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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA_____ VARA DO TRABALHO

DE TERESINA/PI

MARIA DA LUZ PEREIRA, brasileira, solteira, desempregada, portador


do RG nº 2.872.193 SSP/PI, inscrito no CPF sob o nº 035.960.343-29, residente e
domiciliado na Rua _____, Bairro ____, Água Branca/PI, CEP ____, por sua
procuradora e advogada in fine assinado, com endereço profissional na Rua
Salomão Said,450, Bairro São João, Teresina/PI, endereço eletrônico
mnunesadv4@gmail.com , vem, muito respeitosamente, perante V. Exa., propor a
presente

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

Pelo rito Sumaríssimo, com base nos artigos 840, parágrafo primeiro e 852-A e
seguintes da CLT, em forma de litisconsórcio ativo, em face da:
Empresa SERVFAZ SERVIÇOS DE MÃO DE OBRA LTDA, pessoa jurídica de
direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 10.013.974/0001-63, e SUAS SÓCIAS:
DANIELA ROBERTA DUARTE DA CUNHA e MARINA MEIRELES ARARIPE,
com endereço na Av. Dom Severino, 679, SALAS 01, 02, 03 e 04 – Bairro de
Fátima, Teresina/PI, CEP 64.049-370, telefone (86) 2107-7171, e-mail:
contabilidade@servfaz.com.br ; além de, subsidiariamente, o MUNICÍPIO DE
ÁGUA BRANCA/PI, pessoa jurídica de direito público interno, inscrito no CNPJ sob
o nº 06.554.760/0001-27, com sede na Av. João Ferreira, 555, Bairro Centro, pelos
motivos fáticos e jurídicos a seguir delineados:

Rua Salomã o Said, 450, Sã o Joã o, Teresina PI – CEP: 64.046-610


Fone: (86) 98843-0031 (86) 99947-8955. email: mnunesadv4@gmail.com
1. PRELIMINARMENTE

1.1 DO BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA

A CF/88, em seu art.5º, inciso LXXIV, assegura que o Estado prestará


assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de
recursos.

Neste caminho, a Lei nº 1.060/50, com a redação que deu a Lei


7.510/86, garante a assistência judiciária à parte processual. Vejamos:

“Art. 4º. A parte gozará dos benefícios da assistência judiciária,


mediante simples afirmação, na própria petição inicial, de que
não está em condições de pagar as custas do processo e os
honorários de advogado, sem prejuízo próprio ou de sua
família”,

Reforçando, tal entendimento, Súmula 463 do TST, in verbis:

Assistência Judiciária Gratuita. Comprovação (conversão da


Orientação Jurisprudencial nº 304 da SBDI-I, com alterações
decorrentes do CPC de 2015). I – A partir de 26.06.2017, para
a concessão da assistência judiciária gratuita à pessoa
natural, basta a declaração de hipossuficiência econômica
firmada pela parte ou por seu advogado, desde que munido
de procuração com poderes específicos para esse fim (art.105
do CPC de 2015). II – No caso de pessoa jurídica, não basta
a mera declaração: é necessária a demonstração cabal de
impossibilidade de a parte arcar com as despesas do
processo.

Desta forma, requer a Reclamante, atualmente desempregada, o


deferimento dos benefícios da assistência judiciária gratuita, pois como

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DECLARA, não têm condições de arcar com custas e despesas processuais sem o
comprometimento do sustento próprio e de sua família.

2. DA SINOPSE FÁTICA

2.1 VÍNCULO, FUNCÃO, SALÁRIO, ADMISSÃO E DEMISSÃO:

A Reclamante foi contratada, em 01/09/2011, pela SERVFAZ


SERVIÇOS DE MÃO DE OBRA LTDA para trabalhar no Município de Água
Branca/PI, com lotação na Secretaria Municipal de Saúde e executando o trabalho
de LIMPEZA INTERNA do Hospital Municipal da cidade de Água Branca-PI, com
registro na CTPS na função de Serviços Gerais, percebendo mensalmente o
SALÁRIO MÍNIMO (de R$ 998,00), sendo demitida, em 24 de maio de 2019, SEM
JUSTA CAUSA, conforme faz prova contra cheques e Carteira de Trabalho e
Previdência Social.

