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1 Trabalho apresentado à Profª Drª Sonia Regina C. Lage – Mestrado em Ciência das Religiões
da UFJF.
2 Mestrando do Programa de Pós Graduação em Ciência das Religiões da Universidade Federal
de Juiz de Fora.
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TEXTO O1 - MENEGATTI, Larissa Fernandes; SANCHES, Mario Antônio.
Os cuidados no fim da vida: um olhar a partir da fé cristã. In: Teocomunicação.
Porto Alegre, 2016. https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/teo/
article/view/23714/14946
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esquecendo-se dos dilemas e anseios humanos daquele ao qual a vida está se
esvaindo.
O texto ainda traz ao debate questões como a Eutanásia, a “boa morte”
que, por questões religiosas não tem apoio da Igreja Católica onde através da
“Enciclica Evangelium Vitae” entende-se que há uma “desvalorização da vida”.
Entende que haveria um “descarte” com a marginalização de pessoas idosas,
deficientes, vulneráveis usando o critério “utilitarista de eficiência e produção”.
Traz também outra observação sobre o “excesso terapêutico”, que seriam
intervenções medicas desnecessárias devido ao quadro do paciente acarretando
apenas mais sofrimento. Qual seria o limite de tratamentos, intervenções,
procedimentos e quando parar dando apenas um conforto para seus últimos
momentos. É apontado ainda que no Código de Ética Medica Atual há indicações
de que nas situações clinicas irreversíveis e terminais, o medico deverá evitar a
realização de procedimentos diagnósticos e terapêuticos desnecessários ficando
assim aos cuidados paliativos necessários.
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É apresentado uma abordagem sobre o “Cuidado Espiritual”, termo
associado a assistência paliativa embora ainda necessite de debates e reflexões
sobre ele, concluindo com recomendações para “subsidiar politicas publicas
direcionadas a implementação do cuidado espiritual na assistência paliativa no
Brasil. Os debates sobre o “Cuidado Espiritual” como questão de saúde pública
estão apenas iniciando. A Organização Mundial da Saúde - OMS – passa a ver
a espiritualidade como componente de boas práticas paliativas. A pratica da
integração dos cuidados médicos e a questão da espiritualidade auxiliam
pacientes e acompanhantes, sejam familiares ou amigos. Há uma necessidade
da transformação das politicas públicas e da produção teórico-prática de uma
bioética do cuidado, de modo que o cuidado integral e centrado na pessoa
humana.
Foi apresentado pesquisas nos Estados Unidos tendo menos
necessidade de tratamentos agressivos e uma melhor qualidade de vida nos
momentos finais além de menor risco de depressão. Já no contexto europeu
encontrou-se estudos envolvendo 30 mil participantes e, a maioria das pesquisas
teve como objeto principal a perspectiva de profissionais da saúde e enfermos
sobre o Cuidado Espiritual e chegou-se ainda à conclusão que esse tipo de
cuidado envolve e desperta esperança, pois os cuidadores promovem
esperança, conforto e paz. Já no contexto brasileiro foram encontrados estudos
investigativos sobre Cuidados Espirituais nos principais centros de pesquisa e
desenvolvendo paralelamente uma progressão no país. Embora os estudos
estão voltados em comprovar uma relação entre espiritualidade e saúde,
começam a ser reconhecidos e aparecerem nas publicações técnico cientificas
e artigos acadêmicos.
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é importante trabalhar todo o entorno do paciente, incluindo a família sendo
então um acompanhamento Inter e transdisciplinar.
Este autor dialoga diretamente com os textos anteriores onde num
conjunto, se completam por demonstrarem cuidados, conforto, aos que estão
nos momentos finais deixando claro que tão importante quanto o tratamento
médico são os cuidados dos com o paciente no campo da espiritualidade lhe
dando conforto nos momentos finais. A espiritualidade é apresentada e
pesquisada não como algo que caminha ao lado da medicina, mas como algo
que compõe a medicina nos cuidados paliativos. Os cuidados paliativos, por
possuírem uma visão centrada não na cura, mas nos cuidados promovidos no
final da vida, proporcionam um olhar diferenciado sobre as concepções que
envolvem a saúde e as ações dos profissionais desta área, estabelecendo um
novo paradigma, centrado numa concepção global do paciente, incluindo o
cuidado com sua família e todas suas dimensões, assim como pensando o
acompanhamento de forma Inter e transdisciplinar.
