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Desse modo, pode-se dizer que possui competência aquele que recebe uma atribuição para
exercer o poder. Esse exercício seria a instituição de tributos por meio de lei, em respeito ao
princípio da legalidade previsto no artigo 150, inciso I da Constituição Federal.
Destaca-se que embora a Constituição Federal contenha as diretrizes que serão aplicadas ao
tributos, ela não os institui, mas outorga competências para que os entes políticos elaborem
essas leis.
Assim, a competência tributária seria a aptidão para instituir ou criar os tributos de forma
abstrata destinada aos entes políticos.
b) Características
Competência tributária difere do poder de tributar, uma vez que o poder de tributar exsurge da
prevalência do interesse público em detrimento do privado, enquanto a competência tributária
corresponde apenas ao exercício desse poder através da instituição de tributos por meio de lei.
As características da competência tributária são: indelegabilidade, facultatividade,
incaducabilidade e irrenunciabilidade.
A competência tributária é indelegável, ou seja, a competência não pode ser transferida. O ente
competente que recebeu a atribuição, não poderá autorizar que outro ente exerça a
competência para a qual foi determinado, conforme preceitua o artigo 7°, §3° do Código
Tributário Nacional.
O exercício da competência tributária é facultativo, na medida em que o ente tributante poderá
exercer a competência que lhe foi atribuída somente se assim o desejar. Como exemplo,
podemos citar o Imposto sobre Grandes Fortunas, posto que embora previsto na Constituição
Federal de 1988, ainda não foi instituído. Por esse motivo, vale complementar que a
competência tributária, também seria incaducável. Isto porque, o atributo da competência
poderá ser exercido a qualquer momento, afastando a decadência.
Por fim, a competência tributária é irrenunciável, não podendo ser abdicada, no todo ou em
parte pelo ente federado que recebeu tal incumbência.
c) Modalidades
É a aptidão de figurar no polo ativo (direito de cobrar) das obrigações tributárias. Difere da
competência tributária, já que essa é a aptidão para criar tributos.
A capacidade tributária ativa é atividade administrativa, delegável, que pode autorizar através
de lei a fiscalização e a arrecadação dos tributos.
Impende destacar, também, que o sujeito ativo seria a pessoa jurídica de direito público que
detém a titularidade de competência para a instituição de tributos pelos entes federados. A
competência para instituir tributos pertence apenas aos entes políticos indicados, mas a
capacidade tributária ativa (capacidade de administrar os tributos) pode ser delegada a outras
pessoas jurídicas de Direito Público, como autarquias e fundações.
TEMA 02 – PRINCÍPIOS
Segundo dispõe o artigo 150, inciso I da Constituição Federal, é vedado à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios, exigir ou aumentar tributos sem lei que os estabeleça.
Assim, o tributo deverá ser criado e majorado por meio de lei. Por regra, lei ordinária.
Há, no entanto, algumas exceções. Vejamos.
Dependem de lei complementar para serem instituídos: os empréstimos compulsórios (artigo
148, da Constituição Federal); o imposto sobre grandes fortunas (artigo 153, VII, da
Constituição Federal); os novos impostos (artigo 154, I, da Constituição Federal) e as novas
contribuições sociais (artigo 195, §4° combinado com o artigo 154, I, da Constituição Federal).
Note-se que os tributos admitem a utilização de medida provisória para a sua criação, nos
casos de relevância e urgência, porém somente para os tributos que aceitem a criação por
meio de lei ordinária. Nos casos em que a lei complementar versar, não caberá a utilização de
medida provisória, consoante o disposto no artigo 62, §1°, inciso III da Constituição Federal.
Exceções ao princípio da legalidade: Imposto de Importação (II); Imposto de Exportação (IE);
Imposto sobre produtos industrializados (IPI); Imposto sobre operações financeiras (IOF), nos
termos do artigo 153, §1° da Constituição Federal e Contribuição de intervenção no domínio
econômico sobre combustível (CIDE- combustível), nos termos do artigo 177, §4°, inciso I,
alínea “b”, da Constituição Federal podem ter as suas alíquotas alteradas por decreto por ato
do Poder Executivo.
Já o imposto sobre circulação de mercadorias e serviços sobre combustível (ICMS-
combustível) poderá ter as suas alíquotas alteradas por convênio firmado em sede do
Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ), nos termos do artigo 155, §4°, inciso IV,
alínea “c”, da Constituição Federal.
b) Irretroatividade
O princípio da irretroatividade possui como regra a vedação imposta à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios de cobrar tributos sobre fato gerador praticado antes do início
da vigência da lei que os instituiu ou majorou, nos termos do artigo 150, inciso III, alínea "a" da
Constituição Federal combinado com o artigo 144 do Código Tributário Nacional.
c) Anterioridade
O princípio da anterioridade comporta duas regras, sendo vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios, exigir tributos no mesmo exercício financeiro da lei que
promoveu a alteração (anterioridade anual) e exigir tributos antes de decorrido noventa dias
contados da data da publicação da lei que os instituiu ou aumentou (anterioridade
nonagesimal), conforme dispõe o artigo 150, inciso III, alíneas "b" e "c" da Constituição Federal.
