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TRIBUTÁRIO I – 2º Bimestre

TESTE A1 – 06.09.2023

1ª AVALIAÇÃO – 21.09.2023

TESTE A2 – 08.11.2023

 20 QUESTÕES OBJETIVAS – 0,07


 04 DISSERTATIVAS – 0,15

2ª AVALIAÇÃO – 22.11.2023

QUESTÃO DA PRIMEIRA PROVA QUE PODE SE REPETIR NA A2


A Constituição Federal, dentre outras hipóteses que prevê, veda a instituição de impostos sobre
fonogramas e videofonogramas musicais produzidos no Brasil, contendo obras musicais ou
literomusicais de autores brasileiros e/ou obras em geral interpretadas por artistas brasileiros,
bem como os suportes materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de
replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser. Referida vedação consiste em hipótese
de:
A) Imunidade genérica.
B) Imunidade específica.
C) imunidade recíproca.
D) isenção constitucionalmente garantida.
GABARITO: A - As imunidades genéricas são aquelas que incidem sobre impostos de modo
geral (art. 150, VI, a, b, c, d, e), enquanto as específicas são aquelas incidentes sobre um
determinado imposto, como exemplo o fato de que não haverá incidência do IPI aos produtos
destinados ao exterior (CF, art. 153, p. 3º, III).

14.09.2023

PRINCÍPIOS DA ORDEM TRIBUTÁRIA

1. LEGALIDADE
Art. 150, I CF c/c art. 9 CTN

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Vetor axiológico: segurança jurídica. “o povo tributando a si mesmo – Pontes de Miranda”. O
tributo nasce por meio de lei que é fruto da vontade do povo.
Somente Lei pode criar (instituir), majorar, reduzir ou extinguir o tributo.
Em regra é a Lei Ordinária que institui o tributo.
Nota! A CF reservou alguns tributos à Lei Complementar.
CF Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;

CTN Art. 9º É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - instituir ou majorar tributos sem que a lei o estabeleça, ressalvado, quanto à majoração, o
disposto nos artigos 21, 26 e 65;

E a Medida Provisória?
Não é lei, mas tem força de lei ordinária.
Prazo de validade de 60 dias, prorrogada uma vez por igual período, sendo extinta se não for
convertida em lei.

Já teve tributo criado por MP?


Sim, a CPMF

Pode uma MP instituir tributo?


Pode, desde que o referido tributo não seja reservado à lei complementar.
Porque a CF no art. 62, §1º, III diz que é vedada MP para matéria reservada à lei complementar.

TRIBUTOS RESERVADOS À LEI COMPLEMENTAR:

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EMPRÉ IMPOS
TO
IGF STIMO
COMPU RESID
LSÓRIO UAL
 IGF – Imposto sobre Grandes Fortunas. Não é cobrado no Brasil porque a LC ainda não
foi editada. Art. 153, VII CF.
Tributo de competência da União
CF Art. 153: Compete à União instituir impostos sobre: VII - grandes fortunas, nos termos de lei
complementa

 Empréstimo compulsório – art. 148 CF. competência da União.


Esse tributo é vinculado porque a receita deve ser vinculada à despesa extraordinária que
motivou sua cobrança:
 Guerra externa ou sua iminência
 Calamidade pública
 Investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional
Nota! Esse tributo no Brasil é 100% restituível.
Esse imposto é apelidado de poupança forçada.
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou
sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado
o disposto no art. 150, III, "b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à
despesa que fundamentou sua instituição.

 Imposto Residual e Contribuição Social Residual


Residual = novo
Competência da União
Há um PL que visa instituir imposto residual sobre embarcações e aeronaves. Isso porque o STF
decidiu que o IPVA incide somente sobre veículos terrestres;

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Também há um PL de imposto residual sobre bicicleta.
Art. 154 CF: A União poderá instituir:
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-
cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;
II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em
sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua
criação.

EXCEÇÃO/MITIGAÇÃO/ATENUAÇÃO AO PRINCIPIO DA LEGALIDADE


DE ACORDO COM A CF DE ACORDO COM O STF
II, IE, IPI, IOF, CIDE Combustível, ICMS PIS/COFINS
Combustível.

Em sua maioria os tributos são criados com função arrecadatória a fim de gerar receitas.
Mas há Tributos extras fiscais ou com função regulatória –que tem por objeto regular o mercado,
a economia. Até geram muita receita pública, arrecadam muito, mas essa não é sua principal
função.
O poder executivo PODE alterar (aumentar ou reduzir) a alíquota, desde que observados os
limites estabelecidos em lei.
Pode alterar por ato infralegal, ou seja, decreto, portaria. Não há necessidade de lei.
Alíquota é o percentual aplicado sobre a base de cálculo para quantificar o tributo a ser pago.
Não confundir com fato gerador, base de cálculo.
Art. 153, §1º CF:
§ 1º É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar
as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V.

