1) A competência tributária se origina do poder de tributar do Estado soberano. Ao se organizar em um Estado democrático de direito, esse poder é dividido entre a União, estados, DF e municípios por meio da Constituição.
2) A competência tributária é o resultado da normatização e delimitação do poder de tributar, estabelecendo quais entes podem instituir e arrecadar quais tributos.
3) As normas de competência tributária estão na Constituição e delimitam os limites e regimes jurídicos dos tributos de cada
1) A competência tributária se origina do poder de tributar do Estado soberano. Ao se organizar em um Estado democrático de direito, esse poder é dividido entre a União, estados, DF e municípios por meio da Constituição.
2) A competência tributária é o resultado da normatização e delimitação do poder de tributar, estabelecendo quais entes podem instituir e arrecadar quais tributos.
3) As normas de competência tributária estão na Constituição e delimitam os limites e regimes jurídicos dos tributos de cada
1) A competência tributária se origina do poder de tributar do Estado soberano. Ao se organizar em um Estado democrático de direito, esse poder é dividido entre a União, estados, DF e municípios por meio da Constituição.
2) A competência tributária é o resultado da normatização e delimitação do poder de tributar, estabelecendo quais entes podem instituir e arrecadar quais tributos.
3) As normas de competência tributária estão na Constituição e delimitam os limites e regimes jurídicos dos tributos de cada
A ORIGEM DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA: O PODER DE TRIBUTAR
Antes mesmo de desenvolvermos nossos estudos acerca da competência
tributária, já podemos deduzir tratar-se de um direito de tributar por parte de quem o detém. De fato, até os mais leigos no direito podem deduzir o significado da locução "competência tributária", tomando-a como capacidade, aptidão e habilitação para fazer algo. E esse "algo" no caso, é tributar - competência de tributar. Alguém é competente para exigir determinados tributos. Tudo tem uma origem. A origem histórica se mistura com a própria origem do Estado soberano. Quando uma nação se organiza na forma de estado democrático de direito, ele tem dentro do âmbito da sua soberania poderes que delimitará de acordo com a lei fundamental para designar competências, atribuições e incumbências entre os próprios entes que compões esse estado democrático de direito. O Brasil adota o federalismo, 4 pessoas políticas diferentes com poder político de tributar transformados na competência: União, Estados, DF e Municípios. Mas com base em que alguém, ou no caso, alguma pessoa jurídica de direito público, é competente para tributar? Ainda, neste ponto, há que se questionar: qual é o limite e alcance para tal tributação? Para respondermos essas questões, precisamos compreender um pouco mais da origem histórica da competência tributária., tratando do pressuposto de existência da aptidão para se tributar, isto é, do poder de tributar. Lembre-se que, com base no art. 32 da CF, as competências legislativas do DF são cumuladas de forma que ele tem tanto do Estado como município, é híbrido, com característica própria. A origem dessa competência advém do poder de tributar. Quando o Estado resolve se organizar na forma democrática de direito, ele pega a soberania dele, o poder de tributar que seria uma pedra bruta, a ser lapidada em formas ordenadas e delimitadas. Fala-se em poder bruto de tributar e o poder lapidado de tributar que se transforma na competência tributária. O poder bruto é dirigido e dividido entre os entes competentes onde cada qual recebe o seu quinhão. É a origem que vem junto com o poder do estado soberano se organizar, numa forma de estado de direito e delimitar diversas competências, não apenas a tributária. Por essa razão, quando falamos em competência tributária, e até mais adiante para entendermos quais efetivamente são as imunidades tributárias, ter em mente que a competência é o resultado da lapidação do poder de tributar. Pressuposto de existência da aptidão para se tributar é o poder de tributar. Esse, por sua vez, somente existe na medida em que um grupo de pessoas forma uma sociedade organizada sob a direção de um ou mais líderes, que constituem aquilo que convencionou- se a chamar de governo. Quando o poder de tributar é convertido na competência, ele é delimitado, lapidado. O constituinte originário outorgou pedaços do bolo a cada ente público. A União tem seus impostos no art. 153, os Estados e DF art. 152 e municípios e DF no art. 156. A partir dessa divisão, percebemos que todas as normas tributárias estão na CF. Temos normas de competência veiculadas pela CF, são elas de hierarquia absoluta. A pirâmide de Kelsen coloca a CF no topo, de forma que ela é não apenas a norma de maior hierarquia como fundamento de validade de toda e qualquer norma do ordenamento jurídico, seja ela veiculada por lei complementar, ordinária, decreto lei. As normas de competência tributária estão veiculadas na CF que é anorma fundamental desse estado democrático de direito. É essa norma fundamental constituição que vai atribuir todas as competências leislativas para os entes públcios, entre elas a competência leislativa para instituir e arrecadas tributos. Voltando nos slides, percebe-se que a competência legislativa é um gênero do qual a competência tributária é uma espécie. A competência legislativa é outorgada pela CF aos entes públicos para que criem normas voltadas para criação de outras normas. A própria CF designará aos entes competentes (União para criar e arrecadar imposto sobre a renda) e dirpa como o imposto deverá ser criado. Realmente o constituindo ao outorgar as competencias impositivias ele trouxe a materialidade do tributo que poderá ser criado pelo ente político que recebeu a outorga dessa competência impositiva. Observamos também que em muitos casos o constituinte originário tomou o cuidado de, inclusive, colocar o regime jurídico a que estão submetidos as espécies tributárias no próprio corpo da norma de competência. Ex.: ICMS. Se olharmos contribuições, tazas, imposto de guerra, competência residual da união etc. O ICMS foi o tributo eleito de maior normatização da CF, nenhum outro tributo recebe tantas normas, indicações de como poderá ser criado e quais são as regras que devem ser levadas em consideração pelo legislador quando for exercer efetivamente a competência tributária. A norma de competência é resultante do poder de tributar traduzida por meio da lei fundamental daquele estado democrático de direito que é a CF. Por isso dizemos que tudo parte da CF e qualquer análise de tese jurídica. O poder de tributar somente existe na medida em que um grupo de pessoas forma uma sociedade organizada sob a direção de um ou mais líderes, que constituem aquilo que se convencionou a chamar de governo. É dizer, os governos de países organizados possuem o poder de tributar, o qual deve ser edificado e disciplinado em seu ordenamento jurídico. É sabido que existem formas distintas da organização de um Estado ou Nação e dos seus governos, sendo-lhes comum, no entanto, a existência de um ou mais líderes, dirigentes e de leis. As leis de uma Nação impõem as normas de conduta que tornam viável a convivência em sociedade e as relações humanas intersubjetivas, bem como espelham os valores tidos por relevantes por aquele grupo de pessoas. Ainda, disciplinam como e por quem as leis podem ser criadas. Focando-nos sobre a gênese de um Estado, percebemos a necessidade de que este possua receitas para custearem as suas atividades, as quais podem ser as originárias ou derivadas, caso dos tributos. Nesse sentido, o poder de tributar se apresenta como elemento essencial do governo, o qual se materializa a partir da constituição desse Estado como um Estado de Direito, sendo tal poder, a partir da edição da norma fundamental, vertido em regras de competências.
