTITUÍDO PELA CEF PARA COMPLEMENTAR A
REMUNERAÇÃO DO EMPREGADO PELO EXERCÍCIO DE CARGO EM
COMISSÃO, A FIM DE SE ATINGIR O PISO DE MERCADO.
CONSIDERANDO QUE A VERBA TEM COMO OBJETIVO REMUNERAR O
EXERCÍCIO DO CARGO DE CONFIANÇA, HÁ DE SE RECONHECER O
CARÁTER SALARIAL DA PARCELA, SOB A FORMA DE GRATIFICAÇÃO DE
FUNÇÃO, A QUAL DEVE INTEGRAR A REMUNERAÇÃO DA AUTORA, NOS
TERMOS DO § 1º DO ART. 457 DA CLT. A par disso, as disposições da
Súmula n. 372 do TST resguardam o padrão salarial do empregado que
deixa de perceber gratificação de função a ele paga por dez anos ou mais.
Fundamenta-se no princípio da estabilidade financeira, previsto nos
artigos 7º, inciso VI, da Constituição Federal. Nesse contexto, merece ser
mantida a sentença, que deferiu o pedido obreiro relativo à incorporação
do CTVA ao adicional de incorporação. GRATIFICAÇÃO DE PORTE DA
UNIDADE. INCORPORAÇÃO À REMUNERAÇÃO OBREIRA. A Gratificação
de Porte da Unidade, cujo valor está relacionado ao tamanho da unidade e
ao volume de trabalho, é parcela que compõe a remuneração da função
gratificada auferida pela autora em razão do exercício de cargo de natureza
gerencial. Dessa forma, por remunerar o exercício do cargo de confiança, a
Gratificação de Porte tem natureza salarial, correspondente à gratificação
de função. Importante destacar que, para fins de aplicação do item I da
Súmula n. 372 do TST há de se atentar para o lapso temporal
correspondente à percepção da gratificação de função, e não ao período
em que cada parcela fez parte de sua composição. Em outras palavras,
embora a autora tenha percebido a Gratificação de Porte por pouco mais
de 9 anos, a gratificação de função, em si, foi recebida por mais de 10
anos, atendendo-se o requisito da regra prevista no item I da Súmula n. 372
do TST. Faz jus o obreiro, portanto, à incorporação da Gratificação de
Porte ao adicional de incorporação. Recurso patronal não provido, no
particular. (TRT 23ª R.; ROT 0000250-68.2020.5.23.0001; Tribunal Pleno; Relª
Desª Beatriz Theodoro; DEJTMT 21/05/2021; Pág. 179)

CEF. ADICIONAL DE INCORPORAÇÃO. INTEGRAÇÃO CTVA. Possui


natureza salarial o CTVA, parcela vinculada à gratificação de função,
conforme previsão regulamentar da demandada. Por consequência, o
CTVA deve integrar a base de cálculo do adicional de incorporação. (TRT
4ª R.; ROT 0020825-30.2017.5.04.0002; Segunda Turma; Rel. Des. Carlos
Henrique Selbach; Julg. 14/04/2020; DEJTRS 27/04/2020)

“CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - INTEGRAÇÃO DA PARCELA


COMPLEMENTO TEMPORÁRIO VARIÁVEL DE AJUSTE AO PISO DE
MERCADO (CTVA) À REMUNERAÇÃO - O Complemento Temporário
Variável de Ajuste ao Piso de Mercado (CTVA), pago pela Caixa Econômica
Federal com o intuito de garantir aos seus empregados que exerçam cargo
em comissão uma remuneração condizente com aquela praticada pelo
mercado bancário, possui natureza salarial, devendo integrar a
remuneração do reclamante. Como é óbvio, se está vinculada ao exercício
de cargo em comissão, como também vem sendo paga com habitualidade
por um longo período, constitui em uma autêntica gratificação de função e
acarreta um verdadeiro plus no salário do empregado, sobretudo se
corresponde a um percentual considerável da sua remuneração.” (TRT 3ª
Região - 00742-2008-103-03-00-1 – 7ª Turma – Relator: Rodrigo Ribeiro Bueno
– DEJT 24/03/2009) – (destaques nossos)

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“As próprias razões expendidas na defesa da Reclamada, f.126, no sentido


de que a parcela serve de complemento aos empregados de cargos
gerenciais comissionados, que estejam recebendo remuneração inferior à
paga no mercado para o mesmo cargo, já comprovam a natureza salarial
do CTVA, definido no item 9.2 do Plano de Cargos Comissionados, f.494, e
no item 3.3.2, da RH 115, colacionada à f.310, uma vez que condicionado ao
recebimento da gratificação de função, razão pela qual deve ser
incorporado.” (TST-RR-644/2007-057-03-00.7 – 8ª Turma – Ministra Relatora
MARIA CRISTINA IRIGOYEN PEDUZZI - DEJT 08/05/2009) – (destaques
nossos)

Diante do exposto, a redução salarial unilateralmente praticada


pela Ré que suprimiu grande todo o valor pago a título de “adicional pessoal provisório
adequação PFG” (antiga “CTVA - complemento temporário variável ajuste de mercado”),
implicou em ofensa aos artigos 5º, XXXVI, e 7º, VI, ambos da CF/88, art. 422 do CC e ao art.
468, caput, da CLT, sobretudo em razão da natureza salarial atribuída à “CTVA” pela norma
interna RH 115 013 (item “3.2.1.3” – em anexo):

“Art. 468 da CLT. Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a


alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e,
ainda assim, desde que não resultem, direta ou indiretamente,
prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula
infringente desta garantia.”

