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Multa de trânsito
Custas processuais
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“Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor que
nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada
mediante atividade administrativa plenamente vinculada.”
Jurisprudência pertinente: decisões do STF sobre FGTS (devida pelo empregador e calculada
em 8% sobre a remuneração do trabalhador – art. 15 da Lei 8.036/90). Ver STF, plenário, RE
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100.249/SP, Min. Néri da Silveira, j. 12/1987, RTJ 136/681; STF, 1T., RE 134.328/DF, Min.
Ilmar Galvão, j. 02/1993; e STF, 2 T., RE 120.189/SC, Min. Marco Aurélio, j. 10/1998. Ver
também súmulas 210 STJ (A ação de cobrança das contribuições para o FGTS prescreve em
30 anos.) e 43 do TRF4R (A contribuição para o FGTS não têm natureza tributária,
sujeitando-se ao prazo prescricional de 30 anos.).
Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir: A prestação tributária é pecuniária, isto é,
seu conteúdo é expresso em moeda. No direito brasileiro não se admite a INSTITUIÇÃO de
tributo em natureza, expresso em unidade de bens diversos do dinheiro ou em unidade de
serviços. Em outras palavras, não se admite o tributo in natura e in labore (exemplos:
imposto sobre importação de trigo, pago em unidade de trigo; imposto sobre serviço, pago
com dias de serviço etc.). Questão diversa é a da dação em pagamento, pela qual se extingue o
crédito tributário mediante a entrega de bens diversos do dinheiro. O tributo deve ser
instituído para ser pago em dinheiro (art. 162, I, CTN). Apenas em situações especiais,
devidamente especificadas em lei, é possível a satisfação da prestação pecuniária tributária
mediante a entrega de bens diversos do dinheiro (o CTN só admite a dação de bens imóveis
para a extinção do crédito tributário – art. 156, XI, CTN, c/ redação LC 104/2001). Na parte
que diz respeito ao “valor que nela se possa exprimir”, ver decisões que admitiram a fixação
de tributos em unidades fiscais, inclusive estaduais e municipais, desde que não ultrapassados
os índices de atualização monetárias oficiais federais.
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Que não constitua sanção de ato ilícito: O tributo se distingue da penalidade exatamente
porque esta tem como hipótese de incidência um ato ilícito (exemplo: multa de trânsito, como
penalidade devida pela infração de trânsito), enquanto que a hipótese de incidência do tributo
é sempre algo lícito. Há diferença, entretanto, entre hipótese de incidência (situação
abstratamente prevista na lei como suficiente para o nascimento da obrigação tributária) e fato
gerador (ocorrência, de fato, da hipótese descrita na lei), cabe assinalar que o ilícito não pode
ser hipótese de incidência, mas pode ser fato gerador do tributo. Exemplo: auferir renda é ato
lícito e configura hipótese de incidência do Imposto sobre a Renda; mesmo que auferida por
meio de jogo de azar ou casa de prostituição (fato geradores ilícitos), a renda é tributada.
Instituída em lei: Só a lei pode instituir o tributo. É o que decorre do princípio da legalidade,
expresso no art. 150, I, da CF. Do princípio da legalidade decorrem dois outros princípios: o
da reserva legal, no sentido de que só lei em sentido estrito, ou seja, lei em sentido material
(disposição abstrata e genérica) e formal (proveniente do Poder Legislativo e do processo
legislativo), pode instituir o tributo; e o da tipicidade, este significando que instituir um
tributo não é só dizer que ele fica criado ou instituído, mas definir sua hipótese de incidência
com todos os seus necessários aspectos (material, pessoal, espacial, temporal e quantitativo),
ou seja, a descrição da situação que fará nascer a obrigação (fato gerador); quem deve e a
quem deve (sujeitos ativo e passivo); onde se considera ocorrido o fato gerador (local da
ocorrência); quando se considera ocorrido o fato gerador; quanto deve ser pago (base de
cálculo e alíquota). Todos esses aspectos devem estar previstos em lei, salvo as exceções
previstas no texto constitucional.
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sobre os fatos. Ver STF, 2T., RE 92.983/SP, Min. Cordeira Guerra, j. 11/1980; TRF4R, 2 T.,
AC 20040401017396/PR, Dês. Fed. Dirceu Soares, j. 05/2004.
