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Amanda Bernardinelli - 21.

192

4º semestre - 2/2020

DES 0224 - Direito Constitucional II:


Constituição do Estado

Prof Jose Levi Mello do Amaral Junior| Link:


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Aula I - Poder Constituinte (21/08) 3

Aula II - Federalismo (28/08) 3

Monitoria 3
Federalismo Dualista ou Clássico 3
Federalismo Cooperativo ou Neoclássico 3
Cumulativas 4
Não Cumulativas 4
Brasil 4
Competência Legislativa 4
Privativas 4
Concorrentes 5
Competência Material ou Administrativa ou Comum 5
Privativa 5
Concorrente 5
Classificação quanto à permissibilidade 5
Hierarquia entre entes federativos 5
Duplo enquadramento de matérias 5
Política de autocontenção 6

Aula 6
Federalismo Dualista 6
Estados Unidos 6
Canadá 6
Brasil 6
Competências materiais 7
Competências legislativa 7
Competências comungadas 8
DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado

Material 8
Legislativa 8

Aula III - Democracia e Representação Política (04/09) 8

Monitoria 8
Kelsen - A Democracia 8
Liberdade 8
O povo 9
O Parlamento 10
O princípio da maioria 10

Aula 10
Raízes Históricas 11
Tipologia da representação política 12
Tipos de democracia 12

Aula IV - Partidos políticos (10/09) 12

Monitoria 12
O Delineamento do Estatuto dos Partidos Políticos na Jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal 12

Aula 14
Análise histórica - Antecedentes 14
Toris 14
Whig 14
Estados Unidos 15
Partidos Políticos e Sistemas eleitorais 15

Aula V - Divisão dos poderes (18/09) 16

Aula 16
Bicameralismo 16
Tripartidarismo 17
Montesquieu 17
Neutralização de poderes 17

Aula VI - Sistemas de governo (25/09) 17

De Montesquieu para Benjamin Constant 17


Benjamin Constant 18
Variações do Parlamentarismo 18

Aula VII - Estrutura do poder legislativo no Brasil (02/10) 19

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Bicameralismo 19

Aula VIII - Estatutos parlamentares (09/10) 19

Imunidades 19
Inviolabilidade ou imunidade material 19
Origem histórica 19
Conceito 20
Brasil 20
Emenda 35 e Jurisprudência 21
Imunidade formal 21

Aula IX - Processo legislativo (16/10) 22

Leis ordinárias 23
Fases do processo legislativo 23
Fase introdutória 24
Fase constitutiva 24
Tramitação padrão 25
Fase complementar 25
Promulgação 25
Publicação 25

Aula X - Sanção e/ou Veto (23/10) 25

Veto no seu aspecto quantitativo (extensão) 26

Veto no seu aspecto qualitativo 26


Veto por inconstitucionalidade 26
Veto por interesse público 26

Aula XI - Lei Complementar (06/XI) 27

Medida provisória 27
Vinte anos da Constituição brasileira de 1988 27
Processo de redemocratização 27
Decreto-lei como ferramenta de limitação 28
Medidas provisórias como ferramenta de limitação 28
Emenda nº 32 29
Reformas Constitucionais 30

Aula XII - O Poder Judiciário (13/XI) 30

Formatação americana 30

Formatação Europeia 30

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Modelo brasileiro 31
Justiças especializadas 32
Tribunal Regional Estadual 32
Tribunal Regional do Trabalho 32
Justiça militar 32
Conselho Nacional de Justiça 32
Instância extraordinária 32

Aula XIII - Controle de constitucionalidade (17/XI) 33

Antecedentes 33

Aula XIV - Controle de constitucionalidade (27/XI) 33

Modelo europeu 33

Modelo americano 34

Brasil 35

“Aula XV” - Textos para a prova (04/12) 36

O Supremo Tribunal Federal 36

Aula I - Poder Constituinte (21/08)


Constitucionalismo: limitar o poder. Federalismo está acoplado à democracia porque é
uma maneira de limitar o poder.

Aula II - Federalismo (28/08)


Monitoria
Apenas o Estado legisla sobre
Federalismo Dualista ou orçamento. Norma posterior da União
Clássico sobre orçamento é invasão de
competência estadual.
Ex: EUA e BR 1891
Tende à Repartição horizontal de Federalismo Cooperativo ou
competências. Neoclássico
Ex: União legisla sobre serviço postal e
Ex: BR 1934, BR 1946 e BR 1988
Estados legislam sobre orçamento.

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Tende à Repartição vertical de CF/88 emprega as duas repartições de


competências. Traço característico: competências: vertical (concorrentes) e
existência de competências horizontal (privativas).
concorrentes entre entes da Federação.

Cumulativas
Não há limites prévios entre uma e outra.
Ex: União e Estados legislam sobre orçamento. Um Estado legislou sobre orçamento
antes da União. Pode? Sim. Posteriormente, com a lei federal, esta prevalece sobre a
estadual no que forem contraditórias.

Não Cumulativas
Ou “propriamente repartição vertical”.
Há limites prévios entre uma e outra:
1. União - Normas Gerais
2. Estados: Normas Específicas
Ex: União e Estados legislam sobre orçamento, mas a União se limita a legislar sobre
normas gerais; Estados sobre normas específicas. Um Estado legislou sobre orçamento
antes da União. Pode? Sim, mas há de se perguntar se são normas gerais ou específicas.
1. Se gerais, elas valerão até a edição de lei federal posterior (que sempre deve ser
com normas gerais). Nesse caso, há suspensão de eficácia (se a lei federal for
revogada, a estadual volta).
2. Se específicas, as normas valerão mesmo após a edição da lei federal, desde que
não sejam contraditórias com esta.
Exceção: Estado pode legislar sobre normas gerais se ausente lei federal na matéria.

Brasil
Federalismo cooperativo que possui competências repartidas de maneira vertical do
tipo concorrentes não cumulativas; e de maneira horizontal (que são as competências
privativas).

Competência Legislativa
Fala quem pode legislar sobre o que.
Pode ser privativa ou concorrente.

exclusão” - Art. 25, § 2º e 3º, e Art. 18, §


Privativas
4º); e do DF (competências dos Estados e
Da União (Art. 22); Dos Municípios Municípios, salvo exceções - Art. 22, §
(“reservada” - Art. 30); Dos Estados (“por 1º).

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Para os Estados, não há rol taxativo. Dos Municípios em relação à União e aos
Tudo que não está descrito na Estados (somente “suplementar” -
Constituição, é tudo do Estado. especificidades do lugar, não há rol
taxativo. Comando para o que lhe for
CF. Art. 22: “Compete privativamente à
pertinente). Art. 30, inc. II.
União legislar sobre: (...)”
CF. Art. 24: “Compete à União, aos
Concorrentes
Estados e ao Distrito Federal legislar
Entre União, Estados e DF; concorrentemente sobre: (...)”

Competência Material ou Administrativa ou Comum


Fala quem pode realizar a execução.
Pode ser privativa ou concorrente.

Privativa CF. Art. 23: “É competência comum da


União, dos Estados, do Distrito Federal e
Somente da União.
dos Municípios: (...)”.
CF. Art. 21: “Compete à União (...)”.
Concorrente
Entre União, Estados, DF e Municípios.

Classificação quanto à permissibilidade

Hierarquia entre entes federativos


Os entes têm autonomia. Estão em pé de igualdade um entre o outro. Não há hierarquia.

Duplo enquadramento de matérias


Ex: se encaixa em civil e educação, buscar pela Jurisprudência.

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Política de autocontenção
STF tem privilegiado os Estados em relação à União.

Aula
Federalismo Dualista
Uma esfera da federação tem competências enumeradas (rol taxativo) e outra
residuais (sentido generoso: todo o resto do que não está enumerado).

Estados Unidos
Ex: colégios eleitorais estaduais que optam por critérios diferentes (ex: winner takes
all); Códigos penais e eleitorais diferentes.
Os estados lidam com Competências residuais enquanto a União controla um rol
taxativo.
Governo Central/ Federal pode gerir competência finalística explicitada, enquanto os
estados podem gerir uma competência instrumentalista implícita para execução.
Conviver harmonicamente. Fraternidade federativa. No limite do desentendimento
recíproco, a federação se degenera. Principalmente para a tributação. Um ente não
pode tributar o outro. (imunidade recíproca, como chamamos no direito bras.).
Um ente federado não pode tributar nem isentar de tributos outro ente.
Federação formada de baixo para cima. Agregação.

Canadá
A União tem poder residual e os estados competências enumeradas.

