Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
192
4º semestre - 2/2020
Monitoria 3
Federalismo Dualista ou Clássico 3
Federalismo Cooperativo ou Neoclássico 3
Cumulativas 4
Não Cumulativas 4
Brasil 4
Competência Legislativa 4
Privativas 4
Concorrentes 5
Competência Material ou Administrativa ou Comum 5
Privativa 5
Concorrente 5
Classificação quanto à permissibilidade 5
Hierarquia entre entes federativos 5
Duplo enquadramento de matérias 5
Política de autocontenção 6
Aula 6
Federalismo Dualista 6
Estados Unidos 6
Canadá 6
Brasil 6
Competências materiais 7
Competências legislativa 7
Competências comungadas 8
DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado
Material 8
Legislativa 8
Monitoria 8
Kelsen - A Democracia 8
Liberdade 8
O povo 9
O Parlamento 10
O princípio da maioria 10
Aula 10
Raízes Históricas 11
Tipologia da representação política 12
Tipos de democracia 12
Monitoria 12
O Delineamento do Estatuto dos Partidos Políticos na Jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal 12
Aula 14
Análise histórica - Antecedentes 14
Toris 14
Whig 14
Estados Unidos 15
Partidos Políticos e Sistemas eleitorais 15
Aula 16
Bicameralismo 16
Tripartidarismo 17
Montesquieu 17
Neutralização de poderes 17
1
DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado
Bicameralismo 19
Imunidades 19
Inviolabilidade ou imunidade material 19
Origem histórica 19
Conceito 20
Brasil 20
Emenda 35 e Jurisprudência 21
Imunidade formal 21
Leis ordinárias 23
Fases do processo legislativo 23
Fase introdutória 24
Fase constitutiva 24
Tramitação padrão 25
Fase complementar 25
Promulgação 25
Publicação 25
Medida provisória 27
Vinte anos da Constituição brasileira de 1988 27
Processo de redemocratização 27
Decreto-lei como ferramenta de limitação 28
Medidas provisórias como ferramenta de limitação 28
Emenda nº 32 29
Reformas Constitucionais 30
Formatação americana 30
Formatação Europeia 30
2
DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado
Modelo brasileiro 31
Justiças especializadas 32
Tribunal Regional Estadual 32
Tribunal Regional do Trabalho 32
Justiça militar 32
Conselho Nacional de Justiça 32
Instância extraordinária 32
Antecedentes 33
Modelo europeu 33
Modelo americano 34
Brasil 35
3
DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado
Cumulativas
Não há limites prévios entre uma e outra.
Ex: União e Estados legislam sobre orçamento. Um Estado legislou sobre orçamento
antes da União. Pode? Sim. Posteriormente, com a lei federal, esta prevalece sobre a
estadual no que forem contraditórias.
Não Cumulativas
Ou “propriamente repartição vertical”.
Há limites prévios entre uma e outra:
1. União - Normas Gerais
2. Estados: Normas Específicas
Ex: União e Estados legislam sobre orçamento, mas a União se limita a legislar sobre
normas gerais; Estados sobre normas específicas. Um Estado legislou sobre orçamento
antes da União. Pode? Sim, mas há de se perguntar se são normas gerais ou específicas.
1. Se gerais, elas valerão até a edição de lei federal posterior (que sempre deve ser
com normas gerais). Nesse caso, há suspensão de eficácia (se a lei federal for
revogada, a estadual volta).
2. Se específicas, as normas valerão mesmo após a edição da lei federal, desde que
não sejam contraditórias com esta.
Exceção: Estado pode legislar sobre normas gerais se ausente lei federal na matéria.
Brasil
Federalismo cooperativo que possui competências repartidas de maneira vertical do
tipo concorrentes não cumulativas; e de maneira horizontal (que são as competências
privativas).
Competência Legislativa
Fala quem pode legislar sobre o que.
Pode ser privativa ou concorrente.
4
DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado
Para os Estados, não há rol taxativo. Dos Municípios em relação à União e aos
Tudo que não está descrito na Estados (somente “suplementar” -
Constituição, é tudo do Estado. especificidades do lugar, não há rol
taxativo. Comando para o que lhe for
CF. Art. 22: “Compete privativamente à
pertinente). Art. 30, inc. II.
União legislar sobre: (...)”
CF. Art. 24: “Compete à União, aos
Concorrentes
Estados e ao Distrito Federal legislar
Entre União, Estados e DF; concorrentemente sobre: (...)”
5
DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado
Política de autocontenção
STF tem privilegiado os Estados em relação à União.
Aula
Federalismo Dualista
Uma esfera da federação tem competências enumeradas (rol taxativo) e outra
residuais (sentido generoso: todo o resto do que não está enumerado).
Estados Unidos
Ex: colégios eleitorais estaduais que optam por critérios diferentes (ex: winner takes
all); Códigos penais e eleitorais diferentes.
