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DIREITO TRIBUTÁRIO – AULA 01/05

 TEMA: FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO

1) NORMA JURÍDICA

- Positivação/ normatização do D. Tributário;

a) Constituição Federal – Arts. 145 a 162: Sistema Tributário Nacional

a.1) A CF não cria tributos, mas estabelece um rol de tributos que devem ser criados pelos entes políticos
competentes;

- STF = classificação pentapartida ou quinquipartite (5 espécies de tributos)

i. Impostos
ii. Taxas
iii. Contribuições de Melhoria
iv. Empréstimos Compulsórios
v. Contribuições Especiais

I. IMPOSTOS

- Ordinários

a) Federais – Art. 153, CF (7 impostos): II, IE, IR, IPI, IOF, ITR,
b) Estaduais – Art. 155, CF (3 impostos)
c) Municipais – Art. 156, CF (3 impostos)

- Extraordinários

a) Residuais – Art. 154, I, CF


b) IEG (Imposto Extraordinário de Guerra) – Art. 154, II, CF

II. TAXAS

- Polícia

- Serviço

* Atenção! Não confundir taxa (natureza tributária) com tarifa (natureza contratual). Vide ADI 800, STF.

III. CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA


IV. EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS

a) Emergencial (calamidade pública e guerra externa)


b) Investimento

V. CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS

- Gênero de contribuições, que se subdivide em várias espécies:

a) CIDE – Contribuição de intervenção no domínio econômico


b) Contribuição de interesse das categorias profissionais e econômicas (Contribuições Corporativas)

* Contribuições dos Conselhos Profissionais (entidades de classe de profissão regulamentada)

* Anuidades pagas às entidades de classe: natureza tributária

* EXCEÇÃO: ANUIDADE PAGA À OAB.

c) Contribuições do Sistema “S” (Serviços Sociais Autônomos – Sesi, Senac, Senae)

* Exceção: SEBRAE (Rextr. 396.266): as contribuições têm natureza interventiva dos serviços sociais
autônomos. A única exceção é a contribuição SEBRAE.

d) Contribuições para a Seguridade Social (Contribuições Sociais)


e) COSIP - Contribuição para o Custeio da Iluminação Pública

* Vide Rextr. 573.675

a.2) Determinar a competência tributária (já que a CF não cria os tributos, cabe a ela determinar quem
irá criá-los, ou seja, quem terá competência para a instituição e cobrança dos tributos) que será
atribuída aos entes políticos (União, Estados, DF e Municípios).

a.3) Instituir limitações constitucionais ao poder de tributar (Art. 150, CF)

- Princípios tributários

- Imunidades tributárias

- Os princípios e as imunidades são formas de proteção ao contribuinte, criadas para evitar com que o
poder de tributar seja exercido de forma ilimitada pelos entes políticos.

2) LEI COMPLEMENTAR

- Art. 146, CF

- Segundo o STF = função tríplice:

i. Dispor sobre o conflito de competência tributária


ii. Regular as limitações ao poder de tributar
iii. Tratar sobre as normas gerais em matéria tributária
*Normas gerais: Competência Legislativa

Art. 24, I; Art. 30, I a III, CF  Estabelece a competência concorrente para legislar entre os entes políticos
(União, Estados, DF e Municípios).

Art. 24, § 1º, CF  No âmbito da competência concorrente para legislar, a União limita-se ao
estabelecimento de normas gerais.

Atenção! O CTN, Lei 5.172/66, trata sobre as Normas Gerais em matéria tributária. Contudo, o CTN é uma
Lei Ordinária, pois foi criado sob a égide da CF/46, que não previa o instituto da Lei Complementar. O CTN,
portanto, é considerado Lei Ordinária no sentido formal, ou seja, quanto ao seu processo de criação, tendo
sido recepcionado pela CF/67 em seu sentido material (conteúdo), ganhando força de Lei Complementar
Federal.

Atenção! LEI COMPLEMENTAR PODE SER UTILIZADA PARA A INSTITUIÇÃO DE TRIBUTOS DESDE QUE HAJA
EXPRESSA PREVISÃO CONSTITUCIONAL.

