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Questionário - Competência Tributária

1. O que é competência tributária? Quais os princípios que a norteiam? Há no


Brasil poder tributário? Há relação entre competência tributária e isenção? Explique. OK
A competência tributária é a capacidade que as pessoas políticas detém para editar leis
que criem tributos, tendo seu fundamento na própria Constituição, sendo norteada pelos
princípios da certeza do direito, da justiça, princípio republicano, generalidade da tributação,
federativo, isonomia das pessoas políticas, reserva de competências, indisponibilidade dos bens
públicos e segurança jurídica
No Brasil, não se pode falar que exista um “poder tributário”, mas sim a competência
tributária, ou seja, cada uma das pessoas políticas possui, dentro dos limites do direito positivo,
a competência para instituir impostos, que é determinada pelas próprias normas constitucionais.
A relação entre competência tributária e isenção encontra estrita relação, uma vez que é o ente
político que possui competência para instituir o imposto que deve também isenta-lo.

2. A quem são dirigidas as normas de competência tributária? Onde podemos


encontrá-las? Explique. OK
As normas de competência tributária são dirigidas aos entes políticos que devem
instituir os impostos por meio de lei. Pode-se encontrá-las na constituição como forma de
imposição e diretrizes para tais entes.

3. O que é competência residual? A quem cabe a competência residual para


instituir impostos? E taxas e contribuições de melhoria? Fundamente. OK
A competência residual é a faculdade de instituir impostos não discriminados pela
Constituição Federal, ou seja, é o poder de tributar sobre os fatos não descritos pela
Constituição e por isso não elencados no rol de nenhuma das pessoas políticas. Tais
competências são sempre da União Federal.
As taxas são de competência do ente que melhor possui condições de arcar com a
diligência a ser realizada, ao passo que a competência das contribuições de melhoria são sempre
do ente que efetivamente realizou a obra que procedeu a valorização ao imóvel do contribuinte.

4. Qual a relação existente entre a competência tributária e a capacidade


tributária ativa? Explique. OK
A competência tributária é a faculdade de instituir tributos, traçada pela Constituição
Federal, não pode ser delegada.
A capacidade tributária ativa, por sua vez, é o direito de se arrecadar tributos. A relação
entre elas se vislumbra no tocante em que a pessoa responsável pela arrecadação é aquela que
institui o tributo, salvo se delegá-la a outro ente.

5. Há limites ao exercício da competência tributária? Explique. OK


A Constituição tratou de delimitar o campo tributável de cada um dos entes políticos,
sendo tal divisão o que promove isonomia e, consequentemente, autonomia financeira, política,
administrativa e política. A limitação é encontrada no artigo 150 da Constituição Federal, que
também elenca os princípios.

6. Quais as características da competência tributária? Explique cada uma delas.


OK
Privatividade: exclusividade para a criação de um tributo, não permitindo que o
mesmo ente crie tributo sobre o mesmo assunto, proporcionando autonomia política e
financeira;
Indelegabilidade: a competência já nasce limitada pelos princípios e não pode ser
repassada a nenhum outro ente, sendo a Constituição Federal rígida nesse quesito (artigo 7º,
CTN);
incaducabilidade: o decurso do tempo não faz perecer a uma competência atribuída,
ainda que não exercitada, não há decadência no exercício das competências tributárias;
inalterabilidade: em razão da rigidez constitucional, as competências não podem ser
modificadas. Assim, o legislador ordinário não poderá alterar competência tributária instituída
pela constituição;
irrenunciabilidade: não se pode abrir mão da competência de forma total e definitiva
e, além disso, a competência não pode ser delegada, só será retirada ou suprimida por força de
emenda constitucional; e
facultatividade do exercício: a pessoa política detentora da competência tributária
pode escolher entre exercita-la ou não, de acordo com suas decisões políticas. Encontramos,
porém, uma única exceção a essa característica, que é o imposto sobre operações relativas à
circulação de mercadorias e serviços (ICMS), que os Estados e o Distrito Federal estão
obrigados a instituir e a arrecadar, de acordo com o artigo 155, § 2º, XIII, “g”, da CF.