Os estados lidam com Competências residuais enquanto a União controla um rol
taxativo.
Governo Central/ Federal pode gerir competência finalística explicitada, enquanto os
estados podem gerir uma competência instrumentalista implícita para execução.
Conviver harmonicamente. Fraternidade federativa. No limite do desentendimento
recíproco, a federação se degenera. Principalmente para a tributação. Um ente não
pode tributar o outro. (imunidade recíproca, como chamamos no direito bras.).
Um ente federado não pode tributar nem isentar de tributos outro ente.
Federação formada de baixo para cima. Agregação.
Canadá
A União tem poder residual e os estados competências enumeradas.
Brasil
Capitanias hereditárias: política em nível municipal (latente);
Império unitário: política municipal não fazia mais sentido. Reforma Constitucional -
Ato Adicional de 1834 que dotou o país de províncias com assembleias legislativas
(escapava à lógica do império). 1890 teve interpretação desse ato que refutou.
Federação brasileira formada de cima para baixo. Segregação. Estado resolveu se
dividir. Governo central mais forte e governos estaduais mais fracos;
1891: adotou modelo semelhante ao americano: dual;
1934: elaborada com perspectivas alemãs (Constituição de Weimar) com direitos
sociais. Federalismo cooperativo. Mecânica federativa. Poderes da União, dos estados e
um rol de competências de cada um, além de um rol de competências comungado entre
6
DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado
Competências materiais
Fazer alguma coisa. Tarefa concreta. Preservar o meio ambiente. Prestar saúde.
CF, Art. 21 da União.
Dos estados (1 só): prestar serviço de gás canalizado.
Dos municípios (art. 25)
Competências legislativa
Legislar sobre alguma coisa.
CF, Art. 22 da União. A maioria dos códigos.
Esse artigo tem 4 normas gerais (2 gerais e 2 diretrizes - inc. IX, XXI, XXIV e XXVII). Se
elas são privativas da União porque estão no 22 e não no 24? Porque são sensíveis
(proíbe legislar supletivamente). Interpretação sistemática.
Dos estados (1 só): legislar sobre gás canalizado.
Dos municípios: (art. 30): destaque tradicional/ principal competência: Art. 30, inc. I
(peculiar interesse/ interesse local). Balieiro antecipou isso. Ex: horário de comércio
local (salvo horário bancário em razão da compensação bancária que é nacional se não
7
DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado
é impossível criar simetria). Sobre bancos ainda: municípios podem impor instalação
de portas ou impossibilidade de usar celular no local.
Competências comungadas
Material
art 23. Cuidado com meio ambiente. Cumulativo.
Legislativa
art. 24. Comportam-se de maneira não cumulativa. Competências concorrentes. Norma
geral. Aliomar Baleeiro. Norma geral é nacional e não federal.
Lei nacional tem hierarquia. Lei federal não tem hierarquia.
Se a União não legislar os estados podem legislar de maneira plena (§ 3º). Se ela
eventualmente legislar , suspende a eficácia das parte incompatíveis (§ 4º).
Interpretação sistemática do art. 30, inc. II, municípios podem legislar (eles não
constam no caput do 24).
Quando falta moldura, os estados suplementam. Quando tem moldura os estados
complementam.
Liberdade
Necessidades essenciais: liberdade e igualdade.
Liberdade natural x liberdade social.
Princípio majoritário: se nem todos os indivíduos são livres, pelo menos o seu maior
número o é, o que vale dizer que há necessidade de uma ordem social que contrarie o
menor número deles.
A liberdade do indivíduo, a qual, em última análise, se revela irrealizável, acaba por
ficar em segundo plano, enquanto a liberdade da coletividade passa a ocupar o
primeiro lugar.
8
DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado
O povo
Realidade x ideologia. Ideologia à luz da realidade que a sustenta ou realidade à luz da
ideologia que a domina.
Democracia: forma de Estado na qual há identidade entre governantes e governados.
Povo, para os sociólogos, é uma multiplicidade de grupos distintos, não massa coerente
de um único e mesmo estado de aglomeração.
Unidade apenas em sentido normativo. Submissão de todos os membros à mesma
ordem jurídica estatal constituída.
Ficção de aceitação universal.
A ordem do Estado abrange apenas manifestações determinadas da vida do indivíduo,
atos individuais determinados pela ordem jurídica (protegidos e ordenados).
Povo no sentido ativo: participação política, titulares de direitos políticos, participantes
do poder.
Partidos políticos: órgãos de formação da vontade do Estado. Racionalização do poder.
Representam interesses de grupos de indivíduos, têm como base, portanto, o egoísmo.
O Estado representa o interesse comum, acima dos interesses dos grupos.
Interesses e convicções x interesse material.
interesse de um grupo dominante - tentar justificar a realidade com motivos políticos.