Brasil
Capitanias hereditárias: política em nível municipal (latente);
Império unitário: política municipal não fazia mais sentido. Reforma Constitucional -
Ato Adicional de 1834 que dotou o país de províncias com assembleias legislativas
(escapava à lógica do império). 1890 teve interpretação desse ato que refutou.
Federação brasileira formada de cima para baixo. Segregação. Estado resolveu se
dividir. Governo central mais forte e governos estaduais mais fracos;
1891: adotou modelo semelhante ao americano: dual;
1934: elaborada com perspectivas alemãs (Constituição de Weimar) com direitos
sociais. Federalismo cooperativo. Mecânica federativa. Poderes da União, dos estados e
um rol de competências de cada um, além de um rol de competências comungado entre

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os entes (convergência de esforços e vontades). Centralismo. Hiato no federalismo e


democracia brasileira;
1946: recupera o federalismo cooperativo. Norma geral. Aliomar Baleeiro.
1967: autoritária. Cita federalismo mas era centralizadora. Constituição semântica.
Com a emenda de 1969 obrigava incorporação do direito constitucional legislado da
União. Baliero. Artigo 200. Mimetismo constitucional. Negação da autonomia. Princípio
da simetria federativa. Replicar a constituição da república na estadual.
1934 e 1946 contribuíram para a de 1988.
Herança da importância dos municípios das capitanias hereditárias.
Os entes estão em pé de igualdade. Um rol de competências para cada ente. Distrito
federal exerce competências dos estados e municípios (só tem cidades, não municípios).
Por que a federação tem um distrito federal? Para que os órgãos da federação não
favoreçam desigualmente o estado onde venha se instalar.
CF. Art. 32. “O Distrito Federal, vedada sua divisão em
Municípios, reger- se-á por lei orgânica, votada em
dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e
aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que
a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos
nesta Constituição.
§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as
competências legislativas reservadas aos Estados e
Municípios”.

Competências materiais
Fazer alguma coisa. Tarefa concreta. Preservar o meio ambiente. Prestar saúde.
CF, Art. 21 da União.
Dos estados (1 só): prestar serviço de gás canalizado.
Dos municípios (art. 25)

Competências legislativa
Legislar sobre alguma coisa.
CF, Art. 22 da União. A maioria dos códigos.
Esse artigo tem 4 normas gerais (2 gerais e 2 diretrizes - inc. IX, XXI, XXIV e XXVII). Se
elas são privativas da União porque estão no 22 e não no 24? Porque são sensíveis
(proíbe legislar supletivamente). Interpretação sistemática.
Dos estados (1 só): legislar sobre gás canalizado.
Dos municípios: (art. 30): destaque tradicional/ principal competência: Art. 30, inc. I
(peculiar interesse/ interesse local). Balieiro antecipou isso. Ex: horário de comércio
local (salvo horário bancário em razão da compensação bancária que é nacional se não

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é impossível criar simetria). Sobre bancos ainda: municípios podem impor instalação
de portas ou impossibilidade de usar celular no local.

Competências comungadas
Material
art 23. Cuidado com meio ambiente. Cumulativo.
Legislativa
art. 24. Comportam-se de maneira não cumulativa. Competências concorrentes. Norma
geral. Aliomar Baleeiro. Norma geral é nacional e não federal.
Lei nacional tem hierarquia. Lei federal não tem hierarquia.
Se a União não legislar os estados podem legislar de maneira plena (§ 3º). Se ela
eventualmente legislar , suspende a eficácia das parte incompatíveis (§ 4º).
Interpretação sistemática do art. 30, inc. II, municípios podem legislar (eles não
constam no caput do 24).
Quando falta moldura, os estados suplementam. Quando tem moldura os estados
complementam.

Aula III - Democracia e Representação


Política (04/09)
Monitoria
Kelsen - A Democracia

Liberdade
Necessidades essenciais: liberdade e igualdade.
Liberdade natural x liberdade social.
Princípio majoritário: se nem todos os indivíduos são livres, pelo menos o seu maior
número o é, o que vale dizer que há necessidade de uma ordem social que contrarie o
menor número deles.
A liberdade do indivíduo, a qual, em última análise, se revela irrealizável, acaba por
ficar em segundo plano, enquanto a liberdade da coletividade passa a ocupar o
primeiro lugar.

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Representante: pessoa coletiva anônima mística a qual é dotada de imperium, deixa de


ser indivíduo.
Súdito: indivíduo isolado de sociedade individualista, renuncia de toda sua liberdade
para reavê-la como cidadão.
Cidadão: membro não independente, simples elemento de um todo profundamente
orgânico do ser coletivo de uma teoria universal de sociedade.
Os cidadãos não são individualmente livres, mas o coletivo estatal é, a pessoa do
Estado.

O povo
Realidade x ideologia. Ideologia à luz da realidade que a sustenta ou realidade à luz da
ideologia que a domina.
Democracia: forma de Estado na qual há identidade entre governantes e governados.
Povo, para os sociólogos, é uma multiplicidade de grupos distintos, não massa coerente
de um único e mesmo estado de aglomeração.
Unidade apenas em sentido normativo. Submissão de todos os membros à mesma
ordem jurídica estatal constituída.
Ficção de aceitação universal.
A ordem do Estado abrange apenas manifestações determinadas da vida do indivíduo,
atos individuais determinados pela ordem jurídica (protegidos e ordenados).
Povo no sentido ativo: participação política, titulares de direitos políticos, participantes
do poder.
Partidos políticos: órgãos de formação da vontade do Estado. Racionalização do poder.
Representam interesses de grupos de indivíduos, têm como base, portanto, o egoísmo.
O Estado representa o interesse comum, acima dos interesses dos grupos.
Interesses e convicções x interesse material.
interesse de um grupo dominante - tentar justificar a realidade com motivos políticos.
Ilusão de metapolítica: ser orgânico x Estado de partidos.
Oposição de interesses tende À conciliação para prevalecer a vontade geral.
A evolução democrática faz com que os indivíduos se agrupem em partidos
desencadeando forças sociais denominadas, de alguma maneira, de povo.
Democratizar a vontade geral na esfera dos partidos. Aumentar autonomia
democrática de debate.
A democracia do Estado moderno é a democracia indireta, parlamentar, em que a
vontade geral diretiva só é formada por uma maioria de eleitos pela maioria dos
titulares dos direitos políticos (liberdade).

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O Parlamento
Potencial para emancipar completamente a classe burguesa mediante a supressão dos
privilégios; reconhecer a igualdade dos direitos políticos do proletariado e, com isso,
emancipar moral e economicamente essa classe diante da classe capitalista.
Só sustenta a democracia se for capaz de resolver as questões sociais de seu tempo.
É a formação da vontade diretiva do Estado através de um órgão colegial eleito pelo
povo com base no sufrágio universal e igualitário, vale dizer democrático, segundo o
princípio da maioria.
Autonomia democrática. Liberdade política.
Parlamentarismo é liberdade combinada com o princípio majoritário e com a
representação da formação indireta da vontade. Apresenta-se, então, como uma
conciliação entre a exigência democrática de liberdade e o princípio da distribuição de
trabalho.
O parlamento é, juridicamente, independente do povo. Isso anula a ficção de que o
representa.

O princípio da maioria
Impedir o domínio de classe

Aula
Federalismo é o cerne da democracia.
Governo responsivo (responsividade): governo que reflita o povo. Objetivo do
mecanismo representativo.
Cada cidadão é livre porque participa ou na medida em que vem a participar da
formação da vontade do Estado. Estado democrático.
Eu sou livre porque tive participação na lei posta.
Governo do povo, pelo povo e para o povo.
Liberais clássicos desconfiam da democracia antiga/ direta. Ex: Montesquieu. Eles não
reconheciam a democracia indireta. Alternativa: o que chamamos de democracia
representativa atualmente. Evolução das instituições que resultam na democracia
representativa, mas diferente (ex: Montesquieu: voto censitário). Tocqueville não tinha
medo da democracia, já via a forma de representativa clara, só não reconhecia a
estrutura que ainda não existia.
É preciso que o povo, por intermédio dos seus representantes, faça tudo que precisa
fazer por si mesmo. Montesquieu.

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DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado

Raízes Históricas
“A ideia da distribuição do poder está essencialmente unida à teoria e à prática da
representação, assim como a técnica governamental que se baseia nela.”. Levinstein.
Teoria mais moderna para Levinstein, houve incorporação de técnicas representativas
de ordem religiosa. Século XIV.
Antes representantes eram como procuradores (podem fazer determinada coisa).
Depois, passou a ter representação por classe. Distribuição do poder entre os detentores
(limitação é o cerne da representação).
Manoel Gonçalves Ferreira Filho, Princípios fundamentais do D. Const.: representação
expressão. A partir do séc XII os monarcas europeus passaram a convocar com
frequência os seus principais vassalos, como nem sempre podiam fazer ou não
convinha, mandavam procuradores ou mandatários. As convocações passaram a
atingir os burgos posteriormente. Estilo de mandato do direito privado.
Séc XIII. Magna Carta, João sem terra teve que engolir os seus vassalos (12e alguma
coisa).
● 1215: João sem terra foi obrigado a outorgar a Magna Carta aos seus barões. Se
ele quisesse tributos novos ou aumentar ele deveria pedir permissão ao conselho
formado pelos altos mandatários nobres eclesiásticos (magno concilio). Barões
impuseram três coisas, se quiser: (i) contrair despesa, (ii) participar da guerra, e
(iii) majorar tributos; tem que falar com os barões. Essa foi a origem dos
parlamentos. Origem da câmara alta.
● 1265: Feudatário Simon de Belfort foi muito forte a ponto de capturar o rei da
Inglaterra (Henrique III). Houve convocação do parlamento (barões) contra a
vontade do rei, além do parlamento, dois cavaleiros de cada condado e dois
burgueses de cada cidade. Nessa convocação de comuns estaria o embrião da
câmara baixa/ dos comuns. Quando esses representantes chegaram no castelo,
os sangues azuis (nobres) já tinham ocupado e eles precisaram se instalar no
jardim (verdes).
● 1295: Rei Eduardo I (coração valente). A luta do rei com wallace (escoces) fez com
que ele fosse obrigado a consolidar mecanismo de representação dos pequenos
cavaleiros e dos representantes dos burgos, o qual normalizou o sistema distrital
inglês.
Atualmente, Senado é azul e câmara dos deputados é verde.
Brasil conheceu bicameralismo no república velha? São Paulo teve senado já.
Magna Carta não é constituição porque não foi feita para o conjunto do povo, mas sim
para barões. Mais recentemente ela alterou o foco.

