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A Guerra do Paraguai, que ocorreu entre os anos de 1864 e 1870, marcou o declínio do
último governo imperial brasileiro, pois, os exorbitantes gastos bélicos no combate fizeram
com que a dívida externa brasileira atingisse níveis insustentáveis, causando uma forte crise
econômica que afetou diretamente a população. Além disso, as pessoas escravas que
integravam parte das tropas brasileiras no conflito, ao retornarem da guerra exigiam a sua
libertação, condição que foi anteriormente prometida pelo Imperador. Porém, pela grande
pressão de grupos escravocratas, a promessa não foi efetivada causando insatisfação e revolta
de grupos progressistas em favor da libertação das pessoas em situação de escravidão.
Havia também insatisfação por parte dos militares, esses reivindicavam maior
autonomia nas suas decisões, algum reconhecimento político, e também, melhores
remunerações. Ao participarem da Guerra do Paraguai, tiveram um crescente contato com
aspirações republicanas, e o conflito também evidenciou a desvalorização da classe.
Ao decorrer da intensa crise política, e após D. Pedro II perder seus últimos apoiantes,
tendo como estopim a abolição da escravatura decretada em 13 de maio de 1888 por meio da
Lei Áurea, houve então o chamado Golpe Republicano de 1889. O primeiro presidente, foi
um militar, Deodoro da Fonseca, que foi nomeado como um chefe de governo provisório.
Com isso, ocorreu diversas mudanças no Brasil, relações de produção, e especialmente
mudanças institucionais. Sobre esse momento importante da história brasileira, os autores
Cláudio Pereira de Souza Neto e Daniel Sarmento comentaram:
Foram os militares, sob a chefia de Deodoro da Fonseca, que promoveram
o movimento que resultou na Proclamação da República. Nesse movimento,
praticamente não houve participação popular. O povo não passou de mero
expectador atônito dos acontecimentos de novembro de 1889. Sem
embargo, parece um exagero equiparar o advento da República a um mero
pronunciamento militar, como sugerem alguns autores, haja vista as várias
outras forças que lhe deram suporte, bem como a sua correlação com
fenômenos mais profundos que se desenrolavam na sociedade, na cultura e
na economia do país. (NETO; SARMENTO, 2017, p.109)
Em quatro de novembro de 1890, esse documento foi aprovado pelo poder Executivo e
revisado pelo advogado, político e escritor Ruy Barbosa. Esse, que participou efetivamente
dos primeiros anos da república do Brasil, e foi responsável por anexar pela primeira vez o
habeas corpus como matéria constitucional. Considerada uma constituição provisória, foi
instituída por meio do decreto 510 22.06.1890, e alterada pelo decreto 914-A.
Outra particularidade desse texto, é sua rigidez. A alteração dessas normas detinha um
processo mais extenso e complexo do que outras leis ordinárias. Ademais, os estados, que no
período monárquico eram chamados de províncias, adquiriram maior autonomia, assim como
os municípios, mesmo que de forma menos significativa.
Em relação aos direitos individuais, eles são apresentados no artigo 72, em sua maioria
legislando sobre liberdades públicas. No parágrafo segundo, discorrendo sobre a igualdade
entre as pessoas, temos:
E ainda: