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Comparação entre a Primeira Constituição do Brasil Republicano (1891) e a

Constituição Cidadã de 1988.

Osvaldo Alexandre Pimenta1

Resumo:
O artigo percorre as transformações políticas e constitucionais no Brasil desde o período da
"República Velha" até a promulgação da "Constituição Cidadã" em 1988. Inicialmente, a transição da
monarquia para a república em 1889 marcou o domínio das elites agrárias, refletido na Constituição de
1891, que se inspirou em modelos americanos, mas limitou a democracia. O texto destaca que em 1930,
Getúlio Vargas anulou a Constituição de 1891, dando início a mudanças políticas significativas. Após um
período de regime militar, a "Nova República" começou em 1985, culminando na promulgação da
"Constituição Cidadã" em 1988. Essa constituição, elaborada durante a Assembleia Nacional Constituinte,
representou um avanço ao garantir amplos direitos individuais, coletivos, sociais e políticos, além de
promover a democracia e o fim da censura. O resumo enfatiza o processo de construção democrática e
cidadã ao longo desse período, marcado por mudanças constitucionais significativas, culminando na
promulgação da "Constituição Cidadã" de 1988.

Palavras-chave:
República Velha - Constituição de 1891 - Regime Militar - Nova República
Constituição de 1988

Abstract:
The article traces the political and constitutional transformations in Brazil from the period of the
"Old Republic" to the promulgation of the "Citizen Constitution" in 1988. Initially, the transition from
monarchy to republic in 1889 marked the dominance of agrarian elites, reflected in the 1891 Constitution,
which drew inspiration from American models but limited democracy. The text highlights that in 1930,
Getúlio Vargas annulled the 1891 Constitution, initiating significant political changes. After a period of
military rule, the "New Republic" began in 1985, culminating in the promulgation of the "Citizen
Constitution" in 1988. This constitution, elaborated during the National Constituent Assembly, represented
progress by ensuring broad individual, collective, social, and political rights, as well as promoting
democracy and ending censorship. The summary emphasizes the process of democratic and citizen
construction throughout this period, marked by significant constitutional changes, culminating in the
promulgation of the "Citizen Constitution" in 1988.

Keywords:
Old Republic - 1891 Constitution - Military Regime - New Republic - 1988 Constitution

1
Trabalho do Conclusão de Curso – Gabaritando Direito Constitucional – Curso de Pós-graduação em
Direito Constitucional na modalidade a Distância - RJ Treinamentos e Negócios LTDA.

1
A Constituição de 1891
A Constituição de 1891 marcou a transição da monarquia para a república no
Brasil, sendo a segunda na história do país e a primeira do período republicano.
Promulgada em fevereiro de 1891 como resultado direto da mudança de regime,
introduziu alterações significativas, consolidando o sistema republicano presidencialista,
estabelecendo o federalismo e determinando a separação entre Estado e Igreja. Situada
no contexto da substituição da monarquia pela república em 15 de novembro de 1889,
após um golpe que resultou na expulsão de D. Pedro II e da família real, a Constituição
de 1891 reflete um período de insatisfação que se acumulou ao longo de décadas. O
pensamento republicano ganhou força, especialmente a partir de 1870, marcado pela
publicação do Manifesto Republicano.
A década de 1880 foi caracterizada por uma intensa crise política no Brasil,
culminando na polarização que minou o apoio à monarquia. Setores tradicionais, como a
Igreja e os cafeicultores escravocratas, se afastaram do regime. Além disso, a demanda
por descentralização do poder, impulsionada pelo republicanismo, ganhou destaque como
resposta à centralização monárquica, contribuindo para a consolidação da república. O
fim do período imperial marcou o declínio da influência do constitucionalismo europeu,
sendo substituído pela abordagem norte-americana. Nesse cenário, a prática do controle
judicial de constitucionalidade foi introduzida no Brasil sob a forma de um sistema difuso,
concreto e subjetivo.
Toda essa crise culminou no movimento que começou a se articular a partir de
1887 visando conspirar contra a monarquia. Em novembro de 1889, um grupo composto
por figuras proeminentes da sociedade optou por executar um golpe contra a monarquia.
Nos dias que antecederam o golpe, conseguiram persuadir o marechal Deodoro da
Fonseca a se unir ao movimento. Em 15 de novembro, o golpe teve início com Deodoro
da Fonseca liderando a destituição do Gabinete Ministerial ocupado pelo visconde de
Ouro Preto. Ao final do dia, as negociações políticas levaram o vereador do Rio de
Janeiro, José do Patrocínio, a proclamar a república no Brasil.
Dessa forma, constituiu-se rapidamente um governo provisório encarregado de
conduzir a transição do Brasil monárquico para o modelo republicano. Esse governo,
marcado pela improvisação, enfrentou diversos desafios e viveu um período de
instabilidade, refletindo as intensas disputas na política brasileira entre defensores de uma
saída autoritária e aqueles que advogavam por um governo liberal baseado nas liberdades
individuais.