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DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado

Tipologia da representação política


Italiano Mauricio Cota ??? kkkk Propõe identificar o que haveria de próprio com a
representação política contrastando com regimes absolutistas autocráticos
desvinculados do controle político dos súditos e com a democracia direta.
Sugere três modelos:
1. Relação de delegação: representante é executor da vontade do representado.
Destituído de vontade. Mandato interativo.
2. Relação de confiança: representante tem autonomia orientado pelos interesses
dos representados como foi por ele percebido/ avaliado. Montesquieu por ex.
3. Como espelho ou representatividade sociológica: órgão representativo é um
microcosmos que fielmente reproduz a vontade do corpo político.

Tipos de democracia
Cética de Kelsen
Dogmática - voto censitário, sem contraditório
Crítica: alguns valores que orientam (mínimos consensuais que orientam o debate) a
partir do diálogo.

Aula IV - Partidos políticos (10/09)


Monitoria
O Delineamento do Estatuto dos Partidos Políticos na
Jurisprudência do Supremo Tribunal Federal

CF. Art. 14. § 3º “São condições de elegibilidade, na forma da lei: (...) V - a filiação
partidária;”.
Os partidos políticos têm relevância que transcende o momento eleitoral, funcionando
como instrumentos de formação da cidadania. Foi-lhes conferida legitimação ativa
para impetração de mandado de segurança coletivo (art. 5º, LXX, a) e propositura de
ação direta declaratória de inconstitucionalidade (art. 103, VIII).
Pluralismo político é um dos fundamentos da república federativa brasileira (art. 1º,
inc. V).
CF. Art. 17. “É livre a criação, fusão, incorporação e
extinção de partidos políticos, resguardados a
soberania nacional, o regime democrático, o
pluripartidarismo, os direitos fundamentais da

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DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado

pessoa humana e observados os seguintes preceitos: I


- caráter nacional; (...)”.

Responsabilidade direta dos entes Responsabilidade indireta dos entes


partidários em relação ao externo do partidários em relação ao interno do
aparato estatal. Compreendendo aparato estatal. Os governantes e
atividades permanentes de divulgação parlamentares eleitos por seu
do programa partidário; intermédio, na execução dos poderes
arregimentação de adeptos; obtenção de públicos, não podem admitir que os
recursos materiais e sua administração; partidos, entidades privadas sediadas
preparação ideológica e incremento da na base social, exerçam ingerência
coesão interna; escolha de candidatos; direta sobre a administração pública ou
propaganda eleitoral e fiscalização de parlamento.
eleições; apoio externo aos
representantes eleitos pela sigla etc.

CF. Art. 17. § 1º “É assegurada aos partidos políticos


autonomia para definir sua estrutura interna e
estabelecer regras sobre escolha, formação e duração
de seus órgãos permanentes e provisórios e sobre sua
organização e funcionamento e para adotar os
critérios de escolha e o regime de suas coligações nas
eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas
eleições proporcionais, sem obrigatoriedade de
vinculação entre as candidaturas em âmbito
nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo
seus estatutos estabelecer normas de disciplina e
fidelidade partidária”.

O estatuto constitucional dos partidos é complementado por normas legais de nível


infraconstitucional, editadas pela União na competência privativa para legislar sobre
direito eleitoral e cidadania (CF. Art. 22, inc. I e XIII).
Lei Federal nº 9.096/95. Art. 7º. “O partido político,
após adquirir personalidade jurídica na forma da lei
civil, registra seu estatuto no Tribunal Superior
Eleitoral”.
Isso não é pressuposto de existência, apenas de
eficácia.
“§ 1o Só é admitido o registro do estatuto de partido
político que tenha caráter nacional, considerando-se
como tal aquele que comprove, no período de dois
anos, o apoiamento de eleitores não filiados a partido
político, correspondente a, pelo menos, 0,5% (cinco
décimos por cento) dos votos dados na última eleição
geral para a Câmara dos Deputados, não computados
os votos em branco e os nulos, distribuídos por um
terço, ou mais, dos Estados, com um mínimo de 0,1%
(um décimo por cento) do eleitorado que haja votado
em cada um deles”.

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DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado

A extinção ocorre com a execução da decisão,


transitada em julgado, do TSE, o qual cancelará o
registro civil e o estatuto.

Acórdão “cláusula de desempenho”: desempenho eleitoral limita a atuação partidária


nas duas Casas Legislativas de todos os níveis federativos e o acesso aos recursos do
fundo partidário e às transmissões gratuitas pelo rádio e televisão.
Lei 9.096/95. Art. 13. “Tem direito a funcionamento
parlamentar, em todas as Casas Legislativas para as
quais tenha elegido representante, o partido que, em
cada eleição para a Câmara dos Deputados obtenha o
apoio de, no mínimo, cinco por cento dos votos
apurados, não computados os brancos e os nulos,
distribuídos em, pelo menos, um terço dos Estados,
com um mínimo de dois por cento do total de cada um
deles”.
Art. 41. “O Tribunal Superior Eleitoral, dentro de cinco
dias, a contar da data do depósito a que se refere o § 1º
do artigo anterior, fará a respectiva distribuição aos
órgãos nacionais dos partidos, obedecendo aos
seguintes critérios:
I - um por cento do total do Fundo Partidário será
destacado para entrega, em partes iguais, a todos os
partidos que tenham seus estatutos registrados no
Tribunal Superior Eleitoral;”.

Afeta o pluripartidarismo por causa da cláusula de desempenho.

Aula
Análise histórica - Antecedentes
Séc XVII: fato novo e distinto que terá relevância constitucional: Partidos políticos.
Gênese: partidos toris e whig, ambos monárquicos. Ambos os partidos se uniram com a
revolução gloriosa com medo de devolver a Inglaterra ao catolicismo. Orange assume e
começa parlamentarismo. Não tinha programa de governo ou ideologia. Apenas
identificação. Facção desagrega e partidos agregam na sociedade.

dos reis e não existência de soberanos.


Toris Tipo Hobbes.

Origem irlandesa para bandido irlandês


Whig
católico.
Origem escocesa, tipo de leite que era
Partido anglicano e agrário, queria
próprio da alimentação da população
poucos tributos apenas para
humilde. Partido puritano, escocês,
manutenção. Reclamava direito divino

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DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado

classes médias, excluídos de


privilégios…
Queriam controlar politicamente a
prerrogativa do rei.

Estados Unidos
SÉC xix: Terras baratas no oeste, americanos humildes vão e para cumprir o senso
ingressam na política.
Bill of Rights (10 primeiras emendas) tornaram possíveis os partidos e a necessidade de
uma competição efetiva os tornou inevitáveis e a habilidade de representar os cidadãos
tornou-os desejáveis. Competitividade faz reconhecer democracia.
Busca pela República mais democrática. Partido republicano de thomas jefferson
tornou-se atual partido democrata.
A essência da democracia são os direitos fundamentais.
A evolução do parlamentarismo para o presidencialismo decorre do papel essencial dos
partidos. O rei tinha sempre um ministro preferido e passou a escolhê-lo na pessoa do
líder majoritário do parlamento. A conexão dessa escolha com uma eleição de grande
porte mostra a ligação entre modelo de governo e partidos políticos.
Primeira a ter direitos sociais: mexicana de 1917.

Partidos Políticos e Sistemas eleitorais


Prof. Virgílio.
Os sistemas eleitorais majoritários (eleição por distritos, dá menos voz para minorias)
tendem a estar associados ao bipartidarismo, enquanto sistemas eleitorais
proporcionais (menor vínculo com o eleitor) tendem a estar associados ao
multipartidarismo (para parlamento).
Forma intermediária coloca segundo turno para garantir eleição majoritária.
Maneiras como o STF atuou sobre o sistema eleitoral (devia ser legislador):
1. Verticalização: coligações eleitorais no plano nacional devem ser replicadas em
plano estadual. Interfere na autonomia dos partidos. ADI 2626 e ADI2628/2002.
Decisão ativista. Emenda 52/2006 mudou o assunto. A decisão do supremo em
relação ao TSE foi em menos de um ano das eleições (fere autoridade eleitoral do
art. 16), então a emenda (que não passa pelo plano de validade/
constitucionalidade) vigorou após decorrido o período de um ano. Verificar § 1º
do art. 17;
2. Cláusula de desempenho: com um número mínimo de votos você se elege, mas
não tem direito ao funcionamento parlamentar (assessoria de líder, de
bancada…). Desestimular partidos pequenos. STF pontuou-a como
inconstitucional. Interferência na autonomia partidária;

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DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado

3. Fidelidade partidária: originada no regime militar (final dos anos 70) porque
Arena começou a perder do NDB, demonstrando perda de apoio, como
instrumento autoritário. Na constituinte de 87 a conclusão foi de que não
haveria, pois foi considerada autoritária. Em uma interpretação histórica, o
Supremo decidiu por afastá-la mesmo. Mas 18 anos depois, com três mandados
de segurança, o supremo afirmou que deveria existir fidelidade partidária. Ela
garante o mínimo de coerência em respeito ao voto do eleitor. Levi: acha que o
Congresso devia estabelecê-la e não o judiciário;
4. Ação direta do financiamento 4650, Luiz Fux.
Cláusula de barreira: quando não atinge número mínimo de votos, não tem direito a
acessar o parlamento.
“Os grandes partidos subvertem a sociedade, os pequenos agitam-na; uns a dilaceram,
outros a depravam; os primeiros às vezes a salvam abalando-a, os segundos sempre a
perturbam sem proveito” Tocqueville.
O estatuto dos partidos ganha significado na democracia.

