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Centro Universitário de Patos de Minas - UNIPAM

Disciplina: Direito Tributário II


Professor: Me. Samir Vaz Vieira Rocha

AULA 6 – IMPOSTOS ESTADUAIS EM ESPÉCIE

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos;
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se
iniciem no exterior;
III - propriedade de veículos automotores.

6.1. Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores - IPVA

- O IPVA é um dos impostos mais novos do Sistema Tributário Brasileiro, sendo criado em
1985.

- Repartição de Receita: art. 158, III CF

Art. 158. Pertencem aos Municípios:


(...)
III - cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade
de veículos automotores licenciados em seus territórios;

- Base Legal: Lei nº 14.937/2003 - MG

- Fato Gerador: é a propriedade (direito real), o domínio útil ou a posse legítima de veículo
automotor (direito de uso).

Art. 2º O fato gerador do imposto ocorre: I - para veículo novo, na data de sua aquisição pelo
consumidor; II - para veículo usado, no dia 1º de janeiro de cada exercício; III - para veículo
importado pelo consumidor, na data de seu desembaraço aduaneiro. § 1º Para os efeitos desta
Lei, considera-se novo o veículo sem uso, até a sua saída promovida por revendedor ou
diretamente do fabricante ao consumidor final. § 2º Na hipótese dos incisos I e III e do § 1º deste
artigo, o recolhimento do IPVA será proporcional ao número de dias restantes para o fim do
exercício. § 3º Tratando-se de veículo usado que não se encontrava anteriormente sujeito a
tributação, considera-se ocorrido o fato gerador na data em que se der o fato ensejador da perda
da imunidade ou da isenção.

- Trata-se de um fato gerador periódico

- Isenção: Art. 3º da Lei Estadual nº 14.937/2003

Art. 3º É isenta do IPVA a propriedade de:


I - veículo de entidade filantrópica declarada de utilidade pública pelo Estado, desde que utilizado
exclusivamente para a consecução dos objetivos da entidade;
II - veículo de embaixada ou consulado ou de seus integrantes de nacionalidade estrangeira;
III - veículo de pessoa com deficiência física, visual, mental severa ou profunda, ou autista,
observadas as condições previstas em regulamento;
IV - veículo de turista estrangeiro, durante a sua permanência no País, por período nunca superior
a um ano, desde que tal veículo não esteja sujeito a registro, matrícula nem licenciamento no
Estado;
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V - veículo de motorista profissional autônomo que o utilize para transporte público de


passageiros na categoria "aluguel" - táxi -, inclusive motocicleta licenciada para o serviço de
mototáxi, adquirido com ou sem reserva de domínio;
VI - veículo rodoviário dispensado de licenciamento no órgão de trânsito por não trafegar em via
pública e máquina agrícola ou de terraplenagem;
VII - veículo de valor histórico ou de coleção com no mínimo trinta anos de fabricação;
VIII - veículo roubado, furtado ou extorquido, no período entre a data da ocorrência do fato e a
data de sua devolução ao proprietário;
IX - veículo sinistrado com perda total, conforme disposto em regulamento, a partir da data da
ocorrência do sinistro;
X - veículo objeto de sorteio promovido por entidade credenciada, na forma prevista em lei, no
período entre a data de sua aquisição e a data de sua entrega ao sorteado;
XI - veículo adquirido em leilão promovido pelo poder público, no período entre a data de sua
apreensão e a data da arrematação;
XII - veículo que esteja cedido em comodato à Administração direta do Estado, bem como a
autarquia ou fundação pública estadual;
XIII - veículo usado cujo proprietário seja comerciante de veículos inscrito no Cadastro de
Contribuintes do Estado e o utilize como mercadoria em sua atividade comercial;
XIV - embarcação cujo proprietário seja pescador profissional e a utilize em sua atividade
pesqueira;
XV - aeronave e embarcação com autorização para o transporte público de passageiros ou cargas
comprovada mediante registro no órgão próprio;
XVI - locomotiva;
XVII - veículo de motorista profissional autônomo, ainda que gravado com o ônus da alienação
fiduciária, ou em sua posse em decorrência de contrato de arrendamento mercantil, ou leasing
por ele celebrado, desde que utilizado para o serviço de transporte escolar prestado por
cooperativa ou sindicato ou contratado pela Prefeitura Municipal, individualmente ou por meio
de cooperativa ou sindicato;
XVIII - veículo pertencente ou cedido em comodato à Empresa de Assistência Técnica e Extensão
Rural do Estado de Minas Gerais - Emater - ou à Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas
Gerais - Epamig.

