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Centro Universitário de Patos de Minas - UNIPAM

Disciplina: Direito Tributário II


Professor: Me. Samir Vaz Vieira Rocha

AULA 03 – CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA E EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS

3.1. Contribuições de Melhoria

Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou
pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo
de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa
realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel
beneficiado.

- Requisitos:

a) Obra Pública

b) Valorização imobiliária

- Características:

a) Tributo vinculado

b) Competência Comum

- Lei Específica:

Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos mínimos:
I - publicação prévia dos seguintes elementos:
a) memorial descritivo do projeto;
b) orçamento do custo da obra;
c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição;
d) delimitação da zona beneficiada;
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e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou para cada
uma das áreas diferenciadas, nela contidas;
II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados, de
qualquer dos elementos referidos no inciso anterior;
III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação a que
se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial.
§ 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela do custo da
obra a que se refere a alínea c, do inciso I, pelos imóveis situados na zona beneficiada em função
dos respectivos fatores individuais de valorização.
§ 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá ser notificado do montante
da contribuição, da forma e dos prazos de seu pagamento e dos elementos que integram o
respectivo cálculo.

- Publicação prévia

- Processo Administrativo

- Outras Disposições: Decreto-Lei nº 195, de 24 de Fevereiro de 1967

3.2. Empréstimos Compulsórios

- Súmula 418 STF (“O empréstimo compulsório não é tributo, e sua arrecadação não está
sujeita a exigência constitucional da prévia autorização orçamentária”) foi superada /
invalidada pelo RE 146.733-9/SP:

“De feito, a par das três modalidades de tributos (os impostos, as taxas e as contribuições de
melhoria) a que se refere o artigo 145 para declarar que são competentes para instituí-los a
União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, os artigos 148 e 149 aludem a duas outras
modalidades tributárias, para cuja instituição só a União é competente: o empréstimo
compulsório e as contribuições sociais, inclusive as de intervenção no domínio econômico e de
interesse das categorias profissionais ou econômicas. (STF, RE 146.733-9/SP. Rel. Min. Moreira
Alves, j. 29/06/1992, p. 20.110)

- Competência: União

- Criação: Lei Complementar.


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- Características:
a) Emergencial
b) Eventual
c) Restituível
d) Vinculado

- Hipóteses de Cabimento: Art. 148 da Constituição Federal e art. 15, III CTN.

Constituição da República

Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra
externa ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional,
observado o disposto no art. 150, III, "b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será
vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.

a) Inciso I: para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública,


de guerra externa ou sua iminência;

b) Inciso II: no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse


nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b".

- Na hipótese do inciso I não se exige o a observância do princípio da anterioridade, enquanto


que na hipótese do inciso II é necessário a observância desse princípio, disposto no art. 150,
III, “b” da CRFB (anterioridade anual):

Art.150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (…)
III- cobrar tributos: (...)
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;

c) Art. 15, III CTN: conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo.

CTN Art. 15. Somente a União, nos seguintes casos excepcionais, pode instituir empréstimos
compulsórios:
I - guerra externa, ou sua iminência;
II - calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursos
orçamentários disponíveis;
III - conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo.

Parágrafo único. A lei fixará obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as condições de seu


resgate, observando, no que for aplicável, o disposto nesta Lei.

- Tal hipótese, porém, foi derrogada pela Constituição de 1988.

- É possível instituir Empréstimos Compulsórios por meio de Medida Provisória? Não! Apesar
do caráter emergencial, os empréstimos compulsórios devem ser instituídos por Lei
Complementar, o que elimina a possibilidade de Medida Provisória:
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Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas
provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
(...)
III - reservada a lei complementar;

- Na época do Collor era possível utilizar MP, pois essa vedação só foi incluída na Constituição
em 2001.

- Devolução do valor compulsoriamente mutuado

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