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Pedro, servidor público estadual, que contava com dois anos de contribuição
previdenciária, sofreu sério acidente automobilístico e ficou permanentemente inválido.
Em razão da total impossibilidade de exercer suas funções, requereu sua
aposentadoria por invalidez permanente. À luz da sistemática constitucional, o
requerimento de Pedro deve ser
a) indeferido – a aposentadoria por invalidez permanente dos servidores públicos
pressupõe três anos de contribuição.
b) indeferido – a aposentadoria por invalidez permanente dos servidores públicos
pressupõe o acidente em serviço.
c) deferido – os proventos devidos a Pedro devem ser proporcionais ao tempo de
contribuição.
d) indeferido – os servidores públicos não têm direito à aposentadoria por invalidez
permanente.
e) deferido – a Pedro deve ser assegurado o direito à percepção de proventos
integrais.
Art. 40. § 1º O servidor abrangido por regime próprio de previdência social será
aposentado: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiver investido, quando
insuscetível de readaptação, hipótese em que será obrigatória a realização de avaliações
periódicas para verificação da continuidade das condições que ensejaram a concessão da
aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente federativo; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta)
anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei
complementar; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 88, de 2015) (Vide Lei
Complementar nº 152, de 2015)
III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e aos 65 (sessenta e
cinco) anos de idade, se homem, e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
na idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Constituições e Leis Orgânicas,
observados o tempo de contribuição e os demais requisitos estabelecidos em lei complementar do
respectivo ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
2018 - MPE - AL - Técnico do Ministério Público [Q997193]
Determinada Constituição Estadual, com o objetivo de uniformizar as boas práticas legislativas nos
Municípios, estatuiu uma série de normas dispondo sobre os deveres funcionais dos Vereadores, no
exercício de sua atividade legislativa, que não foram objeto de referência na Constituição da
República. Por entender que essas normas da Constituição Estadual destoavam dos balizamentos
oferecidos pela Constituição da República, certo partido político solicitou que sua assessoria jurídica
analisasse a matéria. Após análise da sistemática constitucional, a assessoria respondeu que as
referidas normas eram
a) inconstitucionais, pois, pelo federalismo brasileiro, os Municípios são regidos apenas por sua lei
orgânica, sem influência das Constituições do Estado e da República.
b) constitucionais, pois os vereadores, por simetria, devem observar deveres similares aos dos
Deputados Estaduais, os quais estão previstos na Constituição Estadual.
c) inconstitucionais, pois a Constituição Estadual não pode desconsiderar a autonomia dos
Municípios, avançando em seara que lhes é própria.
d) constitucionais, pois os Municípios devem observar os princípios estabelecidos na Constituição da
República e na Constituição Estadual.
e) inconstitucionais, pois as Constituições Estaduais, em nenhuma hipótese, projetam a sua força
normativa sobre os Municípios.
“Os edis, ao contrário do que ocorre com os membros do Congresso Nacional e os
deputados estaduais não gozam da denominada incoercibilidade pessoal relativa
(freedom from arrest), ainda que algumas Constituições estaduais lhes assegurem
prerrogativa de foro" .( STF, HC 94.059/GO, rel. min. Ricardo Lewandowski, julg.
6/5/2008)".
2018 - MPE - AL - Analista do Ministério Público - Jurídica [Q996763]
A Constituição da República de 1988 dispõe que a lei reservará percentual dos cargos e empregos
públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios para sua admissão. De
acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, as pessoas com deficiência têm direito
a um mínimo das vagas ofertadas em concurso público e:
a) caso o candidato seja portador de visão monocular, não tem direito de concorrer, em concurso
público, às vagas reservadas aos deficientes;
b) caso o candidato seja portador de surdez unilateral, se qualifica como pessoa com deficiência
para o fim de disputar as vagas reservadas em concursos públicos;
c) é vedado ao Legislador fixar limite máximo das vagas a serem oferecidas em reserva às pessoas
com deficiência, pois o administrador público que publica o edital do concurso público deve ter
liberdade de aferir a quantidade;
d) caso a aplicação do percentual mínimo resulte em número fracionado, este deverá ser elevado
até o primeiro número inteiro subsequente, desde que respeitado o limite máximo do percentual
legal das vagas oferecidas no certame;
e) é vedado ao Legislador e ao Judiciário fixar limite mínimo das vagas a serem oferecidas em
reserva às pessoas com deficiência, em respeito à discricionariedade do administrador público que
publica o edital do concurso.