A Prefeitura de Água Branca/PI, então, firmou contrato com a SERVFAZ


SERVIÇOS DE MÃO DE OBRA LTDA, cuja atividade econômica principal é a
locação de mão de obra.

A Reclamante Desenvolvia uma jornada de trabalho em escala de


revezamento de 24x48 horas e percebia apenas um salário mínimo vigente, sem
acréscimo do adicional noturno, sem acréscimo do Adicional de Insalubridade.

Assim, a Reclamante permaneceu lotada na Secretaria de Saúde do


Município de Água Branca/PI, com exercício no Hospital Municipal, até o dia 24 de
Maio de 2019, quando foi efetivada sua rescisão pela empresa a qual pertencia –
SERVFAZ, contratada pela Município para prestação de serviços de limpeza do
referido hospital, sendo que a Reclamante não honrou com as devidas verbas
trabalhistas e rescisórias, razão pela qual estão compondo o polo passivo desta
demanda: o Município de Água Branca –PI, subsidiariamente e a empresa
SERVFAZ SERVIÇOS DE MÃO DE OBRA LTDA e suas sócias.

Pois, os Reclamados têm responsabilidade pela quitação de todos os


direitos trabalhistas e rescisórios da Reclamante durante todo seu labor, 07 anos e
oito meses, compreendido de 01 de setembro de 2011 a 29 de maio de 2019 (com

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projeção de aviso prévio de 54 dias (8x3) ), visto que não recebeu as seguintes
verbas trabalhistas e rescisórias:

01- Insalubridade de 40% e seus reflexos, em razão do não fornecimento do


EPI e do contato direto com todo tipo de resíduo hospitalar;
02- 06 ( seis ) Horas extras semanais e reflexos, sendo duas noturnas em
razão da redução da hora noturna e quatro pelo excesso das 44 horas;
03- Adicional noturno de 25% e reflexos;
04- Descanso semanal remunerado e reflexos;
05- Férias vencidas ( 2017 a 2018 ) + 1/3;
06- Férias proporcionais (9/12 avos ) + 1/3;
07- 13º proporcional, com o aviso prévio de 54 dias, até 29/05/19,( 05/12 );
08- Aviso prévio de 54 dias, até 29 de maio de 2019;
09- Saldo de salario;
10- Deposito do FGTS sobre as devidas verbas trabalhistas e rescisórias;
11- Multa de 40% sobre o total dos depósitos do FGTS devido;
12- Multa pelo atraso do pagamento da rescisão;
13- Multa de 50%, art 467 da CLT, do montante das verbas incontroversas;
14-

3. DO DIREITO

3.1 DA RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA

É de clareza solar a responsabilidade da Administração Pública


Municipal de Água Branca/PI quanto aos contratados pela SERVFAZ, uma vez que
o Município se esquivou da necessária fiscalização perante a Empresa Prestadora
de Serviços para que adimplisse com as obrigações trabalhistas decorrentes da
contratação da Reclamante.

Ademais, nada mais justo, porquanto quem usufrui dos bônus deve
suportar os ônus, como assevera o antigo provérbio “qui habet commoda, ferre
debet onera”.

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Portanto, requer a imputação da responsabilidade subsidiária do
Município de Água Branca, em decorrência do comportamento omisso ou irregular,
ao não fiscalizar o cumprimento das obrigações contratuais, em típica culpa in
vigilando, com consequente dever de responder, igualmente, pelas consequências
do inadimplemento do contrato.

Vejamos o entendimento jurisprudencial:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA.


RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA. FISCALIZAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO.
OMISSÃO. CULPA IN VIGILANDO. ADC 16/DF. 1. O Tribunal
Regional reconheceu a responsabilidade subsidiária da
segunda reclamada - FASE, ao fundamento de que não
houve efetiva fiscalização do contrato pela Administração
Pública (culpa in vigilando). 2. Ficou consignado que "A
responsabilização do ente público, desse modo, decorre da
falha ou falta de fiscalização como causa principal da
inadimplência dos créditos trabalhistas, o que ocorreu no caso
em tela, em que não depositado regularmente o FGTS do
trabalhador durante o período contratual [...] No presente
caso, o ente público tomador dos serviços não cumpriu
adequadamente essa obrigação, permitindo que a empresa
prestadora contratada deixasse de pagar regularmente à sua
empregada as verbas trabalhistas que lhe eram devidas. [...]
não se tratando, na espécie, de condenação genérica, mas,
sim, devida em função de que, no caso concreto, a falha do
ente público contratante em seu dever de fiscalização foi
determinante para a inadimplência dos direitos
assegurados ao trabalhador, reconhecidos na sentença
(adicional de periculosidade, diferenças de FGTS, férias
vencidas e proporcionais, entre outras verbas). [...] A
recorrente não comprovou ter fiscalizado o cumprimento pela
contratada do dever de recolhimento de FGTS dos
empregados que laboravam em suas dependências, apta a
coibir o descumprimento verificado." (fls. 373-376) 3. No
julgamento da ADC 16/DF, o STF pronunciou a
constitucionalidade do artigo 71, caput e § 1º, da Lei 8.666/93,
mas não excluiu a possibilidade de a Justiça do Trabalho,
com base nos fatos da causa, determinar a responsabilidade
do sujeito público tomador de serviços continuados em cadeia
de terceirização quando constatada a culpa in eligendo e in
vigilando - pronúncia dotada de efeito vinculante e eficácia
contra todos. 4. Nesse sentido, foi editado o item V da Súmula
331, segundo o qual "os entes integrantes da Administração
Pública direta e indireta respondem subsidiariamente, nas
mesmas condições do item IV, caso evidenciado a sua
conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º

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8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscalização do
cumprimento das obrigações contratuais e legais da
prestadora de serviço como empregadora. A aludida
responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das
obrigações trabalhistas assumidas pela empresa
regularmente contratada". 5. na hipótese, a responsabilidade
imputada à segunda reclamada não decorreu do mero
inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela
prestadora de serviços - tese rechaçada pelo Supremo
Tribunal Federal no julgamento da ADC 16 -, mas da
comprovada ineficiência da tomadora dos serviços em
seu dever de fiscalizar o cumprimento do contrato de
trabalho firmado entre o empregado e a prestadora dos
serviços (culpa in vigilando). 6. Decisão regional em
harmonia com a iterativa e atual jurisprudência do Tribunal
Superior do Trabalho, notadamente o item V da Súmula 331.
7. Incidência da Súmula 333 e do artigo 896, § 4º, da CLT
(atual § 7º). Agravo de instrumento conhecido e não provido.
(TST-AIRR-20364-76.2013.5.04.0203, Relator Ministro Hugo
Carlos Scheuermann, 1ª Turma, DEJT 17/06/2016) (g.n).

RECURSO ORDINÁRIO. RESPONSABILIDADE


SUBSIDIÁRIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA OU
INDIRETA COMO TOMADORA DE SERVIÇOS. A
Administração Pública na condição de tomadora de
serviços poderá ser responsabilizada de forma
subsidiária pelos encargos trabalhistas inadimplidos por
seu prestador, mas não de modo direto e automático, o que
é vedado pelo parágrafo 1º do art. 71 da Lei nº 8.666/1993
declarado constitucional pelo STF no julgamento da ADC nº
16/DF, mas sim pela falta de fiscalização acerca das
obrigações contratuais assumidas pela empresa prestadora
de serviços, conforme item V da Súmula nº 331 do TST.
(TRT-2 RO 00003966320145020047 SP
00003966320145020047 A28 Orgão Julgador 12ª TURMA
Publicação 15/05/2015 Julgamento 7 de Maio de 2015 Relator
MARCELO FREIRE GONÇALVES) (g.n)

