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PORTUGAL: A DITADURA

SALAZARISTA

A consolidação do Estado Novo

Nos anos que se seguiram ao fim da 1ª Guerra Mundial, Portugal enfrentou, à


semelhança de outros países europeus, uma situação de défice financeiro com graves
consequências sociais. A instabilidade política da 1ª República acentuou o
descontentamento da população e criou as condições para um movimento revolucionário de
direita.

Assim, em 1926 caía a 1ª República e instala-se no país uma ditadura militar. Em 1928, o
general Óscar Carmona, que fora eleito Presidente da República, convidou António de
Oliveira Salazar para ministro das Finanças. Com um caráter forte e através de uma política
de grande contenção das despesas públicas, Salazar resolveu em poucos anos a situaç
ão de défice financeiro.

Em julho de 1931, Oliveira Salazar assumiu a presidência do conselho de ministros, cargo


que viria a desempenhar até 1968. A criação de um regime autoritário, a elaboração de uma
Constituição e a instauração de uma forte política de exploração ultramarina faziam parte
dos seus projetos.

Em março de 1933, foi aprovada uma nova Constituição e com ela nasceu oficialmente o
Estado Novo. Esta designação foi adotada por considerar que este documento vinha marcar
o início de um período histórico diferente daquele que existira na 1ª República. Este texto
constitucional, embora continuasse a reconhecer os direitos e as liberdades dos cidadãos- o
que de facto não aconteceu-, reforçava claramente os poderes do chefe do governo ao
mesmo tempo que diminuía os poderes do Parlamento. E embora o poder executivo
pertencesse ao Presidente da República, a verdade é que Salazar, ao exercer os seus
poderes de uma forma autoritária, sobrepunha-se ao poder do chefe de Estado.

O Estado Novo foi um regime político autoritário e repressivo cujo funcionamento


dependia de órgãos como:
● A polícia política
● A censura
● A propaganda

Os princípios do Estado Novo


Agindo em concordância com os ideais autoritários, o regime salazarista pretendia
estabelecer uma rutura com as sociedades liberais e socialistas, da mesma forma que
defendia a inevitável intervenção do Estado nos assuntos económicos e sociais. Para além
destes princípios, o regime em marcha os seguintes:

● Defesa da difusão de valores como “Deus, Pátria e Família”;


● Formar uma sociedade obediente;
● Criação de organismos paramilitares e juvenis como a Legião Portuguesa e a
Mocidade Portuguesa;
● Controlo rigoroso dos programas que eram lecionados nas escolas;
● Proibição de partidos políticos;
● Manutenção da censura e da polícia política;
● Corporativismo- criação de diversas corporações, que funcionam com o objetivo de
encontrar um equilíbrio entre os interesses dos trabalhadores e dos patrões. Nesta
lógica, foram proibidas as greves e limitado o direito de associação, tendo sido
encerrados muitos sindicatos.
● Colonialismo

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