Súmula n.º 377. O portador de visão monocular tem direito de concorrer,
em concurso público, às vagas reservadas aos deficientes.
2. A partir da análise do art. 37, §§ 1º e 2º, do Decreto 3298/99 e do art. 5º, § 2º, da Lei nº 8112/90,
conclui-se que deverá ser reservado, no mínimo, 5% das vagas ofertadas em concurso público aos
portadores de necessidades especiais e, caso a aplicação do referido percentual resulte em número
fracionado, este deverá ser elevado até o primeiro número inteiro subsequente, desde que
respeitado o limite máximo de 20% das vagas ofertadas.
3. O edital do certame estabeleceu reserva de 5% (cinco por cento) das vagas existentes, das que vierem a
surgir ou das que forem criadas no prazo de validade do concurso, destinando a 10ª, a 30ª, a50ª vagas e
assim sucessivamente aos Portadores de Necessidades Especiais. Assim, a nomeação do candidato
portador de deficiência após nove nomeações da classificação geral obedece os limites legalmente
previstos (máximo de 20% e mínimo de 5%), motivo pelo qual não vislumbro qualquer ilegalidade no
critério estabelecido pelo edital. É que destinando-se a 10ª vaga ao recorrente, estaria sendo reservada
10% do número de vagas aos portadores de necessidades especiais.
4. Ressalta-se que, caso se entendesse que todas as frações deveriam ser arredondadas "para cima", a
cada vaga disponibilizada à ampla concorrência, outra deveria ser reservada aos portadores de
necessidades especiais, o que afrontaria o princípio da igualdade, norteador de todos os concursos
públicos.
O Município XYZ, situado no Estado ABC, enfrenta, neste momento, grave situação de
insegurança, devido a diários conflitos envolvendo traficantes fortemente armados. Tais conflitos
já deixaram dezenas de mortos em um período de duas semanas, e as tentativas de resposta
da polícia foram objeto de retaliação por parte de bandidos, aterrorizando a população local.
Nesse caso,
a) a União ou o Estado ABC podem intervir no Município XYZ, com o fim de ver restabelecida a
ordem pública, gravemente comprometida pelos eventos descritos.
b) pode o Estado ABC intervir no Município XYZ, com o propósito de fazer cessar ameaça à
segurança pública e à ordem constitucional estabelecida.
c) a União pode intervir no Estado ABC para pôr fim ao grave comprometimento da ordem
pública, mas o Estado ABC não pode intervir no Município XYZ nessa hipótese.
d) a União pode intervir no Município XYZ para o restabelecimento da ordem pública
gravemente comprometida, devendo submeter o decreto de intervenção à apreciação do
Congresso Nacional.
e) não está configurada hipótese de intervenção federal ou estadual, uma vez que esta requer,
nos termos da Constituição da República, atuação dolosa por parte do Estado ou do Município.
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
I - manter a integridade nacional;
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei;
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de
transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.
Art. 35. O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios
localizados em Território Federal, exceto quando:
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a
dívida fundada;
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
III - não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção
e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde;
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a
observância de princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a
execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.
2018 - Prefeitura de Niterói - RJ - Auditor Municipal de Controle Interno - Controladoria [Q976734]
XI - trânsito e transporte;
O Art. 100 da Constituição do Estado Beta foi emendado há poucos dias e passou a dispor que
o subsídio de todos os agentes públicos do Estado e dos Municípios nele localizados
observaria, como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal
de Justiça. À luz da sistemática afeta ao regime de subsídios, tal qual estabelecido na
Constituição da República Federativa do Brasil, o Art. 100 da Constituição do Estado Beta é
a) inconstitucional, pois a Constituição do Estado não pode dispor que o subsídio mensal dos
desembargadores deve ser o limite único a ser observado.
b) constitucional, pois a Constituição do Estado, em observância à isonomia, deve estabelecer
limite único para todos os servidores estaduais e municipais.
c) parcialmente inconstitucional, pois a Constituição Estadual não pode estabelecer o referido
limite único para os municípios localizados no Estado Beta.
d) constitucional, desde que o referido subsídio único tenha sido estabelecido a partir de
proposta de iniciativa legislativa do Poder Judiciário.
e) parcialmente inconstitucional, pois a Constituição do Estado Beta não pode estender o
referido limite único aos deputados estaduais e àqueles que possuem vínculo com os
municípios.