RECURSO DE REVISTA. RESPONSABILIDADE


SUBSIDIÁRIA. ENTE PÚBLICO. TOMADOR DOS
SERVIÇOS. ADC 16/STF. 1. No julgamento da ADC 16 o STF
pronunciou a constitucionalidade do art. 71, caput e § 1º, da
Lei 8.666/93, mas não excluiu a possibilidade de a Justiça do
Trabalho, com base nos fatos da causa, determinar a
responsabilidade do sujeito público tomador de serviços
continuados em cadeia de terceirização quando constatada a
culpa in eligendo e in vigilando, pronúncia dotada de efeito
vinculante e eficácia contra todos. 2. Nesse sentido foi editado
o item V da Súmula 331/TST, segundo o qual "os entes
integrantes da Administração Pública direta e indireta
respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do item

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IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento
das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993,
especialmente na fiscalização do cumprimento das
obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço
como empregadora. A aludida responsabilidade não decorre
de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas
assumidas pela empresa regularmente contratada". 3. Na
hipótese, a Corte de origem reformou a sentença, afastando a
responsabilidade subsidiária dos tomadores dos serviços -
Banco do Brasil e SANEPAR. Registrou: "Assim, sem prejuízo
ao princípio da demanda, reformo parcialmente a sentença
para afastar a responsabilidade subsidiária do Banco do Brasil
e da Sanepar, exceto quanto aos recolhimentos
previdenciários, cuja responsabilidade é solidária, a teor do
contido no art. 71 da Lei 8.666/93" (fl. 704). 4. O TST (fls. 854-
65), reconhecendo negativa de prestação jurisdicional pela
Corte Regional, que afastara a responsabilidade subsidiária
do Banco do Brasil e da SANEPAR, sem nada tratar acerca
de eventual culpa in vigilando dos tomadores dos serviços,
determinou o retorno dos autos ao TRT, para exame dos
embargos declaratórios opostos pelo reclamante. A Corte
regional, por sua vez, analisou os embargos de declaração,
dando-lhe provimento, sem imprimir-lhe efeito modificativo. 5.
Registrou a Corte de origem, ao exame dos embargos
declaratórios opostos pelo reclamante: "o segundo e o
terceiro reclamados não fizeram qualquer prova de que
tenham exercido efetiva fiscalização da execução contratos
mantidos com a primeira, a fim de verificar o correto
cumprimento das obrigações trabalhistas, fiscais e
previdenciárias decorrentes dos contratos de emprego. (...)
Considerando que a fiscalização exigida pela Lei de
Licitações impõe a anotação em registro próprio de todas
as ocorrências relacionadas com a execução do contrato
(artigo 67, § 1º), incumbia ao segundo e ao terceiro
reclamado juntar aos autos os relatórios de fiscalização
por eles realizados (art. 818 da CLT c/c art. 333 do CPC), o
que não fizeram, reforçando a configuração da culpa in
vigilando, pela omissão relativa à fiscalização do
cumprimento do contrato de seus trabalhadores
terceirizados" (fls. 878-9, grifei), restando, portanto,
configurada a culpa in vigilando dos tomadores dos
serviços, impondo-se a responsabilização subsidiária dos
tomadores dos serviços quanto aos créditos deferidos na
demanda. Recurso de revista conhecido e provido. (TST-RR-
1129-58.2011.5.09.0655, Relator Ministro Hugo Carlos
Scheuermann, 1ª Turma, DEJT 28/08/2015) (g.n)

3.2 DAS VERBAS RESCISÓRIAS

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Consoante evidenciado em sede fática, a Reclamante foi dispensada
sem justa causa, percebendo parcialmente as verbas resilitórias.