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• O CTN, no inciso II do art. 4º, dispõe que a natureza jurídica específica do tributo é
determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevante para qualificá-la a
destinação legal do produto da sua arrecadação. Trata-se de disposição que deve ser aplicada
com reserva, considerando que o CTN só estabeleceu três espécies tributárias, imposto, taxa
e contribuição de melhoria, nos termos do art. 5º. Para essas três espécies tributárias o critério
de diferenciação do art. 4º do CTN é válido: impostos, taxas e contribuições de melhoria,
distinguem-se entre si pelo fato gerador. O critério não é válido, porém, para a diferenciação
das outras duas espécies tributárias estabelecidas pela CF, empréstimos compulsórios e
contribuições especiais, visto que estas se diferenciam entre si e das demais espécies
tributárias exatamente pela destinação legal do produto da sua arrecadação.
1. IMPOSTO
• Conceito: Tem definição legal no art. 16 do CTN, o qual diferencia o tributo pelo fato
gerador, em consonância com o art. 4º CTN:
“Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação
independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.”
• Tributos vinculados e não vinculados: A partir dos conceitos legais de imposto, taxa e
contribuição de melhoria estabelecidos no CTN, a doutrina criou a tese dos tributos
vinculados e não vinculados. A vinculação a que se refere a tese não está relacionada à
destinação do produto da arrecadação, irrelevante para a diferenciação dessas espécies
tributárias (art. 4º, II, CTN), mas à vinculação do fato gerador, base utilizada para a
diferenciação dessas espécies (art. 4º, caput, CTN). Nada tem a ver, assim, com a proibição da
vinculação do produto da arrecadação dos impostos, disposta no art. 167, IV, CF, ou com a
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• Competência para instituir imposto: Pode ser cobrado pela União, Estado ou Municípios
(art. 145, I, CF). Os impostos são cobrados para custear serviços gerais e essenciais e, por não
estarem ligados a nenhuma atividade estatal específica, são atribuídos nominalmente (por
base econômica) às diversas entidades entre as quais se divide o Poder Público. Assim, a
própria Constituição Federal distribui nominalmente (por base econômica) os impostos entre
os entes da federação (arts. 153 a 156).
2. TAXA
• Conceito: Tem definição legal no art. 77 do CTN, compatível com o disposto no art. 145, II,
da CF. Seguindo o disposto no art. 4º do CTN, a definição da espécie tributária taxa é dada
pela definição do seu fato gerador:
“Art. 77. As taxas, cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício
regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico
e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.”
• Fato gerador: A taxa tem fato gerador VINCULADO à ATIVIDADE ESTATAL, sendo
esta o exercício do PODER DE POLÍCIA ou a prestação ou colocação à disposição de
SERVIÇO PÚBLICO ESPECÍFICO E DIVISÍVEL. A atuação estatal que constitui fato
gerador da taxa há de ser relativa ao sujeito passivo desta, e não à coletividade em geral. Deve
ser possível relacionar a prestação do serviço ou o exercício do poder de polícia ao obrigado
ao pagamento da taxa.
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Específico e divisível: Ver art. 79, II e III, do CTN. É específico o serviço que pode ser
destacado do geral (por unidade de intervenção, de utilidade ou de necessidade). É divisível,
quando o serviço é suscetível de utilização, separadamente, por parte de cada um de seus
usuários. Exemplo: o serviço de expedição de certidão negativa de débito fiscal é específico,
em relação ao serviço geral de arrecadação e fiscalização tributária, e é divisível, visto que é
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Utilizado efetiva ou potencialmente pelo contribuinte: Ver art. 79, I, “a” e “b”, do CTN. A
utilização é efetiva, quando o contribuinte usufrui do serviço a qualquer título. Há utilização
potencial, quando sendo de utilização compulsória (a utilização compulsória do serviço deve
ser estabelecida em lei), está à sua disposição. Exemplo: se a lei impõe o uso do serviço de
coleta de lixo domiciliar, a taxa é devida, mesmo que o contribuinte não esteja produzindo
lixo.
