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ADVOCACIA COSTA

EXMO. SR. DR. JUIZ PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA


7ª REGIÃO

Processo nº 0001310-17.2017.5.07.0037

TST - SÚMULA Nº 371 - AVISO PRÉVIO INDENIZADO.


EFEITOS. SUPERVENIÊNCIA DE AUXÍLIO-DOENÇA
NO CURSO DESTE
A projeção do contrato de trabalho para o futuro,
pela concessão do AVISO PRÉVIO INDENIZADO,
TEM EFEITOS LIMITADOS ÀS VANTAGENS
ECONÔMICAS OBTIDAS NO PERÍODO DE PRÉ-
AVISO, ou seja, salários, reflexos e verbas
rescisórias. No caso de concessão de auxílio-doença
no curso do aviso prévio, todavia, só se concretizam os
efeitos da dispensa depois de expirado o benefício
previdenciário.
                                     
JOSE IRAN TEXEIRA DE CASTRO – EPP, vem mui respeitosamente à
presença de Vossa Excelência propor:
AGRAVO DE INSTRUMENTO
Do despacho de fls., que negou seguimento ao Recurso de Revista, nos termos que
seguem.
Requerendo, para tanto, que o recurso seja recebido no duplo efeito, determinando-se a
sua remessa ao Egrégio Tribunal Superior do Trabalho, para que dela conheça e profira
nova decisão.
DA CONCESSÃO DO BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA
É notório e indiscutível o grave impacto financeiro trazido pela pandemia
de saúde que assola o mundo há mais de dois meses e sem qualquer mínima previsão
de término.
A empresa recorrente, assim como tantas outras, está tentando se
manter na ativa e honrando todos os seus compromissos, mesmo diante de tanta

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dificuldade, a empresa está TENTANDO honrar como a folha de pagamento e encargos,
bem como todos aqueles decorrentes da manutenção da sede.
E tudo isso está muito difícil, Nobre Turma, não sabendo, realmente, a
empresa ré, até quando vai conseguir suportar todos estes gastos sem receber nem
perto do seu faturamento mensal habitual.
E isso apenas ratifica a questão acerca da impossibilidade da recorrente
em ter que arcar, neste momento, com R$ 24.592,76 de depósito recursal sem grave
prejuízo aos demais gastos mensais, alguns supra expostos, razão pela qual pleiteia a
recorrente a concessão do BJG, juntando inclusive sua DEFIS-2021.

Nesses Termos,
Pede Deferimento.
Fortaleza, 24 de JANEIRO de 2023

FRANCIVALDO COSTA PEREIRA


Advogado.

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EGRÉGIO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO

ORIGEM: Autos sob n.º 0001310-17.2017.5.07.0037

Agravante: JOSE IRAN TEXEIRA DE CASTRO –EPP


Agravado: JOSE ANDERSON DA SILVA.

JOSE IRAN TEXEIRA DE CASTRO – EPP, já bastante qualificado, por


intermédio de seu advogado e bastante procurador, vem mui respeitosamente, nos
autos em que colide com JOSE ANDERSON DA SILVA, à presença do senhor Ministro
apresentar
AGRAVO DE INSTRUMENTO
Pelos motivos de fato e de Direito a seguir aduzidos.
RAZÕES DE AGRAVO DE INSTRUMENTO
Colenda Corte
Eméritos Ministros julgadores
PRELIMINARMENTE

PRELIMINARMENTE – DA JUSTIÇA GRATUITA


 
A empresa Reclamada é pobre na forma da Lei, haja vista que,
consoante seus valores na DEFIS, em anexo, se encontra em delicado estado financeiro
e contábil.
Além disso, encontra-se com suas atividades suspensas em razão das
mesmas dificuldades econômico-financeiras acima mencionadas, estando em débito
com credores e tendo que fazer um esforço hercúleo para quitar seus débitos e
sobreviver.
Outrossim, é imperioso constatar que o Planeta – e, sobretudo, o Brasil
– passa pelo transcurso da Pandemia de SARS-COV-2, que depauperou as finanças de
diversas pessoas, físicas e jurídicas, bem como extinguiu diversas pessoas, físicas e