Regra: os tributos são criados por Lei Ordinária.

Exceção: os tributos são criados por Lei Complementar. São 3:

1 – Imposto sobre Grandes Fortunas: Art. 153, VII, CF

2 – Empréstimos compulsórios: Art. 148, CF

3 – Impostos e Contribuições Sociais Residuais: Art. 154, I, CF e Art. 195, § 4º, CF

3) LEI ORDINÁRIA

- É a regra para instituição de tributos.

- Instituir;

- Aumentar;
TRIBUTOS
- Reduzir;

- Extinguir.

- Concessão de benefícios, subsídios, incentivos fiscais: criados por lei específica  Lei Ordinária (Art. 150, §
6º, CF).

4) MEDIDA PROVISÓRIA

- Art. 62, CF (Em caso de relevância e urgência o Presidente da República poderá adotar medidas
provisórias com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional).

- Medida Provisória: ato administrativo normativo que tem força de lei que se origina do Poder Executivo.

- ATENÇÃO! É VEDADA A EDIÇÃO DE MEDIDAS PROVISÓRIAS SOBRE MATÉRIA RESERVADA À LEI


COMPLEMENTAR.
- E.C. 32/01 inseriu no Art. 62, CF , 12 parágrafos. O mais importante é o § 2º:

“Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts. 153,
I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei
até o último dia daquele em que foi editada.”

* 3 observações:

1 - MP só pode instituir ou majorar IMPOSTOS;

2 – MP só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último
dia daquele em que foi editada;

3 – Impostos dos arts. 153, I, II, IV, V  alíquotas alteradas mediante DECRETO  não podem ter a alíquota
alterada por MP  produzirão efeitos no mesmo dia, ou seja, podem ser exigidos IMEDIATAMENTE.

Imposto do art. 154, II (Imposto extraordinário de guerra)  é o ÚNICO IMPOSTO INSTITUÍDO POR MP 
produz efeitos no mesmo dia, ou seja, pode ser exigido IMEDIATAMENTE.

5) ATOS DO PODER EXECUTIVO

- Decreto: ato de competência do chefe do Poder Executivo

- Impostos  2 tipos de funções:

a) função fiscal: finalidade meramente arrecadatória (encher os cofres públicos);


b) função extrafiscal: finalidade de regular a economia.

- O decreto pode ser usado em 2 circunstâncias:

* Alterar as alíquotas dos seguintes impostos: II, IE, IPI, IOF;

* Reduzir ou restabelecer as alíquotas da CIDE COMBUSTÍVEIS.

6) RESOLUÇÕES DO SENADO FEDERAL

- Finalidade de evitar, minimizar a guerra fiscal;

- Tem o papel de estabelecer os limites (máximos e mínimos) das alíquotas dos impostos estaduais;

- As Resoluções do Senado Federal estabelecerão limites quanto aos seguintes impostos:

 ITCMD: estabelecer limite máximo da alíquota (RSF 9/92 – 8%);


 IPVA: estabelecer o limite mínimo da alíquota
 ICMS: a RSF é obrigatória para estabelecer tanto o limite máximo quanto o mínimo das alíquotas
interestaduais nas operações de importação e exportação.
7) TRATADOS INTERNACIONAIS

- Segundo o STF = força de lei ordinária (quando o tratado for devidamente ratificado no país
signatário);

- Finalidade: evitar a bitributação sobre a renda entre os países signatários;

- Se for tributada no exterior, aqui no país a renda não será tributada ou será tributada apenas a
diferença;

- Concessão de incentivos fiscais (importação e exportação);

- O Brasil é signatário de alguns tratados internacionais importantes: Súmulas nº 20, 71 do STJ e Súmula
575 do STF (GATT).
DIREITO TRIBUTÁRIO – AULA 02/05

 TEMA: COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA

1) COMPETÊNCIA PARA LEGISLAR EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA

- A competência para legislar em matéria tributária é concorrente (Art. 24, I, CF);

- A União estabelecerá as normas gerais (Art. 24, § 1º, CF);

- Os Estados suplementam (completam) a legislação federal (Art. 24, § 2º, CF);

- Na ausência de norma geral (ex.: IPVA), os Estados e o DF assumem competência legislativa plena (Art.
24, § 3º, CF);

- Aos municípios compete a função de suplementar a legislação Federal e Estadual.

2) COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA

- É o poder conferido pela Constituição aos entes políticos para a instituição de tributos por meio de lei
(União, Estados, DF e Municípios);

- Características da competência tributária:

* Indelegável/ Intransferível;

* Facultativa (fica a cargo dos entes políticos a instituição ou não de tributos);

* Incaducável (não tem prazo para ser exercida);

*Irrenunciável

3) CLASSIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA

3.1) Competência privativa

- A competência para instituir os impostos nominados (aqueles que tem nome, batizados na CF).

- FEDERAIS: II, IE, IR, IPI, IOF, IGF, ITR

- ESTADUAIS: IPVA, ITCMD, ICMS

- MUNICIPAIS: ISS, ITBI, IPTU

3.2) Competência comum

- TAXAS e CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA;

- TODOS os entes políticos podem instituir taxas e contribuições de melhoria.


- Taxas/ Contribuições de melhoria – instituídos por Lei Ordinária.

- Regra: Impostos são instituídos por Lei Ordinária / Exceção: IGF

3.3) Competência exclusiva

- Tributos de competência exclusiva da União, mediante Lei Ordinária Contribuições Especiais


(Sociais, CIDE, Contribuições corporativas).

* OBS.: Contribuições corporativas - segundo o STF, anuidades pagas à OAB configuram exceção e,
portanto, NÃO tem natureza jurídica de tributo;

- Tributo de competência exclusiva dos Municípios e DF, por Lei Ordinária  COSIP

3.4) Competência residual

- Necessita de Lei Complementar;

- Competência da União;

- Contribuições residuais (novas contribuições para o custeio da seguridade social).

3.5) Competência extraordinária

- Empréstimos compulsórios: Lei complementar.

- Imposto Extraordinário de Guerra: Lei Ordinária.

- Ambos os tributos instituídos pela União.

3.6) Competência cumulativa

- DF cumula as competências Estaduais e Municipais

3.7) Competência nos territórios federais

- Quando o território não for dividido em municípios, a União deve cobrar os impostos estaduais e
municipais.

- Quando o território for dividido em municípios, a União cobra apenas os impostos estaduais.

4) CAPACIDADE TRIBUTÁRIA

- Consiste na atividade de arrecadar e fiscalizar tributos que já foram instituídos.


- Características da capacidade tributária:

* Delegável;

* Transferível;

* Precária (a delegação pode ser revogada a qualquer tempo).


DIREITO TRIBUTÁRIO – AULA 03/05

 TEMA: LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR

- As limitações ao poder de tributar foram criadas como meio de proteção ao contribuinte, evitando com o
que os entes políticos exerçam o poder de tributar de forma excessiva e indiscriminada.

- São expressas por meio de princípios constitucionais e imunidades.

1) PRINCÍPIOS

- Legalidade: tributo só pode ser instituído, majorado ou reduzido por lei.

- Exceção: * impostos extrafiscais (II, IE, IOF, IPI)  podem ter suas alíquotas alteradas por decreto.

* CIDE combustíveis  suas alíquotas podem ser reduzidas e restabelecidas (podem voltar ao patamar
inicial, nunca além dele) por ato do Poder Executivo.

* ICMS monofásico sobre combustíveis  suas alíquotas podem ser majoradas/reduzidas por convênio
entre os Estados e o DF.

* Correção monetária da base de cálculo dos tributos  não precisa de lei. Ex.: para a atualização
monetária da base de cálculo do IPTU não precisa de lei.

- Anterioridade: criado com o intuito de conferir maior segurança jurídica, evitando com que o ente político
institua tributos e os cobre imediatamente. Segundo este princípio, é vedada a cobrança de tributos no
mesmo exercício financeiro ao da publicação da lei que os tenha instituído ou majorado. (Obs.: quando se
diminui não está se desrespeitando o princípio da anterioridade).