Aula V - Divisão dos poderes (18/09)


Aula
Bicameralismo

Jean Bodin acha que o monarca deve John Locke. Bipartição dos poderes.
garantir liberdade civis. Súdito não está Segundo tratado de direito civil. Três
autorizado jamais a atentar contra seu funções: federativo (segurança e
príncipe soberano. Tirano é um mal, interesse público), executivo (executa
mas deve ser tolerado para que não seja leis domésticas da sociedade dentro
instalada a desordem. Prefere dela própria) e legislativo (legislar). Os
autoridade à desordem. Contexto de dois primeiros se vinculam. Três
guerras religiosas. Semelhante a funções em duas esferas de poder. Rei
Hobbes. com executivo e federativo e parlamento
com legislativo (inicialmente). Executivo
Hobbes. Leviatã. Comando soberano é a
clássico. Concentração de poder no rei
lei independente do conteúdo. Evitar
para solucionar problemas mais
guerra de todos contra todos. Tirano
rapidamente.
deve ser respeitado ainda assim.
Rei medieval só interferia excepcionalmente. O que valia para o dia a dia era o iuri
dictio ?
Marco: fevereiro de 1689. Orange implementou bill of rights.

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DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado

1701. rei inglês perde o poder de julgar pelo parlamento. A partir daí o judiciário passa a
convergir com o parlamento. Independente do rei, mas ainda House of Lords. Inglaterra
só ganhou suprema côrte própria em 2008/2009. Tribunal constitucional detém o
controle de constitucionalidade sozinho.

Tripartidarismo

Montesquieu
Limitação do absolutismo. The pouvoir arrête le pouvoir. Montesquieu não cita
separação de poderes. Freios e contrapesos.
Liberais clássicos desconfiam da democracia direta. Descreve nossa atual democracia
representativa, mas não nomeou ainda.
Nem todas as pessoas estão aptas a ter tempo de discutir os negócios públicos, mas
todas elas podem escolher entre seus vizinhos quem está apto.
Defende voto distrital.
Narrativa do presidencialismo clássico.
Neutralização de poderes
Judiciário se neutraliza pelo modo que é estruturado e pelo modo que ele decide. Juiz é a
boca da lei.
Executivo e legislativo se neutralizam entre si.
Câmara de burgueses e câmera de nobres para que ninguém se engula.
No federalismo, a segunda casa serve para contrapeso de poder.
Iguais faculdades de instituir e de impedir, deve haver consenso para haver decisão.
Rei tinha que aprovar também.
Poderes entrelaçados que comungam faculdades.

Aula VI - Sistemas de governo (25/09)


De Montesquieu para Benjamin Constant
Maurice Duvenger fala que partidos políticos surgem da corrupção. Se refere à
Inglaterra no início do século XVIII. Como os ingleses superaram esse estado degradado
de coisas? Invertendo o jogo político institucional. Governo passou a ser decorrência da
maioria, invés de providenciar para si uma maioria, o que estava em um processo de
maturação na primeira metade do século.

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DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado

Nicola Mateucci: inversão se dá no século XVIII ainda. Descreve passagem da


monarquia constitucional, em que o rei era o chefe do executivo, para uma monarquia
parlamentar, na qual o rei depende da aprovação/ confiança do parlamento. A
monarquia constitucional decorre da maturação do que montesquieu escreve.
Dependência do voto de confiança ministerial (solução natural por costume que
impediu o fortalecimento do rei na era do Estado moderno).
Rei (unidade) precisa ter disposição de resolver imprevistos, mas carece, sozinho, de
legitimidade. Parlamento é pleno em legitimidade, mas é múltiplo, o que dificulta
agilidade. Confia-se o poder do rei a uma projeção do parlamento (governo
parlamentar é comissão do parlamento). Não surge pela teoria, surge pela maturação
de estados de coisas.
Primeiro ministro deriva do ministro favorito do rei, que já acontecia no governo
Tudors. Rei reina, mas não governa. Parlamento governa. Passo subsequente: formação
do sistema de partidos. Primeiro ministro é o chefe do partido que nas eleições obtém a
maioria de cadeiras no parlamento, a escolha do rei passa a coincidir com esse
vencedor e aí decorre o parlamentarismo.
No parlamentarismo a dissolução do parlamento implica a convocação antecipada de
eleições, o que coloca em jogo o cargo do primeiro ministro.

Benjamin Constant
Foi ele quem teorizou o arranjo institucional de quatro poderes. Antes de ter
constituição escrita sobre assunto. Faz receita a partir de observação da realidade
inglesa.
Rei tem poder neutro e seus ministros poder ativo. Os poderes devem cooperar, cada um
por sua parte, em movimento geral. Quando esses poderes colidem, é necessária uma
força que os coloque em seus lugares.
Rei ta acima dos partidos como figura neutra. A parlamentarização torna o estado, um
estado de partidos.
Constituição brasileira de 1924 previa quatro poderes, art. 10. Legislativo, executivo,
moderador e judicial. Primeiro império, na prática, tinha três poderes. D. Pedro I ficou
no moderador e executivo. D Pedro II exerceu apenas o moderador.

Variações do Parlamentarismo
● Chefe de Estado é só chefe de Estado e o chefe de governo governa
exclusivamente. Ex: Espanha e Inglaterra, com rei, e Alemanha e Itália, com
presidente eleito de maneira indireta;
● Francês: presidente eleito de maneira direta, o qual tem mais força que o 1º
ministro. Coabitação. Presidente de um partido e ministro de outro. Mandatos de
presidencia muito longos (7 anos) e o presidente acabava perdendo força, mesmo
tendo prerrogativa de poder;
● Portugal: presidente eleito de forma direta sem prerrogativas de poder, parecido
com alemanha e itália.

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DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado

Privativo: posso delegar. Exclusivo.


Concorrente: alguns pensam em primazia da União (normas gerais)
Suplementar: formular desdobramentos do conteúdo das normas gerais.

Aula VII - Estrutura do poder legislativo no


Brasil (02/10)
Bicameralismo
Congresso Nacional é um órgão formado pela câmara (casa do povo) e o senado (casa
dos estados).
O Congresso, na verdade, são três estruturas: a câmara, o senado e o congresso. Cada
um deles tem uma mesa diretora que não coincide. A diferença prática são as pautas de
deliberação. A pauta do Congresso implica em toda a matéria orçamentária e
manutenção ou derrubada de veto. A diferença concreta e palpável é que existe um
regimento interno próprio ao congresso, denominado regimento interno comum.
Qual a especificidade do Congresso? não existe sessão unicameral no sistema
constitucional brasileiro vigente (a única hipótese que tinha era a revisão
constitucional). O que se dá é a sessão conjunta, na qual câmara e senado convivem
juntos, presentes em mesmo espaço, ao mesmo tempo, mas não se unem como um único
“corpo”.

Aula VIII - Estatutos parlamentares (09/10)


Imunidades
Art. 53 da CF, com a redação da Emenda nº 35, de 2001.
“Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas
opiniões, palavras e votos”.

Inviolabilidade ou imunidade material

Origem histórica
O privilégio parlamentar tem suas raízes remotas na Inglaterra, em 1397, quando um
Rei inglês Carlos II condenou à morte um proponente de redução de despesas da casa
real. Ele foi encarcerado mas não foi executado por decisão de arcebispo.

19
DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado

Posteriormente, em 1399, o Henrique IV (novo rei) reviu a condenação como contrária


às liberdades dos comuns. Em 1401, o Rei não daria causa sobre procedimentos do
parlamento. Contudo, não existem provas de que o proponente era participante da casa
dos comuns. A promessa de não violação e sentimento de violação dos comuns foram
suficientes para colocar esse conflito como origem do privilégio parlamentar.
No final do século XX, as duas casas revisitaram, em forma de comissão, o privilégio
parlamentar. Este consiste em direitos e imunidades que as duas casas do parlamento,
seus membros e oficiais possuem para protegê-los no exercício de suas funções.