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jurídicas, trazendo um clima de desalento geral econômico e social, e a Pessoa Jurídica
Reclamada não fugiu à regra.
Nessas condições, amolda-se perfeitamente no artigo 98, caput do CPC,
aplicável subsidiariamente à Justiça do Trabalho, a seguir transcrito:
Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com
insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários
advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.
Além disso, observe-se o que preconiza o art. 790, § 4º da Consolidação
das Leis do Trabalho, que possibilita igualmente a concessão da gratuidade judiciária a
Pessoas Jurídicas:
Art. 790. Nas Varas do Trabalho, nos Juízos de Direito, nos Tribunais e
no Tribunal Superior do Trabalho, a forma de pagamento das custas e emolumentos
obedecerá às instruções que serão expedidas pelo Tribunal Superior do Trabalho.
(Redação dada pela Lei nº 10.537, de 27.8.2002)
[...]
§ 4o  O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que
comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo. (Incluído
pela Lei nº 13.467, de 2017)
Ademais, a Justiça do Trabalho vem admitindo a concessão do benefício
da Justiça Gratuita a Pessoas Jurídicas, contanto que demonstre a hipossuficiência
econômica, consoante ementas jurisprudenciais a seguir delineadas:
AGRAVO DE INSTRUMENTO. JUSTIÇA GRATUITA. PESSOA
JURÍDICA. POSSIBILIDADE. Diante da alteração da Lei 1.060/50, a pessoa jurídica
também tem direito à justiça gratuita, porém, devendo comprovar, de forma robusta, a
sua incapacidade financeira, pois a presunção de veracidade é apenas conferida à
pessoa natural (art. 98, CPC/2015; art. 790, § 4º, CLT e Súmula 463, TST), encargo do
qual a agravante se desincumbiu a contento. Agravo de instrumento da reclamada a que
se dá provimento. RECURSO ORDINÁRIO. VÍNCULO DE EMPREGO. PRESTAÇÃO
LABORAL. ÔNUS DA PROVA. Admitida a prestação de serviços, é ônus da reclamada
demonstrar a inexistência de relação de emprego entre as partes, nos termos do art.
818, II, da CLT, por se tratar de fato modificativo do direito do autor, incumbência da qual
a ré não se desvencilhou nos autos. Recurso ordinário da reclamada a que se nega
provimento.
(TRT-2 10010768320195020264 SP, Relator: MARGOTH GIACOMAZZI
MARTINS, 3ª Turma - Cadeira 3, Data de Publicação: 24/11/2020)
JUSTIÇA GRATUITA. PESSOA JURÍDICA. POSSIBILIDADE. É cabível
a concessão da gratuidade judiciária à pessoa jurídica se, observado o disposto nos
arts. 790, § 4º, da CLT (incluído pela Lei nº 13.467/17) e 98 do CPC, bem como nas
Súmulas nºs 463, II, do TST e 481 do STJ, provar de forma irrefutável a atual e absoluta
hipossuficiência financeira para garantir o preparo recursal e o recolhimento das custas

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judiciais. (TRT12 - ROT - 0000779-05.2018.5.12.0053 , Rel. ROBERTO BASILONE
LEITE , 6ª Câmara , Data de Assinatura: 21/09/2020)
(TRT-12 - RO: 00007790520185120053 SC, Relator: ROBERTO
BASILONE LEITE, Data de Julgamento: 08/09/2020, Gab. Des. Roberto Basilone Leite)
Por fim, vale transcrever os enunciados das súmulas nº 463, II do
Tribunal Superior do Trabalho e 481, do Superior Tribunal de Justiça, como se observa
abaixo:
Súmula 481/STJ - 01/08/2012 - Justiça gratuita. Assistência judiciária.
Gratuidade de justiça. Concessão às pessoas jurídicas sem fins lucrativos.
Comprovação da impossibilidade de arcar com as custas do processo. Necessidade. Lei
1.060/1950.
Faz jus ao benefício da justiça gratuita a pessoa jurídica com ou sem fins
lucrativos que demonstrar sua impossibilidade de arcar com os encargos processuais. 
Súmula 463/TST - 01/06/2015 - Assistência judiciária gratuita. Pessoa
natural. Comprovação. (conversão da Orientação Jurisprudencial 304/TST-SDI-I, com
alterações decorrentes do CPC/2015). CPC/2015, art. 105
[...]
Res. 219, de 26/06/2017 - DJ 28, 29 e 30/06/2017 (acrescenta a
súmula).
II - No caso de pessoa jurídica, não basta a mera declaração: é
necessária a demonstração cabal de impossibilidade de a parte arcar com as despesas
do processo.
Assim, resta possível a concessão do benefício da Justiça Gratuita
também a Pessoas Jurídicas, contanto que da hipossuficiência econômica faça a prova,
o que será feito com documentos anexados a esta peça.
Destarte, PUGNA pela concessão, à AGRAVANTE, dos benefícios da
Justiça Gratuita.
DA INCOMPETÊNCIA DOS TRIBUNAIS REGIONAIS TRABALHISTAS
PARA NEGAR SEGUIMENTO AO RECURSO DE REVISTA, COM BASE EM ANÁLISE
DO MÉRITO DA DECISÃO RECORRIDA
Conforme prevê o artigo 896, parágrafo 5º da Consolidação das Leis do
Trabalho, em sua parte final, à Revista será denegado seguimento somente nas
seguintes hipóteses:
- intempestividade;
- deserção;
- falta de alçada;