Ilusão de metapolítica: ser orgânico x Estado de partidos.
Oposição de interesses tende À conciliação para prevalecer a vontade geral.
A evolução democrática faz com que os indivíduos se agrupem em partidos
desencadeando forças sociais denominadas, de alguma maneira, de povo.
Democratizar a vontade geral na esfera dos partidos. Aumentar autonomia
democrática de debate.
A democracia do Estado moderno é a democracia indireta, parlamentar, em que a
vontade geral diretiva só é formada por uma maioria de eleitos pela maioria dos
titulares dos direitos políticos (liberdade).
9
DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado
O Parlamento
Potencial para emancipar completamente a classe burguesa mediante a supressão dos
privilégios; reconhecer a igualdade dos direitos políticos do proletariado e, com isso,
emancipar moral e economicamente essa classe diante da classe capitalista.
Só sustenta a democracia se for capaz de resolver as questões sociais de seu tempo.
É a formação da vontade diretiva do Estado através de um órgão colegial eleito pelo
povo com base no sufrágio universal e igualitário, vale dizer democrático, segundo o
princípio da maioria.
Autonomia democrática. Liberdade política.
Parlamentarismo é liberdade combinada com o princípio majoritário e com a
representação da formação indireta da vontade. Apresenta-se, então, como uma
conciliação entre a exigência democrática de liberdade e o princípio da distribuição de
trabalho.
O parlamento é, juridicamente, independente do povo. Isso anula a ficção de que o
representa.
O princípio da maioria
Impedir o domínio de classe
Aula
Federalismo é o cerne da democracia.
Governo responsivo (responsividade): governo que reflita o povo. Objetivo do
mecanismo representativo.
Cada cidadão é livre porque participa ou na medida em que vem a participar da
formação da vontade do Estado. Estado democrático.
Eu sou livre porque tive participação na lei posta.
Governo do povo, pelo povo e para o povo.
Liberais clássicos desconfiam da democracia antiga/ direta. Ex: Montesquieu. Eles não
reconheciam a democracia indireta. Alternativa: o que chamamos de democracia
representativa atualmente. Evolução das instituições que resultam na democracia
representativa, mas diferente (ex: Montesquieu: voto censitário). Tocqueville não tinha
medo da democracia, já via a forma de representativa clara, só não reconhecia a
estrutura que ainda não existia.
É preciso que o povo, por intermédio dos seus representantes, faça tudo que precisa
fazer por si mesmo. Montesquieu.
10
DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado
Raízes Históricas
“A ideia da distribuição do poder está essencialmente unida à teoria e à prática da
representação, assim como a técnica governamental que se baseia nela.”. Levinstein.
Teoria mais moderna para Levinstein, houve incorporação de técnicas representativas
de ordem religiosa. Século XIV.
Antes representantes eram como procuradores (podem fazer determinada coisa).
Depois, passou a ter representação por classe. Distribuição do poder entre os detentores
(limitação é o cerne da representação).
Manoel Gonçalves Ferreira Filho, Princípios fundamentais do D. Const.: representação
expressão. A partir do séc XII os monarcas europeus passaram a convocar com
frequência os seus principais vassalos, como nem sempre podiam fazer ou não
convinha, mandavam procuradores ou mandatários. As convocações passaram a
atingir os burgos posteriormente. Estilo de mandato do direito privado.
Séc XIII. Magna Carta, João sem terra teve que engolir os seus vassalos (12e alguma
coisa).
● 1215: João sem terra foi obrigado a outorgar a Magna Carta aos seus barões. Se
ele quisesse tributos novos ou aumentar ele deveria pedir permissão ao conselho
formado pelos altos mandatários nobres eclesiásticos (magno concilio). Barões
impuseram três coisas, se quiser: (i) contrair despesa, (ii) participar da guerra, e
(iii) majorar tributos; tem que falar com os barões. Essa foi a origem dos
parlamentos. Origem da câmara alta.
● 1265: Feudatário Simon de Belfort foi muito forte a ponto de capturar o rei da
Inglaterra (Henrique III). Houve convocação do parlamento (barões) contra a
vontade do rei, além do parlamento, dois cavaleiros de cada condado e dois
burgueses de cada cidade. Nessa convocação de comuns estaria o embrião da
câmara baixa/ dos comuns. Quando esses representantes chegaram no castelo,
os sangues azuis (nobres) já tinham ocupado e eles precisaram se instalar no
jardim (verdes).
● 1295: Rei Eduardo I (coração valente). A luta do rei com wallace (escoces) fez com
que ele fosse obrigado a consolidar mecanismo de representação dos pequenos
cavaleiros e dos representantes dos burgos, o qual normalizou o sistema distrital
inglês.
Atualmente, Senado é azul e câmara dos deputados é verde.
Brasil conheceu bicameralismo no república velha? São Paulo teve senado já.