- Anterioridade nonagesimal: segundo este princípio, deve-se observar o prazo mínimo de 90 dias entre os
exercícios financeiros para a cobrança de um tributo.

- Exceções aos princípios da anterioridade e anterioridade nonagesimal:

TRIBUTOS QUE PODEM SER TRIBUTOS QUE SÓ OBSERVAM O TRIBUTOS QUE SÓ OBSERVAM O
EXIGIDOS IMEDIATAMENTE PRAZO DE 90 DIAS EXERCÍCIO FINANCEIRO SEGUINTE
II (imposto de importação) IPI (imposto s/ prod. industr.) IR (imposto de renda)
IE (imposto de exportação) ICMS combustíveis Fixação da base de cálculo:
IOF (imposto s/ op. financeiras) CIDE combustíveis - IPVA
IEG (imposto extr. de guerra) Contribuições sociais - IPTU
Empréstimos compulsórios
Empréstimos emergenciais
(calamidade pública e guerra)

2) IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS

- Vedação constitucional que impede a incidência de tributos.

- A imunidade impede o aperfeiçoamento do fato gerador.


- O termo “imunidade” não está expressamente descrito na CF, mas há expressões correlatas:

 Vedação
 Incidência
 Isenção
 Gratuidade

- Atenção! NÃO INCIDÊNCIA FORA DA CF  FATO ATÍPICO  NÃO SE ENQUADRA NA HIPÓTESE DE


INCIDÊNCIA.

- Isenção fora da CF  dispensa legal do pagamento de tributo

- A CF não cria tributos e, portanto, não pode isentar ninguém do pagamento de tributos. Não se acha
imunidade/isenção de tributos na CF, apenas na lei que os instituiu.

- As imunidades subdividem-se em:

a) Genéricas - Art. 150, VI, CF.


b) Específicas

- As imunidades genéricas se subdividem em 5 tipos:

a.1) Recíproca (Art. 150, VI, a, CF)

- Veda a instituição de IMPOSTOS entre os entes federativos, ou seja, é proibida a cobrança de impostos
entre os entes federativos, mas é permitida a cobrança de qualquer outra espécie de tributos.

- Portanto, a imunidade recíproca alcança apenas os impostos.

- A imunidade recíproca é extensiva às Autarquias e Fundações públicas. Veja a seguir:

* Em regra, a imunidade recíproca foi criada para a pessoa jurídica de direito público, porém, o STF, no
julgamento do RE 407.099, determinou que empresa pública e sociedade de economia mista, que realizem
a prestação de serviços considerados essenciais ao funcionamento do Estado, gozam de imunidade
recíproca. Ex.: Correios, Infraero, Casa da Moeda, etc.

* Caso a empresa pública ou sociedade de economia mista realizem exploração de atividade econômica,
NÃO gozará de imunidade recíproca. Ex.: CEF, Banco do Brasil, Petrobrás.

a.2) Religiosa (Art. 150, VI, b, CF)

- Veda a instituição de IMPOSTOS sobre templos de qualquer culto.

- STF determina que essa imunidade visa preservar a laicidade do Estado (Estado leigo) e, portanto, o que
se quer preservar no Estado é a liberdade de culto e a difusão de crenças. Em outras palavras, a atividade
religiosa.

- Não gozam de imunidade:

* Satanismo: segundo o STF, não é concedida a imunidade ao culto satânico, pois contraria o preâmbulo de
nossa Constituição Federal, onde se diz que nossa CF é promulgada sob a proteção de Deus.
* Maçonaria: vide RE 562.351/RS. A maçonaria não é considerada culto e sim ideologia/filosofia de vida e,
portanto, não goza de imunidade.

a.3) Subjetiva/Condicional (Art. 150, VI, c, CF)

- Imunidade que recai sobre a pessoa (pessoas jurídicas de direito privado);

- Veda a instituição de impostos sobre partidos políticos e suas fundações, as entidades sindicais dos
trabalhadores, instituições de educação e de assistência social sem fins lucrativos, desde que atendidas as
exigências da lei.