“Art. 5°, XXXVI, CF. A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato
jurídico perfeito e a coisa julgada; ...”

“Art. 7°, VI, CF. Irredutibilidade do salário, salvo o disposto em


convenção ou acordo coletivo; ...”

“Art. 422 do CC. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na


conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de
probidade e boa-fé.”

Faz jus, portanto, o Reclamante à incorporação integral das


parcelas percebidas pela função de confiança, mormente o “adicional pessoal provisório
adequação PFG” (antiga “CTVA - complemento temporário variável ajuste de mercado”), uma
vez que pagas habitualmente por mais de 10 (dez) anos em razão do exercício de cargo
comissionado, nos termos da Súmula 372, do C. TST, não podendo ser reduzidas. Faz jus,

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ainda, ao pagamento das diferenças havidas em razão da não incorporação integral das
verbas em comento, desde julho/2020 até a sua implementação e folha de pagamento.

1.4 Dos pedidos

Ante os argumentos acima expostos postula-se:

a) Declaração da natureza salarial e de contraprestação ao


exercício de cargo comissionado das parcelas “adicional
pessoal provisório adequação PFG” (antiga rubrica “CTVA -
complemento temporário variável ajuste de mercado”).

b) Cumulativamente ao item “a” acima, a declaração de nulidade


da alteração contratual que suprimiu o pagamento da parcela
“adicional pessoal provisório adequação PFG” (antiga rubrica
“CTVA - complemento temporário variável ajuste de mercado”)
e a determinação de incorporação da mesma à remuneração
do Reclamante com fundamento nos arts. 5º, XXXVI e 7º, VI da
CF/88 e 468, caput, da CLT e na Súmula 372, do C. TST, bem
como na Normas Interna RH 151, observando-se a última
remuneração que antecedeu a redução ou, sucessivamente, a
média paga nos últimos 5 (cinco) anos.

c) Cumulativamente aos itens “a” e “b” acima, o pagamento de


diferenças salariais “adicional pessoal provisório adequação
PFG” (antiga rubrica “CTVA - complemento temporário variável
ajuste de mercado”) de julho/2020 até a implantação da mesma
em folha de pagamento, observando-se a última remuneração
que antecedeu a redução ou, sucessivamente, a média paga
nos últimos 5 (cinco) anos.

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2. DAS DIFERENÇAS EM DECORRÊNCIA DOS REFLEXOS

Postulam-se diferenças de licenças prêmios e APIP´s convertidos


em pecúnia (porque baseados na remuneração percebida), PLR e PPR pagos, férias,
gratificação de férias e 13º salário em face dos reflexos e incorporações dos itens “1” a “2”
acima.

3. FGTS

Postula-se, ainda, a incidência do FGTS no importe de 8% sobre


todas as verbas postuladas nos itens “1” a “2” acima.

4. IMPOSTO DE RENDA

Requer-se seja determinada a apuração mês a mês do Imposto de


Renda, observando-se as tabelas e alíquotas das épocas próprias a que se referem os
rendimentos, através de cálculo mensal, com fundamento no art. 12-A, §1°, à Lei 7.713/1988
(acrescentado pela Lei 12350/2010).

Requer-se, ainda, a declaração de que os juros de mora de todo o


crédito trabalhista detêm natureza indenizatória e, por consequência, postula-se a não
incidência do Imposto de Renda sobre eles, consoante o entendimento sufragado na OJ n.
400 da SBDI-1 do C. TST1.

V – ESPECIFICAÇÃO DOS PEDIDOS

Diante de todo o exposto, postula-se:

1
“400. IMPOSTO DE RENDA. BASE DE CÁLCULO. JUROS DE MORA. NÃO INTEGRAÇÃO. ART. 404 DO
CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO. (DEJT divulgado em 02, 03 e 04.08.2010)
Os juros de mora decorrentes do inadimplemento de obrigação de pagamento em dinheiro não integram a base
de cálculo do imposto de renda, independentemente da natureza jurídica da obrigação inadimplida, ante o cunho
indenizatório conferido pelo art. 404 do Código Civil de 2002 aos juros de mora.”
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a) Declaração da natureza salarial e de contraprestação ao


exercício de cargo comissionado da parcela “adicional pessoal
provisório adequação PFG” (antiga rubrica “CTVA -
complemento temporário variável ajuste de mercado”).