Assim, requer a V.Exa. condenação das Reclamadas pelas verbas


rescisórias, referente ao período de 01 de setembro de 2011 à 07 de julho de 2019
(com projeção do aviso prévio): férias vencidas + 1/3 (2017/2018); férias
proporcionais (10/12); 13º salário proporcional ( 10/12 ); diferencia 13º salário;
FGTS de todo período e multa de 40% do FGTS; diferença salarial do adicional de
insalubridade (20%); saldo de salário aviso prévio (51) dias; adicional noturno.

3.4 AVISO PRÉVIO INDENIZADO

A Empresa Ré SERVFAZ, quando da Rescisão do Contrato de


Trabalho, cometeu ERRO GROSSEIRO ao considerar data de ADMISSÃO dia
11/09/2011.

Erro, pois, na CTPS da Reclamante, que se diga SEM NENHUMA


RASURA, consta como DATA DE ADMISSÃO – Dia 11 de setembro de 2011 e
Data de Saída: 24/05/2019,

Nesse contexto, a Reclamante faz jus ao aviso prévio indenizado, nos


termos do § 1º do artigo 487, da CLT, e artigo 7º, inciso I, da Constituição Federal,
bem como a sua integração ao tempo de serviço, para todos os efeitos legais.

Assim, o período de aviso prévio indenizado, uma vez que a Reclamante


recebia a remuneração por mês, nos termos da Lei 12.506/11, corresponde a 51
dias, tendo sido projetado o aviso prévio até 07 de julho de 2019.

O total de dias acima é devido uma vez que a Reclamante já havia


completado 7 anos e 10 meses no serviço, devendo o mesmo ser computado como
efetivo tempo de serviço, e refletir em todas as verbas de direito.

Assim, requer o pagamento do saldo de salário do aviso prévio no valor


de R$ 2.036,00 (dois mil e trinta e seis reais).

3.5 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE

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Importante destacar que a reclamante realizava limpeza do Hospital durante
seu horário de trabalho, exposta a resíduos biológicos de procedimentos cirúrgicos
realizados e era responsável pelo recolhimento do material hospitalar. Ficava
exposta a sangue, seringas usadas, curativos, gesso dos pacientes.
Ademais, os pacientes atendidos no hospital portavam vários tipos de
doenças: câncer, AIDS, dentre outras doenças transmissíveis. Ressalta-se que a
obreira laborava utilizando-se de máscaras e luva látex para evitar o contato físico
com os agentes biológicos.

A Reclamante laborou durante todo o tempo em contato direto ou próxima a


pacientes contaminados por doenças infectocontagiosas, sendo assim, conforme
pacificado entendimento dos tribunais pátrios, faria jus ao recebimento do adicional
de insalubridade em porcentagem correspondente pelo menos a 20% (vinte por
cento) do salário mínimo nacional.

Nesse compasso, o labor realizado pela Reclamante se enquadra na NR-15,


anexo 14, da Portaria 3.214/78, quanto à coleta e industrialização de lixo urbano
(Súmula nº 448/TST.conversão da OJ nº 4 da SBDI-I/TST, com nova redação do
item II).

Embora alguns de seus colegas de trabalho na mesma função recebesse o


adicional previsto no art. 192 da CLT, a obreira Nunca recebeu.
Assim sendo, requer a condenação da reclamada no pagamento do
adicional de insalubridade no importe de 20% sobre o salário mínimo, cujo valor
resultou (60X199,69) R$ 11.981,40 com reflexos em aviso prévio, férias acrescidas
de 1/3, 13º salário e FGTS acrescido de multa de 40%.

3.6 DO ADICIONAL NOTURNO

A Reclamante Desenvolvia uma jornada de trabalho em escala de


revezamento de 24x48 horas e percebia apenas um salário mínimo vigente.

O artigo 7, inciso IX da Constituição Federal e o artigo 73 da CLT


(Consolidação das Leis do Trabalho) descrevem que o adicional noturno consiste
em garantia legal a todos os trabalhadores brasileiros maiores de 18 anos.
Neste sentido, a Reclamante faz jus a um acréscimo na sua remuneração,
entendida como adicional noturno, pois iniciava sua jornada às 7h da manhã e
terminava às 7hs do dia seguinte, ou seja, laborava entre 22h de um dia e 5h do
dia seguinte considerado trabalho noturno.

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Durante todo o período de seu contrato laboral, nunca recebeu o adicional
pelo trabalho noturno, bem como as horas trabalhadas após 22 horas, nunca foram
computadas como sendo de 52 minutos e 30 segundos, como determina a lei (CLT
- art. 73).

Nos direitos rescisórios pagos por ocasião do rompimento do pacto de


trabalho, não estavam incluídas as diferenças advindas da redução da hora
noturna e nem adicional noturno sobre os itens indenizatórios.

Postula, pois, lhe sejam pagos todo o adicional noturno e as diferenças


advindas da redução da hora noturna referente a todo período trabalhado, ou seja,
o valor de (60mx86,40mês) = R$ 5.184,00 (cinco mil cento e oitenta e quatro reais).

3.7 DAS FÉRIAS

Durante todo o pacto laboral, a reclamante gozou férias, exceto seu último
período. Férias anuais é um direito garantido ao empregado conforme o art. 130, I,
CLT, a reclamada deixou de pagar as seguintes verbas: Férias referente ao
período (2017/2018) de forma simples, com adicional de 1/3 constitucional,
conforme o art. 7º XVII, da CF/88; Férias Proporcionais (10/12) + 1/3; Diferença da
insalubridade sobre as Férias + 1/3 (5x199,69).

Desta feita requer a condenação da reclamada ao pagamento das Férias


vencidas no valor de R$ 1.596,92 (hum mil quinhentos e noventa e seis reais e
noventa e dois centavos); Férias Proporcionais (10/12) + 1/3 no valor de R$1.109,38
( hum mil cento e nove e trinta e oito centavos); Diferença da Insalubridade sobre
as Férias (5x199,69) no valor de R$ 1.331,26 (hum mil trezentos e trinta e um reais
e vinte e seis centavos).

3.8 DO DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO

As leis 4090/62 e 4749/65 preceituam que o décimo terceiro salário será


pago até o dia 20 de dezembro de cada ano, sendo ainda certo que a fração igual
ou superior a 15 dias de trabalho será havida como mês integral para efeitos do
cálculo do 13% salário.

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Assim, tendo o aviso prévio encerrado em 07 de julho de 2019, requer a
condenação do Reclamado ao pagamento do 13º proporcional (7/12) no valor de
R$ 582,19 (quinhentos e oitenta e dois reais e dezenove centavos) e a diferença do
13º por insalubridade (5 x 199,69) no valor de R$ 998,45 (novecentos e noventa e
oito reais e 45 centavos).

3.8 DO DEPOSITO EM CONTA DO FGTS. DA APLICAÇÃO DA MULTA DE 40%

Como a Reclamada SERVFAZ deixou de efetuar a totalidade dos depósitos


fundiários em favor da Demandante em relação a todo período de labor,
causando-lhe manifesto prejuízo, deverá ser condenada ao pagamento da
indenização equivalente aos mencionados depósitos, atentando-se para a
atualização e aplicação dos juros pertinentes, inclusive, com as devidas
integralizações nas verbas trabalhistas pertinentes.

Deve-se atentar a subsidiariedade da 2ª Reclamada - Município de Água


Branca/PI, tendo em vista que fora a beneficiada durante todo labor do
Reclamante, qual seja, de 01/09/2011 à 07/07/2019 (com projeção do aviso prévio).