Conceito
A imunidade material é uma espécie de liberdade de expressão ampliada em favor do
parlamentar, para que possa discutir de maneira ampla, todo e qualquer assunto seja
discutido, no interesse do povo.
Imunidade material pois recai no conteúdo das palavras, opiniões e votos dos
parlamentares. De modo que eles se manifestem no melhor modo a representar o povo
soberano.

Brasil
CF 1824. Art. 26. “Os Membros de cada uma das Câmaras são invioláveis pelas opiniões,
que proferirem no exercício das suas funcções.”.
Desde o começo, a inviolabilidade no direito brasileiro é funcional. Se um parlamentar
se envolve em vias de fato com outro parlamentar, mata outro parlamentar, comete um
crime no trânsito… nesses casos não incide a inviolabilidade.

Em caso de estado de sítio a inviolabilidade se mantém, salvo se contrariada pela


própria Casa.

Em momento de campanha, o parlamentar não possui imunidade material porque não


estaria em igualdade com os oponentes. Ex: imagina se ele inventasse um monte de
coisa sobre o outro oponente, aí ele sairia ileso e o oponente não poderia fazer nada.
Nesse caso, ele está agindo no interesse da campanha, não no interesse da função.

Nexo de implicação recíproca: verificar se a atitude do parlamentar está conectada


com sua função.

Constituição semântica: Constituição autoritária que tenta se disfarçar. CF de 1967,


antes do AI5. Houve manifestação estudantil na Universidade Nacional de Brasília e
respectiva repressão. O deputado e jornalista Márcio Moreira Alves foi à tribuna
parlamentar, na câmara dos deputados, se manifestar contra a repressão. No dia
seguinte, voltou à tribuna e sugeriu que a população boicotasse os desfiles de 7 de
setembro, assim como as moças boicotassem seus maridos militares. Um deputado foi à
tribuna defender vigorosamente a imunidade, dizendo que, nesse caso, havia a
prerrogativa fundamental. Não foi cedida licença para processá-lo por crime de

20
DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado

opinião, mas, logo em seguida, foi fechado o Congresso, decretado o AI5 e promulgada a
Emenda Constitucional nº 1.

A Constituição de 1988 fala sobre a inviolabilidade em seu art. 53. Houve


questionamento sobre possível impunidade, e por termos um parlamento responsivo,
foi editada a emenda 35 (que acrescentou o “civil e penalmente”).

Emenda 35 e Jurisprudência
Vereador só tem inviolabilidade no município, ainda que no interesse do mandato, tem
limitação espacial.

Parlamentares temáticos (eleitos por pautas) têm sua inviolabilidade reconhecida em


contextos em que tratem dessa pauta. Por ex: parlamentar eleito por campanha sobre X
dá palestra sobre X. O conteúdo da palestra não pode ser objeto de crime de opinião.

A questão do discurso do ódio. Determinado parlamentar, na hora de votar em processo


de impeachment, ele caluniou o presidente da câmara dos deputados de tentar aplicar
golpe de estado. Deve-se ter em vista que a inviolabilidade tem dois lados. Ela não é
privilégio do parlamentar, mas prerrogativa da Casa. Dito isso, o Supremo (petição
6.156, Gilmar Mendes) se manifestou dizendo que incide a inviolabilidade, mas nesse
caso é mais que palavra ou opinião, o que foi dito, foi dito no fundamento do voto, e o
voto é intrinsecamente funcional.

Imunidade formal
Relacionada a coisas que complementam a imunidade material. Por exemplo, não
poder ser preso/ processado. Não existem na Inglaterra atualmente.
CF 1824. Art. 27. “Nenhum Senador, ou Deputado, durante a sua deputação, póde ser
preso por Autoridade alguma, salvo por ordem da sua respectiva Câmara, menos em
flagrante delicto de pena capital.”.
As imunidades formais são os parágrafos do art. 53.
Nós estamos a caminhar para a interpretação mais restrita das imunidades.
§ 1º - O foro só tem uma instância. É ônus de ser parlamentar. Se dá a partir da
expedição do diploma.
§ 2º - A imunidade se aplica em juízo cautelar. Quando transitou em julgado a sentença
e não cabe mais recurso, os parlamentares podem ser presos.
Se o parlamentar é preso durante o mandato, em princípio, ele não perde o mandato,
mesmo perdendo direitos políticos (art. 15, inc. III; art. 55, incs. IV e VI). Mas os § § 2º e
3º, bem como o inc. VI, por lei específica, declaram que a Casa pode deliberar se o
mandato será cassado (maioria absoluta) ou não, como as casas são responsivas,
costumam cassá-lo.
§ 4º - nunca ocorreu.
§ 6º - sigilo da profissão.

21
DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado

§ 7º - Peixoto gostava de incorporar às forças armadas para aprender disciplina.


§ 8º - Rui Barbosa sobre estado de sítio.

quarenta e cinco dias do seu recebimento pela


CF. Art. 53. “§ 1º Os Deputados e Senadores,
Mesa Diretora.
desde a expedição do diploma, serão submetidos
a julgamento perante o Supremo Tribunal § 5º A sustação do processo suspende a
Federal. prescrição, enquanto durar o mandato.
§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros § 6º Os Deputados e Senadores não serão
do Congresso Nacional não poderão ser presos, obrigados a testemunhar sobre informações
salvo em flagrante de crime inafiançável. Nesse recebidas ou prestadas em razão do exercício do
caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e mandato, nem sobre as pessoas que lhes
quatro horas à Casa respectiva, para que, pelo confiaram ou deles receberam informações.
voto da maioria de seus membros, resolva sobre
a prisão. § 7º A incorporação às Forças Armadas de
Deputados e Senadores, embora militares e
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou ainda que em tempo de guerra, dependerá de
Deputado, por crime ocorrido após a prévia licença da Casa respectiva.
diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará
ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de § 8º As imunidades de Deputados ou Senadores
subsistirão durante o estado de sítio, só podendo
partido político nela representado e pelo voto da
ser suspensas mediante o voto de dois terços dos
maioria de seus membros, poderá, até a decisão
membros da Casa respectiva, nos casos de atos
final, sustar o andamento da ação.
praticados fora do recinto do Congresso
§ 4º O pedido de sustação será apreciado pela Nacional, que sejam incompatíveis com a
Casa respectiva no prazo improrrogável de execução da medida.”

Aula IX - Processo legislativo (16/10)


Como o direito se reproduz em nível primário.
O padrão é lei ordinária - projeto de lei ordinária (PL).
CF. Art. 59. “O processo legislativo compreende a
elaboração de:
I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a
elaboração, redação, alteração e consolidação das
leis.”.

O que tem em comum as sete espécies do artigo 59? O critério, segundo Kelsen, é que
todas elas são atos normativos primários, isto é, encontram fundamento de validade
diretamente na Constituição.

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DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado

Leis ordinárias
Fases do processo legislativo

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DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado

Fase introdutória
Ela tem uma etapa, a iniciativa. A iniciativa é o ato que deflagra o processo legislativo.
Para Tocqueville, a iniciativa é um mecanismo/filtro para decantar/disciplinar
sugestão de direito novo, pois isso alteraria o direito e banalizaria a alteração jurídica.
Quem pode propor?
1. Um deputado e um senador (ou seu conjunto como comissão);
2. Presidente da República, pois tem iniciativa ampla;
3. O povo, com assinatura de uma porcentagem lá do eleitorado (ele falou o artigo e
lei mas não lembro);
4. Tribunais; e
5. PGR.
Na câmara dos deputados existe comissão de legislação participativa que recebe
projeto de lei de iniciativa popular. Se eles avaliam positivamente, eles subscrevem,
para evitar a burocracia.

Fase constitutiva
Dinamicidade da tramitação do projeto de lei.

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DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado

Tramitação padrão
Sub Fase instrutória. Começa a tramitar pelas comissões (micro cosmos do
plenário - estruturas parlamentar com restrições temáticas com formação ou
conhecimento na matéria). A comissão universal é a CCJ (tem uma na câmara e uma no
senado). O projeto tramita na CCJ e nas demais comissões em que seja pertinente
tematicamente. Discussão, deliberação e votação.
A maioria absoluta é o padrão e leva em consideração todos os parlamentares
presentes, sendo o primeiro número inteiro acima da metade.
Bicameralismo tende à agilidade. Prevalência da casa iniciadora.
Segunda fase - Presidente da República - sanção e/ou veto.

Fase complementar
Recai sobre algo que já é lei. Mas esta carece de alguma coisa.
Promulgação
Em termos teóricos é atestado de que o processo legislativo ocorreu em conformidade
com os preceitos legais.
Documento à parte do autógrafo, normalmente, firmada simultaneamente à sanção,
retratando se houve veto. Esse documento que é publicado do diário.
Publicação
A sanção resolve a existência da lei, mas não significa que ela seja vigente. Ela só pode
ser exigida pelos cidadãos se for publicada. Condição para ser vigente. Diário oficial. Se
não publicada, entra em vigor em 45 dias.