Pode-se dizer que o princípio da anterioridade busca assegurar ao contribuinte um prazo para
que ele se prepare para uma nova carga tributária.
Note-se que qualquer modificação que importar em tributo mais caro para o contribuinte,
implicará na observância do princípio da anterioridade, seja a anterioridade anual (exercício
financeiro), seja a anterioridade mínima (90 dias), porém a redução da carga tributária não
precisa se submeter ao princípio.
No entanto, há algumas exceções previstas no artigo 150, §1°, da Constituição Federal.
A cobrança poderá ser imediata para o Imposto de Importação (II); Imposto de Exportação (IE);
Imposto sobre operações financeiras (IOF); Empréstimos Compulsórios (guerra/ calamidade
pública) e o Imposto Extraordinário de Guerra (IEG).
O Imposto sobre produtos industrializados (IPI); Contribuições sociais destinadas à seguridade
social; ICMS combustível e CIDE combustível não precisam aguardar pelo exercício financeiro
seguinte, porém precisam aguardar pelo decurso do prazo mínimo de noventa dias.
E o Imposto de Renda (IR) e a modificação da base de cálculo do IPVA e do IPTU não
precisam aguardar pelo prazo mínimo de noventa dias, porém precisam aguardar pelo
exercício financeiro seguinte.
Observa-se, por fim, que a norma legal que altera apenas a data de recolhimento da obrigação
tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade, ou seja, o ente federado não precisará se
preocupar em aplicar a modificação apenas no exercício financeiro seguinte.
d) Não confisco
O princípio do não confisco prevê que é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e
aos Municípios cobrar tributos com efeito de confisco, nos termos do artigo 150, inciso IV, da
Constituição Federal.
Esse princípio tem como objetivo proibir que os entes estabeleçam tributos que restrinjam a
liberdade de ir e vir das pessoas e seus bens particulares.
A exceção seria a cobrança de pedágio (preço público - súmula n° 545 do STF) nas vias
conservadas pelo Poder Público.
f) Uniformidade geográfica
O princípio da uniformidade geográfica estabelece que é vedado à União instituir tributo que
não seja uniforme em todo o território nacional, consoante preceitua o artigo 151, inciso I, da
Constituição Federal. Ressalta-se que o princípio deve ser observado apenas pela União (os
demais entes políticos, Estados, Distrito Federal e Municípios não devem obediência ao artigo
supracitado), posto que a União é único ente federado que em virtude de sua competência
territorial tem condições de cobrar tributos em todo o País.
Entretanto, fica ressalvada a concessão de incentivos fiscais que tem por objetivo diminuir as
eventuais desigualdades socioeconômicas entre as diversas regiões do país, como por
exemplo, a zona franca de Manaus, local em que a industrialização de produtos recebe carga
tributária bem menor se comparada a outras regiões.
g) Não diferenciação tributária
O princípio da não diferenciação tributária dispõe que é vedado aos Estados, ao Distrito
Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária aos seus bens ou serviços, em razão
da origem ou do destino, nos termos do artigo 152 da Constituição Federal.
Note-se que a vedação imposta não proíbe a alteração das alíquotas, mas apenas afasta a
possibilidade de se modificar as alíquotas, em razão da procedência ou do destino dos bens e
serviços.
Alguns exemplos que violariam o princípio seria, com relação à procedência, cobrar uma
alíquota de IPVA para carros nacionais e outra alíquota maior para carros estrangeiros. E com
relação ao destino, seria fixar alíquotas diferentes de ICMS sobre o transporte intermunicipal,
cobrando uma alíquota mais alta para as cidades próximas à capital e uma alíquota mais baixa
para cidades mais distantes da capital.
Este princípio vincula os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. A União não está
condicionada a sua observância.
TEMA 03 – IMUNIDADES
As imunidades definem um espaço não tributável, inalcançável pelos entes políticos, vez que
por mais ampla que seja a competência, esta não tem como atingir uma situação imune,
podendo até mesmo vislumbrar as imunidades como o campo de incompetência tributária.
a) Introdução
A imunidade é retratada pela Constituição Federal como regra limitadora ao poder de tributar,
afastando os tributos de bens, pessoas ou situações.
Pode-se definir a imunidade como sendo uma regra de não incidência constitucionalmente
qualificada, enquanto que a isenção seria uma regra de não incidência legalmente qualificada.