Jurisprudência pertinente: Súmula 670 STF: “O serviço de iluminação pública não pode ser
remunerado mediante taxa.” Súmula vinculante 19 STF: “A taxa cobrada exclusivamente em
razão dos serviços de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos
proveninetes de imóveis, não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal.” Ver também,
sobre a taxa de iluminação pública, STF, RE 233.332/RJ, Rel. Min. Ilmar Galvão, j. em
03/1999; e sobre a taxa de limpeza pública, STF, 1 T., AiAgR 463.910/MG, Rel. Min. Carlos
Brito, j. em 06/2006; e STF, plenário, EdivED 256.588, Rel. Min. Ellen Gracie, j. em
03/2003.
• Parágrafo único do art. 77 CTN e § 2º do art. 145 CF: Vedação para que taxa tenha fato
gerador e base de cálculo próprios de imposto. Por óbvio, a taxa não pode ter fato gerador
próprio de imposto, visto que é exatamente o fato gerador que distingue imposto e taxa. Em
relação à base de cálculo, entretanto, as disposições são importantes: a taxa não pode ter base
de cálculo própria do imposto, ou seja, não deve ser uma grandeza relacionada ao patrimônio
ou a riqueza do contribuinte; deve a taxa ter base de cálculo em grandeza relacionada à
atividade estatal que lhe deu origem, não necessariamente ao custo da atividade, mas a uma
grandeza que sirva para dimensionar o serviço ou o exercício do poder de polícia.
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Rel. Min. Celso de Mello, j. em 04/2003. Sobre a inconstitucionalidade das taxas municipais
de fiscalização de localização e funcionamento estabelecida de acordo com o número de
empregados, ver STF, RE 190.776, Rel. Min. Marco Aurélio, j. em 09/1997; STJ, 2 T., REsp
733.411/SP, Rel. Min. Eliana Calmon, j. 08/2007. Sobre a base de cálculo de taxa instituída
mediante enquadramento em tabela, ver STF, plenário, ADI 1.948/RS, Rel. MIn. Gilmar
Mendes, j. 04.09.2002; e STF, plenário, RE 177.835/PE, Rel. Min. Carlos Veloso, j. 04/1999,
que dão pela constitucionalidade (?) da taxa de fiscalização e controle de serviços públicos
delegados - TFCSPD e da Taxa de Fiscalização da CVM, cujo valor se estabelece mediante
enquadramento em valor fixo pelo faturamento e patrimônio líquido, respectivamente.
• Competência para instituir taxa: Ver art. 80 CTN. É atribuída a todos os entes da
federação, podendo cada qual cobrar taxa em relação à atividade estatal que lhe seja atribuída
na distribuição de competência material disposta na Constituição Federal (arts. 21, 23 e 30),
nas Constituições dos Estados ou na lei.
• Taxa e preço público: O uso ou a venda de bem público não geram o pagamento de taxa
nem sequer de tributo, visto que não há tributo que tenha esse fato gerador, sendo certo que o
uso de bem público não é serviço. Pelo uso de bem público paga-se preço público, de natureza
jurídica diversa e, portanto, sujeito a regime jurídico diverso do tributário (exemplo: taxa de
ocupação e uso de terreno de marinha). Algumas prestações devidas pela prestação de serviço
público também não têm natureza de taxa, mas de preço público, sujeitando-se a regime
jurídico diverso do tributário, como, por exemplo, as tarifas de água, esgoto, luz e telefone.