- Sujeito Passivo: art. 4º da Lei Estadual nº 14.937/2003

Art. 4º Contribuinte do IPVA é o proprietário de veículo automotor.

Art. 5º Respondem solidariamente com o proprietário pelo pagamento do IPVA e dos acréscimos
legais devidos:
I - o devedor fiduciante, em relação a veículo objeto de alienação fiduciária;
II - o arrendatário, em relação a veículo objeto de arrendamento mercantil;
III - o comprador, em relação ao veículo objeto de reserva de domínio;
IV - o alienante que não comunicar ao órgão de registro a venda do veículo, em relação aos fatos
geradores ocorridos entre o momento da alienação e o momento do conhecimento da alienação
pela autoridade responsável;
V - a seguradora ou a instituição financeira que deixar de prestar as informações de que trata o
art. 16-A, em relação à embarcação ou aeronave não informada.

Art. 6º O adquirente do veículo responde solidariamente com o proprietário anterior pelo


pagamento do IPVA e dos acréscimos legais vencidos e não pagos. Parágrafo único. O disposto
no caput deste artigo não se aplica ao adquirente de veículo vendido em leilão promovido pelo
poder público.

- Alíquotas: art. 10 da Lei Estadual nº 14.937/2003

Art. 10. As alíquotas do IPVA são de:


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I - 4% (quatro por cento) para veículos automotores não especificados nos demais incisos deste
artigo;
II - 3% (três por cento) para furgão e caminhonete de cabine simples, exceto a estendida;
III - 1% (um por cento) para veículos destinados a locação, de propriedade de pessoa jurídica que
preencha pelo menos um dos seguintes requisitos:
a) exerça atividade exclusiva de locação devidamente comprovada nos termos da legislação
tributária;
b) aufira receita bruta com a atividade de locação de veículos que represente, no mínimo, 50%
(cinqüenta por cento) de sua receita bruta total, mediante regime especial de tributação
concedido pela Secretaria de Estado de Fazenda, na forma, nos prazos e nas demais condições
estabelecidos em regulamento;
c) utilize no mínimo 2.000 (dois mil) veículos registrados no Estado destinados exclusivamente a
locação, mediante regime especial de tributação concedido pela Secretaria de Estado de
Fazenda, na forma, nos prazos e nas demais condições estabelecidos em regulamento;
IV - 1% (um por cento) para ônibus, microônibus, caminhão, caminhão-trator e aeronave;
V - 2% (dois por cento) para motocicleta, motoneta, triciclo, quadriciclo e ciclomotor;
VI - 3% (três por cento) para embarcação;
VII - 2% (dois por cento) para automóvel, veículo de uso misto e veículo utilitário que possuam
autorização para transporte público rodoviário de passageiros comprovada mediante registro no
órgão de trânsito na categoria "aluguel";
VIII - (vetado).
IX - 0,5% (zero vírgula cinco por cento) para caminhões destinados a locação, de propriedade de
pessoa jurídica que utilize no mínimo quinhentos veículos registrados no Estado destinados
exclusivamente a locação, mediante regime especial de tributação concedido pela Secretaria de
Estado de Fazenda, na forma, nos prazos e nas demais condições estabelecidos em regulamento.

- Base de cálculo: art. 7º da Lei Estadual nº 14.937/2003

Art. 7º A base de cálculo do IPVA é o valor venal do veículo.


§ 1º Tratando-se de veículo novo, a base de cálculo é o valor constante no documento fiscal
referente à transmissão da propriedade ao consumidor.
§ 2º Tratando-se de veículo usado, para os efeitos de obtenção do valor venal de que trata o
caput, será observado:
I - em relação a veículo rodoviário ou ferroviário, o valor divulgado pela Secretaria de Estado de
Fazenda, com base nos preços médios praticados no mercado, pesquisados em publicações
especializadas e, subsidiariamente, na rede revendedora, observando-se espécie, marca,
modelo, potência, capacidade máxima de tração e carga, ano de fabricação e tipo de combustível
utilizado;
II - em relação a embarcação e aeronave, o valor venal declarado pelo contribuinte, nos termos
do regulamento, desde que não inferior ao do respectivo contrato de seguro

6.2. Imposto sobre a Transmissão “Causa Mortis” e Doação - ITCMD

- Base Legal: Lei Estadual nº 14.941/2003

- Fato Gerador: art. 1º da Lei Estadual nº 14.941/2003

Art. 1º O Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos -
ITCD - incide:
I - na transmissão da propriedade de bem ou direito, por ocorrência do óbito;
II - no ato em que ocorrer a transmissão de propriedade de bem ou direito, por meio de
fideicomisso;
III - na doação a qualquer título, ainda que em adiantamento da legítima;
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IV - na partilha de bens da sociedade conjugal e da união estável, sobre o montante que exceder
à meação;
V - na desistência de herança ou legado com determinação do beneficiário;
VI - na instituição de usufruto não oneroso;
VII - no recebimento de quantia depositada em conta bancária de poupança ou em conta
corrente em nome do de cujus.