Cabe diferenciar, ainda, os institutos imunidade, isenção e alíquota zero. Para os institutos da
imunidade e da isenção, sequer há a ocorrência do fato gerador e muito menos surge a
obrigação tributária principal do pagamento do tributo. Já no caso de alíquota zero existe lei
instituidora do tributo, tem-se a prática do fato gerador, surge a obrigação tributária, contudo o
resultado da aplicação da alíquota sobre a base de cálculo tributável é igual a zero.
Uma classificação bastante comum entre as imunidades é denominá-las como genéricas ou
específicas.
A imunidade identificada como genérica é aquela que alcança todos os impostos, independente
do ente competente para exigi-los. As imunidades genéricas, portanto, impedem a tributação
por meios de impostos por parte da União, Estados. Distrito Federal e Municípios, além de
protegerem direitos e garantias constitucionais.
Já as imunidades específicas são aquelas que por sua vez tem alcance restrito a um único
tributo, podendo alcançar somente um imposto, uma taxa ou uma contribuição.
b) Recíproca
A imunidade recíproca impede que os entes políticos exijam impostos uns dos outros, porém,
vale lembrar, que essa imunidade não afasta em nenhum momento as taxas ou contribuições.
Assim, o artigo 150, inciso VI, alínea “a”, da Constituição Federal dispõe que é vedado à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos sobre o patrimônio, a renda
ou serviços, uns dos outros, ou seja, a função pública que lhes é peculiar.
Possui como fundamento a proteção ao princípio federativo, bem como ao princípio da
isonomia entre as pessoas políticas. Não se admite supressão dessa imunidade, muito menos
redução da sua proteção tendo em vista ser a forma federativa cláusula pétrea (art. 60, § 4º, I,
CF).
c) Religiosa
Essa imunidade está ligada a crença e a liberdade religiosa de forma que o Estado não poderá
intervir para fins de tributação, seja do local em que é realizado o culto como a sua
manifestação, com o objetivo de preservar um direito individual do cidadão.
O artigo 150, inciso VI, alínea “c”, da Constituição Federal prevê que é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, instituir impostos sobre templos de qualquer
culto.
Não só o imóvel onde ocorre a celebração de um culto religioso tem a guarida da imunidade,
mas todo o patrimônio, a renda e os serviços comportam igual benefício. Para tanto é
necessário demonstrar que estes estão relacionados com as finalidades da entidade religiosa.
Assim seria para o ICMS que deixa de incidir sobre o artesanato produzido pelos integrantes da
entidade que revertem os valores à manutenção do templo, também para o IR que não recai
sobre os dízimos ou doações recebidos, ou até mesmo ISS quanto à prestação de algum
serviço religioso.
Vale lembrar que atualmente o Brasil é um Estado laico e tal característica é assegurada pela
imunidade religiosa, a qual abraça a diversidade de crenças e cultos. Como fator a corroborar o
entendimento, podemos citar os incisos VI, VII e VIII do artigo 5°, da Constituição Federal:
Artigo 5°, CF
(...)
VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença,
sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida,
na forma da lei, a proteção aos locais e culto e as suas liturgias;
VII – é assegurada, nos termos da lei, a prestação de
assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação
coletiva; e
VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença
religiosa ou convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para
eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir
prestação alternativa, fixada em lei.
d) Condicional
A imunidade condicional prevista no artigo 150, inciso VI, alínea “c” da Constituição Federal
veda à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, a instituição de impostos
sobre o patrimônio, a renda ou os serviços dos partidos políticos, fundações, sindicatos de
trabalhadores e entidades assistenciais e educacionais, sem fins lucrativos, desde que
atendidos os requisitos dispostos no artigo 14 do Código Tributário Nacional.
A alínea “c” do artigo 150 da Constituição Federal é a única hipótese de imunidade, cuja
operatividade depende da obediência de requisitos legais que constam do artigo 14 do Código
Tributário Nacional, quais sejam, prova da não distribuição do lucro entre os mantenedores da
instituição; prova de que não houve remessa dolosa de valores para o exterior e manutenção
da escrituração contábil em dia.
É importante observar que as entidades de assistência social são imunes, ao mesmo tempo,
aos impostos e às contribuições sociais previdenciárias (art. 195, §7º, CF), em razão dos
serviços prestados à população sem a cobrança de valores.
e) Imprensa
O artigo 150, inciso VI, alínea “d”, da Constituição Federal prevê que é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, instituir impostos sobre livros, jornais, periódicos
e o papel destinado a sua impressão. Trata-se de imunidade objetiva, haja vista ser irrelevante
o responsável pelos veículos de comunicação.