2
As principais prioridades do governo provisório eram garantir a ordem pública e
realizar a substituição dos símbolos monárquicos por novos que representassem a
república. Nesse contexto, foram convocadas eleições em setembro de 1890 para a
formação de uma Assembleia Constituinte, incumbida de duas tarefas cruciais:

1. Elaborar uma nova Constituição;


2. Eleger um novo presidente.

As eleições, segundo o historiador Elio Chaves Flores, refletiram as diversas


correntes que lideravam a república brasileira. Ele identifica três grupos principais: os
republicanos históricos, que apoiavam a causa desde 1870; os adesistas, que aderiram às
ideias republicanas de última hora; e os ainda monarquistas. Flores destaca também a
composição social da Constituinte, com 128 bacharéis, muitos provenientes da classe
senhorial e proprietária de terras; 55 militares, originários dos centros urbanos e dos
setores médios da população; e 38 monarquistas convictos que haviam ocupado cargos
na Monarquia decaída.
O trabalho da Constituinte na elaboração da nova Constituição estendeu-se por
três meses, culminando na promulgação do documento em 24 de fevereiro de 1891. Além
disso, a Constituinte participou da votação que legitimou Deodoro da Fonseca como
presidente do Brasil de acordo com as normas constitucionais. Conforme mencionado, a
Constituição de 1891 foi promulgada em 24 de fevereiro de 1891, marcando a transição
para o regime republicano no Brasil e sendo a segunda Constituição em nossa história.
Composta por 91 artigos e 8 disposições transitórias, destinadas a vigorar
temporariamente, a Constituição de 1891 trouxe mudanças significativas para o país,
sendo importante destacar algumas delas. Vale ressaltar que sua elaboração foi inspirada
na Constituição dos Estados Unidos.
Em primeiro lugar, a nova Constituição consolidou o republicanismo como forma
de governo e estabeleceu o presidencialismo como o sistema de governo da república
brasileira. A escolha do nome "Estados Unidos do Brasil" reflete a influência política
norte-americana no país. A historiadora Maria Efigênia Lage de Resende2 destaca que a

2RESENDE, Maria Efigênia Lage de. O processo político na Primeira República e o liberalismo
oligárquico. In.: FERREIRA, Jorge e DELGADO, Lucilia de Almeida Neves. Brasil republicano: o

3
Constituição de 1891 inseriu o Brasil na tradição liberal norte-americana, caracterizada
pela organização federativa e pelo individualismo político e econômico. Ela ressalta que
a grande inovação dessa Constituição foi a introdução do federalismo, um sistema
implementado de maneira inédita a partir de 1891.
As mudanças introduzidas pela Constituição de 1891 não se limitaram apenas às
questões relacionadas ao federalismo e à forma de governo. Com a nova Carta, o Brasil
assegurou uma série de liberdades individuais, incluindo a liberdade de reunião, de culto,
de expressão e o direito à propriedade privada, entre outras. Um avanço significativo
ocorreu com a garantia do direito ao habeas corpus. Além disso, foi estabelecida
oficialmente a separação entre Estado e Igreja, extinguindo o catolicismo como religião
oficial do Estado e adotando o princípio do estado laico, no qual o Estado brasileiro se
posicionava como neutro em assuntos religiosos. A Constituição também instituiu o
princípio dos três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário.
A função de senador vitalício foi extinta, e o presidente e o vice-presidente
passaram a ser eleitos para mandatos de quatro anos, sem direito à reeleição. Em relação
ao voto, foi estabelecido o sufrágio universal masculino, embora com algumas limitações.
No entanto, a Constituição de 1891 não abordou questões relacionadas aos direitos
sociais. Notavelmente, a Constituição não tratou da reforma agrária e não criou
disposições legais para atender ou garantir direitos aos escravos recentemente libertos. A
questão do voto merece destaque, evidenciando o grau de desigualdade social no Brasil,
uma vez que o direito à cidadania ficou restrito a um grupo muito limitado.
A Constituição de 1891 marcou o fim do voto censitário, eliminando a necessidade
de comprovar uma renda mínima para exercer o direito de voto. Estabeleceu o sufrágio
universal masculino para homens maiores de 21 anos, mas excluiu mendigos, analfabetos,
militares de patente baixa e religiosos que fizessem voto de obediência. Notavelmente, a
nova Constituição não mencionou as mulheres, indicando que este grupo não tinha o
direito ao voto naquele contexto, refletindo uma visão limitada dos constituintes sobre os
direitos políticos das mulheres.
A Constituição reafirmou a exclusão de uma parte significativa da população
brasileira do direito de voto. Na década de 1880, com o fim da escravidão, políticos e
membros das elites econômicas aprovaram a Lei Saraiva (1881), reduzindo drasticamente
o número de votantes de 10% para 1% da população. A Constituição de 1891 viu um

tempo do liberalismo oligárquico: da Proclamação da República à Revolução de 1930. Rio de


Janeiro: Civilização Brasileira, 2018. p. 83.

4
aumento modesto, elevando esse percentual para 2%. Em eleições subsequentes, como a
primeira eleição presidencial direta de 1894, José Murilo de Carvalho 3 mostrou que
apenas 1,3% da população do Rio de Janeiro votou. Nos anos seguintes, esse número
aumentou para 2,5% e atingiu 2,7% em 1910.
A violência nas eleições também afastava potenciais votantes. Com o alistamento
prévio e um sistema não secreto, as eleições eram suscetíveis a manipulações, ameaçando
muitos eleitores. Durante a Primeira República, o sistema eleitoral brasileiro foi marcado
por tumultos, uso do "voto de cabresto" para eleger representantes das oligarquias e outras
práticas manipuladoras, persistindo até a década de 1930, quando o Brasil começou a
implementar medidas para controlar fraudes eleitorais.
A Constituição Provisória de 1890 (Decreto nº 510) atribuiu ao Supremo Tribunal
Federal a competência para julgar recursos relacionados a questões constitucionais,
conforme estabelecido no seguinte trecho:

Art. 58. Ao Supremo Tribunal Federal compete:


(...)
III. Rever processos findos, nos termos do art 78.
a) quando se questionar sobre a validade, ou a aplicabilidade de tratados e leis
federais, e a decisão do tribunal do Estado for contra ela;
b) quando se contestar a validade de leis ou atos dos governos dos Estados em
face da Constituição, ou das leis federais e a decisão do tribunal do Estado considerar
válidos os atos, ou leis impugnadas.

Dessas passagens, evidencia-se a submissão dos atos legislativos à apreciação do


Poder Judiciário, uma inovação no contexto brasileiro até então. O Decreto nº 848 de
1890, responsável pela organização do Judiciário Federal, reiterou a natureza subjetiva e
concreta do controle de constitucionalidade no Brasil, ratificando a adoção da doutrina
americana do judicial review. A Constituição de 1891, em seu artigo 59, §1º, alíneas "a"
e "b", reafirmou as disposições do Decreto 510 de 1890, consolidando de forma definitiva
o sistema difuso no país. O Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, datado de
8 de agosto de 1891, reproduziu esses dispositivos em seu art. 15, § 2º, "b", nos 1 e 2. A
competência dos órgãos do poder judiciário para atuar no controle de constitucionalidade

3CARVALHO, José Murilo de. Os bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi. São
Paulo: Companhia das Letras, 1987, p. 43.

5
foi confirmada pela Lei nº 221 de 1894, que reconheceu a possibilidade de o juiz ordinário
deixar de aplicar um diploma quando constatasse sua inconstitucionalidade (art. 13, § 10,
a):
Os juízes e tribunais têm a responsabilidade de analisar a validade das leis e
regulamentos, abstendo-se de aplicar aqueles que são manifestamente inconstitucionais
ou incompatíveis com as leis ou a Constituição. Após o período Imperial (1822 – 1889),
marcado por várias revoltas, a Proclamação da República Federal do Brasil ocorreu em
15 de novembro de 1889, sob a liderança de Marechal Deodoro da Fonseca. A fase
subsequente, conhecida como "República Velha" (1891-1930), foi dominada pelas elites
brasileiras, especialmente as paulistas e mineiras, com a economia centrada na exportação
de café, açúcar e borracha.
Em junho de 1890, uma Assembleia Constituinte foi convocada para criar um
conjunto de leis para o governo republicano. Inspirada nos modelos americanos, a nova
Constituição recebeu o nome de República dos Estados Unidos do Brasil. Transformações
importantes ocorreram, incluindo o fim do voto censitário e a introdução da eleição aberta
e universal dos presidentes estaduais. Foi decretada a separação entre Estado e Igreja,
além da abolição do Poder Moderador.
Os poderes foram divididos, com o Poder Executivo liderado pelo presidente da
República e dos estados, o Legislativo dividido entre a Câmara dos Deputados e o Senado,
e o Judiciário encabeçado pelo Supremo Tribunal Federal e tribunais estaduais. Apesar da
instauração da democracia, a participação popular na política foi limitada, resultando na
dominação das Oligarquias sobre o cenário político.
A separação entre o Estado e a Igreja foi oficializada, assim como a abolição do
Poder Moderador, um símbolo da monarquia. Os três poderes foram distribuídos da
seguinte forma: o Poder Executivo ficou sob a responsabilidade do presidente da
República; nos estados, o líder era o presidente estadual; o Poder Legislativo dividiu-se
entre a Câmara dos Deputados e o Senado; e o Poder Judiciário foi chefiado pelo Supremo
Tribunal Federal, com tribunais em cada estado. O casamento tornou-se um registro civil
obrigatório. Contudo, a democracia estabelecida não resultou em uma participação
significativa do público na política, levando, na prática, à supremacia das Oligarquias
sobre o cenário político.
Este texto, redigido após a Proclamação da República em 1889 e inspirado na
Constituição dos Estados Unidos, datado de fevereiro de 1891, assegurou o
presidencialismo e o federalismo no país, concedendo autonomia aos estados. O

6
documento estabeleceu a separação entre Estado e Igreja, promoveu a liberdade partidária
e instituiu eleições diretas para a Câmara, o Senado e a Presidência, com mandato de
quatro anos. Apesar da ampliação do direito de voto para homens acima de 21 anos,
permaneceu proibido para mulheres, analfabetos, soldados, mendigos e religiosos. Essa
Constituição permaneceu em vigor por 39 anos.