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- ilegitimidade de representação.
Percebe-se que não há no dispositivo legal, que autoriza a denegação
do Recurso de Revista, nenhuma menção que justifique a fundamentação do despacho
agravado, devendo ser o mesmo reformado e dado o processamento legal ao recurso
anterior (originário).
Isto porque o Recurso de Revista da Agravante não é intempestivo, nem
deserto, não lhe falta alçada e há legitimidade de representação.
Por outro lado, o mesmo dispositivo legal, acima citado, prevê o
seguinte: Estando a decisão recorrida em consonância com o enunciado da Súmula da
Jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, poderá o Ministro Relator indicando-o,
negar seguimento ao Recurso de Revista, aos Embargos, ou ao Agravo de Instrumento.
Como se vê, o preceito legal não autoriza o Tribunal a quo negar
seguimento ao RR, analisando o mérito da decisão recorrida e seus fundamentos.
Nesse aspecto somente o Ministro Relator (TST) é que poderá obstar o seguimento do
recurso, mesmo assim, obrigatoriamente, tendo de fundamentar sua decisão, indicando
a Súmula que embasou a mesma.
Ora, é evidente que o despacho ora atacado analisa tanto o mérito do
acórdão agravado, como o mérito do Recurso de Revista, o que não é da competência
do E.TRT do Ceará.
O mérito da decisão recorrida, bem como das razões do Recurso de
Revista, devem ser analisadas pelo Colendo Tribunal Superior do Trabalho. Caso seja
mantido o despacho agravado, estar-se-á diante de aberração jurídica, sem
precedentes, pois, o próprio Tribunal que proferiu a decisão ensejadora do Recurso
extremo, teria competência para julgar esse mesmo recurso, tendo-se em vista que o
despacho atacado analisa o mérito do insurgimento recursal.
Outro não é o entendimento jurisprudencial, senão Vejamos:
"Agravo de Instrumento - a instância a quo excede os limites do Juízo de
admissibilidade recursal, quando não conhece de agravo de petição porque este não se
insurge contra decisão proferida. Incumbe-lhe tão somente a análise dos pressupostos
subjetivos e objetivos.
Agravo de instrumento que se dá provimento para determinar o
processamento do agravo de petição interposto pelo reclamado.
(TRT-PR-AG 11/92 - Ac. 1ª T. 4397/92 - rel. Juiz Pretextado P.T.Ribas
Neto - DJ-PR 19/06/92."
Assim, não pode ser mantida a decisão agravada, sob pena de se
delegar competência ao Tribunal a quo para que aprecie o mérito dos recursos da
competência do Tribunal ad quem.

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Por derradeiro, ausente qualquer dos pressupostos capazes de inibir a
Revista, ela deve ser processada e julgada, como é da melhor exegese do direito
trabalhista.