Observe que esta imunidade só alcança impostos (sejam federais, estaduais ou municipais),
não sendo possível interpretar de maneira extensiva o benefício a fim de afastar também
contribuições.
Vale lembrar, também, que em nenhum momento há restrição por parte do texto constitucional
em relação ao conteúdo divulgado pelo livro, jornal ou periódico. Qualquer tema, assunto,
informação componentes desses veículos de difusão da cultura restarão abrangidos pela
imunidade.
Quanto ao papel, o Supremo Tribunal Federal compreende que a imunidade só tem o condão
de proteger os insumos assemelhados ao papel, como papéis fotográficos, papel para jornal,
papel couchê, papel offset, entre tantas outras modalidades, mas que se destinam sempre à
impressão.
Por essa via deve ser afastada a imunidade sobre tintas, máquinas e equipamentos, ainda que
específicos para editoração. Porém, filmes utilizados para produção da capa do livro restarão
protegidos pelo benefício.
f) Musical
O artigo 150, inciso VI, alínea “e”, da Constituição Federal descreve que é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos sobre fonogramas e
videofonogramas musicais produzidos no Brasil, contendo obras musicais ou literomusicais de
autores brasileiros ou obras interpretadas por artistas brasileiros, bem como os suportes
materiais ou arquivos digitais que os contenham, salvo na etapa de replicação industrial de
mídias ópticas de leitura a laser.
Cabe destacar que essa imunidade foi incluída no texto constitucional pela Emenda
Constitucional nº 75, de 15 de outubro de 2013, afastando a incidência de impostos sobre
músicas e vídeos musicais com o intuito de combater a pirataria.
Note que fonograma significa a gravação de sons e videofonogramas são vídeos de conteúdo
musical.
A desoneração tributária abrange somente fonogramas ou videofonogramas que contenham
relação com a cultura musical brasileira, excluindo as obras musicais em geral.
Para finalizar, observe, também, que a imunidade engloba suportes materiais ou arquivos
digitais, ou seja, o “download” pela internet de músicas ou vídeos. Porém, a imunidade não
favoreceu a replicação industrial de mídias ópticas de leitura a laser para preservar as
empresas instaladas na Zona Franca de Manaus que já gozam de benefícios fiscais.
TEMA 04 – TRIBUTO
A definição está no artigo 3º do CTN e basicamente temos como palavras chaves a prestação
pecuniária compulsória, em moeda, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e
cobrada através de atividade administrativa plenamente vinculada.
a) Conceito
A Constituição Federal estabelece em seu artigo 146, inciso III, alínea “a” que a definição de
tributo caberá à lei complementar.
Nesse sentido, o artigo 3º do Código Tributário Nacional define tributo como sendo toda
prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não
constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa
plenamente vinculada.
Para entender o conceito de tributo, vale esmiuçar o que o artigo 3º do Código Tributário
Nacional nos apresenta.
O tributo é prestação pecuniária, ou seja, corresponde a uma obrigação que deverá ser
adimplida mediante o pagamento em dinheiro.
É compulsória, pois tem caráter obrigatório. O tributo está ligado a um dever de pagar, em
virtude de uma obrigação. E dever é obrigatório, sob pena de sanção.
A prestação pecuniária deve ser paga em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir. O valor
tributário deve ser apresentado em moeda corrente nacional ou na hipótese de se oferecer bem
imóvel no lugar do se avençou, mediante dação em pagamento, a quitação ocorrerá pela
entrega do bem, após este ser avaliado e determinado o seu valor.
Não poderá constituir sanção de ato ilícito, ou seja, o tributo é diverso de multa.
Deverá ser instituído por lei, em respeito ao princípio da legalidade e ao que dispõe o artigo 5º,
inciso II, da Constituição Federal, segundo o qual ninguém será obrigado a fazer ou deixar de
fazer alguma coisa senão em virtude de lei.
E a cobrança será realizada mediante atividade administrativa plenamente vinculada, qual seja,
cobrada por lançamento. Cumpre ao ente instituidor do tributo promover a sua cobrança e
efetiva arrecadação.
b) Modalidades
O tributo é gênero, do qual podemos verificar cinco espécies tributárias, quais sejam, os
impostos, as taxas, as contribuições de melhoria, os empréstimos compulsórios e as
contribuições especiais.
Ocorre que se observarmos o Código Tributário Nacional, este apresenta apenas três espécies
tributárias (impostos, taxas e contribuições de melhoria). Isto porque, o CTN é de 1966, época
em que vigorava a Constituição de 1946 e, portanto, observava a disposição constitucional
vigente.
c) Impostos
Ao analisar a Constituição Federal, observamos que o artigo 146, inciso III, alínea “a”
determina que caberá à lei complementar estabelecer normas gerais em matéria de legislação
tributária sobre espécies tributárias.