Constituição de 1988
Os debates em torno da necessidade de uma nova constituição ganharam destaque
em vários grupos de oposição nos anos finais da ditadura. Na década de 1970, figuras
proeminentes da política brasileira já discutiam ativamente essa questão, contando
também com o apoio de diversos intelectuais do país. Um exemplo notável ocorreu na
Faculdade de Direito da USP, quando Goffredo da Silva Teles apresentou um documento
intitulado "Carta aos brasileiros". Este texto, elaborado por advogados, intelectuais,
políticos, estudantes e outros, defendia juridicamente o Estado de Direito no Brasil.
Criticava a Constituição outorgada pelos militares em 1967 e sustentava que uma
constituição só seria válida se fosse elaborada pelos representantes do povo em uma
Assembleia Nacional Constituinte ou durante um processo revolucionário legítimo.
Esse discurso em prol da redemocratização e da convocação de uma Constituinte
para a elaboração de uma nova Constituição ganhava impulso à medida que o regime
militar enfraquecia, promovendo sua "redemocratização lenta e gradual". Nos últimos
governos (Geisel e Figueiredo), foram adotadas medidas indicativas desse movimento,
como a revogação do AI-5. O ano de 1984 foi marcado pelo movimento conhecido como
"Diretas Já", que demandava a eleição direta do presidente brasileiro em 1985, com
participação popular. Durante a ditadura, as eleições presidenciais eram indiretas,
decididas apenas pelos parlamentares.
Os comícios favoráveis às Diretas Já mobilizaram milhares de pessoas em todo o
país. A emenda que propunha o retorno das eleições diretas, chamada de Emenda
Constitucional Dante de Oliveira, foi derrotada por não alcançar o número necessário de
votos (precisava de 320 e obteve 298). Após a derrota da Emenda Dante de Oliveira, os
políticos da oposição uniram-se em defesa da convocação de uma Constituinte e da
elaboração de uma nova Constituição. O regime militar estava chegando ao fim, e a
sentença que marcou o término da ditadura no Brasil foi a eleição de Tancredo Neves,
candidato da oposição, para a presidência. Contudo, problemas de saúde impediram a
posse de Tancredo, sendo seu vice, José Sarney, quem assumiu a presidência.

7
Durante o governo Sarney, ocorreram eleições gerais no final de 1986 para escolha
de governadores, senadores e deputados. Todos os deputados e senadores eleitos
desempenharam papéis cruciais na Assembleia Nacional Constituinte, que foi empossada
em 1º de fevereiro de 1987. A Constituinte dedicou mais de um ano à elaboração da nova
Constituição do Brasil. Os trabalhos da Constituinte foram notavelmente extensos, uma
vez que os parlamentares não tinham um projeto-base predefinido e precisaram iniciar
praticamente do zero. Como destacado por Boris Fausto, muitas questões, mesmo as mais
mínimas, foram debatidas durante esse processo. A elaboração da Constituição de 1988 é
notável pela significativa participação de grupos populares, tornando-a a Constituição
mais democrática da história do Brasil. Com um total de 559 congressistas, a Assembleia
Constituinte uniu esforços para criar uma carta constitucional que estabelecesse as bases
para a consolidação de um regime democrático no país. As historiadoras Lília Schwarcz
e Heloísa Starling também corroboram essa perspectiva.

"O novo texto constitucional tinha a missão de encerrar a


ditadura, o compromisso de assentar as bases para a afirmação da
democracia no país, e uma dupla preocupação: criar instituições
democráticas sólidas o bastante para suportar crises políticas e
estabelecer garantias para o reconhecimento e o exercício dos direitos
e das liberdades dos brasileiros"4.

O resultado do debate conduzido pela Constituinte foi reconhecido como


significativamente progressista nas questões relacionadas aos direitos dos cidadãos e
minorias no país. Isso foi possível devido à ampla mobilização social, com a participação
ativa de associações, comitês pró-participação popular, plenários de ativistas, sindicatos,
entre outros. Apesar dos avanços notáveis, especialmente nos direitos sociais, a
Constituição de 1988 também refletiu obstáculos persistentes em nossa sociedade. Um
ponto destacado foi a omissão em relação à reforma agrária, já que nenhum artigo abordou
essa questão. Sobre a falta de inclusão da reforma agrária, Thomas Skidmore observa:

"Uma nova organização de proprietários rurais, a União


Democrática Rural, bloqueou os defensores da reforma agrária por
meio de lobbying intenso e eficaz. A mensagem conservadora era
clara: garantias de direitos humanos eram inofensivas, mas ameaças
aos direitos de terra eram outra questão".5

4 SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloísa Murgel. Brasil: Uma Biografia. São Paulo:
Companhia das Letras, 2015, p. 488.
5 SKIDMORE, Thomas E. Uma História do Brasil. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998, pp. 269-

270.