Magna Carta não é constituição porque não foi feita para o conjunto do povo, mas sim
para barões. Mais recentemente ela alterou o foco.
11
DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado
Tipos de democracia
Cética de Kelsen
Dogmática - voto censitário, sem contraditório
Crítica: alguns valores que orientam (mínimos consensuais que orientam o debate) a
partir do diálogo.
CF. Art. 14. § 3º “São condições de elegibilidade, na forma da lei: (...) V - a filiação
partidária;”.
Os partidos políticos têm relevância que transcende o momento eleitoral, funcionando
como instrumentos de formação da cidadania. Foi-lhes conferida legitimação ativa
para impetração de mandado de segurança coletivo (art. 5º, LXX, a) e propositura de
ação direta declaratória de inconstitucionalidade (art. 103, VIII).
Pluralismo político é um dos fundamentos da república federativa brasileira (art. 1º,
inc. V).
CF. Art. 17. “É livre a criação, fusão, incorporação e
extinção de partidos políticos, resguardados a
soberania nacional, o regime democrático, o
pluripartidarismo, os direitos fundamentais da
12
DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado
13
DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado
Aula
Análise histórica - Antecedentes
Séc XVII: fato novo e distinto que terá relevância constitucional: Partidos políticos.
Gênese: partidos toris e whig, ambos monárquicos. Ambos os partidos se uniram com a
revolução gloriosa com medo de devolver a Inglaterra ao catolicismo. Orange assume e
começa parlamentarismo. Não tinha programa de governo ou ideologia. Apenas
identificação. Facção desagrega e partidos agregam na sociedade.
14
DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado
Estados Unidos
SÉC xix: Terras baratas no oeste, americanos humildes vão e para cumprir o senso
ingressam na política.
Bill of Rights (10 primeiras emendas) tornaram possíveis os partidos e a necessidade de
uma competição efetiva os tornou inevitáveis e a habilidade de representar os cidadãos
tornou-os desejáveis. Competitividade faz reconhecer democracia.
Busca pela República mais democrática. Partido republicano de thomas jefferson
tornou-se atual partido democrata.
A essência da democracia são os direitos fundamentais.
A evolução do parlamentarismo para o presidencialismo decorre do papel essencial dos
partidos. O rei tinha sempre um ministro preferido e passou a escolhê-lo na pessoa do
líder majoritário do parlamento. A conexão dessa escolha com uma eleição de grande
porte mostra a ligação entre modelo de governo e partidos políticos.
Primeira a ter direitos sociais: mexicana de 1917.
15
DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado
3. Fidelidade partidária: originada no regime militar (final dos anos 70) porque
Arena começou a perder do NDB, demonstrando perda de apoio, como
instrumento autoritário. Na constituinte de 87 a conclusão foi de que não
haveria, pois foi considerada autoritária. Em uma interpretação histórica, o
Supremo decidiu por afastá-la mesmo. Mas 18 anos depois, com três mandados
de segurança, o supremo afirmou que deveria existir fidelidade partidária. Ela
garante o mínimo de coerência em respeito ao voto do eleitor. Levi: acha que o
Congresso devia estabelecê-la e não o judiciário;
4. Ação direta do financiamento 4650, Luiz Fux.
Cláusula de barreira: quando não atinge número mínimo de votos, não tem direito a
acessar o parlamento.
“Os grandes partidos subvertem a sociedade, os pequenos agitam-na; uns a dilaceram,
outros a depravam; os primeiros às vezes a salvam abalando-a, os segundos sempre a
perturbam sem proveito” Tocqueville.
O estatuto dos partidos ganha significado na democracia.
Jean Bodin acha que o monarca deve John Locke. Bipartição dos poderes.
garantir liberdade civis. Súdito não está Segundo tratado de direito civil. Três
autorizado jamais a atentar contra seu funções: federativo (segurança e
príncipe soberano. Tirano é um mal, interesse público), executivo (executa
mas deve ser tolerado para que não seja leis domésticas da sociedade dentro
instalada a desordem. Prefere dela própria) e legislativo (legislar). Os
autoridade à desordem. Contexto de dois primeiros se vinculam. Três
guerras religiosas. Semelhante a funções em duas esferas de poder. Rei
Hobbes. com executivo e federativo e parlamento
com legislativo (inicialmente). Executivo
Hobbes. Leviatã. Comando soberano é a
clássico. Concentração de poder no rei
lei independente do conteúdo. Evitar
para solucionar problemas mais
guerra de todos contra todos. Tirano
rapidamente.
deve ser respeitado ainda assim.
Rei medieval só interferia excepcionalmente. O que valia para o dia a dia era o iuri
dictio ?
Marco: fevereiro de 1689. Orange implementou bill of rights.