A União é o ente político que detém a competência de oito impostos, quais sejam, imposto de
importação (II), imposto de exportação (IE), imposto de renda (IR), imposto sobre produtos
industrializados (IPI), imposto sobre operações financeiras (IOF), imposto territorial rural (ITR),
imposto sobre grandes fortunas (IGF), imposto extraordinário de guerra (IEG).
O imposto sobre grandes fortunas (IGF) ainda não foi instituído, embora conste no rol de
competências da União, nos termos do artigo 153, inciso VII, da Constituição Federal.
Não há prazo para sua instituição, já que a competência tributária é incaducável, de modo que
a União poderá fazê-lo a qualquer tempo. Nesse sentido, caberá à lei complementar instituidora
indicar o seu fato gerador, a base de cálculo e os seus contribuintes.
8. IMPOSTO EXTRAORDINÁRIO DE GUERRA (IEG)
Trata-se de imposto de competência extraordinária da União, de modo que nenhum outro ente
político poderá instituí-lo.
O artigo 154, inciso II, da Constituição Federal prevê a cobrança em caso de guerra externa ou
sua iminência.
Representa exceção ao princípio da anterioridade, posto que poderá ser cobrado
imediatamente.
Poderá ser instituído por lei ordinária ou medida provisória e não será restituível.
e) Impostos Estaduais
Os impostos estaduais estão previstos no artigo 155 da Constituição Federal, quais sejam, o
imposto sobre transmissão “causa mortis” e doações (ITCMD); o imposto sobre circulação de
mercadorias e serviços (ICMS); e o imposto sobre a propriedade de veículo automotor (IPVA).
O imposto sobre transmissão “causa mortis” e doação, de quaisquer bens ou direitos está
disposto no artigo 155, inciso I, da Constituição Federal. Sua alíquota máxima é definida
através de resolução do Senado Federal (Resolução nº 9/92 do Senado Federal – alíquota
máxima de 8%).
A transmissão deverá ser não onerosa.
Quando da transmissão de bens imóveis, o imposto será arrecadado pelo Estado (ou pelo
Distrito Federal) onde se situa o bem (art. 155, §1º, I, CF).
Quando da transmissão de bens móveis, o imposto será recolhido ao Estado (ou ao Distrito
Federal) onde se processar o inventário ou tiver domicílio o doador (art. 155, §1º, II, CF).
- Fato gerador: a transmissão causa mortis de bens móveis e imóveis ou a transmissão
intervivos não onerosa de bens móveis e imóveis, bem como sobre os direitos relativos aos
mesmos (art. 35 do CTN c/c art. 155, I, CF).
- Base de cálculo: valor venal dos bens ou direitos transmitidos (art. 38, CTN).
- Contribuintes: (art. 42, CTN) pode ser qualquer das partes na operação tributada, como
dispuser a lei estadual instituidora do imposto (“causa mortis” será o “de cujus” ou o herdeiro/
doação será o doador ou donatário).
2. IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS (ICMS)
O imposto previsto no artigo 155, inciso II, da Constituição Federal possui diversas
características dispostas na legislação como forma de se evitar a guerra fiscal. Poderá incidir
sobre a circulação de mercadoria, serviços de transporte interestadual e intermunicipal,
serviços de telecomunicação, energia elétrica, derivados de petróleo, combustível e minerais.
Vale destacar as características da não cumulatividade (sistema de compensação de créditos e
débitos e deve ser obrigatória); seletividade (alíquotas poderão variar em função da
essencialidade do produto e sua aplicação é facultativa); e do regime de alíquotas (para as
operações internas pode o Senado Federal fixar alíquotas mínimas e máximas; e para as
operações interestaduais deve o Senado Federal fixar a alíquota a ser aplicada).
Observa-se, também que a Constituição Federal descreve em seu art. 155, §2º, X, quatro
hipóteses sobre os quais esse imposto não poderá recair: exportação; operações
interestaduais relativas a combustível derivado de petróleo e energia elétrica; ouro, quando
caracterizado como ativo financeiro / instrumento cambial; e serviço de comunicação nas
modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita.
- Fato gerador: (art. 2º c/c art. 12 da LC 87/96) a) na circulação de mercadoria, será a
transferência de titularidade da mercadoria; b) prestações de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal, por qualquer via, de pessoas, bens, mercadorias ou valores; c)
prestação onerosa de serviços de comunicação, por qualquer meio, incluindo geração,
emissão, recepção, transmissão, retransmissão, repetição e ampliação de comunicação de
qualquer natureza; d) sobre os serviços acompanhados de mercadorias desde que estes não
estejam sujeitos ao ISS, sob pena de bitributação (ex.: restaurante); e) sobre a entrada de bem
ou mercadoria ou serviços importados do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que não
seja contribuinte habitual do imposto.