- São 3 os requisitos que devem ser respeitados para que a imunidade seja concedida:

1) Não distribuir quaisquer parcelas de suas receitas (não distribuir lucros);

2) Aplicar toda a receita recebida dentro do país (não se pode aplicar a receita recebida no exterior);

3) Manter escrituração fiscal regular.

- Súmulas 724 e 730 do STF:

“Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das
entidades referidas pelo Art. 150, VI, c da CF, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades
essenciais de tais entidades.” (Súmula 724, STF)

“A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos pelo Art. 150, IV, c
da CF, somente alcança as entidades fechadas de previdência social privada se não houver contribuição dos
beneficiários.” (Súmula 730, STF)

a.4) Objetiva/ Cultural (Art. 150, VI, d, CF)

- Imunidade que recai sobre o objeto;

- Veda a instituição de impostos sobre livros, jornais, periódicos e todo papel destinado à impressão.

- Atenção! A imunidade não recai sobre a livraria e sim sobre o livro; Não recai sobre a banca e sim sobre o
jornal; não recai sobre a editora e sim sobre o periódico; não recai sobre a indústria de celulose e sim sobre
o papel destinado à impressão.

- Atenção! A única matéria-prima que goza de imunidade é o papel. A tinta para impressão, a máquina de
impressão e os demais instrumentos utilizados para impressão são tributados.

- A CF NÃO limita o conteúdo. Sendo assim, a revista “Playboy”, por exemplo, é imune ao impostos
independentemente de seu conteúdo, pois se enquadra na categoria de periódicos.

- Segundo o STF:

*A lista telefônica é imune a impostos;

* Álbum de figurinhas é imune a impostos;


* Mídia digital e e-books NÃO GOZA DE IMUNIDADE.

a.5) Objetiva na Música/ Fonográfica (Art. 150, VI, e, CF)

- Inserida pela EC 75/13, veda a instituição de impostos sobre fonogramas (CD); videofonogramas (DVD);
obras literais, mesmo que digitais, interpretadas por artistas brasileiros, desde que produzidas no Brasil.

- Atenção: a música não tem de necessariamente ser brasileira, e sim interpretada por artista brasileiro.

 TEMA: TRIBUTOS E ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS

- Conceito de tributo: Art. 3º do CTN:

“Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua
sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.”

- STF = 5 espécies tributárias (classificação pentapartida): impostos, taxas, contribuições de melhoria,


empréstimos compulsórios, contribuições especiais.

1) IMPOSTOS

- Previsão na CF, art. 145 e no CTN, art. 16.

Art. 145, I, CF:

“A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:

I - impostos;

(...)”

Art. 16, CTN:

“Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal
específica, relativa ao contribuinte.”

- O imposto é o tributo cujo fato gerador independe de qualquer atividade Estatal relativa ao contribuinte,
isto é, a Administração Pública, ao recolher os impostos, não tem dever de contraprestação imediata.

- O imposto é tributo NÃO VINCULADO. Isso significa que a arrecadação do imposto é uma arrecadação não
vinculada, vedando-se a vinculação da receita de impostos a qualquer espécie de fundo, órgão ou despesa
(PRINCÍPIO DA NÃO-AFETAÇÃO).
DIREITO TRIBUTÁRIO – AULA 04/05

2) TAXAS

- Previstas na CF, Art. 145, II e no CTN, Art. 77 a 79;

Art. 145, II, CF:

“A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:

(...)

II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos
específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;”

Art. 77, CTN:

“As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas
atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de
serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.

Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto
nem ser calculada em função do capital das empresas.”

Art. 78, CTN:

“Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou
liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à
higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas
dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos
direitos individuais ou coletivos.

Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente
nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como
discricionária, sem abuso ou desvio de poder.”

Art. 79, CTN:

“Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:

I - utilizados pelo contribuinte:

a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;

b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade
administrativa em efetivo funcionamento;

II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade, ou de


necessidades públicas;

III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários.”

- Diferentemente do imposto, a taxa é um tributo vinculado a uma contraprestação Estatal.


- Características: divisibilidade e especificidade.

- As taxas são espécies tributárias de competência comum, isto é, podem ser instituídas e cobradas por
todos os entes políticos (União, Estados, DF e Municípios).