Art. 37, § 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica
facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu
âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como
limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal
de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento
(90.25%) do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se
aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais
e Distritais e dos Vereadores.
2018 - SEPLAG - RJ - Analista de Gestão Governamental [Q974059]
A população do norte do estado Alfa, insatisfeita com a grave crise econômica e a notória
incompetência do governador do estado, aprovou, em plebiscito, o desmembramento do
referido território do estado Alfa e sua incorporação ao estado Beta, o que também foi aprovado
pela população deste último. Ato contínuo, os governadores dos estados Alfa e Beta editaram
ato conjunto sacramentando o desmembramento e a correlata incorporação. À luz da
sistemática constitucional, o referido procedimento está
a) incorreto, pois o princípio da indissolubilidade da Federação afasta qualquer mobilidade
interna, de ordem territorial, entre os estados.
b) correto, pois as populações interessadas foram ouvidas, e sua vontade foi chancelada por
agentes democraticamente legitimados.
c) incorreto, pois a questão federativa é estranha à vontade popular e deve ser integralmente
resolvida no âmbito do Senado, que conta com representação paritária dos estados.
d) correto, desde que, após a aprovação pelas populações interessadas e a edição do ato
conjunto, cada Assembleia Legislativa edite a lei de sua competência.
e) incorreto, pois, além da aprovação pela população diretamente interessada, é necessária a
aprovação do Congresso Nacional, por lei complementar, não dos governadores.
Art. 18, § 3º CF: Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou
desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou
Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente
interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei
complementar.
O Estado Alfa ingressou com ação judicial em face da União, postulando que fosse
reconhecido que, entre os bens do Estado, figuravam as terras devolutas situadas
em seu território, tidas como indispensáveis à defesa das fronteiras. À luz da
sistemática constitucional, o referido pedido deve ser julgado:
a) procedente, pois todas as terras devolutas pertencem aos Estados;
b) improcedente, pois todas as terras devolutas pertencem aos Municípios;
c) procedente, pois somente as terras devolutas situadas em ilhas pertencem à
União;
d) improcedente, pois as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras
pertencem à União;
e) procedente, pois somente as terras devolutas situadas em capitais pertencem à
União e aos Municípios.
Art. 20. São bens da União:
João, após sucessivas tentativas, não logrou êxito em ser aprovado em concurso público. No
entanto, como Pedro, seu amigo, foi eleito e tomou posse no cargo de Prefeito Municipal, João veio
a ser nomeado para função de confiança junto a uma secretaria municipal. Por entender que a
nomeação foi irregular, o Ministério Público ingressou com ação judicial para que tal fosse
reconhecido. À luz da sistemática constitucional, a ação ajuizada pelo Ministério Público, observados
os demais requisitos exigidos:
a) não deve ser acolhida, pois, apesar de as funções de confiança serem privativas dos titulares de
cargos de provimento efetivo, o Ministério Público não pode propor a ação;
b) deve ser acolhida, pois as funções de confiança são privativas dos titulares de cargos de
provimento efetivo e o Ministério Público pode propor a ação;
c) não deve ser acolhida, pois as funções de confiança não são privativas dos titulares de cargos de
provimento efetivo, embora o Ministério Público pudesse propor a ação;
d) deve ser acolhida, pois não podem existir funções de confiança no plano estadual e o Ministério
Público pode propor a ação;
e) não deve ser acolhida, pois as funções de confiança não são privativas dos titulares de cargos de
provimento efetivo e o Ministério Público não pode propor a ação.
Súmula Vinculante nº 13