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De acordo com Dias (1986), as forças políticas se articularam a partir dos conflitos de
interesses entre as classes agrárias, nativistas de tendência liberal e os comerciantes
portugueses apegados à política protecionista e os privilégios de monopólio. As forças
de transformações provêm de pressões externas e do quadro internacional. Houve um
processo interno de ajustamento ao enraizamento de interesses portugueses, sobretudo
o processo de interiorização da metrópole no Centro-Sul da Colônia, ressurgiram-se
os setores mais conservadores do reino contra a política do príncipe regente que
aferrados aos seus direitos antigos, contribuíram para mais dificultar a devastação
causada pela guerra na vida econômica do país. As tensões internas e inerentes ao
processo de reconstrução e modernização de Portugal, viriam a exacerbar cada vez
mais as divergências de interesses com os portugueses no Brasil. A vontade de se
constituir e sobreviver como nação civilizada europeia nos trópicos, foi talvez uma
das principais forças políticas modeladoras do império.
A nova Corte, dedicada à consolidação de um império no Brasil que deveria servir de
baluarte ao absolutismo, não conseguiria levar a bom termo as reformas moderadoras
de liberalização e reconstrução que se propôs a executar no Reino, aumentando as
tensões que vão culminar na guerra do Porto que por sua vez, fez difundir aspirações
de liberalismo constitucional na colônia. Os conflitos gerados pela incompatibilidade
entre o absolutismo e a política mercantilista da coroa e as pressões do novo
liberalismo econômico, oriundo do amadurecimento do capitalismo industrial da
Inglaterra, foram sem dúvidas a chave-mestra a desencadear as forças de
transformações no período.
As tradições da colonização portuguesa e o afã de integração e conquista de recursos
naturais delineiam a imagem do governo central forte, necessário para neutralizar os
conflitos da sociedade e as forças de desagregação internas.