16
DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado
1701. rei inglês perde o poder de julgar pelo parlamento. A partir daí o judiciário passa a
convergir com o parlamento. Independente do rei, mas ainda House of Lords. Inglaterra
só ganhou suprema côrte própria em 2008/2009. Tribunal constitucional detém o
controle de constitucionalidade sozinho.
Tripartidarismo
Montesquieu
Limitação do absolutismo. The pouvoir arrête le pouvoir. Montesquieu não cita
separação de poderes. Freios e contrapesos.
Liberais clássicos desconfiam da democracia direta. Descreve nossa atual democracia
representativa, mas não nomeou ainda.
Nem todas as pessoas estão aptas a ter tempo de discutir os negócios públicos, mas
todas elas podem escolher entre seus vizinhos quem está apto.
Defende voto distrital.
Narrativa do presidencialismo clássico.
Neutralização de poderes
Judiciário se neutraliza pelo modo que é estruturado e pelo modo que ele decide. Juiz é a
boca da lei.
Executivo e legislativo se neutralizam entre si.
Câmara de burgueses e câmera de nobres para que ninguém se engula.
No federalismo, a segunda casa serve para contrapeso de poder.
Iguais faculdades de instituir e de impedir, deve haver consenso para haver decisão.
Rei tinha que aprovar também.
Poderes entrelaçados que comungam faculdades.
17
DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado
Benjamin Constant
Foi ele quem teorizou o arranjo institucional de quatro poderes. Antes de ter
constituição escrita sobre assunto. Faz receita a partir de observação da realidade
inglesa.
Rei tem poder neutro e seus ministros poder ativo. Os poderes devem cooperar, cada um
por sua parte, em movimento geral. Quando esses poderes colidem, é necessária uma
força que os coloque em seus lugares.
Rei ta acima dos partidos como figura neutra. A parlamentarização torna o estado, um
estado de partidos.
Constituição brasileira de 1924 previa quatro poderes, art. 10. Legislativo, executivo,
moderador e judicial. Primeiro império, na prática, tinha três poderes. D. Pedro I ficou
no moderador e executivo. D Pedro II exerceu apenas o moderador.
Variações do Parlamentarismo
● Chefe de Estado é só chefe de Estado e o chefe de governo governa
exclusivamente. Ex: Espanha e Inglaterra, com rei, e Alemanha e Itália, com
presidente eleito de maneira indireta;
● Francês: presidente eleito de maneira direta, o qual tem mais força que o 1º
ministro. Coabitação. Presidente de um partido e ministro de outro. Mandatos de
presidencia muito longos (7 anos) e o presidente acabava perdendo força, mesmo
tendo prerrogativa de poder;
● Portugal: presidente eleito de forma direta sem prerrogativas de poder, parecido
com alemanha e itália.
18
DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado
Origem histórica
O privilégio parlamentar tem suas raízes remotas na Inglaterra, em 1397, quando um
Rei inglês Carlos II condenou à morte um proponente de redução de despesas da casa
real. Ele foi encarcerado mas não foi executado por decisão de arcebispo.
19
DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado
Conceito
A imunidade material é uma espécie de liberdade de expressão ampliada em favor do
parlamentar, para que possa discutir de maneira ampla, todo e qualquer assunto seja
discutido, no interesse do povo.
Imunidade material pois recai no conteúdo das palavras, opiniões e votos dos
parlamentares. De modo que eles se manifestem no melhor modo a representar o povo
soberano.
Brasil
CF 1824. Art. 26. “Os Membros de cada uma das Câmaras são invioláveis pelas opiniões,
que proferirem no exercício das suas funcções.”.
Desde o começo, a inviolabilidade no direito brasileiro é funcional. Se um parlamentar
se envolve em vias de fato com outro parlamentar, mata outro parlamentar, comete um
crime no trânsito… nesses casos não incide a inviolabilidade.
20
DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado
opinião, mas, logo em seguida, foi fechado o Congresso, decretado o AI5 e promulgada a
Emenda Constitucional nº 1.
Emenda 35 e Jurisprudência
Vereador só tem inviolabilidade no município, ainda que no interesse do mandato, tem
limitação espacial.
Imunidade formal
Relacionada a coisas que complementam a imunidade material. Por exemplo, não
poder ser preso/ processado. Não existem na Inglaterra atualmente.
CF 1824. Art. 27. “Nenhum Senador, ou Deputado, durante a sua deputação, póde ser
preso por Autoridade alguma, salvo por ordem da sua respectiva Câmara, menos em
flagrante delicto de pena capital.”.
As imunidades formais são os parágrafos do art. 53.
Nós estamos a caminhar para a interpretação mais restrita das imunidades.
§ 1º - O foro só tem uma instância. É ônus de ser parlamentar. Se dá a partir da
expedição do diploma.
§ 2º - A imunidade se aplica em juízo cautelar. Quando transitou em julgado a sentença
e não cabe mais recurso, os parlamentares podem ser presos.