- Isenção: art. 3º da Lei Estadual nº 14.941/2003

Art. 3º Fica isenta do imposto:


I - a transmissão causa mortis de:
a) imóvel residencial com valor total de até 40.000 Ufemgs (quarenta mil Unidades Fiscais do
Estado de Minas Gerais), desde que seja o único bem imóvel de monte partilhável cujo valor total
não exceda 48.000 (quarenta e oito mil) Ufemgs, excetuando-se os bens descritos na alínea "c"
deste inciso;
b) fração ideal de um único imóvel residencial, desde que o valor total desse imóvel seja de até
40.000 (quarenta mil) Ufemgs e o monte partilhável não contenha outro imóvel nem exceda
48.000 (quarenta e oito mil) Ufemgs, excetuando-se os bens descritos na alínea "c" deste inciso;
c) roupa e utensílio agrícola de uso manual, bem como de móvel e aparelho de uso doméstico
que guarneçam as residências familiares;
II - a transmissão por doação:
a) cujo valor total não ultrapasse 10.000 (dez mil) UFEMGs;
b) de bem imóvel doado:
b.1) pelo poder público a particular no âmbito de programa habitacional destinado a pessoas de
baixa renda ou em decorrência de calamidade pública, observadas as disposições contidas em
regulamento;
b.2) pelo poder público com o fim de atrair empresas industriais e comerciais para o Município,
observadas as disposições contidas em regulamento;
b.3) em que figure como doador ou donatário a Companhia de Habitação do Estado de Minas
Gerais - Cohab-MG;
c) de roupa, utensílio agrícola de uso manual, móvel e aparelho de uso doméstico que guarneçam
as residências familiares;
d) de imóvel doado ou recebido em doação pela Companhia de Desenvolvimento Econômico de
Minas Gerais - Codemig -, desde que destinado à instalação ou à ampliação de empreendimentos
no Estado, nos termos do regulamento;
e) de imóvel doado pelo poder público ao Fundo de Arrendamento Residencial - FAR -, a que se
refere o inciso II do caput do art. 2º da Lei Federal nº 11.977, de 7 de julho de 2009, gerido pela
Caixa Econômica Federal, observado o disposto no art. 1º e no caput e §§ 3º, 4º e 5º do art. 2º
da Lei Federal nº 10.188, de 12 de fevereiro de 2001;
f) dos recursos necessários à aquisição de veículo por pessoa com deficiência física, visual, mental
severa ou profunda, ou autista, sem capacidade financeira, ao abrigo da isenção do Imposto
sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de
Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS -, na hipótese em que o
doador seja parente em primeiro grau em linha reta ou em segundo grau em linha colateral,
cônjuge ou companheiro em união estável ou representante legal do donatário;
g) vinculada a programa de incentivo ao esporte ou a programa de incentivo à cultura instituídos
em Lei.

- Base de Cálculo: art. 4º da Lei Estadual nº 14.941/2003

Art. 4º A base de cálculo do imposto é o valor venal do bem ou direito recebido em virtude da
abertura da sucessão ou de doação, expresso em moeda corrente nacional e em seu equivalente
em Ufemg.
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- Alíquota: art. 10 da Lei Estadual nº 14.941/2003

Art. 10. O imposto será calculado aplicando-se a alíquota de 5% (cinco por cento) sobre o valor
total fixado para a base de cálculo dos bens e direitos recebidos em doação ou em face de
transmissão causa mortis.
Parágrafo único. O Poder Executivo poderá conceder desconto, nos termos do regulamento:
I - na hipótese de transmissão causa mortis, de até 20% (vinte por cento) do valor do imposto
devido, desde que recolhido no prazo de até noventa dias contados da abertura da sucessão;
II - na hipótese de doação cujo valor seja de até 90.000 (noventa mil) Ufemgs, de até 50%
(cinquenta por cento) do valor do imposto devido, desde que recolhido pelo contribuinte antes
da ação fiscal.