Aula X - Sanção e/ou Veto (23/10)


Fazem parte da etapa constitutiva do processo legislativo.
Sanção e veto recaem sobre o que ainda é projeto de lei.
Qualquer iniciativa externa ao Congresso começa pela Câmara porque ela tem a última
palavra, por ser representante do povo.
Prazo de sanção e veto: 15 dias úteis. Se passado o prazo, o presidente não sancionou
nem vetou, se dá a sanção tácita.
Concluída a tramitação, o presidente da casa faz o texto chamado autógrafo e assina. O
prazo de 15 dias úteis passa a correr depois do autógrafo.
A sanção é um despacho no autógrafo, que é devolvido ao Congresso.
Veto pode ser derrubado pelo legislativo se tiver maioria absoluta. Mais ou menos o que
acontece entre casa iniciadora e revisora acontece entre legislativo e executivo. Nesse
caso, o presidente pode promulgar ou não. Art. 66, § 7º.

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DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado

Como processa o veto. O presidente envia as razões do veto ao congresso e este tem 30
dias para delegar entre eles (o recebimento se dá na leitura no plenário). Se não for
delegado dentro do prazo, o veto é trancado. Geralmente o congresso só lê o veto
quando já tem uma decisão prévia. Os vetos devem ser lidos em ordem.

Veto no seu aspecto quantitativo (extensão)


Na República Velha, o presidente devia sancionar ou vetar por inteiro o projeto. E ainda
eram feitas emendas destoantes tematicamente do projeto chamadas rabilongos
caudais. Projetos de relevância nacional precisam ser aprovados pelo presidente que
não tinha muito o que fazer, então acabava aprovando tudo.
Com a reforma de 1926, os vetos passaram a admitir a possibilidade de veto parcial.
Entretanto, mesmo o veto parcial foi utilizado de maneira corrupta. Por exemplo,
vetando partes das frases ou palavras soltas.
A partir da Constituição de 1967, passou a vigorar limite constitucional ao veto parcial.
Ex: veta-se artigo por inteiro, ou parágrafo ou inciso.
Lei complementar 95 cuida da legística, parágrafo único do art. 59. Aborda a boa
qualidade da lei. Por ex: se quer vetar um dispositivo, mas seu veto prejudica outro, à
luz da legística (da boa técnica), veta-se os dois (o segundo é vetado por arrastamento).
Se o projeto de lei for anexo, ele pode ser vetado, porque o anexo faz parte do projeto de
lei, logo pode ser vetado por analogia (porque ele pode ter diferentes formas, ex: tabela
ou texto corrido. Assim, deve-se vetar considerando a coerência).

Veto no seu aspecto qualitativo


Ambos são tecnicamente políticos, pois recaem sobre algo que é projeto legislativo, isto
é, participam da formação da lei. Todo controle preventivo é político.

Veto por inconstitucionalidade


Presidente da República como partícipe do controle de constitucionalidade.
Por exemplo projeto de lei por iniciativa usurpada. A matéria é privativa do
presidente, e ele sanciona. Convalidando-se: a manifestação presidencial supre a falta
da primeira manifestação presidencial. Criticando: a lei é ato complexo (convergência
de diversos atos simples), se a iniciativa foi viciada, todo o restante também. Súmula n.5
do STF tem o entendimento que não convalida.
Tende a ser mais técnico. Carga jurídica maior.

Veto por interesse público


Marcadamente político.

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DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado

Aula XI - Lei Complementar (06/XI)


Tem duas diferenças em nível constitucional às leis ordinárias. Uma diferença material
e uma formal. A primeira é referente à matéria, qual se identifica na Constituição. A
segunda é relacionada à aprovação, para lei complementar é exigida maioria absoluta
e, para lei ordinária, maioria simples.
Matérias de lei complementar apresentam um nível maior de estabilidade.
São Paulo tentou identificar as matérias de lei complementar. Listou 8. Ex: lei orgânica
do MP.
Lei complementar pode versar sobre matéria de lei ordinária pois cumpre os requisitos.
O contrário não é válido. A matéria continua sendo de lei ordinária, logo tem força de
matéria de lei ordinária.
Código tributário é lei ordinária. Mas dispositivos importantes de tributário são leis
complementares. Apesar do CT ser lei ordinária, é tratado como lei complementar.

Medida provisória
Vinte anos da Constituição brasileira de 1988
O texto busca avaliar a Constituição a partir do critério de efetividade em limitar o
poder.
Afirmava Montesquieu que “a experiência eterna mostra que todo homem que tem
poder é tentado a abusar dele; vai até onde encontra limites”, e, ainda, que “Para que
não se possa abusar do poder é preciso que, pela disposição das coisas, o poder freie o
poder.”.

Processo de redemocratização
1. “A Constituição de 1988 consolidou a transição de um regime autoritário para
um regime democrático. Houve, nisso, uma verdadeira revolução de transição,
na medida em que se deu de modo ordeiro, dentro das próprias instituições
políticas existentes”;
2. Primeira eleição direta após hiato de quase três décadas;
3. “A Constituição sobreviveu a uma crise política muito grave já em seus primeiros
anos. Mais do que isso: ela mesma resolveu a crise, segundo as regras que ela
própria prescrevia”;
4. “proporcionou a eleição e a reeleição de um Presidente da República que levou a
efeito importantes reformas políticas, econômicas e sociais” e “o Supremo
Tribunal fez valer as limitações materiais ao poder de reforma constitucional,
sem nenhuma resistência de outro poder constituído”; e
5. Tornou possível a eleição de um presidente de oposição. Troca de elites.

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DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado

Decreto-lei como ferramenta de limitação


Existia na ditadura militar, mas foi abandonado com a Constituição de 1988.
Raro. Constituição paulista é avessa à delegação legislativa.
Congresso nacional faz a resolução de delegação com tempo e prazo previstos. A
matéria é a mesma da complementar, salvo exceções (art. 68, § 1º da CF).
1. o decreto-lei brasileiro tinha campo temático delimitado, a saber:
a. segurança nacional;
b. finanças públicas, inclusive normas tributárias; e
c. criação de cargos públicos e fixação de vencimentos.
2. não conhecia reedição, o que era bom, porém admitia aprovação por decurso de
prazo, característica essa pouco elogiável; e
3. se acaso rejeitado fosse, os atos praticados durante a sua vigência eram
preservados, o que militava em favor da segurança jurídica. Ademais, se acaso
houvesse inconstitucionalidade no decreto-lei, o Supremo Tribunal Federal,
mesmo no auge do regime militar, não deixou de exercer o seu papel.

Medidas provisórias como ferramenta de limitação


Apresentam falhas na limitação e foram introduzidas no sistema normativo brasileiro
em 1988.
● nasceu sem delimitação temática;
● conheceu reedição em escala ainda maior do que aquela do Direito italiano, o
que se deve, inclusive, ao prazo original das medidas provisórias: apenas trinta
dias, contra sessenta do decreto-legge; e
● regrediu ao modelo italiano de desconstituição retroativa, inclusive em prejuízo
de eventuais direitos adquiridos.

1. Já na Ação Direta de Inconstitucionalidade no 293-7/DF, Relator o Ministro Celso


de Mello, julgada em 06 de junho de 1990, o Supremo Tribunal Federal deixou
assente que não se poderia reeditar, na mesma sessão legislativa, medida
provisória rejeitada pelo Congresso Nacional;
2. Na Ação Direta de Inconstitucionalidade no 2.348-9/DF, Relator o Ministro Marco
Aurélio, julgada em 07 de dezembro de 2000, o Supremo Tribunal Federal, pela
primeira vez, fulminou medida provisória em razão do não-cumprimento do
requisito constitucional de urgência; e
3. O Supremo Tribunal Federal não foi o único órgão a reagir às medidas
provisórias. O Congresso Nacional também o fez, em especial por meio da
Emenda n. 32. Antes dela, o Congresso já havia vedado a edição de medida
provisória para regulamentar as matérias constantes de emendas promulgadas
a partir de 1995.

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DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado

Emenda nº 32
Tratou de limitar medidas provisórias, aproximando-se das orientações dadas aos
decretos-leis de 1967. Assim:
1. definiu, com clareza, matérias vedadas à medida provisória;
2. vedou a reedição de medida provisória não convertida em lei no prazo – mais
realista – de sessenta dias, prorrogável uma única vez por igual período;
3. tutelou de modo adequado – ou seja, em favor da segurança jurídica – as relações
jurídicas decorrentes de medida provisória rejeitada ou caduca por decurso de
prazo: as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados
durante a vigência da medida provisória conservar-se-ão por ela regidas, salvo
se acaso o Congresso Nacional vier a dispor de modo diverso por meio de decreto
legislativo editado em até sessenta dias após a rejeição ou perda de eficácia de
medida;
4. Na Ação Direta de Inconstitucionalidade no 3.964-4/DF, Relator o Ministro Carlos
Britto, julgada em 12 de dezembro de 2007, o Supremo Tribunal Federal
suspendeu a eficácia de medida provisória que reeditara outra, revogada dias
antes, tudo na mesma sessão legislativa. A Corte reconheceu, no caso, ofensa ao
art. 62, § 10, da Constituição; e
CF. Art. 62. § 10. “É vedada a reedição, na mesma
sessão legislativa, de medida provisória que tenha
sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por
decurso de prazo”.