Registre-se, ainda, que o Reclamante faz jus ao recebimento do FGTS


de todo período laborado e da multa de 40% sobre as parcelas de FGTS, no valor
de R$ 4.676,98 (quatro mil seiscentos e setenta e seis reais e noventa e oito
centavos).

3.9 MULTA DO ART. 467 DA CLT

A Reclamada deverá pagar a Reclamante, no ato da audiência, todas as


verbas incontroversas, sob pena de acréscimo de 50%, conforme art. 467 da CLT,
transcrito a seguir:

Art. 467. Em caso de rescisão de contrato de trabalho,


havendo controvérsia sobre o montante das verbas
rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador,
à data do comparecimento à Justiça do Trabalho, a parte
incontroversa dessas verbas, sob pena de pagá-las
acrescidas de cinqüenta por cento".

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Dessa forma, protesta a Reclamante pelo pagamento de todas as parcelas
incontroversas na primeira audiência.

3.10 DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

A Reclamada deverá ainda ser condenada ao pagamento dos honorários


advocatícios, conforme atilamento do parágrafo 2º do art. 22 da Lei 8.906/94:

(...) na falta de estipulação ou de acordo, os honorários serão


fixados por arbitramento judicial, em remuneração compatível
com o trabalho e o valor econômico da questão, não podendo
ser inferiores aos estabelecidos na tabela organizada pelo
Conselho Seccional da OAB.

4. DOS PEDIDOS

Diante das considerações expostas, pleiteia a Reclamante a condenação da


Reclamada nos seguintes pedidos:

a) os benefícios da Justiça Gratuita, por ser pobre na forma da Lei, tomando


por base o disposto nos artigos 5º, inciso LXXIV, da Constituição Federal de
1988 e 4º da Lei nº 1.060/50, com a redação que deu a Lei 7.510/86 e Súmula
463 do TST;

b) a citação das partes Reclamadas, na pessoa de seu representante legal, para,


querendo, responder a presente ação, sob pena de revelia e confissão ficta;
c) o julgamento procedente das seguintes pretensões:

c.1) seja reconhecida e declarada a responsabilidade subsidiária entre os


Reclamados quanto às obrigações trabalhistas contraídas ao longo da
prestação dos serviços, nos termos da Súmula 331, IV e VI do TST;
c.2) a condenação dos Reclamados determinação para o recolhimento do
FGTS não depositado durante a existência do pacto laboral;
c.3) a condenação a parte Reclamada a pagar todas as verbas rescisórias a
que tem direito a parte Reclamante, tudo devidamente atualizado, referente
ao período de 01 de setembro de 2011 a 07 de julho de 2019, quais sejam:

Rua Salomã o Said, 450, Sã o Joã o, Teresina PI – CEP: 64.046-610


Fone: (86) 98843-0031 (86) 99947-8955. email: mnunesadv4@gmail.com
saldo de salário do aviso prévio; adicional de insalubridade e a diferença
salarial de insalubridade; adicional noturno de todo período trabalhado;
férias mais terço constitucional (2017/2018); férias proporcionais (7/12) mais
um terço; 13º salário proporcional (7/12); 13º salário diferença por
insalubridade;

c.5) a aplicação da multa prevista no art. 467 da CLT, em caso de não


pagamento das verbas rescisórias incontroversas em primeira audiência.

d) A condenação da Parte Ré no pagamento das custas processuais e


honorários advocatícios, tendo em vista o que dispõe o art. 20 do Código de
Processo Civil, aplicado subsidiariamente, combinado com o art. 133 da
Constituição Federal e demais normas aplicáveis;

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em Direito


admitidos e outras providências probatórias que se fizerem necessárias, estando
tudo desde já requerido.

Dá-se a causa o valor de R$ 29.495,66.

Termos em que,
Pede Deferimento.

Teresina/PI, 23 de setembro de 2019

José Nunes de Sousa


OAB/PI 5.290
Maria Nunes de Carvalho Morais
OAB/PI 15.272

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