- Contribuinte: art. 12 da Lei Estadual nº 14.941/2003

Art. 12. O contribuinte do imposto é:


I - o sucessor ou o beneficiário, na transmissão por ocorrência do óbito;
II - o donatário, na aquisição por doação;
III - o cessionário, na cessão a título gratuito;
IV - o usufrutuário.
Parágrafo único. Em caso de doação de bem móvel, título ou crédito, bem como dos direitos a
eles relativos, se o donatário não residir nem for domiciliado no Estado, o contribuinte é o
doador.

6.3. Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS

- Surgiu em 1965, em substituição ao Imposto de Vendas e Consignação (IVC). Hoje,


representa 80% (oitenta por cento) da arrecadação dos Estados.

- Tratamento Constitucional art. 155 CF

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se
iniciem no exterior;
(...)
§ 2º O imposto previsto no inciso II (ICMS) atenderá ao seguinte:
I - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação
de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo
ou outro Estado ou pelo Distrito Federal;
II - a isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da legislação:
a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou prestações
seguintes;
b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores;
III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços;
IV - resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República ou de um terço dos
Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus membros, estabelecerá as alíquotas
aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e de exportação;
V - é facultado ao Senado Federal:
a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante resolução de iniciativa de um
terço e aprovada pela maioria absoluta de seus membros;
b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito específico que envolva
interesse de Estados, mediante resolução de iniciativa da maioria absoluta e aprovada por dois
terços de seus membros;
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VI - salvo deliberação em contrário dos Estados e do Distrito Federal, nos termos do disposto no
inciso XII, "g", as alíquotas internas, nas operações relativas à circulação de mercadorias e nas
prestações de serviços, não poderão ser inferiores às previstas para as operações interestaduais;
VII - nas operações e prestações que destinem bens e serviços a consumidor final, contribuinte
ou não do imposto, localizado em outro Estado, adotar-se-á a alíquota interestadual e caberá ao
Estado de localização do destinatário o imposto correspondente à diferença entre a alíquota
interna do Estado destinatário e a alíquota interestadual;
VIII - a responsabilidade pelo recolhimento do imposto correspondente à diferença entre a
alíquota interna e a interestadual de que trata o inciso VII será atribuída:
a) ao destinatário, quando este for contribuinte do imposto;
b) ao remetente, quando o destinatário não for contribuinte do imposto;
IX - incidirá também:
a) sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou jurídica,
ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade, assim
como sobre o serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o
domicílio ou o estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou serviço;
b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem fornecidas com serviços não
compreendidos na competência tributária dos Municípios;
X - não incidirá:
a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a
destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do
imposto cobrado nas operações e prestações anteriores;
b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis
líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica;
c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5º;
d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons
e imagens de recepção livre e gratuita;
XI - não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do imposto sobre produtos
industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado
à industrialização ou à comercialização, configure fato gerador dos dois impostos;
XII - cabe à lei complementar:
a) definir seus contribuintes;
b) dispor sobre substituição tributária;
c) disciplinar o regime de compensação do imposto;
d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do estabelecimento responsável, o local das
operações relativas à circulação de mercadorias e das prestações de serviços;
e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, serviços e outros produtos
além dos mencionados no inciso X, "a"
f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa para outro Estado e
exportação para o exterior, de serviços e de mercadorias;
g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções,
incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados.
h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma única vez,
qualquer que seja a sua finalidade, hipótese em que não se aplicará o disposto no inciso X, b;
i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a integre, também na importação
do exterior de bem, mercadoria ou serviço.

- Não cumulatividade: O imposto é não-cumulativo, compensando-se o que for devido em


cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação com o montante cobrado nas anteriores
pelo mesmo ou por outro Estado. Ex.:
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Indústria Distribuidora Comerciante Consumidor


Valor Saída R$ 100,00 R$ 150,00 R$ 200,00 -
Alíquota 10% 10% 10% -
Destacado R$ 10,00 R$ 15,00 R$ 20,00 -
A compensar R$ 0,00 R$ 10,00 R$ 15,00 -
A recolher R$ 10,00 R$ 5,00 R$ 5,00 -

Substituição Tributária: evita o cálculo da não cumulatividade:

Art. 150 (...) § 7º A lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de
responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer
posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se
realize o fato gerador presumido.