- Taxa de polícia: aquela em que o fato gerador é o exercício regular do Poder de Polícia (binômio
legalidade/legitimidade: o exercício do Poder de Polícia tem previsão legal e aquele que o exerce tem
legitimidade para isso).

- Atenção! O Poder de Polícia aqui descrito não se trata de polícia judiciária (civil/militar) e sim de um poder
de fiscalização administrativa. Ex.: taxa de vistoria do Corpo de Bombeiros, Vigilância Sanitária, taxa de
licenciamento de veículos, etc.)

* ATENÇÃO PARA AS PEGADINHAS:

 TAXA DE LIXO  CONSTITUCIONAL

SÚMULA VINCULANTE Nº 19 DO STF:

“A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou
destinação de lixo e resíduos provenientes de imóveis, não viola o artigo 145, II da Constituição Federal.”

 TAXA DE CONSERVAÇÃO E LIMPEZA DE LOGRADOUROS PÚBLICOS  INCONSTITUCIONAL

Serviço considerado INDIVISÍVEL.

 TAXA DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA  INCONSTITUCIONAL

Serviço considerado INDIVISÍVEL.

Cuidado! Não confundir taxa de iluminação pública com a COSIP (Contribuição para o custeio da Iluminação
Pública). A COSIP é uma contribuição e tem previsão no Art. 149-A da CF. Pode ser instituída e cobrada
apenas pelos municípios e pelo DF, sendo vedado à União instituí-la e cobrá-la.

 AS TAXAS NÃO PODEM TER BASE DE CÁLCULO DE IMPOSTO.

3) CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA

- Previsão na CF, Art. 145, III e no CTN, Arts. 81 e 82.

Art. 145, CF:

“A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:

(...)

III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.”

Art. 81, CTN


“A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito
de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização
imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra
resultar para cada imóvel beneficiado.”

Art. 82, CTN

“A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos mínimos:

I - publicação prévia dos seguintes elementos:

a) memorial descritivo do projeto;

b) orçamento do custo da obra;

c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição;

d) delimitação da zona beneficiada;

e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou para cada uma das
áreas diferenciadas, nela contidas;

II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados, de qualquer dos elementos
referidos no inciso anterior;

III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação a que se refere o inciso
anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial.

§ 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela do custo da obra a que se refere a
alínea c, do inciso I, pelos imóveis situados na zona beneficiada em função dos respectivos fatores individuais de
valorização.

§ 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá ser notificado do montante da contribuição, da
forma e dos prazos de seu pagamento e dos elementos que integram o respectivo cálculo.”

- A contribuição de melhoria é um tributo de competência comum dos entes políticos;

- Fato gerador: realizada a obra pública, de que decorra valorização imobiliária, o Poder Público PODE
chamar o contribuinte a pagar.

- Requisitos: Devem constar no Edital, que tem de ser lançado antes do início das obras, sob pena de
nulidade):

 Custo efetivo da obra;


 Tempo de consecução da obra;
 Limite total e individual de cobrança;
 Zona de beneficiamento;

- Decreto-lei (rol taxativo):

 Iluminação de praça pública (não confundir com a COSIP!);


 Construção de parques públicos;
 Asfaltamento de ruas, avenidas, estradas e rodovias ou alargamento de rodovias;
 Construção de pontes e viadutos;
 Sistema de esgoto.

- Momento da cobrança: o entendimento jurisprudencial predominante é o de que a Contribuição de


Melhoria pode ser cobrada durante a obra e não apenas em seu término.

- A cobrança se dá uma única vez;

- Valorização imobiliária = valor venal do IPTU;

4) EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS

- Previsto na CF, Art. 148.

Art. 148, CF:

“A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:

I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;

II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no
art. 150, III, "b".

Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que
fundamentou sua instituição.”

- Tributo de COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DA UNIÃO e instituído por meio de LEI COMPLEMENTAR.

- Tributo vinculado, isto é, a sua arrecadação é destinada àquilo que lhe deu causa (incisos I e II do art. 148,
CF);

- Características: restituibilidade (o empréstimo, ainda que compulsório, deve ser restituído).