DO MÉRITO
Não se conformando com o R. despacho de fls. que denegou
seguimento ao Recurso de Revista, interpõe o ora agravante Agravo de Instrumento
tempestivamente, estando presentes os pressupostos de admissibilidade.
Muito embora, o Egrégio Tribunal Regional do Trabalho do Ceará – 7ª
Região, em sua maioria merece louvor nas decisões proferidas, no processo em tela,
“data vênia”, não foi o que aconteceu à decisão sub julgada, merecendo sua reforma
pelos fatos e pontos de divergência jurisprudencial e afronta a própria Súmula 371, do C.
TST.
Eminentes Ministros, verifica-se que a denegação não está agasalhada
por diversos fundamentos e motivos, que passa, o ora agravado, expor:
O ora agravante interpôs Recurso de Revista atacando o acórdão que
NÃO reconheceu a prescrição em consonância com a CF, art. 7º, inc. XXIX c/c sumula
371 –TST(2005), consagrando equivocadamente a OJ n. 83 da SDI-I do TST(1997) –
revogada pela sumula de 371.
Manejou ainda agravo interno que não foi acatado
O despacho denegatório entendeu que:
“Analisando detidamente os autos, verifica-se que contra o Acórdão de
Id c146ccf, a parte ré, JOSE IRAN TEIXEIRA DE CASTRO - EPP, interpôs Agravo
Interno (Id 2f7eab5) e Recurso de Revista (Id 331352c).
Todavia, segundo o princípio da unirrecorribilidade, “para cada”. decisão, será cabível
um único recurso
Nessa linha, o Recurso de Revista apresentado, no Id 331352c, não pode ser admitido,
em virtude da preclusão consumativa e em respeito ao princípio da unirrecorribilidade.
Denega-se, pois..”  
Ocorre que o princípio da unirrecorribilidade não é absoluto. A doutrina
processual sempre indicou o cabimento simultâneo de recurso extraordinário e especial
(na hipótese de a decisão violar, a um só tempo, a norma constitucional e federal, rente
ao que vem previsto no art. 102, III; e art. 105, III; ambos da Constituição) como um
exemplo de situação em que de uma única decisão (acórdão) caberão dois recursos.
Esta é a conclusão que tiramos da leitura dos dispositivos mencionados
ao final do item anterior (§§ 2º e 3º do art. 1.030 do CPC), aplicado subsidiariamente,
conclui-se que existem dois recursos passíveis de interposição contra a decisão da
presidência ou vice-presidência do tribunal recorrido, quais sejam: 

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(a) Agravo em recurso extraordinário ou especial (art. 1.042 do CPC),
para insurgir-se contra a decisão que não admite o recurso extraordinário ou especial
interposto (por considerar que lhe faltam requisitos, conforme art. 1.030, V, do CPC); e 
(b) Agravo interno (art. 1.021 do CPC) para insurgir-se contra decisão: 
(b.1) que nega seguimento ao recurso extraordinário ou especial em
razão de incompatibilidade vertical, na forma das alíneas a e b do inciso I do art. 1.030
do CPC[4]; ou 
(b.2) que sobrestar o recurso que versar sobre controvérsia de caráter
repetitivo ainda não decidida pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal
de Justiça, conforme se trate de matéria constitucional ou infraconstitucional (art. 1.030,
III, do CPC). 
Conclui-se, em resumo, que o legislador fez uma opção nítida, prevendo
dois recursos distintos, passíveis de interposição contra decisão proferida no âmbito da
admissibilidade dos recursos extraordinário e especial, cujo cabimento dependerá do
conteúdo da decisão advinda da presidência ou vice-presidência do tribunal recorrido:
para a inadmissão decorrente do não preenchimento de requisitos processuais e
constitucionais de admissibilidade, o agravo previsto no artigo 1.042; quando a
inadmissão ou sobrestamento se refere ao mérito do recurso excepcional, em virtude de
aplicação da sistemática dos recursos repetitivos, cabe o agravo interno (art. 1.021, do
CPC/2015).
Em síntese, o princípio da unirrecorribilidade decorre de uma
interpretação sistemática da lei processual e admite as exceções que ela própria cria por
razões de política legislativa. E este é justamente o caso do cabimento simultâneo de
agravo em recurso extraordinário ou especial e agravo interno ante a decisão
proveniente da presidência ou vice-presidência do tribunal recorrido baseada, ao mesmo
tempo, na falta de pressupostos de admissibilidade (art. 1.030, V, do CPC) e na
incompatibilidade vertical (art. 1.030, I, a e b, do CPC).
Neste contexto, entende o AGRAVANTE que NÃO houve violação ao
principio da unirrecorribilidade pelas razões supra, devendo ser analisado o Recurso de
Revista, dando procedência, reconhecendo a PRESCRIÇÃO consagrando entendimento
na forma do art. 7º, inc. XXIX da CF c/c sumula 371 –TST.
DA APLICAÇÃO DO ENUNCIADO 371 DO TST
O v. acórdão, que confirmou a sentença de 1º grau (esta condenou a
recorrente a responder pelos haveres trabalhistas do agravado), NÃO reconhecendo a
prescrição baseou sua decisão na OJ 83 da SDI-1 foi elaborada em 1997 do E.Tribunal
Superior do Trabalho.
Aqui surge o equívoco que fere mortalmente a decisão ora atacada, isto
porque, a OJ 83 da SDI-1 foi elaborada em 1997, FOI REVOGADA PELA SUMULA 371
DO TST elabora em 2005.

