DIREITO
São Paulo
2021
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DAS
EXECUÇÕES FISCAIS MUNICIPAIS DA COMARCA DE SÃO PAULO - SP
Autos: ___
I. Dos Fatos
Na presente situação em que está em discussão matéria de ordem pública, seja qual
a regularidade da execução embasada na dívida do ISSQN em face do Município
de São Paulo, é cabível a Exceção de Pré-Executividade, principalmente porque
será comprovada a situação extintiva, impeditiva ou modificativa de direito, nos
termos do art. 803, que estipula em quais situações uma execução é considerada
nula, do atual Código de Processo Civil.
Existem dois erros nessa Execução Fiscal realizada pela Fazenda Pública de São
Paulo, o primeiro é sobre a incidência do imposto e a segunda sob o valor da
alíquota administrada pelo órgão. A Lei Complementar Nº 116, de 31 de julho De
2003 estabelece clara e objetivamente, legislando, sobre esses dois fatos. Em seu
art. 2º, inciso II, ela nos apresenta o seguinte:
“O ISS não incide sobre “trabalhos” de qualquer natureza, mas sim sobre
“serviços” de qualquer natureza. O conceito de “relação de trabalho” é o
gênero, abrangendo qualquer tipo de esforço humano desempenhado por
alguém em favor de outrem, incluindo as relações de emprego, o trabalhador
avulso, os trabalhos societários, os atos cooperativos e, por fim, as
prestações de serviços. Se, de um lado, a LC n. 116 foi omissa no que tange
à não incidência do ISS sobre os atos cooperativos, o art. 2º, II,
expressamente prevê que o imposto municipal não alcança os trabalhos
desempenhados em relação de emprego, dos trabalhadores avulsos e
aqueles inseridos numa relação de direito societário (trabalho dos diretores,
conselheiros e sócios). Sob a égide do Decreto-lei n. 406/68, o revogado art.
8º também afastava a incidência do ISS sobre esses trabalhos, restringindo
o elemento material do imposto material aos serviços prestados “por
empresa ou profissional autônomo”. (Paulsen, Leandro e Omar Mello. ISS:
Constituição Federal e LC 116 Comentadas . , Editora Saraiva, 2020.)
Já considerando a nulidade da incidência do imposto sobre a empresa, temos uma
segunda irregularidade, quando analisamos o valor da alíquota que foi empregada
na cobrança do imposto, ou seja, a cobrança indevida na porcentagem do valor da
alíquota. Nesse sentido o art. 8º em seu inciso II, afirma que:
IV. Do Pedido
Data
Advogado – OAB
São Paulo
SP