Para definir a natureza jurídica de qualquer prestação, deve se verificar em que definição ela
se enquadra. E, antes de verificar se a prestação se enquadra no conceito de taxa, é necessário
verificar se elas têm natureza jurídica tributária. Analisando os elementos do conceito legal de
tributo (art. 3º do CTN), desde logo se verifica que falta a tais prestações (tarifas públicas) o
requisito da compulsoriedade. A sujeição a essas tarifas é facultativo, não obrigatório,
havendo manifestação de vontade por contrato, na maioria das vezes. Por sua vez, a taxa é
sempre compulsória; em alguns casos, mesmo que não se utilize o serviço. A
compulsoriedade que distingue a taxa e o preço público não é aquela que diz respeito ao
pagamento da prestação pela utilização do serviço. Em ambos os casos, a utilização do
serviço obriga ao pagamento da prestação. A compulsoriedade aqui está ligada ao próprio
serviço: se a Administração, segundo estabelecido em lei, é a única que pode prestar o
serviço, tornando-o obrigatório aos administrados, que não podem de outro modo satisfazer a
mesma necessidade, a prestação cobrada é taxa; se o serviço pode ser oferecido ou obtido sem
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Jurisprudência pertinente: Súmula 145 do STF: “Preços de serviços públicos e taxas não se
confundem, porque estas, diferentemente daqueles, são compulsórias e têm sua cobrança
condicionada à prévia autorização orçamentária, em relação à lei que as instituiu.” (súmula
de 1969, princípio anualidade não mais vigora). Ver também, sobre a taxa para autorização de
transporte de produtos florestais, cobrada pelo IBAMA, STJ, 2 T., REsp 641.754, Rel. Min.
Castro Meira, j. 08/2004.
3. CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA
• Conceito: Nem a CF nem o CTN definem contribuição de melhoria. O art. 145, III, da CF e
o art. 81 do CTN, porém, dão os elementos para essa definição, que, combinados com o que
dispõe o art. 4º do CTN, pode ser:
• Em face da disposição constitucional que refere apenas que os entes tributantes podem
instituir contribuição de melhoria decorrente de obras públicas, alguns doutrinadores
mencionam que pode haver a instituição de contribuição de melhoria independentemente de
valorização imobiliária. Bastaria a obra pública. Alguns doutrinadores mencionam até que, a
partir de 1988, a contribuição de melhoria pode ser tida como “taxa de obra” (Bernardo
Ribeiro de Moraes). O entendimento, porém, não prevalece na jurisprudência, sob vários
fundamentos:
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c) A obra pública que não traz melhoria individual é custeada por impostos. Todos pagam
pela obra que beneficia a todos. Se a obra beneficia mais a uns que a outros, justifica-se a
cobrança de contribuição de melhoria; e
d) Se fosse “taxa de obra”, como querem alguns, porque diferenciar as espécies tributárias?
• A conclusão mais razoável, que tem prevalecido nos tribunais, inclusive no STF (STF, 2T.,
RE 114.069/SP, Rel. Min. Carlos Veloso, j. 04/1994), é de que continuam em vigor as
disposições do CTN e do DL nº 195/67 sobre contribuição de melhoria.
• O art. 82 do CTN estabelece requisitos mínimos a serem observados pela lei instituidora
da contribuição de melhoria.
• É o art. 9º do DL nº 195/67 que estabelece que o lançamento do tributo só pode ser feito
depois de executada a obra.
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4. EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO
• A justificativa maior para quem não tem o empréstimo compulsório como tributo é que o
conceito universal de tributo é receita e o empréstimo compulsório não é receita, porquanto
não transfere definitivamente riqueza do setor privado para o Estado.
• O CTN também tratou do empréstimo compulsório, no art. 15, mas as disposições do CTN
tornaram-se precárias diante do que dispõe a CF de 1988 (especialmente o inciso III do art. 15
do CTN).
• Espécies: Nos termos do art. 148 da CF ficaram definidas duas espécies de empréstimos
compulsórios, distintas pela necessidade de recursos financeiros que fundamenta a respectiva
instituição:
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• Limites para instituição: A CF fixou as seguintes regras para a instituição dos empréstimos
compulsórios:
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5. CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS
• Discussão sobre natureza tributária: Às contribuições especiais nem sempre foi atribuída
natureza tributária. O STF ora atribuiu, ora negou natureza tributária a essas contribuições de
acordo com o posicionamento das normas constitucionais que sobre elas tratavam (dentro ou
fora do Sistema Tributário Nacional).
Não tributária CF 67
Tributária EC 1/69
Não tributária EC 8/77
Tributária CF 88
(importância na análise da recepção de contribuições especiais instituídas antes da CF 88)
• Definição: É tributo que constitui espécie autônoma, diferenciando-se das demais pela
finalidade da instituição, compatível com a destinação constitucional. Nesse sentido, dispõe o
art. 149 da CF que as contribuições especiais são “instrumentos de atuação nas respectivas
áreas”. A finalidade diferencia a contribuição especial das demais espécies tributárias e as
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contribuições especiais entre si, de modo que se for alterada a finalidade, há nova
contribuição.