5. Na Ação Direta de Inconstitucionalidade no 4.048-1/DF, Relator o Ministro


Gilmar Mendes, julgada em 14 de maio de 2008, o Supremo Tribunal Federal
suspendeu medida provisória que abrira créditos extraordinários no valor
global aproximado de R$ 5,5 bilhões. A Corte examinou se acaso as rubricas de
gastos eram ou não imprevisíveis e urgentes, requisitos constitucionais exigidos
à abertura de créditos extraordinários. Em decisão histórica, superando
jurisprudência anterior no sentido de não caber ação direta contra leis formais,
porque destituídas de generalidade e abstração (caso das leis orçamentárias), a
Corte conheceu da Ação Direta para, a seguir, decidir no sentido de que as
rubricas em causa eram relativas a despesas previsíveis e, portanto, não
poderiam constar de créditos extraordinários, única categoria de normas
orçamentárias permitida à medida provisória após a Emenda n. 32.

Ponto (3) combate a inércia decisória. Prazos inexoráveis à tramitação parlamentar, o


que força a votação ou vencimento do prazo.
Conforme o § 6o do art. 62 da Constituição, “se a medida provisória não for apreciada
em até quarenta e cinco dias contados de sua publicação, entrará em regime de
urgência, subseqüentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando
sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da
Casa em que estiver tramitando”.

29
DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado

O trancamento de pauta age contra o Congresso Nacional, não contra a medida


provisória. Contra essa, basta o decurso de prazo, sem deliberação parlamentar, na
forma dos §§ 3o e 11 do art. 62 da Constituição.
Reformas Constitucionais
● adoção do voto distrital (vínculos efetivos entre o cidadão-eleitor e o seu
representante-eleito);
● separação entre Chefia de Estado e Chefia de Governo (Governo decorre da
maioria parlamentar, e não o contrário); e
● transformação do Supremo Tribunal Federal em típico tribunal constitucional
(proteção da minoria parlamentar).

Aula XII - O Poder Judiciário (13/XI)


Formatação americana
Todos os órgãos, ramos e juízos convergem para um órgão de cúpula comum, a
Suprema Côrte. Qualquer juiz faz controle de constitucionalidade. Modelo difuso.
Tocqueville conta que convencionou-se que quando uma causa se dá entre cidadãos de
estados diferentes, ou abranja interesse de estados diferentes, não faz sentido que se
escolha um dos tribunais, utiliza-se uma justiça de projeção federal.
Nos Estados Unidos, são 50 legislações eleitorais. Em geral, quem cuida das eleições são
órgãos legislativos.

Formatação Europeia
Existem jurisdições que não necessariamente convergem para um órgão comum de
cúpula. Comum existir Jurisdição/ Tribunal Constitucional, a qual é uma
jurisdição/órgão/poder distinto. Apenas o Tribunal Constitucional tem controle de
constitucionalidade.
Modelo de Kelsen. Tornou-se comum no pós segunda guerra mundial (Áustria primeira
em 1920) e teve uma segunda onda quando caiu o muro de Berlim (inclusive Prússia).

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DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado

Modelo brasileiro

Existe no Brasil uma justiça comum, qual julga causas em geral. A justiça comum básica
é o juiz de direito, qual tem competência ampla. Sujeito concursado de magistratura
estadual. Ir até ele é recorrer ao art. 5º, inc. XXXV (a lei não excluirá da apreciação do
Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;).
A revisão do juízo formado pelo juiz de direito se dá pelo art. 5º, inc. LV (aos litigantes,
em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;). Juiz é ser
humano e, consequentemente, erra, por isso existe a segunda instância.
Juiz de primeira instância costuma entrar em comarcas pequena, em uma espécie de
clínica geral. Conforme avança na carreira, avança nas cidades. ⅘ do TJ é reservado a
magistrados de carreira. O quinto Constitucional é reservado para membros oriundos
da advocacia do ministério público.
A Justiça comum também tem o ramo da justiça federal, a especificidade que a separa
dos TJs é o interesse da União. Na grande parte dos casos significa a União como parte
autora ou ré dos casos. Juiz federal tem dois níveis, o substituto e o titular. A vara
federal envolve esses dois juízos. São como dois juízos em uma única vara. Se ocorre
ausência de um dos dois juízes, o outro tem jurisdição plena. Aqui também tem o quinto
constitucional.
STJ é formado, constitucionalmente, por, no mínimo, 33 membros (devia ser mais, e é
utilizado para uniformizar o entendimento. 3 terços constitucionais: XI membros de
Tribunal de Justiça, XI membros de TRFs e XI membros oriundos do MP e da advocacia.

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Justiças especializadas

Tribunal Regional Estadual


A justiça eleitoral, cumpre, faz, rege, assume todos os passos da eleição. A definição dos
candidatos, alistamento dos eleitores, realização da votação, contagem dos votos,
divulgação dos resultados por meio de magistrados eleitorais que, sendo vitalícios,
inamovíveis, irredutíveis (tem garantia da magistratura e independência), realizam
suas funções sem a tentação da fraude eleitoral. Virtude de engenharia constitucional
para assegurar eleições justas entre nós.
Juiz eleitoral de primeira instância é um juiz de direito trabalhando transitoriamente
como juiz eleitoral. A segunda instância é uma fusão de vontades/órgãos. São dois
desembargadores, dois juízes de direito, um juiz federal e dois juristas, todos eles
recebem mandato de dois anos. Todos os membros têm suplentes.

Tribunal Regional do Trabalho


Primeira instância tem tribunal concursado, um por estado. Segunda instância
geralmente tem um por estado. Tribunal Superior do Trabalho são 27 ministros.

Justiça militar
STM tem dignidade de tribunal superior, mas é a segunda instância da justiça militar
da União.
Juiz de direito da Emenda 45. Segunda instância estadual militar (existe em três
estados brasileiros - TJM). Regra Constitucional que fala que onde houver polícia
militar com efetivo superior a 20 mil membros é dado ao estado permitir instalar o
tribunal de justiça militar. Quando não tem 2a instância estadual o TJ age.
Julgar com conhecimento de causa situações próprias de disciplina e hierarquia das
forças armadas.

Conselho Nacional de Justiça


Controle interno de todo o poder judiciário. Correção de conduta de todos os órgãos
menos o supremo. Seu presidente é o presidente do supremo.

Instância extraordinária
Não fazem parte de acesso à justiça. Se trata de recorrer por decisão fundamentada em
lei federal (STF é relacionado com matéria Constitucional).
Existem dois tipos de recurso extraordinário, o especial para o STJ (questão legal), e
extraordinário stricto sensu para o STF (questão constitucional). Se a decisão cabe
simultaneamente aos dois, é julgada paralelamente nos dois.

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Aula XIII - Controle de constitucionalidade


(17/XI)
Antecedentes
Grécia Antiga. Itália. São Tomás de Aquino (estrutura hierarquizada que dá pano para o
controle de constitucionalidade).
Narrativa, no início do século XVII, o juiz inglês antes de aplicar a lei do parlamento
inglês, deve verificá-la no common law. Pré revolução gloriosa.
Artigos federalista. Os pais fundadores
Último antecedente. Americano. Controle de constitucionalidade. Importância da
vitaliciedade (juízes são votados podendo sofrer impeachment por não ter good
behavior). Art. 368, sobre juiz federal. Hamilton. Vitaliciedade garante decisões
tranquilas e imparciais. Poder executivo tem força de quem executa (espada), poder
legislativo tem a força de quem define o orçamento (bolsa), o judiciário não exerce
vontade. O judiciário é independente de um parâmetro legal que ele não interfere.
Especialmente importante no contexto de Constituição limitada (restringe as ações do
legislador). Por isso o juiz é importante, para verificar se as leis são conforme às
Constituições limitadoras. Tem que ser uma norma Constitucional clar (não pode tivo
invocar o princípio republicano distante da lei).
Madison x Marbury. Foi a primeira vez que uma lei federal foi derrubada por
inconstitucionalidade. Controle difuso, em concreto e incidental nos Estados Unidos.

Aula XIV - Controle de constitucionalidade


(27/XI)
Modelo europeu
Modelo de Kelsen. Tornou-se comum no pós segunda guerra mundial (Áustria primeira
em 1920). Na segunda onda, Portugal e Espanha adotam o tribunal Constitucional e a
terceira onda se deu quando caiu o muro de Berlim (inclusive Rússia).
A própria lei é objeto do julgamento. Repercute a todos os cidadãos. Erga omnes.
Para Kelsen, a Europa teve algumas objeções em adotar o controle de
constitucionalidade americano, como incompatibilidade com a soberania do
parlamento, ideia de invasão de competência legislativa (afronta à divisão dos poderes)
e desconfiança contra juízes.