Se o parlamentar é preso durante o mandato, em princípio, ele não perde o mandato,
mesmo perdendo direitos políticos (art. 15, inc. III; art. 55, incs. IV e VI). Mas os § § 2º e
3º, bem como o inc. VI, por lei específica, declaram que a Casa pode deliberar se o
mandato será cassado (maioria absoluta) ou não, como as casas são responsivas,
costumam cassá-lo.
§ 4º - nunca ocorreu.
§ 6º - sigilo da profissão.
21
DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado
O que tem em comum as sete espécies do artigo 59? O critério, segundo Kelsen, é que
todas elas são atos normativos primários, isto é, encontram fundamento de validade
diretamente na Constituição.
22
DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado
Leis ordinárias
Fases do processo legislativo
23
DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado
Fase introdutória
Ela tem uma etapa, a iniciativa. A iniciativa é o ato que deflagra o processo legislativo.
Para Tocqueville, a iniciativa é um mecanismo/filtro para decantar/disciplinar
sugestão de direito novo, pois isso alteraria o direito e banalizaria a alteração jurídica.
Quem pode propor?
1. Um deputado e um senador (ou seu conjunto como comissão);
2. Presidente da República, pois tem iniciativa ampla;
3. O povo, com assinatura de uma porcentagem lá do eleitorado (ele falou o artigo e
lei mas não lembro);
4. Tribunais; e
5. PGR.
Na câmara dos deputados existe comissão de legislação participativa que recebe
projeto de lei de iniciativa popular. Se eles avaliam positivamente, eles subscrevem,
para evitar a burocracia.
Fase constitutiva
Dinamicidade da tramitação do projeto de lei.
24
DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado
Tramitação padrão
Sub Fase instrutória. Começa a tramitar pelas comissões (micro cosmos do
plenário - estruturas parlamentar com restrições temáticas com formação ou
conhecimento na matéria). A comissão universal é a CCJ (tem uma na câmara e uma no
senado). O projeto tramita na CCJ e nas demais comissões em que seja pertinente
tematicamente. Discussão, deliberação e votação.
A maioria absoluta é o padrão e leva em consideração todos os parlamentares
presentes, sendo o primeiro número inteiro acima da metade.
Bicameralismo tende à agilidade. Prevalência da casa iniciadora.
Segunda fase - Presidente da República - sanção e/ou veto.
Fase complementar
Recai sobre algo que já é lei. Mas esta carece de alguma coisa.
Promulgação
Em termos teóricos é atestado de que o processo legislativo ocorreu em conformidade
com os preceitos legais.
Documento à parte do autógrafo, normalmente, firmada simultaneamente à sanção,
retratando se houve veto. Esse documento que é publicado do diário.
Publicação
A sanção resolve a existência da lei, mas não significa que ela seja vigente. Ela só pode
ser exigida pelos cidadãos se for publicada. Condição para ser vigente. Diário oficial. Se
não publicada, entra em vigor em 45 dias.
25
DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado
Como processa o veto. O presidente envia as razões do veto ao congresso e este tem 30
dias para delegar entre eles (o recebimento se dá na leitura no plenário). Se não for
delegado dentro do prazo, o veto é trancado. Geralmente o congresso só lê o veto
quando já tem uma decisão prévia. Os vetos devem ser lidos em ordem.
26
DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado
Medida provisória
Vinte anos da Constituição brasileira de 1988
O texto busca avaliar a Constituição a partir do critério de efetividade em limitar o
poder.
Afirmava Montesquieu que “a experiência eterna mostra que todo homem que tem
poder é tentado a abusar dele; vai até onde encontra limites”, e, ainda, que “Para que
não se possa abusar do poder é preciso que, pela disposição das coisas, o poder freie o
poder.”.
Processo de redemocratização
1. “A Constituição de 1988 consolidou a transição de um regime autoritário para
um regime democrático. Houve, nisso, uma verdadeira revolução de transição,
na medida em que se deu de modo ordeiro, dentro das próprias instituições
políticas existentes”;
2. Primeira eleição direta após hiato de quase três décadas;
3. “A Constituição sobreviveu a uma crise política muito grave já em seus primeiros
anos. Mais do que isso: ela mesma resolveu a crise, segundo as regras que ela
própria prescrevia”;
4. “proporcionou a eleição e a reeleição de um Presidente da República que levou a