*Atenção para as pegadinhas:

Pegadinha 1:

A CF em seu Art. 148, inciso I, diz que o empréstimo compulsório é instituído nos casos de calamidade
pública ou guerra externa iminente ou declarada, o que significa que é uma situação de urgência.

Tal situação de urgência nos leva a incorrer no erro de pensar que o empréstimo compulsório seria
instituído por Medida Provisória ou Decreto.

Porém, está previsto no Art. 148 da Constituição Federal que o empréstimo compulsório deve ser instituído
por meio de Lei Complementar.

É importante ressaltar aqui, que matéria reservada a Lei Complementar não pode ser tratada por MP ou
Decreto.
Mas, como sabemos, a LC demanda um tempo maior para aprovação. E a situação em questão é de
urgência, já que se trata de calamidade pública ou guerra externa. Então o que fazer para que o
empréstimo compulsório seja instituído e cobrado o mais rápido possível e mediante Lei Complementar?

A resposta é a seguinte: nesta situação, a cobrança do empréstimo compulsório ocorrerá na data da


publicação da Lei Complementar que o instituiu, configurando, portanto, uma exceção ao Princípio da
Anterioridade/Anterioridade nonagesimal.

Já no caso do inciso II do art. 148, por tratar-se de investimento público de caráter relevante, a cobrança
observará apenas o Princípio da Anterioridade, isto é, respeitará apenas a virada do exercício financeiro.

Pegadinha 2:

Antes de 1988: o empréstimo compulsório era devolvido em títulos da União, SEM correção monetária.

Depois de 1988: o empréstimo compulsório passou a ser devolvido SOMENTE EM ESPÉCIE, COM JUROS e
MORA.

Obs.: a LC tem de prever o tempo para o pagamento do empréstimo compulsório e enquanto não cessarem
os efeitos que lhe deram causa, ele continua a ser cobrado.

5) CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS

- Palavras-chave: justiça, distributividade, afetação, solidariedade;

- Competência: União, exceto COSIP, que é de competência dos Municípios e DF.

- Podem ser cobradas:

 Em função da Seguridade Social (competência exclusiva da União);


 Por categorias econômicas - Sistema “S” + INCRA (competência exclusiva da União);
 Para a regulamentação econômica (CIDE Combustíveis - competência exclusiva da União);

Atenção! A COSIP (Contribuição para o Custeio do Serviço de Iluminação Pública) é uma contribuição de
competência dos Municípios e do DF, sendo vedado à União cobrá-la.

* Atenção para as pegadinhas:

- TODAS as Contribuições Especiais são de competência exclusiva da União?

Resposta: NÃO. A COSIP é de competência dos municípios e do DF.


DIREITO TRIBUTÁRIO – AULA 05/05

 TEMA: SUJEITOS DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

- Obrigação Tributária Principal: Recolher o tributo

- Obrigação Tributária Acessória: Emissão de NF, preenchimento, guarda e conservação dos livros fiscais,
deslocamento de mercadoria com acompanhamento da documentação, entrega de declarações.

- A obrigação tributária tem 2 sujeitos:

 Sujeito Ativo: Pessoa Jurídica de Direito Público, que exige o cumprimento da obrigação tributária;
 Sujeito Passivo: aquele de quem se exige o cumprimento da obrigação tributária. O Sujeito Passivo
pode ser:

*Contribuinte: aquele que pratica o fato gerador;

*Responsável tributário: é a pessoa que paga tributo sem ter praticado o fato gerador (é aquele eleito
pela lei). Ex.: fonte pagadora.

RESPONSÁVEL TRIBUTÁRIO

a) Adquirente de bem imóvel

- O adquirente se torna responsável pelos impostos sobre a propriedade, a posse e o domínio útil, as
taxas de serviço e as contribuições de melhoria relativas ao imóvel com relação a fatos geradores
ocorridos antes da alienação.

* Atenção para a pegadinha:

- O adquirente NÃO se torna responsável pelas TAXAS DE POLÍCIA (taxas de fiscalização); ele se torna
responsável tão somente pelas TAXAS DE SERVIÇO.