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DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado

Nesse sentido, o estudioso constrói o modelo europeu. Para ele:


★ O Estado como um todo é soberano, não o parlamento (soberania do legislativo é
como sacralizar a lei invés da Constituição. Franceses costumavam valorizar
mais a legitimidade do legislador presente do que do passado. não gostavam da
ideia do judiciário alterar a Constituição);
★ O órgão que desfaz a lei é de competência legislativa, composto por legisladores
negativos; e
★ Confia-se o controle de constitucionalidade não aos juízes, mas em nomes
aprovados pelo parlamento . A grande maioria dos membros de tribunais
europeus são professores de direito. Os Tribunais Constitucionais devem ser
compostos por pessoas de diferentes sensibilidades. Reserva de algumas vagas a
magistrados de carreira.
★ Os juízes não tem competência para declarar inconstitucionalidade, são
obrigados a aplicar a lei apenas.
Para Kelsen, a fim de prestigiar a segurança jurídica e as pessoas que acreditaram na
lei, a lei existiu sim. A decisão de inconstitucionalidade não deve operar no plano da
existência, mas no da validade. Logo, não é nulidade, mas anulabilidade. Para ele o
efeito deve ser ex nunc (a partir da decisão para o futuro, não retroativo). Mas,
eventualmente, para a segurança jurídica, a lei pode retroagir, estendendo a
anulabilidade no tempo de forma semelhante à nulidade.
Características do modelo europeu:
★ Concentrado;
★ Abstrato (lei como objeto);
★ Principal;
★ Erga omnes;
★ Efeito ex nunc (mas a grande maioria dos tribunais europeus adota o ex tunc.
Somente o tribunal austríaco segue plenamente Kelsen - regra ex nunc e exceção
ex tunc); e
★ Poder distinto, novo (dos três originais).
O Tribunal Constitucional é provocado por altas autoridades (presidente, governador
de Estado, minoria parlamentar…). Não há entendimento pleno na doutrina se o
Tribunal Constitucional é órgão contramajoritário.

Modelo americano
Difuso e incidental.
O objeto do julgamento são casos concretos. Assim repercute apenas para as partes.
Inconstitucionalidade opera no plano da existência . Nulidade. Lei deixa de ser aplicada
desde a sua concepção, como se nunca tivesse existido. Efeito ex tunc. Retroativo.

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DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado

Brasil
Adotou, em 1808, o controle de constitucionalidade, criando o STF.
CF 1824. Art. 176. “Admitida a discussão, e vencida a necessidade da reforma do artigo constitucional, se
expedirá lei, que será sancionada, e promulgada pelo Imperador em forma ordinária; e na qual se
ordenará aos eleitores dos deputados para a seguinte legislatura que nas procurações lhes confiram
especial faculdade para a pretendida alteração, ou reforma”.
CF 1824. Art. 177. “Na seguinte legislatura, e na primeira sessão, será a matéria proposta, e discutida, e o
que se vencer prevalecerá para a mudança, ou adição, à lei fundamental; e juntando-se à Constituição,
será solenemente promulgada”.

Assim, há um órgão que faz a lei e um órgão que a desfaz (legislador negativo).
As leis que autorizam a modulação no tempo são as n. 9.868 e 9.882, ambas de 1999.
Quando a suprema corte decide sobre o caso concreto, faz com que os juízes sigam as
recomendações dessas decisões. Stare decisis - as coisas que estão decididas não devem
ser alteradas.
O modelo brasielrio copia o modelo americano, mas não tinha o stare decisis. Com a
evolução, tenta-se criar mecanismos com o mesmo efeito, ex: súmula vinculante.
Quando o STF decide que uma lei inconstitucional no controle difuso, tipicamente no
recurso extraordinário, deve comunicar essa decisão ao senado para avaliar a hipótese
de suspender a execução da lei declarada inconstitucional(faculdade do senado). Se a
decisão for de constitucionalidade, não precisa comunicar o senado.
Modelo misto entre americano e europeu? Não. O modelo nacional é difuso porque todo
juiz pode declarar uma lei inconstitucional e o STF não tem monopólio da
inconstitucionalidade. Entretanto, ADIs e ADCs levadas ao Supremo só podem ser
requeridas por algumas autoridades específicas.
A CF de 1988 ampliou a legitimação ativa, isto é, quem pode apresentar ação direta de
inconstitucionalidade (presidente,partido político com representação do Congresso…).
O STF não exige da OAB, do presidente, do PGR a “pertinência temática”, como se exige
de confederação sindical e entidades de classe de âmbito nacional, governador,
assembléia legislativas, por exemplo.
CF elege um curador (AGU) para defender a constitucionalidade da lei, defender a
presunção de constitucionalidade das leis.
Similaridade com o modelo americano: qualquer juiz pode declarar
inconstitucionalidade.
Similaridade com o modelo europeu: ações diretas ao STF.

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“Aula XV” - Textos para a prova (04/12)


O Supremo Tribunal Federal
Sugere que: (i) a ampliação da maioria para aprovação dos indicados à Corte;
combinada com (ii) a adoção de mandatos para os respectivos membros; bem assim (iii)
a possibilidade ampla de o Tribunal escolher julgar apenas alguns processos, e não
outros tantos, seriam modificações a considerar para aperfeiçoar a Corte.
O Supremo Tribunal Federal é composto por onze ministros escolhidos dentre cidadãos
com mais de 35 e menos de 65 anos, de reputação ilibada e de notável saber jurídico,
indicados pelo Presidente da República ao Senado Federal, que procede a uma sabatina
pública na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania e, a seguir, vota a indicação
em Plenário, sendo aprovada a indicação se alcançar maioria absoluta dos membros
da Casa. Assim acontecendo, o Presidente da República nomeia o indicado.
Um modelo que tem inspiração no modelo da Suprema Corte americana, como todo
transplante institucional, nem sempre a prática é a mesma.
Quanto à organização da Corte, tradicionalmente o STF funciona em Plenário e duas
Turmas. Seus órgãos judicantes são, portanto, em essência, a Presidência da Corte (não
só com competências cerimoniais naturais, mas, também, com competências
jurisdicionais próprias), o Plenário formado pelos onze membros e as duas Turmas,
com cinco membros cada uma, sendo estas igualmente competentes (ou seja, sem
nenhum corte temático).
As competências do STF são amplas e refletem a posição institucional da Corte, ou seja,
expressam o que o STF é: órgão de cúpula do Poder Judiciário brasileiro.
A especial posição da Corte Constitucional italiana no arranjo institucional italiano:
não está no Título IV, logo, não compõe o Poder Judiciário, mas está no Título VI, o
mesmo em que estão normas relativas à modificação constitucional, o que parece
sugestivo e emblemático, ou seja, a Corte revela-se como um Poder do Estado, à parte do
Judiciário, com o monopólio do juízo de inconstitucionalidade, como é próprio a um
típico Tribunal Constitucional, uma jurisdição à parte, especializada, sem prejuízo de
algumas outras competências específicas, inclusive em matéria penal de certas
autoridades.
Ademais, repita-se, Tribunais Constitucionais têm o monopólio do juízo de
inconstitucionalidade. Não é o caso do STF. É ele parte do Judiciário pátrio, seguindo
modelo análogo ao da Suprema Corte americana, ou seja, um órgão de cúpula, a ele
convergindo todos os demais ramos do Judiciário, inclusive estaduais.
Hoje, o problema maior não são as competências que a Corte tem, mas aquelas que a
Corte chama para si, inclusive avançando nas esferas de competências de outros
Poderes. Surgem, aqui, competências derivadas de nítido ativismo judicial.

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DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado

A propósito, para Elival da Silva Ramos, “por ativismo judicial deve-se entender o
exercício da função jurisdicional para além dos limites impostos pelo próprio
ordenamento que incumbe, institucionalmente, ao Poder Judiciário fazer atuar,
resolvendo litígios de feições subjetivas (conflitos de interesse) e controvérsias jurídicas
de natureza objetiva (conflitos normativos)” (RAMOS, 2010, p. 129).
Nesse contexto, parece claro que uma Corte de cúpula decidir conflitos (subjetivos e
objetivos) é uma circunstância (natural); por outro lado, pretender ter, disputar ou, até
mesmo, assumir protagonismo político na formulação de políticas públicas, inclusive
para muito além de uma função moderadora ou arbitral, é outra circunstância
bastante diferente.
A exposição da TV Justiça, que torna muito familiares à opinião pública brasileira os
membros da Corte, faz escapar que boa parte das causas migrou para um Plenário
virtual.
No Plenário tradicional, a exposição parece fazer aumentar a tendência de Votos cada
vez mais longos e menos convergentes, chegando-se a situações em que é difícil saber
em que sentido decidiu a Corte.
A colegialidade da Corte também não tem sido uma tônica da prática. Muitas causas
são decididas – e ficam decididas – monocraticamente, inclusive em Ações Diretas com
efetiva declaração de inconstitucionalidade (juízo que é privativo da maioria absoluta
dos membros da Corte). na prática, significa juízo (monocrático) do Relator acerca da
pouca importância da ação direta.
José Manuel Moreira Cardoso da Costa, afirmou que Cortes Supremas e Tribunais
Constitucionais “devem ser integrados por pessoas de diferentes sensibilidades”.
Portanto, devem ter membros que sejam oriundos da Academia, da Magistratura, do
Ministério Público, da Advocacia etc.
Quaisquer modelos sempre estarão sujeitos às contingências próprias às imperfeições
humanas, seja em relação a quem indica, seja em relação a quem aprova, seja em
relação a quem é escolhido.
Aqui, cabe uma cogitação principal, sem prejuízo do atual modelo de composição da
Corte: aumentar a maioria senatorial de aprovação do indicado. Hoje, apenas maioria
absoluta, o que permite ao Governo, com certa facilidade, fazer valer a indicação do
nome que apresenta
A modificação de competências não parece opção muito crível.

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