Pedido de natureza declaratória

b) Cumulativamente ao item “a” acima, a declaração de


nulidade da alteração contratual que suprimiu o pagamento da
parcela “adicional pessoal provisório adequação PFG” (antiga
rubrica “CTVA - complemento temporário variável ajuste de
mercado”) e a determinação de incorporação da mesma à
remuneração do Reclamante com fundamento nos arts. 5º,
XXXVI e 7º, VI da CF/88 e 468, caput, da CLT e na Súmula
372, do C. TST, bem como na Normas Interna RH 151,
observando-se a última remuneração que antecedeu a
redução ou, sucessivamente, a média paga nos últimos 5
(cinco) anos.

Pedido de natureza declaratória

c) Cumulativamente aos itens “a” e “b” acima, o pagamento de


diferenças salariais “adicional pessoal provisório adequação
PFG” (antiga rubrica “CTVA - complemento temporário
variável ajuste de mercado”) de julho/2020 até a implantação
da mesma em folha de pagamento, observando-se a última
remuneração que antecedeu a redução ou, sucessivamente, a
média paga nos últimos 5 (cinco) anos.

Estimativa do valor do pedido: R$57.000,00

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d) Pagamento de diferenças de licenças prêmios e APIP´s


convertidos em pecúnia (porque baseados na remuneração
percebida), PLR e PPR pagos, férias, gratificação de férias e
13º salário em face dos reflexos e incorporações dos itens
acima.

Estimativa do valor do pedido: R$12.000,00

e) Incidência e pagamento de FGTS no importe de 8% sobre


todas as parcelas postuladas nos itens “a” a “d” acima.

Estimativa do valor do pedido: R$5.600,00

f) Determinação de apuração e incidência mês a mês do


Imposto de Renda sobre os créditos trabalhistas deferidos na
presente demanda, observando-se as tabelas e alíquotas
próprias, nos termos do item “4” da causa de pedir.
Declaração em sentença que os juros moratórios de todo o
crédito trabalhista detém natureza indenizatória e, por
consequência, não incidem do Imposto de Renda sobre eles –
item “4” da causa de pedir.

VI - REQUERIMENTOS FINAIS
Citação do Reclamado para, querendo, apresentar sua resposta à
presente Ação Trabalhista.
Produção de todos os meios de prova em Direito admitidos,
especialmente depoimento da parte contrária, oitiva de testemunhas e juntada de
documentos.
Condenação do Réu nos pedidos supra, acrescidos de juros e
correção monetária.
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Atribui-se à causa o valor estimado (com fulcro no artigo 12, §2º


da Instrução Normativa 41, do C. TST e na tese jurídica prevalecente extraída de IAC julgado
pelo E TRT da 9ª Região2) de R$74.600,00 (setenta e quatro mil e seiscentos reais).

Termos em que,
espera deferimento.

Curitiba, 01º de dezembro de 2022.

José Affonso Dallegrave Neto Sabrina Zein


OAB-PR 15.211 OAB-PR 35.277

2
Tese Jurídica: INCIDENTE DE ASSUNÇÃO DE COMPETÊNCIA. POSSIBILIDADE DE INDICAÇÃO
ESTIMADA DOS VALORES DOS PEDIDOS APRESENTADOS NA PETIÇÃO INICIAL (ART. 840, § 1º, DA
CLT). AUSÊNCIA DE LIMITAÇÃO DA CONDENAÇÃO AOS VALORES APRESENTADOS. Diante da
interpretação sistemática e gramatical dos artigos 840, §1º da CLT e 12, § 2º, da Instrução Normativa n° 41 do
TST, conclui-se, de forma insofismável, que é possível aceitar cálculos simplificados, notadamente considerando
que a mera indicação de valores é suficiente para fazer prosseguir a ação, sendo desnecessária a liquidação
antecipada dos pedidos. A fixação do valor da causa e da condenação no processo do trabalho só são
relevantes na fase de conhecimento do processo, na medida em que servem apenas para fixar rito e
admissibilidade recursal, sem interferir em questões de competência funcional. Na fase de cumprimento
(execução), o valor do pedido é totalmente irrelevante e se desvincula de sua origem na medida em que se
apura mediante realização de operações aritméticas o valor devido, com no mínimo, acréscimo de juros e
correção monetária, sem prejuízo de multas, o que certamente vai elevar o valor do quantum debeatur, e isto
não pode significar prejuízo ou decréscimo patrimonial à parte exequente.Portanto, reconhece-se neste
incidente a possibilidade de apresentação por estimativa dos valores de cada pedido (artigo 840, §1º da CLT),
não estando a liquidação adstrita aos valores indicados na petição inicial. Na sequência, remetam-se os Autos à
E. 2ª Turma para análise e julgamento dos recursos ordinários interpostos pelas partes. Tudo nos termos da
fundamentação. Sem custas. Ainda, DEFERIR juntada de justificativa de voto vencido ao excelentíssimo
Desembargador Benedito Xavier da Silva.
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https://pje.trt9.jus.br/pjekz/validacao/22011711111793500000097068890?instancia=1
Número do documento: 22011711111793500000097068890

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