 Imposto de importação de produtos estrangeiros


 Imposto de exportação para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados. Ex:
couro, cigarro, castanha de caju...
 IPI - produtos industrializado
 IOF - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;
 CIDE que incide sobre combustível ou petróleo. Quando importa ou vende – art. 177, §4º,
I, b CF: A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de
importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool

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combustível deverá atender aos seguintes requisitos: - a alíquota da contribuição poderá ser: b)reduzida
e restabelecida por ato do Poder Executivo.
 ICMS combustível – ART. 155, §4º, IV CF autoriza os Estados e DF por meio de
convênio.
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: IV - as alíquotas do imposto
serão definidas mediante deliberação dos Estados e Distrito Federal, nos termos do § 2º, XII, g ,
observando-se o seguinte:

 RE1043313 – TEMA 939 julgado junto com ADI 5277


Tese: é constitucional a flexibilização da legalidade tributária consoante o §2º do art. 27 da Lei
10.865/04, no que permitiu ao poder executivo reduzir e restabelecer as alíquotas da
contribuição ao PIS e Cofins incidente sobre as receitas financeiras auferidas por pessoas
jurídicas, estando presente o desenvolvimento de função extra fiscal.

Súmula 160 STJ: o prefeito ou governador do DF (Poder Executivo) por meio de decreto (ato
infralegal) pode atualizar a base de cálculo do IPTU, desde que não ultrapasse o índice oficial de
correção monetária.
É defeso, ao Município, atualizar o IPTU, mediante decreto, em percentual superior ao índice oficial de
correção monetária.

Cuidado! Se o prefeito atualizar a base de cálculo em percentual superior ao índice oficial de


correção monetário?
Isso é considerado aumento e deve ser por meio de lei.

27.09.2023

2. PRINCÍPIO DA PECUNIA NON OLET – Dinheiro não tem cheiro


Histórico: imperador Romano Vespasiano instituiu uma taxa para utilização de banheiros
públicos.
Seu filho Tito o questionou acerca da tributação ao afirmar que o fato gerador não era cheiroso,
ao que o imperador pegou uma moeda e deu ao filho perguntando: olet? Non olet. Logo.
Dinheiro não tem cheiro.

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Art. 118 CTN: a interpretação do fato gerador é objetiva. Pouco importa se a origem do dinheiro
é licita ou ilícito; se o bem é regular ou irregular. O que importa é a ocorrência do fato gerador.
Ex: receita decorrente do jogo do bicho, do tráfico de entorpecentes, da prostituição – incide
Imposto de Renda, imóvel irregular – incide IPTU.
Aplica-se sobre qualquer imposto!
Se o fisco não cobrar o imposto que lhe é devido, estará fomentando a prática irregular.
Art. 26 da Lei 4.506/64: os rendimentos derivados de atividades ou transações ilícitas, ou percebidos com
infração à lei, são sujeitos à tributação, sem prejuízo das sanções que couberem.

Art. 118 CTN. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se:


I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou
terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos;
II - dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos.

Menor de idade, falso profissional liberal. Empresa que existe fato, mas não de direito
porque não é registrado na junta comercial.
A capacidade tributária passiva independe da capacidade civil. Isso quer dizer que se o menor
praticar fato gerador tem que pagar imposto. Ex: Sandy e Júnior sempre auferiram renda e
sempre pagaram IR.
O falso profissional liberal deve pagar imposto sobre serviço ISS, independentemente de registro
no conselho.
CTN Art. 126. A capacidade tributária passiva independe:
I - da capacidade civil das pessoas naturais – menor de idade;
II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do exercício
de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios -
falso profissional liberal;
III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade
econômica ou profissional – PJ que existe de fato, mas não de direito.

04.10.2023

3. PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE TRIBUTÁRIA OU PRINCÍPIO DA NÃO-SURPRESA


Art. 150, III, B e C da CF – regra
Art. 150, §1º - exceções
Vetor axiológico: segurança jurídica
Aplicada no caso de alteração ou majoração de tributo.

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Ano seguinte – é considerado no dia 01.01.
Cuidado! Redução de tributo – não precisa esperar o exercício seguinte. A lei tem eficácia
imediata.
3.1 Anterioridade anual ou anterioridade do exercício
Em regra, quando o tributo é criado ou majorado, a lei que o criou ou majorou só terá eficácia no
exercício seguinte após a sua publicação.
Ex: legislativo cria IGF em 04.10.2023, só poderá cobrar em 1.01.2024.
Art. 150, III, b da CF: Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: cobrar tributos: no mesmo exercício financeiro em que
haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;

3.2 Anterioridade nonagesimal ou noventena


Instituída pela EC42 que acrescentou o inciso III ao art. 150, III da CF.
A Lei que cria ou aumenta tributo só terá eficácia em regra 90 dias após sua publicação.
Isso para limitar o próprio legislativo que criava tributo em dezembro de 2022 e já queria cobrar
em 01.01.2023.
Art. 150, III, b da CF: Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: cobrar tributos: antes de decorridos noventa dias da
data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b;

Qual anterioridade aplicar?