- Em outras palavras, quem adquire o imóvel assume a responsabilidade pelos débitos contraídos pelo
alienante em relação a anos anteriores.

- Exceção (casos em que quem paga é o alienante):

 Quando do título de aquisição constar prova de quitação;


 Quando o imóvel for arrematado em hasta pública.

- REGRA: quem paga a conta é o adquirente;

- EXCEÇÃO: quem paga a conta é o alienante.

b) Responsabilidade tributária no caso de morte

- O espólio é o responsável tributário pelos débitos gerados até a morte;

- Os sucessores e o cônjuge sobrevivente (meeiro) são responsáveis pelos débitos gerados até a
partilha ou adjudicação, NO LIMITE DA HERANÇA.
ESPÓLIO – Responsável Tributário até a morte SUCESSORES e MEEIRA – Responsáveis tributários até
a partilha
(Abertura de sucessão).

30/12/2014 INVENTÁRIO PARTILHADO

MORTE ARROLAMENTO

c) Operações Societárias

- São responsáveis tributários as pessoas jurídicas das operações de fusão, transformação e


incorporação com relação a débitos gerados até a data da operação.

d) Aquisição de estabelecimento ou fundo de comércio

- O adquirente de estabelecimento ou fundo de comércio se torna responsável tributário pelos débitos


relativos ao estabelecimento ou fundo adquirido se continuar a exploração da mesma atividade.

- Será responsável tributário integralmente: se o alienante cessar a exploração de qualquer atividade


(nesse caso o Fisco cobrará direto do adquirente);

- Será responsável tributário subsidiariamente: se o alienante continuar explorando qualquer atividade


ou retomá-la no prazo de 6 meses (caso em que o Fisco cobrará primeiramente do alienante e depois
do adquirente).

e) Responsabilidade de terceiros

- Arts. 134 e 135 do CTN

- Um terceiro que administra os bens do contribuinte pode ser chamado a responder pelos débitos
dele;

- Art. 134, CTN: não é necessário que o responsável tenha praticado qualquer infração ou excesso 
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA (mas é cobrado primeiro do contribuinte, depois do terceiro).

- Art. 135, CTN: é necessário que o responsável tenha praticado alguma infração à lei ou agido com
excesso de poderes  RESPONSABILIDADE PESSOAL

f) Denúncia espontânea

- Infração  Multa

- O contribuinte “se entrega” para o Fisco admitindo que praticou a infração. Se a denúncia espontânea
for acompanhada do pagamento integral, excluirá a exigibilidade da multa.
- Atenção: A denúncia espontânea deve ser feita antes do início do procedimento de fiscalização.

 TEMA: CAUSAS DE SUSPENSÃO, EXCLUSÃO E EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

- O crédito tributário é constituído por meio do lançamento tributário.

1) SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

- O Fisco não pode cobrar o crédito tributário enquanto se configurar quaisquer das situações descritas
abaixo:

a) Parcelamento;

b) Moratória (prorrogação do prazo de vencimento);

c) Depósito do montante integral para a discussão em juízo;

d) Concessão de liminar ou tutela antecipada ao contribuinte;

e) Reclamações e recursos administrativos (discussão na esfera administrativa).

2) EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

- O crédito não pode ser constituído/apurado pelo Fisco:

a) Isenção: dispensa legal do pagamento de imposto;

b) Anistia: dispensa legal da penalidade tributária;

3) EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

- “Morte” do crédito tributário:

a) Pagamento;
b) Compensação (créditos/débitos);
c) Prescrição (prazo para cobrança judicial do crédito: 5 anos);
d) Decadência (prazo para constituir o crédito);
e) Conversão do depósito em renda;
f) Consignação em pagamento;
g) Remissão (perdão para o descumprimento de obrigação principal);
h) Transação (acordo entre o Fisco e o contribuinte);
i) Decisão administrativa irreformável em favor do contribuinte;
j) Decisão judicial com trânsito em julgado em favor do contribuinte;
k) Dação em pagamento de bens imóveis
l) Pagamento antecipado e sua homologação.

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