• Fato gerador: Não é o fato gerador que define a natureza jurídica dessa espécie tributária,
de modo que, em princípio, pode ser ele vinculado ou não vinculado à atividade estatal.
Embora deva existir atuação estatal para cumprir a finalidade da contribuição, o fato gerador
não está adstrito a essa atividade mediata. Na maioria das vezes, as contribuições especiais
têm fato gerador não vinculado à atividade estatal, recaindo sobre situação da vida do sujeito
passivo, o que fez nascer o debate sobre o fato gerador de a contribuição especial poder ou
não coincidir com o fato gerador de imposto (em razão do disposto no art. 154, I; 195, § 4º;
145, § 2º; e para não ferir competência tributária estabelecida na CF). O STF admitiu, em
várias oportunidades (CSL – RTJ 143/701), a possibilidade de as contribuições especiais
terem fato gerador próprio de imposto, admitindo haver coincidência entre fato gerador de
contribuição especial e fato gerador de imposto. Admitiu ainda que contribuições especiais
diversas, expressamente referidas no texto constitucional, tivessem o mesmo fato gerador e
base de cálculo (p. ex., COFINS e PIS e as contribuições do Sistema “S”).
• Sujeito ativo: O sujeito ativo da contribuição especial não precisa ser necessariamente o
destinatário legal da arrecadação, responsável pelo cumprimento da finalidade da instituição
(o STF decidiu a respeito na discussão sobre a instituição da COFINS e CSL, originalmente
arrecadadas e fiscalizadas pela Receita Federal, com ingresso no Tesouro Nacional, embora
destinadas ao INSS, para custear a Seguridade).
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• Sujeito passivo: O sujeito passivo da contribuição especial deve estar relacionado com a
finalidade da instituição. Embora deva ter relação com a finalidade da instituição, não é
necessário que tenha benefício direto (não é contraprestacional). Princípio da referibilidade:
ligado a grupo atingido pela atuação estatal naquela área – mitigado para o art. 195 CF.
5.1. Contribuições especiais sociais: As contribuições especiais sociais têm por finalidade
custear as metas fixadas na Ordem Social (Título VII CF – art. 193 e ss – Seguridade Social,
Educação, Cultura, Desporto, Ciência e tecnologia, Comunicação Social, Meio Ambiente,
Família, Índios) e os direitos sociais (arts. 6º a 11 CF – trabalho, moradia, lazer, segurança,
seguro desemprego, FGTS etc.). Subdividem-se em sociais gerais e de seguridade social, em
face do regime jurídico próprio estabelecido para estas nos arts. 194 e 195 da CF. Exemplos:
social geral: LC 110/2001, salário-educação; seguridade: CSL, COFINS, PIS, Fusex.
5.2. CIDE: Tem por finalidade intervir no domínio econômico, nas atividades privadas, para
fazer valer os princípios da Ordem Econômica, dispostos no art. 170 da CF (soberania
nacional, propriedade privada, função social da propriedade, livre concorrência, defesa do
consumidor, defesa do meio ambiente, redução desigualdades regionais e sociais, pleno
emprego, proteção da empresa pequeno porte). Segundo os arts. 173 e 174 CF, o Estado atua
na Ordem Econômica, destinada à iniciativa privada, como regra, exercendo atividade
econômica, quando autorizado (art. 173 CF), ou mediante fiscalização, incentivo e
planejamento, funções para as quais pode desenvolver atividades interventivas, custeadas pela
CIDE. A intervenção é para atingir o objetivo do órgão estatal, devidamente justificado com a
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necessidade da intervenção, por isso defende a doutrina que uma das características da CIDE
é a transitoriedade. Os recursos arrecadados devem custear a atividade interventiva. Os
contribuintes devem ser as pessoas que exercem a atividade sob intervenção. Exemplo:
AFRMM, ATP, IAA, IBC, INCRA.
5.4. Contribuição especial de iluminação pública: Instituída pelo Município para custear a
iluminação pública municipal.
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