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DIREITO MOÇAMBICANO NA ÉPOCA COLONIAL

Por: MAJANTE, Marta Mariana


Não se pode falar do Direito moderno sem que se tenha a noção do bloco do direito que
vigorou em Moçambique, Desde a época tradicional ou seja do direito consuetudinário
ate o direito colonial. O direito costumeiro ou consuetudinário e uma serie de costumes
práticas e crenças que são aceites como regras obrigatórias de condutas pelos povos
indígenas e comunidades locais1.
Ate acerca de 1880 a maior parte dos territórios africanos era governada pelos chefes
africanos reis e rainhas, chefes de clãs linhagens, imperadores e outros reinantes os
quais detinham de total monopólio dos seus territórios viviam uma autentica liberdade
no seu meio social (BOAHEN 2010), em contra partida deste ponto a presença da
força opressora fez se em quase toda africa com exceção da etiópia e libéria. Em
Moçambique tivemos também situação semelhante com a presença da ocupação
portuguesa e a consequente instalação do direito português o qual sobrepôs o
direito tradicional2.
Com a entrada em vigor de um novo direito nesse caso o português asiste se uma
influencia extinção e redução de certos direitos aos indígenas visto que o sistema
administrativo português introduziu uma serie de instrumentos legais dos quais
operaram como um molde de direção civilizada para o povo indígena, dos
instrumentos legais introduzidos temo: O Estatuto dos Indígenas, Estatuto
Politico e Civil dos Indígenas. Estes instrumentos e que conduziam a vida do
indígena na sociedade sendo estes documentos um alicerce para o seu
comportamento e formação como um cidadão indígenas das diversas formas
como esse novo direito veio a influenciar no direito dos nativos temos o caso do
estatuto dos indígenas que no seu artigo 21°3 que dispõe o seguinte «não é
concedido ao indígena os direitos políticos em instituições não indígenas» de
acordo com este artigo da a entender que o direito português não respeitou o
direito dos africanos.
Devido a influência que o direito tradicional sofreu do direito colonial este
embora tenha alterado algumas características também contribuiu positivamente
com alguns pontos uma das contribuições foi o consentimento e permissão de os
africanos poderem também organizarem se entre tribos e dentro desta tribo
poderem se auto regerem tal como esta prevista nos termos do artigo 27° do
Estatuto dos Indígenas o qual dispõe o seguinte «É permitido ao indígena optar
pela lei comum em matéria de relações de família, sucessões, comercio e
propriedades imobiliárias» em conjugação com esse excerto temos o artigo 10°
«Em cada regedoria indígena exerce a autoridade sobre as populações um

1
COTA, Goncalves, (1947), Mitologia e Direito Consuetudinário, pág.113-114
2
BOAHEN, (2010), Historia Geral de Africa Vll, Africa sobre Dominação Colonial, 1885-1930, 2°edicao
revista, UNESCO.
3
Cf. Estatuto dos Indígenas [Decreto-Lei n°39 666 de 20 de maio de 1954]
regedor indígena. Em cada grupo de povoações ou povoação será essa autoridade
confiada a um chefe de grupo ou de povoações ou povoação».
Em suma, o direito colonial também contribuiu bastante para a formação do
direito moderno na medida que com a formação do direito moderno com base no
direito tradicional estamos a adotar um regime misto de direitos dado que o
direito tradicional também sofreu alteração do direito colonial com a alteração do
sistema e estruturas administrativas tornando as antigas instituições de natureza
política tradicional dos indígenas em agregados políticos tradicionais também
conhecidos por regulados fazendo assim surgir a figura do regulo o qual ainda
existe ate no direito moderno.
Com a proclamação da independência a 25 de junho de 1975 adotou um novo
direito nesse caso o direito moderno nele estão contidas alguns preceitos que
albergavam o direito tradicional mas também não excluem o próprio direito
colonial por este ter impulsionado bastante na formação do novo direito, ainda no
âmbito da adoção só acolhido aquilo que não contraria o novo direito.

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