- Tratamento pela Lei Kandir (LC n. 087/1996)

- Fato gerador: art. 2º da LC n. 087/1996

Art. 2° O imposto incide sobre:


I - operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o fornecimento de alimentação e
bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares;
II - prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, por qualquer via, de
pessoas, bens, mercadorias ou valores;
III - prestações onerosas de serviços de comunicação, por qualquer meio, inclusive a geração, a
emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação
de qualquer natureza;
IV - fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não compreendidos na competência
tributária dos Municípios;
V - fornecimento de mercadorias com prestação de serviços sujeitos ao imposto sobre serviços,
de competência dos Municípios, quando a lei complementar aplicável expressamente o sujeitar
à incidência do imposto estadual.

- Base de cálculo: art. 8º da LC n. 087/1996

Art. 8º A base de cálculo, para fins de substituição tributária, será:


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I - em relação às operações ou prestações antecedentes ou concomitantes, o valor da operação


ou prestação praticado pelo contribuinte substituído;
II - em relação às operações ou prestações subseqüentes, obtida pelo somatório das parcelas
seguintes:
a) o valor da operação ou prestação própria realizada pelo substituto tributário ou pelo
substituído intermediário;
b) o montante dos valores de seguro, de frete e de outros encargos cobrados ou transferíveis aos
adquirentes ou tomadores de serviço;
c) a margem de valor agregado, inclusive lucro, relativa às operações ou prestações
subseqüentes.

- Contribuinte e responsável: arts. 4º e 5º da LC n. 087/1996

Art. 4º Contribuinte é qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize, com habitualidade ou em
volume que caracterize intuito comercial, operações de circulação de mercadoria ou prestações
de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as
operações e as prestações se iniciem no exterior.

Art. 5º Lei poderá atribuir a terceiros a responsabilidade pelo pagamento do imposto e


acréscimos devidos pelo contribuinte ou responsável, quando os atos ou omissões daqueles
concorrerem para o não recolhimento do tributo.

- Local da Operação ou Prestação: art. 11 da LC n. 087/1996

Art. 11. O local da operação ou da prestação, para os efeitos da cobrança do imposto e definição
do estabelecimento responsável, é:
I - tratando-se de mercadoria ou bem:
a) o do estabelecimento onde se encontre, no momento da ocorrência do fato gerador;
b) onde se encontre, quando em situação irregular pela falta de documentação fiscal ou quando
acompanhado de documentação inidônea, como dispuser a legislação tributária;
c) o do estabelecimento que transfira a propriedade, ou o título que a represente, de mercadoria
por ele adquirida no País e que por ele não tenha transitado;
d) importado do exterior, o do estabelecimento onde ocorrer a entrada física;
e) importado do exterior, o do domicílio do adquirente, quando não estabelecido;
f) aquele onde seja realizada a licitação, no caso de arrematação de mercadoria ou bem
importados do exterior e apreendidos ou abandonados;
g) o do Estado onde estiver localizado o adquirente, inclusive consumidor final, nas operações
interestaduais com energia elétrica e petróleo, lubrificantes e combustíveis dele derivados,
quando não destinados à industrialização ou à comercialização;
h) o do Estado de onde o ouro tenha sido extraído, quando não considerado como ativo
financeiro ou instrumento cambial;
i) o de desembarque do produto, na hipótese de captura de peixes, crustáceos e moluscos;
II - tratando-se de prestação de serviço de transporte:
a) onde tenha início a prestação;
b) onde se encontre o transportador, quando em situação irregular pela falta de documentação
fiscal ou quando acompanhada de documentação inidônea, como dispuser a legislação tributária;
c) o do estabelecimento destinatário do serviço, na hipótese do inciso XIII do art. 12 e para os
efeitos do § 3º do art. 13;
III - tratando-se de prestação onerosa de serviço de comunicação:
a) o da prestação do serviço de radiodifusão sonora e de som e imagem, assim entendido o da
geração, emissão, transmissão e retransmissão, repetição, ampliação e recepção;
b) o do estabelecimento da concessionária ou da permissionária que forneça ficha, cartão, ou
assemelhados com que o serviço é pago;
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c) o do estabelecimento destinatário do serviço, na hipótese e para os efeitos do inciso XIII do


art. 12;
c-1) o do estabelecimento ou domicílio do tomador do serviço, quando prestado por meio de
satélite;
d) onde seja cobrado o serviço, nos demais casos;
IV - tratando-se de serviços prestados ou iniciados no exterior, o do estabelecimento ou do
domicílio do destinatário.

- Regulamentação a nível estadual (MG): Lei nº 6.763/1975

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