efeito importantes reformas políticas, econômicas e sociais” e “o Supremo
Tribunal fez valer as limitações materiais ao poder de reforma constitucional,
sem nenhuma resistência de outro poder constituído”; e
5. Tornou possível a eleição de um presidente de oposição. Troca de elites.
27
DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado
28
DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado
Emenda nº 32
Tratou de limitar medidas provisórias, aproximando-se das orientações dadas aos
decretos-leis de 1967. Assim:
1. definiu, com clareza, matérias vedadas à medida provisória;
2. vedou a reedição de medida provisória não convertida em lei no prazo – mais
realista – de sessenta dias, prorrogável uma única vez por igual período;
3. tutelou de modo adequado – ou seja, em favor da segurança jurídica – as relações
jurídicas decorrentes de medida provisória rejeitada ou caduca por decurso de
prazo: as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados
durante a vigência da medida provisória conservar-se-ão por ela regidas, salvo
se acaso o Congresso Nacional vier a dispor de modo diverso por meio de decreto
legislativo editado em até sessenta dias após a rejeição ou perda de eficácia de
medida;
4. Na Ação Direta de Inconstitucionalidade no 3.964-4/DF, Relator o Ministro Carlos
Britto, julgada em 12 de dezembro de 2007, o Supremo Tribunal Federal
suspendeu a eficácia de medida provisória que reeditara outra, revogada dias
antes, tudo na mesma sessão legislativa. A Corte reconheceu, no caso, ofensa ao
art. 62, § 10, da Constituição; e
CF. Art. 62. § 10. “É vedada a reedição, na mesma
sessão legislativa, de medida provisória que tenha
sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por
decurso de prazo”.
29
DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado
Formatação Europeia
Existem jurisdições que não necessariamente convergem para um órgão comum de
cúpula. Comum existir Jurisdição/ Tribunal Constitucional, a qual é uma
jurisdição/órgão/poder distinto. Apenas o Tribunal Constitucional tem controle de
constitucionalidade.
Modelo de Kelsen. Tornou-se comum no pós segunda guerra mundial (Áustria primeira
em 1920) e teve uma segunda onda quando caiu o muro de Berlim (inclusive Prússia).
30
DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado
Modelo brasileiro
Existe no Brasil uma justiça comum, qual julga causas em geral. A justiça comum básica
é o juiz de direito, qual tem competência ampla. Sujeito concursado de magistratura
estadual. Ir até ele é recorrer ao art. 5º, inc. XXXV (a lei não excluirá da apreciação do
Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;).
A revisão do juízo formado pelo juiz de direito se dá pelo art. 5º, inc. LV (aos litigantes,
em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o
contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;). Juiz é ser
humano e, consequentemente, erra, por isso existe a segunda instância.
Juiz de primeira instância costuma entrar em comarcas pequena, em uma espécie de
clínica geral. Conforme avança na carreira, avança nas cidades. ⅘ do TJ é reservado a
magistrados de carreira. O quinto Constitucional é reservado para membros oriundos
da advocacia do ministério público.
A Justiça comum também tem o ramo da justiça federal, a especificidade que a separa
dos TJs é o interesse da União. Na grande parte dos casos significa a União como parte
autora ou ré dos casos. Juiz federal tem dois níveis, o substituto e o titular. A vara
federal envolve esses dois juízos. São como dois juízos em uma única vara. Se ocorre
ausência de um dos dois juízes, o outro tem jurisdição plena. Aqui também tem o quinto
constitucional.
STJ é formado, constitucionalmente, por, no mínimo, 33 membros (devia ser mais, e é
utilizado para uniformizar o entendimento. 3 terços constitucionais: XI membros de
Tribunal de Justiça, XI membros de TRFs e XI membros oriundos do MP e da advocacia.
31
DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado
Justiças especializadas
Justiça militar
STM tem dignidade de tribunal superior, mas é a segunda instância da justiça militar
da União.
Juiz de direito da Emenda 45. Segunda instância estadual militar (existe em três
estados brasileiros - TJM). Regra Constitucional que fala que onde houver polícia
militar com efetivo superior a 20 mil membros é dado ao estado permitir instalar o
tribunal de justiça militar. Quando não tem 2a instância estadual o TJ age.
Julgar com conhecimento de causa situações próprias de disciplina e hierarquia das
forças armadas.
Instância extraordinária
Não fazem parte de acesso à justiça. Se trata de recorrer por decisão fundamentada em
lei federal (STF é relacionado com matéria Constitucional).
Existem dois tipos de recurso extraordinário, o especial para o STJ (questão legal), e
extraordinário stricto sensu para o STF (questão constitucional). Se a decisão cabe
simultaneamente aos dois, é julgada paralelamente nos dois.
32
DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado
33
DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado
Modelo americano
Difuso e incidental.
O objeto do julgamento são casos concretos. Assim repercute apenas para as partes.
Inconstitucionalidade opera no plano da existência . Nulidade. Lei deixa de ser aplicada
desde a sua concepção, como se nunca tivesse existido. Efeito ex tunc. Retroativo.
34
DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado
Brasil
Adotou, em 1808, o controle de constitucionalidade, criando o STF.