8
O texto final da Constituição, composto por 250 artigos, foi aprovado por Ulysses
Guimarães, presidente da Constituinte, e promulgado em 5 de outubro de 1988. Esta
Constituição, a maior já elaborada na história brasileira, continua em vigor até hoje,
representando a confirmação definitiva do fim do poder militar e a consolidação da Nova
República, um período mais estável na democracia brasileira.
A Constituição de 1988, frequentemente chamada de 'Constituição Cidadã', é um
marco significativo na política brasileira. Além de estabelecer limites para o poder dos
governantes, ela define os direitos individuais, coletivos, sociais e políticos dos cidadãos.
Após o Regime Militar, houve consenso na sociedade sobre a necessidade de uma nova
constituição, levando à instalação da Assembleia Nacional Constituinte em 1º de fevereiro
de 1987. Propostas da sociedade foram solicitadas, com validação apenas para aquelas
representadas por instituições e assinadas por no mínimo trinta mil pessoas. O resultado
desse processo foi a promulgação da constituição em 5 de outubro de 1988, com 245
artigos subdivididos em:
“I – Princípios Fundamentais
II – Direitos e Garantias Fundamentais
III – Organização do Estado
IV – Organização dos Poderes
V – Defesa do Estado e das Instituições
VI – Tributação e Orçamento
VII – Ordem Econômica e Financeira
VIII – Ordem Social
IX – Disposições Gerais.”

Designada como a "Constituição Cidadã", a Carta de 1988 foi concebida com o


propósito de reerguer a democracia e a cidadania no Brasil, garantindo direitos sociais e
políticos à população. Este documento abarca temas como educação, saúde, liberdade
política e de comunicação, e estabelece eleições diretas para todos os cargos, entre outros
direitos fundamentais. Com a participação de 559 parlamentares, o processo de
elaboração envolveu debates ao longo de 20 meses, destacando-se pela intensa interação
social. A promulgação ocorreu em outubro de 1988.
A trajetória política e constitucional brasileira até 1988 é marcada por uma história
desoladora de desconexão com sua população e destino. Quase dois séculos de persistente
ilegitimidade no exercício do poder, ineficácia de múltiplas Constituições e violações

9
sucessivas da legalidade constitucional resultaram em gerações perdidas. A elite
dominante, com visão limitada e patrimonialista, não concebeu um projeto de nação
inclusivo, gerando uma sociedade com déficits em educação, saúde, saneamento e
oportunidades. A falta de eficácia das constituições decorreu da ausência de força
normativa e vontade política para aplicação direta e imediata, refletindo uma história de
promessas não cumpridas e insinceridade.
O desrespeito à legalidade constitucional tem sido uma constante na política
brasileira desde a dissolução da primeira Assembleia Constituinte por D. Pedro I. Das
rebeliões na Regência ao golpe republicano, a prevalência da força bruta sobre o direito
marcou eventos como o governo de Floriano Peixoto, o Estado Novo, o regime militar, o
impedimento de Pedro Aleixo e os Atos Institucionais. A intolerância, imaturidade e
insensibilidade social frequentemente derrotavam a Constituição, refletindo as
dificuldades enfrentadas pelo país. A Constituição de 1988 marcou o início de um novo
capítulo, indicando a possibilidade de uma história renovada.6
Com ênfase na redemocratização do país, na aprimoração do processo
democrático e na efetivação dos direitos fundamentais do cidadão, a Constituição foi
elaborada, conforme destaca o professor da Faculdade de Direito da Universidade de São
Paulo (USP), José Levi Mello do Amaral Júnior7. “A Constituição de 1988 insere-se em
uma linha de constitucionalismo republicano e democrático iniciada com a Constituição
de 1891, renovada em 1934, retomada em 1946 e aperfeiçoada em 1988”, disse.
Para Amaral8, a amplitude das normas sobre educação e saúde é uma das
inovações da Carta, com “um nível de cuidado muito maior”. O detalhamento é uma
característica comum a outros aspectos tratados na Constituição, como o meio ambiente.
“As novidades do 1988 são o detalhismo, a sofisticação e os mecanismo de promoção e
proteção. Já tínhamos alguns deles antes, mas esse conjunto é hoje mais pleno e intenso”,
resumiu o professor da USP.
Conselheiro titular da Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal (OAB-
DF), o advogado Glauco Santos9 a designação 'Constituição Cidadã' reflete a preocupação