Na prática, aplica as duas anterioridades e escolhe a melhor para o contribuinte pagar, que a
data mais distante.
Ex: ITR, ITBI, ISS
Lei ordinária majorou a alíquota do ITBI de 3% para 4% em 10.12.2020
Se escolher a anterioridade anual, a majoração será cobrada em 01.01.2021
Se escolher a anterioridade nonagesimal, conta 90 dias + 1 = 11.03.2021
Assim, a lei que majorou o ITBI em 10.12.2020 somente terá eficácia em 11.03.2021, pois foi
aplicada a anterioridade nonagesimal que no caso é a mais favorável para o contribuinte.

Lei ordinária majorou a alíquota do ITBI de 3% para 4% em 10.05.2020


Se escolher a anterioridade anual, a majoração será cobrada em 01.01.2021
Se escolher a anterioridade nonagesimal, conta 90 dias + 1 = 11.08.2020
Assim, a lei que majorou o ITBI em 10.05.2020 somente terá eficácia em 01.01.2021, pois foi
aplicada a anterioridade anual que no caso é a mais favorável para o contribuinte.

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Na prática, até 02.10 a melhor regra para o contribuinte é a aplicação da anterioridade anual.

LISTA DE EXCEÇÕES
Cobrança imediata Anterioridade Nonagesimal Anterioridade Anual
Imposto de Importação IPI Imposto de Renda
Imposto de Exportação CIDE Combustível Alteração da base de cálculo
IOF ICMS Combustível do IPTU e IPVA
IEG Contribuição Social
Empréstimo Compulsório Previdenciária

1. Lista do “pago já”


A cobrança é imediata.
Exceção às duas anterioridades anual e nonagesimal.

a. Imposto de Importação
Ex: União alterou o imposto de importação da alíquota do vinho em 04.10.2023. Se a empresa
importar vinho em 04.10.2023 já vai incidir a alíquota majorada.
Nota! Exceção ao principio da legalidade. O poder executivo PODE alterar (aumentar ou reduzir)
a alíquota, desde que observados os limites estabelecidos em lei.
Pode alterar por ato infralegal. Não há necessidade de lei.

b. Imposto de Exportação
Nota! Exceção ao principio da legalidade. O poder executivo PODE alterar (aumentar ou
reduzir) a alíquota, desde que observados os limites estabelecidos em lei.
Pode alterar por ato infralegal. Não há necessidade de lei.

c. IOF – Imposto sobre Operações Financeiras


Ex: executivo aumenta a alíquota da compra de crédito no exterior.

Nota! Exceção ao principio da legalidade. O poder executivo PODE alterar (aumentar ou reduzir)
a alíquota, desde que observados os limites estabelecidos em lei.
Pode alterar por ato infralegal. Não há necessidade de lei.

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d. Imposto Extraordinário de Guerra - IEG
Imposto de competência da União, criado por lei ordinária.

e. Empréstimo Compulsório
Em caso de guerra externa ou sua iminência ou calamidade pública.
Tributo de competência da União que depende de lei complementar.
Receita vinculada.

2. Lista dos noventa dias depois


Exceção à anterioridade anual.
Obedece a anterioridade nonagesimal.

a. IPI
PR majora alíquota do IPI do videogame em 04.10.2023, só pode ser cobrado 90 dias depois
porque essa exceção só obedece a anterioridade nonagesimal, assim será cobrado a partir de
05.01.2023.

b. CIDE Combustível
Exceção à anterioridade anual.
Obedece a anterioridade nonagesimal.
Nota! Exceção ao principio da legalidade. O poder executivo PODE alterar (aumentar ou reduzir)
a alíquota, desde que observados os limites estabelecidos em lei.
Pode alterar por ato infralegal. Não há necessidade de lei.

c. ICMS Combustível
Exceção à anterioridade anual.
Obedece a anterioridade nonagesimal.
Nota! Exceção ao principio da legalidade. O poder executivo PODE alterar (aumentar ou reduzir)
a alíquota, desde que observados os limites estabelecidos em lei.
Pode alterar por ato infralegal. Não há necessidade de lei.

d. Contribuição Social Previdenciária


Exceção à anterioridade anual.

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Obedece a anterioridade nonagesimal.

3. Lista do 01.01
Exceção à anterioridade nonagesimal
Obedece anterioridade anual.
a. Imposto de Renda
Se tiver lei aumentando a alíquota em dezembro/2023, já pode cobrar em janeiro/2024

b. Alteração da base de cálculo do IPTU e do IPVA

Cuidado! Princípio da Anualidade não foi recepcionado pela CF em matéria tributária.

4. PRINCÍPIO DA ISONOMIA OU IGUALDADE TRIBUTÁRIA


Art. 150, II, da CF: Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: instituir tratamento desigual entre contribuintes que se
encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou
função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou
direitos.