7. Como pode a competência ser classificada? Fundamente. OK


De acordo com o entendimento doutrinário, pode-se classificar a competência tributária
em seis espécies, são elas: competência privativa, competência comum, competência
cumulativa, competência especial, competência residual e competência extraordinária
I. Competência privativa: elencados nos artigos, 153, 155, 156 e 147 da Constituição
Federal, estão descritos os tributos inerentes a cada uma das pessoas políticas. Isso significa
dizer que nenhum desses tributos pode ser instituído por pessoa diversa da apontada
constitucionalmente.
II. Competência comum: refere-se aos tributos vinculados e é comum uma vez que
pode ser exercida por qualquer uma das quatro pessoas políticas, desde que tenham condição
para arcar com as diligências ou tenha efetuado a reforma que gerou a valorização, conforme se
elenca no art. 145 da Constituição Federal.
III. Competência cumulativa: elencada no artigo 147 da CF, diz respeito à
competência da união para instituir impostos estaduais, em território federal e ao Distrito federal
que acumula competências estaduais e municipais.
IV. Competência especial: previstos nos artigos 148 e 149 da CF, são os empréstimos
compulsórios e as contribuições especiais
V. Competência residual: prevista no artigo 154, I da CF, discorrem sobre tributos não
previstos como competências de nenhuma das pessoas políticas. Ficam a cargo da União
Federal
VI. Competência extraordinária: prevista nos artigos 76 e 154, II da CF, é o poder
outorgado à União para instituir o imposto extraordinário de guerra.

8. O que é parafiscalidade? O que é extrafiscalidade? O que é fiscalidade? OK


Parafiscalidade: a lei atribui a capacidade ativa de determinado tributo a pessoas
diversas daquela que tratou de instituir o tributo. Alguns entes, tais quais, as autarquias, as
entidades paraestatais e etc. tratam de arrecadar tributos em benefício das próprias finalidades.
Esses beneficiários são chamados pela lei para colaborar com a administração pública.
Extrafiscalidade: Estado-fisco exigi pagamento de tributo a fim de intervir na
sociedade e na economia (ex.: estabelecimento de alíquotas altas para importação de
mercadorias quando existem similares em território nacional, estimulando consumo no território
brasileiro).
Fiscalidade: O ente instituidor do tributo exige seu pagamento visando, tão somente, a
arrecadação do valor pecuniário (ex.: taxas; imposto de renda).

9. O que é bitributação? O que é bis in idem? O nosso ordenamento jurídico


permite a ocorrência destas figuras? Explique. OK
bitributação: fenômeno que se observa quando o mesmo fato faz gerar duas ou mais
obrigações tributárias, ou seja, duas pessoas políticas diferentes fazem incidir tributo sobre o
mesmo fato do mundo fenomênico.
O bis in idem, por sua vez, é a incidência de mais de um tributo, instituídos pela mesma
pessoa jurídica, sobre o mesmo fato gerador.
Tais fenômenos devem ser evitados, mas podem existir se autorizados pela Constituição
Federal, como se observa no artigo 154, II (iminência ou no caso de guerra externa).

10. Emendas constitucionais podem alterar regra de competência tributária?


Explique. OK

Não há expressamente proibição quanto a alteração da competência tributária, porém,


os efeitos que essa alteração podem causar violação da forma federativa do Estado, uma vez que
pode prejudicar a autonomia dos entes federativos.

11. Qual (quais) critério(s) foi (foram) utilizado(s) pelo legislador constituinte para
a repartição de competência entre as pessoas políticas, em matéria de impostos? E em
matéria de tributos vinculados? Explique. OK

A partilha da competência tributária entre os entes políticos foi levada a cabo de acordo
com um critério material, isso fica evidente ao se notar que a Constituição designa que só a
União tribute determinados fatos do mundo real. Assim, os entes políticos têm competência
impositiva materialmente concorrentes. Além disso, foi adotado critério territorial para evitar
conflitos entre os entes políticos.

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