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Introdução
Neste presente trabalho irei falar de alguns aspetos do Direito Fiscal no que tange
essencialmente na relação entre o Direito Fiscal e outros ramos do Direito, das Fontes do
Direito Fiscal e dos Princípios do Direito Fiscal, as formas mais detalhadas deste assunta
estará inerente neste trabalho de modo a facilitar a compreensão do leitor.
2. Relações entre o Direito Fiscal e outros Ramos do Direito
Uma das funções do Estado é a gestão do património público. Nessa função, o Estado
estabelece normas administrativas reguladoras de todo o processo de aquisição e alocação de
recursos na gestão de coisa pública.
Outro aspecto que revela a ligação entre o Direito Fiscal e o Direito Administrativo reside
no facto de haver muitos impostos cujo lançamento é aplicado mediante um processo
gracioso que constitui uma sequência de actos administrativos, subtraindo, então, esses
impostos dos órgãos da administração fiscal; tanto mais que os órgãos de prevenção,
fiscalização e cobrança tributária exercem uma efetiva atividade administrativa.
São conceitos do direito civil ou privado, entre outros, os termos cônjuge, compra e
venda, doação, herança, domicílio, prédio, propriedade, etc.
Quando o Direito Fiscal, em sede do IRPS usa o termo cônjuge ou, em sede do Imposto
sobre Sucessões e Doações usa o termo doação, ou ainda, quando Direito Fiscal se refere a
prédio em sede da Contribuição Predial Urbana, fá-lo de acordo com o sentido e significado
que estes conceitos têm no âmbito do ramo do direito de onde foram retirados, neste caso,
direito civil ou privado; muito embora já no Direito Fiscal estejam submetidos à disciplina
própria do imposto.
3. Fontes do Direito
Em Geral
O Direito é um fenómeno social que, sob diversas formas e manifestações, sempre presidiu e
regulou a convivência do homem em sociedade. No passado de organização política de
monarquia absoluta, a única fonte do Direito era, praticamente, a vontade do soberano ou
imperador.
A matéria fiscal não escapou à vontade pessoal do soberano, aliás, sabe-se que o imposto
sempre foi a fonte de receitas mais privilegiada para a subsistência dos soberanos e seus
reinos por vários séculos.
Era a vontade do soberano que prevalecia na fixação de todos os tributos e impostos internos
e alfandegários.
Passados vários séculos, já com o advento da revolução liberal, (em 1789, particularmente
em França) surgiu a obrigatoriedade da existência de lei escrita, como expressão da vontade
popular e do conhecimento geral, abandonando-se assim a prática arbitrária do soberano a
cada momento e de acordo com as suas vontades e convicções.
Surge, desta forma, a lei escrita como a principal fonte do direito, complementada pelo
costume, já observado no Direito anterior como fonte do direito e, ainda, a jurisprudência e
a doutrina.
Fontes intencionais
O termo Fontes do Direito em sentido técnico jurídico designa os modos de formação e de
revelação das normas jurídicas, o que significa modos do seu aparecimento e manifestação.
Assim temos:
1. A Lei
Constitucional
Ordinária
No sentido lato ou amplo
2. O Costume
3. A Doutrina e
4. A Jurisprudência
A Lei
Tem-se por conceito que a lei é um comando jurídico criado e imposto na sociedade por uma
autoridade com o poder para o fazer.
A lei e o costume são modos de formação das normas jurídicas, por isso fontes imediatas do
direito.
Hierarquia
Lei Constitucional
É na lei constitucional que encontramos os princípios fundamentais por que deve reger-se o
direito fiscal. Tais princípios fundamentais são entre outros, os princípios da legalidade, da
igualdade (artigos 100 e 127) e o da autorização anual de cobrança (particularmente o n.º 1
do artigo 130) todos da CRM
Com estas considerações devemos ficar claros que a CRM é a fonte primeira do Direito
Fiscal.
Lei ordinária
Em sentido restrito, só é lei o instrumento jurídico (lei ordinária) aprovado pela Assembleia
da República (artigo 182 da CRM), porém, em sentido amplo, a lei abrange as normas
jurídicas de âmbito geral, incluindo, para os efeitos do nosso estudo, os Decreto-lei e
Decretos do Conselho de Ministros (n.º 1 do artigo 210 CRM), os Regulamentos, que podem
ser Decretos do Conselho de Ministros ou Diplomas Ministeriais, e ainda as Posturas
Municipais em matéria fiscal.