Antes da CF havia os privilégios odiosos que privilegiava com isenção de tributos os ocupantes
de determinados cargos.
A CF acabou com isso, o que vale é praticar o fato gerador.

Entrelaçado ao PRINCÍPIO DA CAPACIDADE ECONÔMICA OU CONTRIBUTIVA – art. 145,


§1ª CF. Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a
capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir
efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o
patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
NOTA! A regra é a de quem recebe mais, paga mais.
É nítida a aplicação desse princípio aos impostos direitos: IR, IPTU, IPVA, ISS, ITR... porque
eles têm alíquotas progressivas, ou seja, a alíquota aumenta de acordo com a base de cálculo.

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Exceção: o princípio da capacidade contributiva não se aplica aos impostos indiretos: IPI,
ICMS.
Não se aplica o princípio da Isonomia nem da capacidade econômica aos impostos
indiretos!

Cuidado! O princípio da capacidade contributiva não deu certo no Brasil por conta da
regressividade tributária que tributa tanto o consumo quando a renda, mas no país a tributação
tanto da renda quanto a do consumo é muito alta.

REGRESSIVIDADE TRIBUTÁRIA
PEC 45-A: um dos objetivos da reforma tributária foi reduzir a regressividade tributária. Ex:
alíquota zero aos itens de higiene pessoal, absorvente.
A tributação sobre consumo atinge severamente quem ganha menos.
Isso porque não se aufere a capacidade de renda de todos. Independente de rico ou pobre paga
os mesmos impostos que recaem sobre esses tributos.
Ex: ao tributar um pacote de macarrão, por exemplo, o milionário e o mendigo, que comprarem
aquele macarrão, vão pagar o mesmo tributo embutido no preço, independentemente da imensa
disparidade da capacidade econômica de cada um.
Considerando que a renda das pessoas mais pobres é totalmente voltada para o consumo de
bens de subsistência e de higiene pessoal, a concentração da tributação sobre o consumo torna
o modelo tributário injusto, fazendo com que os mais pobres paguem proporcionalmente mais
tributos do que os mais ricos.
Nota! Os Estados Unidos reduziram a regressividade tributária reduzindo a tributação sobre o
consumo e aumentando-a sobre a renda.

05.10.2023

5. PRINCÍPIO DO NÃO-CONFISCO OU DA VEDAÇÃO AO CONFISO


Art. 150, IV CF.
Os entes federativos estão proibidos de cobrar tributos com efeito de confisco.
Tal princípio está entrelaçado aos princípios do devido processo legal, contraditório e ampla
defesa, previstos na CF.

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De acordo com o art. 3º do CTN, multa não é tributo. Multa é uma sanção, uma penalidade
pecuniária. O tributo não constitui sanção de ato ilícito.
ARE 951.059 STF: Estendeu o principio do não-confisco para as multas.
Assim, não pode cobrar tributo nem multa com efeito de confisco. Além disso, a multa punitiva
não pode ultrapassar 100%. A multa moratória pode chegar até 20%.
Súmulas 70 e 323 STF:
70. É inadmissível a interdição de estabelecimento como meio coercitivo para cobrança de tributo.
323. É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos.

Ex: José, contribuinte, tem comércio e possui suas mercadorias apreendidas porque não pagou
ICMS. O fisco não pode apreender sua mercadoria para obrigar o contribuinte pagar o tributo
por conta da súmula 70.
Nota! Se o contribuinte não paga o tributo, o fisco deve inscrevê-lo em dívida ativa para depois
executá-la.

6. PRINCÍPIO DA LIBERDADE DE TRÁFEGO


Art. 150, V CF
Regra: transitar livremente.
Exceção: pedágio.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios: estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de
tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias
conservadas pelo Poder Público;
Pedágio é tributo? ADI 800 – é preço público ou tarifa, e não tributo decidiu o STF. Assim, pode
majorar o pedágio sem necessidade de lei, podendo incidir imediatamente para o consumidor.

Súmula 545 STF: Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente
daqueles, são compulsórias e têm sua cobrança condicionada à prévia autorização orçamentária, em
relação à lei que as instituiu.

7. PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE GEOGRÁFICA

Art. 151, I, CF: É vedado à União: I - instituir tributo que não seja uniforme em todo o território
nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a
Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o
equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País;

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Em regra, os tributos de competência da União devem ser uniformes em todo o território
nacional.
Ex: as alíquotas são uniformes.
Tributos de competência da União – art. 153 CF
 Imposto de importação de produtos estrangeiros;
 Imposto exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
 Imposto de renda e proventos de qualquer natureza;
 Imposto sobre produtos industrializados;
 Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou
valores mobiliários;
 Imposto de propriedade territorial rural;
 Imposto sobre grandes fortunas, nos termos de lei complementar.