II. CONCEITO DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
A competência tributária é o produto advindo da normatização do poder de
tributar do ente soberano. Assim, quando o governo organizado edita sua lei fundamental e dá forma ao seu ordenamento jurídico, são criadas as normas disciplinadoras do poder de tributar, as quais irão especificar quem e quais tributos poderão ou não ser criados. Essas normas que declaram quem poderá criar determinados tributos são as normas de competência tributária. É de suma importância observar que, essas normas, denominadas normas de estrutura pelo professor Paulo de Barros Carvalho em sua doutrina, são normas que orientam os legisladores dos entes públicos imbuídos de competências impositivas como e com quais limites poderão fazê-lo. Assim, as normas de competência tributária são, antes de mais nada, norma de competência legislativa, pois conforme é sabido, as imposições tributárias sempre decorrerão de lei. A COMPETÊNCIA tributária conquanto seja dirigida para as espécies tributárias e para os entes que compõem a federação, ela também traz princípios que também são traços delimitadores da competência tributária. Não é porque a União recebeu a competência tributária para instituir e arrecadar o imposto sobre a renda que ela pode fazê-lo de forma excessiva, que venha a ferir a capacidade contributiva. As normas constitucionais de competência tributária que traduzem a competência legislativa tributária estão atreladas não apenas aos limites e regimes jurídicos de cada espécie tributária veiculadas pelas próprias normas de competência como também pelas demais normas constitucionais que compõem o sistema tributário nacional na CF. De sorte que também o exercício dessas competências e mesmo a outorga está delimitado pela própria norma em si e demais que devem compor o sistema tributário nacional na CF e devem com ela se harmonizar, ou seja, a competência tributária está arraigada dentro dela a existência de todos os princípios constitucionais tributários que vão reger a tributação. A competência tributária é o produto do poder de tributar que estabelece e divide para cada ente competente a sua fatia de possibilidades de instituir e arrecadar tributos. Podemos ver que a competência tributária outorga aos destinatários o poder delimitado. O poder de tributar é algo ilimitado. Quando ele condiciona, regulamenta e faz regulamento sobre o poder de tributar temos a competência tributária que é limitada e rígida. Veremos que a competência tributária é limitada e bem distribuída. De sorte que cada ente político recebe a sua fatia de bolo e não adianta querer olhar a fatia de bolo do vizinho. Ele terá que ficar com a sua própria competência e, querendo ou não exercê-la, não poderá absorver outras competências, SALVO em casos especiais como da competência residual a União em se tratando dos impostos extraordinários de guerra. A competência tributária permite que os entes políticos recebam poder de tributar já delimitado pela norma de competência que lhes outorgam direito de exigir receitas derivadas dos contribuintes, receitas chamadas de derivadas porque não advém de atividade própria desenvolvida pelos entes públicos mas sim de particulares, que são os contribuintes, que praticam fatos de expressão econômicas que serão alcançados pela tributação. Essas receitas derivadas é a maior fonte de receita para os órgãos públicos desenvolverem suas atividades, por isso que a tributação é tão importante. Na advocacia tributária buscamos sempre o direito do contribuinte, mas há função para arrecadação para os tributos. É o que afirma o conceito de tributo estabelecido pelo art.3º, do Código Tributário Nacional, recepcionado em seu inteiro teor pela Carta de 1988, a saber: Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Ao tratar da competência tributária em seu "Curso de Direito Tributário - Constituição e Código Tributário Nacional"1, a professora Regina Helena Costa elucida: No Estado de direito, a tributação há de comportar-se dentro de certos limites, para que possa ser legitimamente exercida. Assim, a noção de competência tributária corresponde ao 'poder de tributar', juridicamente delimitado pela própria Constituição. Competência tributária é a aptidão para criar tributos, mediante a edição do necessário veículo legislativo (CR, art. 150, I), indicador de todos os aspectos de sua hipótese de incidência. Em sendo competência de natureza legislativa, somente as pessoas políticas a detém. Logo, a competência tributária é o produto normativo do poder de tributar, que habilita as pessoas políticas a quem fora outorgada a criar e arrecadar seus tributos mediante lei.