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É evidente que a decisão que não reconheceu a prescrição, contrapõe-
se a Constituição e a sumula 371.
Com isso, denota-se que a decisão prolatada no recurso ordinário fere
preceito constitucional (art. 7º, inc. XXIX da CF e ainda, divergente o entendimento do
E.TST na sumula 371 –TST.
Em suma, constata-se que o v. acórdão objeto do RR obstado, enfrentou
erroneamente o Enunciado nº sumula 371 do E. Tribunal Superior do Trabalho, que no
seu bojo traz “A projeção do contrato de trabalho para o futuro, pela concessão do
AVISO PRÉVIO INDENIZADO, TEM EFEITOS LIMITADOS ÀS VANTAGENS
ECONÔMICAS OBTIDAS NO PERÍODO DE PRÉ-AVISO”, ou seja AVISO PREVIO
INDENIZADO NÃO HÁ QUE SE FALAR EM PROJEÇÃO DO CONTRATO. E é nessa
situação que se encaixa a PRESCRIÇÃO em desfavor do agravado, e, portanto,
acobertada a conjuntura do enunciado já citado.
DA DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL
Por outro lado, cumpre observar que a divergência jurisprudencial é
flagrante e que o v. acórdão, não está em consonância com a Súmula 371 desse
Colendo Tribunal, isso porque é flagrante a prescrição e não há responsabilidade da
agravante que a obrigue a responder pelos débitos trabalhistas prescritos.
A seguir segue o entendimento jurisprudencial, como se vê:
TRT 2 Região - Prescrição. Aviso prévio indenizado. Súmula
371/TST. CLT, art. 11 e CLT, art. 487. CF/88, art. 7º, XXIX.
«O período de aviso prévio indenizado não é computado para efeito de
início da vigência do prazo prescricional, integrando o tempo de serviço tão somente
para efeitos patrimoniais decorrentes do período. Recurso provido para reconhecer a
prescrição nuclear do direito de ação (Súmula 371/TST).
Dentro deste contexto, depreende-se que não há projeção do contrato
de trabalho no aviso prévio, este TÃO SOMENTE tem efeitos patrimoniais, ou seja,
financeiros.
INAPLICABILIDADE, "IN CASU", DA OJ 83 TST.
Denota-se que não se houve com o costumeiro acerto o E. Regional da
7ª Região, haja vista que as ementas acima transcritas bem demonstram a divergência
da decisão proferida no Recurso Ordinário, a qual foi atacada pela Revista
obstaculizada. Resta demonstrado que o Recurso de Revista é cabível e deve ter seu
seguimento deferido, por ser da melhor exegese do direito.
A Orientação Jurisprudencial (OJ) n. 83 da SDI-1 foi elaborada em 1997,
o que por certo foi revogada tacitamente face à lição contida na Súmula n. 371 do
próprio c. TST de que a projeção do aviso se limita as vantagens econômicas do
período do pré- aviso, elaborada em 2005.

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Por isso, a OJ 83 revogada pela sumula 371, discordantes, pois a ficção
legal da projeção do aviso prévio indenizado no tempo de serviço — computa apenas e
tão somente a vantagem pecuniária — não afeta o prazo de prescrição do direito de
ação, que tem incidência no processo, para o fim de prorrogá-lo.
DOS PEDIDOS
Ante o exposto, espera a Agravante o recebimento e provimento deste
agravo em todos os seus termos, para o fim de que, reformado o R. despacho que
negou seguimento à Revista, seja a mesma processada e encaminhada a esse E.
Tribunal para julgamento, por ser questão de J U S T I Ç A !
Pede Deferimento.

Nestes termos, Pede e espera deferimento.

Fortaleza, 24 de Janeiro de 2023

FRANCIVALDO COSTA PEREIRA


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