Exceção: Zona Franca de Manaus. Existem vários incentivos fiscais a fim de desenvolver a
região. Exceção da parte final do art. 151 admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a
promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País

8. PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DAS ISENÇÕES HETERÔNOMAS


ART. 151, III CF: É vedado à União: instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito
Federal ou dos Municípios.
Isenção autônoma – é concedida pelo ente que tem competência.
Isenção heterônoma – quando um ente concede isenção de tributo que não é de sua
competência. Ex: vedado a União conceder isenção de IPVA para o Estado de Barreiras.

Exceção 1!
Cuidado! O Brasil é signatário de vários tratados, a exemplo do GAT. Nesse tratado havia uma
cláusula concedendo isenção ao ISS e ICMS. Os Estados e Municípios impugnaram esse
tratado por violação ao principio da proibição da isenção heterônoma porque o tratado não
poderia conceder essa isenção por falta de competência.

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O STF endendeu que os tratados e as convenções internacionais podem conceder isenções
para impostos estaduais e municipais. A justificativa foi que nesse caso a União atua não como
pessoa jurídica de direito público, mas sim como a RFB representando o Brasil no exterior.

Exceção 2!
Art. 156, §1º, II CF:
Compete aos Municípios instituir impostos sobre: § 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que
se refere o art. 182, § 4º, inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá: II - ter alíquotas diferentes de
acordo com a localização e o uso do imóvel.

11.10.2023

9. IRRETROATIVIDADE OU NÃO RETROAÇÃO


Regra: art. 150, III, a: Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: cobrar tributos: em relação a fatos geradores ocorridos
antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado;

Exceção – art. 106, I, II CTN


Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de
penalidade à infração dos dispositivos interpretados;
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:

Regra: A lei tributária não retroage por segurança jurídica.


A lei que reduz o tributo não retroage, mesmo sendo mais benéfica.
Ex: contribuinte praticou o fato gerador em 2021. Em 2023 foi publicada lei reduzindo a alíquota
do IRPF. Mesmo sendo mais benéfica, não retroage.

Hipóteses de retroação
A lei que reduz a multa punitiva pode retroagir.
Desde que não haja coisa julgada.

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Ex: contribuinte tem uma ação discutindo a validade de multa lançada em 2020. Em 2023 o
processo ainda está pendente de julgamento. Sobreveio nova lei reduzindo a multa. Pode ser
aplicada ao contribuinte.

10. PRINCÍPIO DA NÃO DISCRIMINAÇÃO QUANTO À PROCEDÊNCIA OU DESTINO


Art. 152 CF. É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária
entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino.
A CF veda a discriminação, diferenciação de alíquota em razão da procedência ou destino do
bem.
Ex: não pode aumentar a alíquota de IPVA porque o veículo é importado.
Cuidado! A alíquota do IPVA pode ser diferenciada em razão da utilização do produto: trator,
caminhão, carro, ambulância...

TRIBUTOS EM ESPÉCIE
Tributo é toda:
 Prestação Pecuniária
 Compulsória
 Instituída em lei
 Que não constitua sanção de ato ilícito
 Cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada
Art. 3º CTN: Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa
exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade
administrativa plenamente vinculada.

Prestação Pecuniária
Exceção: art. 156, XI CTN: Extinguem o crédito tributário: a dação em pagamento em bens imóveis, na
forma e condições estabelecidas em lei.
Dação – entrega voluntária do bem imóvel como pagamento da dívida.

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Cuidado! Diferente do direito civil, a dação no direito tributário é somente em relação a bens
imóveis.
Nota! Não existe dação após a execução fiscal. Nessa fase a entrega do bem não é voluntária, e
sim coercitiva.

Compulsória
Não existe tributo facultativo. Todo tributo é compulsório, obrigatório.
Praticou o fato gerador, tem o dever de recolher tributo.

Instituída em lei
O tributo nasce por meio de Lei: ordinária, complementar, Medida Provisória desde que não
reservada à lei complementar.
“o povo tributando a si mesmo”.
Cuidado! Decreto, portaria pode aumentar a alíquota desde que não ultrapasse o limite
estabelecido em lei. Isso vale somente aos tributos autorizados pela CF:
Imposto de Importação
Imposto de Exportação
IPI
IOF
ICMS COMBUSTÍVEL
CIDE COMBUSTÍVEL

Que não constitua sanção de ato ilícito


O tributo não é multa, não é penalidade, não é sanção.

Cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada


Não cabe conveniência, oportunidade, discricionariedade.
O lançamento é a cobrança administrativa.
Art. 142 CTN: Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo
lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato
gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo
devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.
Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de
responsabilidade funcional.