Franklin Santana Santos lança um olhar para além de uma visão
mecanicista, afirmando que “achar e trabalhar como se os sofrimentos físicos
fossem mais frequentes e relevantes que os outros aspectos é perpetuar uma
visão mecanicista, positivista e biológica do ser humano” (SANTOS, 2009)3.
Segundo ele, esta visão biologicista e mecanicista do ser humano possui relação
com a angústia que envolve os profissionais das ciências da vida, sobretudo, os
médicos. Também possui relação com a dificuldade de se integrar a
espiritualidade e a aceitação da morte nos processos terapêuticos, bem como o
desenvolvimento de processos de racionalização e isolamento das próprias
emoções.
O texto aborda num primeiro momento os cuidados paliativos e num
segundo momento o que é a espiritualidade no paliativismo, sobretudo,
procurando focar na contribuição da espiritualidade para os cuidados paliativos
e os processos terminais que lhe são intrínsecos, trazendo a questão das
necessidades e dos sofrimentos espirituais, da importância do diagnóstico
espiritual e o consequente acompanhamento espiritual dos pacientes que se
encontram em fase de terminalidade.
3SANTOS, Franklin Santana (org.). Cuidados paliativos. Discutindo a vida, a morte e o morrer.
São Paulo: Editora Atheneu, 2009.
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Conclui apresentando a espiritualidade nos cuidados paliativos, longe de
ser uma dimensão isolada e fragmentada do processo de cuidar é uma dimensão
fundamental da filosofia paliativista em que, por meio dela se pode permitir às
pessoas quando não há mais possibilidades de cura que venham a resgatar e
recuperar valores importantes de suas vidas, valores estes muitas vezes
esquecidos e abandonados, precisando ser redescobertos e atualizados.
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O texto ainda indica algumas necessidades que foram mapeadas como
necessidades de saúde que são:
01 – Que as necessidades de saúde são socialmente e
historicamente construídas, ou seja, que as necessidades de saúde
sempre existiram, porém, não do mesmo modo de vido a cada época a
sociedade constituir suas necessidades;
02 – A necessidade do consumo de tecnologias disponíveis para
melhorar e prolongar a vida;
03 – Ter vínculo com algum profissional ou com alguém da equipe
de saúde, o vinculo é apenas um sujeito, de empatia e de troca;
04 – A autonomia no modo de viver e conduzir a vida diante de
adversidades para que cada individuo possa reconstruir o modo de viver.
O autor ainda propõe que na gestão do cuidado devem ter seis dimensões
sendo:
01 – A necessidade individual de cuidar de si, autonomia de direitos
e escolhas;
02 – A família no sentido macro, não restrito a parentes, mas aberto
a amigos, vizinhos, colegas;
03 – Dos profissionais da saúde, como atores, com preparo técnico
vinculados a ética;
04 – A equipe de saúde, organizacional, protagonista e gerente,
com os cuidados do serviço;
05 – Sistematização das políticas de saúde, financiamentos e
coordenação do sistema;
06 – Societária, através do Estado, devem garantir condições que
promovam a reprodução da vida.
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BIBLIOGRAFIA
ESPERANDIO, Mary Rute Gomes; LADD, Kevin Lee. Oração e Saúde: questões
para a Teologia e para a Psicologia da Religião. In: Horizonte, Belo Horizonte, v.
11, n. 30, p. 627-656, abr./jun. 2013
http://periodicos.pucminas.br/index.php/horizonte/article/view/P.2175
5841.2013v11n30p627/5452 29 p
MENEGATTI, Larissa Fernandes; SANCHES, Mario Antônio. Os cuidados no fim
da vida: um olhar a partir da fé cristã. In: Teocomunicação. Porto Alegre, 2016.
https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/teo/ article/view/23714/14946
REIS, Ademar Arthur Chioro dos Reis. Saúde, terapias integrativas e
espiritualidade. IN: ECCO, Clóvis etc tal (orgs.) Religião, saúde e terapias
integrativas. Goiânia: Espaço Acadêmico, 2016
SOUZA, Carlos Frederico. O cuidado espiritual e sua importância no
paliativismo. In: CORRADIPERINI, etc tal. Biohcs: Bioética e tanatologia.
Curitiba: 2019, 121-146. (Livro)