- Base de cálculo: (art. 13, LC 87/96) Em geral, a base de cálculo do ICMS corresponde ao
montante total da operação.
- Contribuintes: qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize, com habitualidade ou em
volume que caracterize intuito comercial, operações de circulação de mercadoria ou prestações
de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as
operações e as prestações se iniciem no exterior (art. 4º da LC 87/96).
3. IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE DE VEÍCULO AUTOMOTOR (IPVA)
A Constituição Federal prevê em seu artigo 155, inciso III, a instituição de imposto sobre a
propriedade de veículo automotor. Sua alíquota mínima deve ser determinada por resolução do
Senado Federal e há autorização constitucional também para que, respeitado esse piso, as
alíquotas sejam selecionadas de acordo com o uso e o tipo do veículo.
Como o IPVA foi criado após o Código Tributário Nacional, não há lei complementar para
definir o fato gerador, a base de cálculo e os contribuintes do referido imposto, assim, os
Estados e o Distrito Federal deverão se valer de sua competência legislativa plena (art. 24, §3º,
CF) e utilizar a legislação estadual correspondente.
- Fato gerador: ser proprietário de veículo automotor (art. 155, III, CF).
- Base de cálculo: valor venal do veículo (conforme legislação estadual correspondente).
- Contribuintes: o proprietário do veículo automotor (conforme legislação estadual
correspondente).
f) Impostos Municipais
Os impostos municipais estão dispostos no artigo 156, da Constituição Federal, quais sejam, o
imposto predial e territorial urbano (IPTU); o imposto sobre a transmissão de bens imóveis
(ITBI); e o imposto sobre serviços (ISS).
As taxas podem ser instituídas por quaisquer dos entes políticos em decorrência do exercício
de fiscalização ou em razão do oferecimento ou da prestação de um serviço público específico
e divisível e se sujeitam aos princípios constitucionais tributários, nos termos do artigo 145,
inciso II, da Constituição Federal.
Correspondem a tributos vinculados á atividade estatal, haja vista seu fato gerador depender
de contraprestação estatal, caso contrário o tributo não poderá ser cobrado.
O valor da taxa deve levar em consideração o custo do serviço público ou da atividade
fiscalizatória, sendo, portanto, proporcional a estes. Isso, contudo, não significa que a
arrecadação das taxas encontra-se vinculada à contraprestação estatal, ou seja, não quer dizer
que o valor pago através de uma taxa deva destinar-se ao custeio da atuação estatal.
A taxa receberá destinação específica somente para as custas e emolumentos necessários a
custear as atividades inerentes à justiça (art. 98, §2º, CF).
Existem duas modalidades: as taxas de polícia (art. 78, CTN) que são cobradas em razão do
exercício do poder de polícia (atividade fiscalizatória); e as taxas de serviço que são cobradas
pela utilização, efetiva ou potencial de serviços públicos específicos (quando consegue
identificar o contribuinte) e divisíveis (quando há possibilidade de mensurar a quantidade de
serviço), prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição (art. 145, II, CF c/c art. 77 e 79
do CTN).
A base de cálculo da taxa deve corresponder a algum parâmetro inerente ao serviço de
fiscalização ou serviço público, proporcional aos serviços (art. 145, §2º, CF).
h) Contribuição de melhoria
O tributo poderá ser instituído por qualquer um dos entes federados e a legitimidade da
instituição é verificada quando o sujeito ativo do tributo é o mesmo ente realizador da obra, ou
seja, todos os entes políticos poderão instituir a contribuição de melhoria (art. 145, III, CF).
Elencado no artigo 148 da Constituição Federal, a sua instituição poderá ser realizada apenas
pela União nos seguintes casos: despesas extraordinárias decorrente de calamidade pública;
despesas extraordinárias decorrentes de guerra externa ou sua iminência e para a realização
de um investimento público de caráter urgente e relevante interesse nacional.
Essas contribuições sujeitam-se às normas gerais de Direito Tributário, o que significa dizer
que são reguladas pelos prazos de decadência e prescrição quinquenais, sendo considerada
inconstitucional a lei ordinária que disponha sobre prazo diferenciado para elas. As
contribuições sociais são as contribuições destinadas a custear a ordem social, a ordem
econômica, bem como as categorias profissionais ou econômicas e são de competência
exclusiva da União.
As contribuições sociais são tributos sob a competência exclusiva da União (art. 149 da CF).