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Capacidade Ativa # Competência.
Somente os entes federados têm capacidade legislativa.
Competência é a aptidão de instituir o tributo.
Capacidade ativa é o poder de fiscalizar e arrecadar o tributo.
Art. 7º CTN: A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou
fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária,
conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição.
A competência é delegável? Segundo a doutrina, a competência é irrenunciável, indelegável,
incaducável, intransferível, irrenunciável.
A capacidade é delegável, renunciável.
Ex: A União não pode transferir para o Município a competência de instituir o ITR, mas pode
transferir a capacidade ativa que é o poder de arrecadar, fiscalizar.
Cuidado! Se o Município optar pelo exercício da capacidade ativa, 100% da Receita do ITR
ficará para o erário desse ente.
CF Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: VI - propriedade territorial rural; § 4º O imposto
previsto no inciso VI do caput: III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na
forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal.

Quando a União delega a capacidade ativa a outro ente, este é legítimo para figurar no pólo
passivo, e não a União.
Ex: servidor do Estado que tem cardiopatia grave, aposentado e com laudo. Entrou com pedido
de isenção do IR o que lhe foi negado. A ação de repetição de indébito será ajuizada contra o
Estado e não contra a União.
Nota! Súmula 447 STJ: Os Estados e o Distrito Federal são partes legítimas na ação de restituição de
imposto de renda retido na fonte proposta por seus servidores. (SÚMULA 447, PRIMEIRA SEÇÃO,
julgado em 28/04/2010, DJe 13/05/2010)

ESPÉCIES DE TRIBUTO
Teoria Pentapartite adotada pelo STF
 Imposto
 Taxa
 Contribuição de melhoria
 Empréstimo Compulsório – art. 148 CF

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 Contribuições Especiais ou Sociais ou Sui generis ou corporativas – art. 149 CF.

Teoria Tripartite adotada pelo CTN:

TRIBUTO É
CTN art. 5º

Teoria
IMPOSTO
tripartide

CONTRIBUIÇ
TAXA ÃO DE
MELHORIA

Art. 5º CTN: Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria.

Teoria quatripartite pela doutrina


 Imposto
 Taxa
 Empréstimo compulsório
 Contribuições

1. IMPOSTO
É um Tributo de receita não contra-prestracional, ou seja, não vinculada a uma contraprestação
específica. Serve para custear as despesas públicas gerais.
Não exige nenhuma atividade estatal específica relativa ao contribuinte.
Art. 16 CTN: Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de
qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
Quem pratica o fato gerador, deve pagar.
A receita decorrente do imposto não é vinculada a uma despesa especifica.
Ex: o pagamento do IPVA não é para custear asfalto.

25/10/2023

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COMPETÊNCIA DOS IMPOSTOS
A competência é incaducável, imprescritível.
A competência é um poder e não dever – art. 145 CF: A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
A conseqüência prevista na LRF – art. 11 – para o ente que não exerce sua competência é o
não recebimento de receita pública voluntária. Porém, recebe a receita obrigatória.
Mas não se aplica à União, pois esse ente não recebe receita, pelo contrário, repassa aos
Estados e estes aos Municípios.
Cuidado! O Município não repassa ao DF, pois este ente possui competência híbrida, ou seja,
recolhe os impostos devidos aos Estados e Municípios.

União – art. 153 CF e residual – art. 154 CF


 Imposto de Renda
 Imposto de Importação
 Imposto de Exportação
 IPI
 IOF
 ITR
 IGF
 Residual
 Extraordinário de Guerra
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
I - importação de produtos estrangeiros;
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
III - renda e proventos de qualquer natureza;
IV - produtos industrializados;
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;
VI - propriedade territorial rural;
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.

Art. 154. A União poderá instituir:


I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-
cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;

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II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua
competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.

Nota! Em caso de guerra


A União pode criar o imposto extraordinário de guerra por lei ordinária, cuja cobrança será
imediata. Sua receita não será necessariamente vinculada a despesas com a guerra.
Ou
Criar empréstimo compulsório de guerra, por lei complementar, cuja cobrança será imediata,
devendo sua receita ser vinculada à despesa com a guerra. A União deve restituir o valor.

Em caso de guerra ou sua iminência, o que é melhor para a União? Instituir Imposto
extraordinário de guerra ou empréstimo compulsório?
Instituir Imposto extraordinário porque é por meio de lei ordinária, não vincula a receita à
despesa e não precisa restituir.

Estados – art. 155 CF


 ICMS
 ITCMD
 IPVA
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos;
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no
exterior;
III - propriedade de veículos automotores.

Municípios – art. 156 CF


 IPTU
 ITBI
 ISS
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
I - propriedade predial e territorial urbana;

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II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão
física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua
aquisição;
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar.

Cuidado!
Existem Municípios que ainda não exerceram sua competência em relação a alguns tributos.
Tem Município que não recolhe o IPTU. Isso por questões políticas, econômicas e sociais.
Em maioria são Municípios pequenos que sobrevivem de repasses públicos federais e
estaduais.
A competência é um poder e não dever – art. 145 CF: A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
A conseqüência prevista na LRF – art. 11 – para o ente que não exerce sua competência é o
não recebimento de receita pública voluntária. Porém, recebe a receita obrigatória.

Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão
e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação.
Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que não observe o
disposto no caput, no que se refere aos impostos.

Nota! Se a União não exercer a competência, não se aplicará esse artigo, pois esse ente não
recebe, apenas repasse.

DF – competência cumulativa – art. 147 CF parte final c/c art. 155 CF


 ICMS
 ITCMD – transmissão causa morte ou doação
 IPVA
 IPTU
 ITBI – transmissão de bens imóveis
 ISS
Competência cumulativa ou híbrida.
Art. 147 parte final: ao Distrito Federal cabem os impostos municipais.
Art. 155: Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:

26/10/2023

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2. TAXA
Art. 145, II CF c/c art. 77 e 78 CTN.
Taxa é um tributo contraprestacional, vinculado.
A receita decorrente da taxa deve ser vinculada a uma despesa específica.
Art. 145, II: A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes
tributos:
I - impostos;
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de
serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;

Competência da Taxa
Tributo de competência comum a todos os entes União, Estados, DF, Municípios
A base de cálculo da taxa é o valor do serviço.
CUIDADO! O fato gerador, a base de cálculo não pode ser a mesma do imposto. Assim, a taxa
não pode ter como base de cálculo o IPTU, que é o valor do imóvel, valor venal, mas poderá ser
com base no tamanho do imóvel, decidiu o STF. Assim, não pode ter total identidade.
ART. 145 2º CF: As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.

Súmula Vinculante 29: É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos
da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma
base e outra.

Fato gerador
Prestação de serviço público específico e divisível, com utilização efetiva ou potencial.

PRESTAÇÃO
UTILIZAÇÃO ESPECÍFICA
EFETIVA OUE POTENCIAL
DIVISÍVEL

Serviço específico – identifica o contribuinte, o sujeito passivo da relação tributária.


Divisível porque é passível de quantificação, mensuração.
Taxa não pode remunerar serviço público em geral ou Uti Universi, prestado a todos,
indistintamente.

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A utilização será efetiva quando concretamente o consumidor utiliza o serviço ou potencial
que mesmo sem utilizar tem que pagar, pois o serviço foi colocado a disposição.
Ex: o consumidor que está fora do Brasil fazendo curso paga a taxa de coleta de lixo,
porque, por mais que não esteja produzindo lixo, o serviço está sendo oferecido – utilização
potencial.

Nota! As taxas poderão ser cobradas em virtude do poder de polícia.


Poder de polícia é atividade administrativa que regula a prática de atos ou abstenção de
fatos ou em prol da coletividade.

CTN ART. 77 as taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do
poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado
ao contribuinte ou posto à sua disposição.
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que
correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas.

CTN Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando
ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de
interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e
do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder
Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. )
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado
pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de
atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.

Exemplos de taxas que foram declaradas inconstitucionais pelo STF


1. Serviço de iluminação pública
É um serviço Uti Universi, prestado a todos, indistintamente.
Súmula Vinculante 41: O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.
Os Municípios para justificar a cobrança criaram a CIP/COSIP – Contribuição para o custeio de
serviço de iluminação pública – que é válida conforme a CF.
CF Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das
respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e
III.
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de
consumo de energia elétrica

2. Taxa de Limpeza de logradouros públicos

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Capinação, varrição de ruas, limpeza de bueiros, podas de árvore
Não se confunde com a taxa de coleta de lixo residencial, hospitalar que são constitucionais e
são cobradas junto com o IPTU.

3. Taxa de Segurança pública

Lançamento da taxa
É de ofício. Pratica o fato gerador e espera a cobrança.
É instituída por lei ordinária. Não pode ser meio de decreto, portaria.

Anterioridade
Obedece as duas anterioridade.
 Anterioridade anual ou anterioridade do exercício
Em regra, quando o tributo é criado ou majorado, a lei que o criou ou majorou só terá eficácia no
exercício seguinte após a sua publicação.

 Anterioridade nonagesimal ou noventena


A Lei que cria ou aumenta tributo só terá eficácia em regra 90 dias após sua publicação.
Isso para limitar o próprio legislativo que criava tributo em dezembro de 2022 e já queria cobrar
em 01.01.2023.
Na prática aplica as duas anterioridades e escolhe a melhor para o contribuinte pagar, que a
data mais distante

 Isenção de Taxa
A única isenção de taxa é em relação ao direito de petição para as pessoas hipossuficientes.
Art. 5º, XXXV CF: são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de
poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de
situações de interesse pessoal;

SÚMULAS

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Vinculante 29: É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais elementos da base
de cálculo própria de determinado imposto, desde que não haja integral identidade entre uma base e
outra.

Vinculante 19: A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e
tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis não viola o artigo 145, II, da
Constituição Federal.