6
BARROSO, L. R. 2008. A Nova Interpretação Constitucional: ponderação, direitos fundamentais e
relações privadas. 3ª. Edição. Rio de Janeiro, Renovar.
7
José Levi Mello do Amaral Júnior (São Gabriel, 22 de junho de 1976) é um jurista brasileiro, professor
da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) e membro da Advocacia-Geral da União
(AGU), na carreira de procurador da Fazenda Nacional. Foi advogado-geral da União entre abril de 2020 e
março de 2021.
8
IDEM
9
Glauco Santos. Conselheiro Titular da OAB – Ordem dos Advogados do Brasil; Presidente da Comissão
de Direito Regulatório da Ordem dos Advogados do Brasil; Presidente da Comissão de Direito Sanitário da

10
com a garantia dos direitos fundamentais dos brasileiros, destacando uma mudança de
enfoque em relação às Constituições anteriores, que priorizavam mais os interesses do
Estado e das instituições. A evolução principal da Constituição de 1988 reside na
orientação de que o Estado existe para construir um ambiente de harmonia em prol do
cidadão", destaca o professor da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo
(USP), José Levi Mello do Amaral Júnior.
A Constituição de 1988 manteve diversos instrumentos de controle presentes em
constituições anteriores, como a competência do Supremo Tribunal Federal para julgar
recursos extraordinários, a representação interventiva, a cláusula de reserva de plenário e
a estatura constitucional do mandado de segurança. No entanto, no controle concentrado,
houve inovações importantes. Inspirado pelo debate doutrinário anterior, o constituinte
ampliou os legitimados para propor a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIn),
democratizando o acesso à jurisdição constitucional. Isso encerrou o monopólio da ação
direta exercido exclusivamente pelo Procurador-Geral da República.
A Constituição de 1988 permitiu uma participação mais diversificada e introduziu
a Ação Direta por Omissão (art. 103, §2º), um instrumento de controle abstrato para
combater omissões legislativas consideradas inconstitucionais. Essas omissões são
caracterizadas pela 'não observância de um dever constitucional de legislar', conforme
definido por Gilmar Mendes10 com base na doutrina alemã.

Ordem dos Advogados do Brasil; Pós Graduado em Direito Tributário – Universidade Cândido Mendes/RJ;
Pós Graduado em Direito do Estado – Universidade Cândido Mendes/RJ; – Advogado Militante desde
2000; Presidente da ABA – Brasília (Associação Brasileira dos Advogados); – Mestre em Direito
Constitucional pelo IDP/DF; Doutorando em Direito Constitucional pela Universidade Federal de Buenos
Aires/Argentina; CEO da Glauco Santos Advogados Associados; – CEO da Register Medical Group;
10
MENDES, Gilmar. Direitos Fundamentais e Controle de Constitucionalidade: Estudos de Direito
Constitucional. 2. ed. São Paulo: Celso Bastos Editor, 1999.

11
Constituição de 1891 versus Constituição de 1988
Artigos Comuns Artigos contrários
1 - Ambas preveem uma república presidencialista. 1 - Inexistência de reeleição (Constituição 1891).

2 - Tem como conteúdo uma característica formal, na forma 2 - Analfabetos, mendigos, praças militares e mulheres não
escrita, no modo de elaboração dogmática, estabilidade rígida tinham direito de votar sendo o voto facultativo para jovens
(princípios fundamentais), extensão e finalidade analítica. entre 16 e 18 anos (Constituição de 1891).

3 - Mandatos com duração de 4 anos para presidente. 3 - Racismo e tortura passaram a ser crimes inafiançáveis,
quanto que, o adultério deixou de ser considerado crime
4 - Voto direto.
(Constituição de 1988).

5 - Adoção do estado laico, a religião deixou de ter influência


4 - Assenta novos direitos trabalhistas (Constituição de 1988).
direta sobre o estado.
5 - Assegura princípios fundamentais da necessidade
humana, servindo de fulcro o princípio da dignidade da
pessoa humana (Constituição de 1988).

1.6-A constituição de 1988 permite que sejam feitas


alterações, mudanças e inovações no seu texto original
através de emendas.

1.7-Voto secreto e livre (Constituição de 1988).

1.8-Liberdade sindical e direito a greve (Constituição de


1988).

12
Referencias
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