Entretanto existem contribuições sociais que podem e devem ser cobradas pelos demais entes
federados (Estados, Distrito Federal e Municípios), desde que exigida apenas dos funcionários
públicos; destinada a custear o regime previdenciário; e haja impossibilidade de alíquota
inferior às contribuições federais (art. 149, §1º, CF). Há duas modalidades: específicas
(destinadas a custear a seguridade social, ou seja, a saúde, a assistência social e a
previdência social e sujeitam-se à anterioridade nonagesimal – art. 195, §6º, CF) e as
genéricas (destinadas a custear outros segmentos sociais que não a seguridade social. Ex:
salário educação e as contribuições arrecadadas em benefício dos serviços sociais
autônomos.).
As contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDE’s) são tributos com caráter
extrafiscal por meio de intervenção no domínio econômico como forma de reequilibrar os
princípios da ordem econômica.
As contribuições corporativas são aquelas arrecadadas no interesse das categorias
profissionais e econômicas. Aliás, embora de competência da União, sua arrecadação costuma
ser delegada a terceiros, que tem de modo geral o objetivo de zelar pelo desenvolvimento de
uma atividade profissional (parafiscalidade). Exemplos: CRM, CREA, CRECI.
Por fim, a contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública (COSIP) outorgou sua
competência para os Municípios e para o Distrito Federal, nos termos do artigo 149-A, da
Constituição Federal. Surgiu com a impossibilidade de se destinar recursos dos impostos para
o custeio do serviço, bem como ser declarada inconstitucional a cobrança de taxa, por ser um
serviço público indivisível. E pode ser cobrada junto com a conta de luz.
Cabe destacar que analogia não pode servir como fundamento para se exigir um tributo, posto
que o tributo decorre da lei. E que a equidade é a última forma de integração da legislação
tributária, consistente em adaptar uma lei ao caso concreto com aplicação igualitária.
c) Interpretação
A interpretação poderá ser de duas formas: literal ou gramatical (deve ser aplicada às
modalidades de suspensão ou exclusão do crédito tributário, à outorga de isenção e à dispensa
do cumprimento de obrigações tributárias acessórias) e benéfica(para a infração ou penalidade
pecuniária).
TEMA 06 – OBRIGAÇÃO
O Código Tributário Nacional (artigos 113 a 118) subdivide a obrigação tributária em duas
modalidades: obrigação principal (situação definida em lei como necessária e suficiente à sua
ocorrência) e obrigação acessória (consiste em obrigações que servem de base para o
pagamento, mas que com ele não se confundem).
Vale lembrar que o descumprimento de obrigação acessória implicará na conversão de
obrigação principal.
b) Sujeitos da obrigação
Uma vez estabelecido o vínculo entre credor e devedor pela obrigação tributária, surgem as
figuras do sujeito ativo e do sujeito passivo.
O sujeito ativo será a pessoa jurídica de direito público titular de competência para a instituição
de tributos. São os entes federados (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). Vale
lembrar que a competência pertence aos entes públicos e o que pode ser delegado é a
capacidade tributária ativa que é a capacidade de administrar tributos.
Com relação ao sujeito passivo poderá ser qualquer pessoa, ora aparecendo como contribuinte
(aquele que está direta e pessoalmente ligado ao fato gerador) e ora podendo aparecer como
responsável (aquele que está indiretamente ligado ao fato gerador, mas não o pratica).
Vale acrescentar que a capacidade tributária passiva independe da capacidade civil da pessoa
natural; da pessoa possuir restrições civis, comerciais ou profissionais; e da empresa
encontrar-se regularmente constituída.
TEMA 07 – RESPONSABILIDADE
O Código Tributário Nacional estabelece duas modalidades de responsabilidade: pelo
pagamento e por infrações. A responsabilidade pelo pagamento pode ocorrer em razão da
solidariedade, da transferência ou por substituição.
a) Solidariedade
A solidariedade decorre de lei ou em razão do interesse comum dos devedores. Assim,
qualquer um dos devedores responde integralmente pela dívida tributária.
Há três efeitos (art. 125, CTN): o pagamento de um dos devedores exonera os demais; a
isenção ou a remissão exonera a todos, a não ser que o benefício seja pessoal; e a interrupção
da prescrição beneficia ou prejudica a todos.
b) Transferência
Esse tipo de responsabilidade exclui a obrigação daquele que praticou o fato gerador
(contribuinte) de pagar o tributo, transferindo-a desde logo ao responsável indicado pela lei (art.
128, CTN).
Como exemplos, podemos citar a retenção e recolhimento do imposto de renda por parte do
empregador (art. 45, parágrafo único, CTN) e a responsabilidade pessoal dos sócios diretores
pelas dívidas da empresa que administram quando houver excesso de poder; infração à lei; ou
ato contrário ao contrato social ou estatuto da empresa (art. 135, CTN).
d) Por infrações
Esse tipo de responsabilidade implica em identificar quem serão as pessoas obrigadas a pagar
os valores a título de multa. Essa responsabilidade não quer verificar quem deve pagar o
tributo, mas quem se vê obrigado a recolher o montante decorrente da penalidade pecuniária
(art. 136, CTN).
A regra imposta é que aquele que comete uma infração será responsabilizado pela prática,
independentemente de sua intenção (se dolosa ou culposamente), da efetividade (se atingiu ou
não o resultado pretendido), da natureza (qual modalidade de infração) ou da extensão (a
quantidade do prejuízo causado).
e) Denúncia Espontânea
É uma modalidade de extinção da punibilidade por infrações, de modo que sua prática eximirá
o contribuinte da responsabilidade pelo pagamento das multas, prevista no artigo 138 do
Código Tributário Nacional.
Cabe ao ato formalizador do crédito tributário que irá determinar a matéria tributável, calcular o
montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, se for o caso, propor a aplicação da
penalidade cabível.
A atividade administrativa do lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de
responsabilidade funcional (art. 142, parágrafo único, CTN). Vinculada, pois depende dos
ditames legais, e obrigatória, porque sem o lançamento não há como constituir o crédito
tributário, tornando o tributo exigível.
Observa-se que o lançamento só poderá ser modificado em três hipóteses: por impugnação do
sujeito passivo; recurso administrativo de ofício; e por iniciativa de ofício da autoridade
administrativa.
b) Modalidades
c) Exclusão do Crédito
TEMA 10 – TÓPICOS ESPECIAIS
O artigo 183 do Código Tributário Nacional inaugura as diversas regras fixadas para as
garantias e privilégios do crédito tributário.
Garantia é toda e qualquer medida que se destinar a atribuir maior efetividade e segurança ao
crédito tributário (exemplo: art. 185, CTN).
Privilégio trata de uma prerrogativa, de uma prevalência de um crédito sobre o outro em fase
antecedente à execução (exemplo: art. 184, CTN - qualquer bem ou renda do devedor restará
à disposição para a satisfação do crédito, ainda que gravados por ônus real ou cláusulas de
inalienabilidade ou impenhorabilidade).
b) Dívida ativa
A dívida ativa, seja ela de natureza tributária ou não, dependerá de ato de inscrição, o qual
corresponde a um ato de controle administrativo da legalidade. Cumpre à Procuradoria da
Fazenda Pública promover tal ato a fim de se apurar a certeza (autenticidade da dívida) e a
liquidez do crédito (montante determinável).
A inscrição em dívida ativa autoriza a expedição de uma certidão, a qual representa um título
executivo de natureza extrajudicial (artigo 784 seguintes , do CPC)
A dívida ativa da Fazenda Pública comporta, além do tributo (valor principal), também a
atualização monetária, juros, multa de mora e demais encargos previstos em lei (art. 2º, § 1º,
da Lei 6.830/80).
Cabe destacar que existem três modalidade de certidão de dívida ativa, quais sejam, certidão
negativa (atesta que não há nenhum débito do contribuinte); certidão positiva (ratifica algum
débito não pago); e a certidão positiva com efeitos de negativa (demonstra que há débitos com
o fisco, porém estes encontram-se com a sua exigibilidade suspensa ou o juízo da execução
encontra-se garantido).
c) Execução fiscal
O procedimento de execução fiscal encontra-se na Lei de Execuções Fiscais (LEF), qual seja,
a Lei nº 6.830/80. Possui como objeto a exigência judicial de quaisquer créditos estatais
definidos como dívida ativa da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não tributária,
incluindo atualização monetária, juros e multa de mora, além dos demais encargos previstos
em lei ou contrato.
O título executivo da execução fiscal é a certidão de dívida ativa (CDA). Regularmente citado o
executado, este terá cinco dias para pagar ou garantir o juízo.
Segundo a lei federal, são os entes políticos e suas respectivas autarquias as pessoas
legitimadas para propor a ação de execução. É claro que a via executiva está condicionada a
um título executivo, o qual, nesse caso, demonstra-se na figura da certidão de dívida ativa
(título executivo extrajudicial). A certidão de dívida ativa goza de presunção de liquidez e
certeza, o que lhe dá efeito de prova pré-constituída (art. 204, CTN), desde que regularmente
inscrita.
Proposta a execução fiscal antes de decretada a falência o processo prosseguirá normalmente
até o valor do bem penhorado. Caso ocorra o contrário (execução fiscal proposta e bem
penhorado depois de decretada a falência) a Fazenda Pública aguardará a realização do ativo,
obedecendo a ordem estabelecida pelo artigo 186, parágrafo único, inciso I, do Código
Tributário Nacional.