CF 1824. Art. 176. “Admitida a discussão, e vencida a necessidade da reforma do artigo constitucional, se
expedirá lei, que será sancionada, e promulgada pelo Imperador em forma ordinária; e na qual se
ordenará aos eleitores dos deputados para a seguinte legislatura que nas procurações lhes confiram
especial faculdade para a pretendida alteração, ou reforma”.
CF 1824. Art. 177. “Na seguinte legislatura, e na primeira sessão, será a matéria proposta, e discutida, e o
que se vencer prevalecerá para a mudança, ou adição, à lei fundamental; e juntando-se à Constituição,
será solenemente promulgada”.
Assim, há um órgão que faz a lei e um órgão que a desfaz (legislador negativo).
As leis que autorizam a modulação no tempo são as n. 9.868 e 9.882, ambas de 1999.
Quando a suprema corte decide sobre o caso concreto, faz com que os juízes sigam as
recomendações dessas decisões. Stare decisis - as coisas que estão decididas não devem
ser alteradas.
O modelo brasielrio copia o modelo americano, mas não tinha o stare decisis. Com a
evolução, tenta-se criar mecanismos com o mesmo efeito, ex: súmula vinculante.
Quando o STF decide que uma lei inconstitucional no controle difuso, tipicamente no
recurso extraordinário, deve comunicar essa decisão ao senado para avaliar a hipótese
de suspender a execução da lei declarada inconstitucional(faculdade do senado). Se a
decisão for de constitucionalidade, não precisa comunicar o senado.
Modelo misto entre americano e europeu? Não. O modelo nacional é difuso porque todo
juiz pode declarar uma lei inconstitucional e o STF não tem monopólio da
inconstitucionalidade. Entretanto, ADIs e ADCs levadas ao Supremo só podem ser
requeridas por algumas autoridades específicas.
A CF de 1988 ampliou a legitimação ativa, isto é, quem pode apresentar ação direta de
inconstitucionalidade (presidente,partido político com representação do Congresso…).
O STF não exige da OAB, do presidente, do PGR a “pertinência temática”, como se exige
de confederação sindical e entidades de classe de âmbito nacional, governador,
assembléia legislativas, por exemplo.
CF elege um curador (AGU) para defender a constitucionalidade da lei, defender a
presunção de constitucionalidade das leis.
Similaridade com o modelo americano: qualquer juiz pode declarar
inconstitucionalidade.
Similaridade com o modelo europeu: ações diretas ao STF.
35
DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado
36
DES 0224 - Direito Constitucional II: Constituição do Estado
A propósito, para Elival da Silva Ramos, “por ativismo judicial deve-se entender o
exercício da função jurisdicional para além dos limites impostos pelo próprio
ordenamento que incumbe, institucionalmente, ao Poder Judiciário fazer atuar,
resolvendo litígios de feições subjetivas (conflitos de interesse) e controvérsias jurídicas
de natureza objetiva (conflitos normativos)” (RAMOS, 2010, p. 129).
Nesse contexto, parece claro que uma Corte de cúpula decidir conflitos (subjetivos e
objetivos) é uma circunstância (natural); por outro lado, pretender ter, disputar ou, até
mesmo, assumir protagonismo político na formulação de políticas públicas, inclusive
para muito além de uma função moderadora ou arbitral, é outra circunstância
bastante diferente.
A exposição da TV Justiça, que torna muito familiares à opinião pública brasileira os
membros da Corte, faz escapar que boa parte das causas migrou para um Plenário
virtual.
No Plenário tradicional, a exposição parece fazer aumentar a tendência de Votos cada
vez mais longos e menos convergentes, chegando-se a situações em que é difícil saber
em que sentido decidiu a Corte.
A colegialidade da Corte também não tem sido uma tônica da prática. Muitas causas
são decididas – e ficam decididas – monocraticamente, inclusive em Ações Diretas com
efetiva declaração de inconstitucionalidade (juízo que é privativo da maioria absoluta
dos membros da Corte). na prática, significa juízo (monocrático) do Relator acerca da
pouca importância da ação direta.
José Manuel Moreira Cardoso da Costa, afirmou que Cortes Supremas e Tribunais
Constitucionais “devem ser integrados por pessoas de diferentes sensibilidades”.
Portanto, devem ter membros que sejam oriundos da Academia, da Magistratura, do
Ministério Público, da Advocacia etc.
Quaisquer modelos sempre estarão sujeitos às contingências próprias às imperfeições
humanas, seja em relação a quem indica, seja em relação a quem aprova, seja em
relação a quem é escolhido.
Aqui, cabe uma cogitação principal, sem prejuízo do atual modelo de composição da
Corte: aumentar a maioria senatorial de aprovação do indicado. Hoje, apenas maioria
absoluta, o que permite ao Governo, com certa facilidade, fazer valer a indicação do
nome que apresenta
A modificação de competências não parece opção muito crível.
37