Vinculante 12: taxa de matricula nas universidades públicas. A cobrança de taxa de matrícula nas
universidades públicas viola o disposto no art. 206, IV, da Constituição Federal.
Art. 206, IV: O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: gratuidade do ensino público
em estabelecimentos oficiais;

Vinculante 41: O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa

667 STF: Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária calculada sem limite
sobre o valor da causa.
Lei 13988/2020 – transação
Taxa judiciária = custas processuais tem natureza de tributo.

665 STF: É constitucional a taxa de fiscalização dos mercados de títulos e valores mobiliários instituída
pela Lei 7.940/1989.

545 STF: Preços de serviços públicos e taxas não se confundem, porque estas, diferentemente
daqueles, são compulsórias e tem sua cobrança condicionada a prévia autorização orçamentária, em
relação à lei que as instituiu.
Nota! Tarifa, preço público não tem natureza de tributo. É o caso do pedágio.

Nota! Taxas cartorárias têm natureza de tributo.


Cobrança do ISS nas taxas cartorárias é inconstitucional. LC 116/2003

01.11.2023

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3. CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA
Arts. 81 e 82 CTN c/c art. 145, III CF
É tributo vinculado, mesmo que sua cobrança seja após a conclusão da obra.
Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras
públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite
individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.

Fato gerador
Valorização imobiliária em decorrência de uma obra pública.
STJ decidiu que a cobrança se dá após a conclusão da obra e se houver tido valorização
imobiliária.

Competência
Comum dos entes, pois poderão instituir esse tributo. Lembrando que tributo é um poder e não
dever.
Paga-se ao ente que realizou a obra pública, mesmo que tenho feito com receita pública da
União.

Princípio da Legalidade
Art. 150, I CF c/c art. 97 CTN
Tributo criado por lei ordinária
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;

Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:


I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;

Princípio da anterioridade
Obedece as duas:
 Anterioridade anual ou anterioridade do exercício
Em regra, quando o tributo é criado ou majorado, a lei que o criou ou majorou só terá eficácia no
exercício seguinte após a sua publicação.

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 Anterioridade nonagesimal ou noventena
A Lei que cria ou aumenta tributo só terá eficácia em regra 90 dias após sua publicação.
Isso para limitar o próprio legislativo que criava tributo em dezembro de 2022 e já queria cobrar
em 01.01.2023.
Na prática aplica as duas anterioridades e escolhe a melhor para o contribuinte pagar, que a
data mais distante
Art. 150, III, B e C da CF: Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: cobrar tributos:
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou, observado o disposto na alínea b;

Imunidade
Não tem imunidade para contribuição de melhoria. Para ser possível, precisa alterar a CF por
meio de EC.
Art. 150, §6º: § 6º Qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito
presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido
mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima
enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição, sem prejuízo do disposto no art. 155, § 2.º, XII,
g.

Base de cálculo
Deve observar dois critérios:
 Critério individual – a valorização individual de cada imóvel
Ex: imóvel mais próximo da ponte é mais valorizado que o imóvel mais distante. Assim, se não
ocorre valorização não há de se falar nesse tributo.
O imóvel mais valorizado paga mais. Inclusive paga-se mais caro o IPTU.
O Município pode cobrar o IPTU e a contribuição de melhoria e não estará diante de
bitributação.

 Critério global ou limite global ou total – a contribuição não pode ultrapassar o montante
gasto na obra.

Nota! Antes de começar a obrar, o ente deve observar os requisitos mínimos do art. 82 CTN, por
conta desse artigo, os entes não cobram esse tributo.

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Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos mínimos:
I - publicação prévia dos seguintes elementos:
a) memorial descritivo do projeto;
b) orçamento do custo da obra;
c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição;
d) delimitação da zona beneficiada;
e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou para cada
uma das áreas diferenciadas, nela contidas;
II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados, de qualquer
dos elementos referidos no inciso anterior;
III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação a que se
refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial.
§ 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela do custo da obra
a que se refere a alínea c, do inciso I, pelos imóveis situados na zona beneficiada em função dos
respectivos fatores individuais de valorização.
§ 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá ser notificado do montante da
contribuição, da forma e dos prazos de seu pagamento e dos elementos que integram o respectivo
cálculo.

4. EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO
Art. 148 CF
Competência exclusiva da União, mediante Lei Complementar.
Receita obrigatoriamente vinculada.
Único tributo no Brasil que é 100% restituído, corrigido monetariamente.
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua
iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o
disposto no art. 150, III, "b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à
despesa que fundamentou sua instituição.

Receita do tributo vinculado às despesas:


 Guerra externa ou sua iminência
 Calamidade pública
 Investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional.

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Em casos de guerra ou calamidade pública não se aplica o princípio da anterioridade, ou seja, a
cobrança é imediata.
No caso de investimento público, ainda que de caráter urgente, a regra é respeitar a
anterioridade anual.
Art. 150, III, B da CF: Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: cobrar tributos:
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
Nota! A doutrina majoritária defende que as duas anterioridades anual e nonagesimal são
aplicadas.

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