3.1.1. O Costume
O n.º 2 do artigo 127 da CRM precisa: “2. Os impostos são criados ou alterados por lei,
que determina a incidência, a taxa, os benefícios fiscais e as garantias dos
contribuintes”.
2.1.2. Jurisprudência
A jurisprudência é uma fonte mediata ou indirecta do Direito Fiscal. Ela não cria normas
jurídicas, apenas revela o seu conteúdo. As decisões jurisprudenciais são apenas vinculativas
ou obrigatórias no processo em que forem tomadas.
A jurisprudência enquanto fonte do Direito Fiscal, é o conjunto das orientações que resultam
da aplicação das normas jurídicas ao caso concreto, feita pelos órgãos com competência para
tal, em especial os tribunais.
2.1.3. Doutrina
A doutrina é outra fonte mediata ou indirecta do Direito Fiscal. Consiste no estudo teórico
e/ou dogmático do Direito, o que a torna num elemento de fundamental importância na
compreensão e revelação das normas jurídicas.
As opiniões emitidas pelos cientistas do Direito Fiscal não são vinculativas. A sua
importância será maior, quanto maior for o mérito reconhecido do seu autor.
A lei, em sentido lato ou amplo, isto é, a lei constitucional, a ordinária (incluindo as
convenções internacionais) validamente ratificados na República de Moçambique; os
regulamentos, os decretos-lei, os decretos, as posturas municipais e outros instrumentos
jurídicos vinculativos em matéria fiscal constituem fontes intencionais do Direito Fiscal.
Os princípios gerais do Direito Fiscal traduzem os valores essenciais numa certa comunidade
e têm uma aceitação geral dos seus membros por corresponderem à sua consciência ético-
jurídica. Estes mesmos princípios permitem-nos apreender de forma sintética os valores
fundamentais em que assenta o sistema fiscal e têm uma consagração plena e aplicação
prática do ponto de vista do articulado da CRM.
4.1. Princípio da legalidade
O princípio da legalidade em Direito Fiscal decorre do n.º 2 do artigo 127 da CRM, nos
termos do qual “2. Os impostos são criados ou alterados por lei, que determina a
incidência, a taxa, os benefícios fiscais e as garantias dos contribuintes”.
O princípio da legalidade em Direito Fiscal se refere à lei stritu sensu, ou seja, a lei formal
emanada da Assembleia da República, no exercício de uma das suas competências previstas
nas alíneas l); m) e o) do n.º 2 do artigo 179 da CRM.
O fim último do Direito em geral é a realização da justiça. O Direito Fiscal, na sua actividade
de colecta de receitas para garantir a satisfação das despesas públicas pauta-se também por
critérios de justiça.
A aprovação do Orçamento implica a aprovação das receitas previstas, sendo uma delas o
imposto. Nisto consiste a anualidade do imposto.
Dado que o Direito Fiscal é um ramo do direito público com uma disciplina científica
autónoma e subordinada a princípios próprios.
conclui-se assim que o Direito é um fenómeno social que, sob diversas formas e
manifestações, sempre presidiu e regulou a convivência do homem em sociedade. No
passado de organização política de monarquia absoluta, a única fonte do Direito era,
praticamente, a vontade do soberano ou imperador.
A matéria fiscal não escapou à vontade pessoal do soberano, aliás, sabe-se que o
imposto sempre foi a fonte de receitas mais privilegiada para a subsistência dos
soberanos e seus reinos por vários séculos.
É dai que surge, a lei escrita como a principal fonte do direito, complementada pelo
costume, já observado no Direito anterior como fonte do direito e, ainda, a
jurisprudência e a doutrina.
Assim como os princípios gerais do Direito Fiscal que traduzem os valores essenciais
numa certa comunidade e têm uma aceitação geral dos seus membros por
corresponderem à sua consciência ético-jurídica. Estes mesmos princípios permitem-
nos apreender de forma sintética os valores fundamentais em que assenta o sistema
fiscal e têm uma consagração plena e aplicação prática do ponto de vista do articulado
da CRM.