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Em 1926, uma revolta militar pôs fim à 1.ª República e instaurou a Ditadura Militar (1926-1933). Em 1928, Óscar Carmona foi eleito
Presidente da República. Face à grave situação económica e ao clima de instabilidade que o país atravessava, Carmona convidou
António de Oliveira Salazar, professor da Universidade de Coimbra, para ministro das Finanças.
Em 1932, devido à sua crescente popularidade, Salazar foi nomeado Chefe do Governo,
tornando-se Presidente do Conselho de Ministros 1 , cargo que iria ocupar durante quase
quarenta anos (entre 1932 e 1968).
A Constituição de 1933
Após chegar ao poder como Chefe de Governo, Salazar preparou uma nova Constituição, que
foi aprovada em 1933, por plebiscito2, isto é, através do voto dos eleitores. A Constituição de
1933 marca o início do Estado Novo3.
conservador, cuja figura central foi António de Oliveira Salazar. Com esta designação, Salazar e os seus seguidores pretendiam dizer que se iniciava
uma nova fase política do País, oposta àquilo a que chamavam a “República Velha” (a 1.ª República).
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▪ Eleições diretas para os cargos de Presidente da República e deputados à Assembleia Nacional.
Foi tão grande a influência de Salazar, que o regime então criado ficou conhecido pelo nome de salazarismo. O salazarismo foi um
regime conservador e autoritário, antiparlamentar e corporativo, de tipo fascista, com muitas semelhanças ao regime italiano.
Culto do chefe
Através de uma forte propaganda, Salazar procurou transmitir a imagem de “Salvador da Nação”, de guia incontestável.
Nacionalismo
Exaltação do passado histórico português, de forma a manter a nação unida com base num
passado brilhante da Pátria (certas épocas e certas figuras do passado da História de Portugal
foram realçadas, tal como os Descobrimentos, D. Afonso Henriques ou Luís de Camões).
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Milhares de opositores, na sua maioria comunistas, foram presos (a maior parte das vezes sem julgamento) e sofreram penosas torturas.
Muitos outros tiveram de exilar-se, passando grande parte da sua vida no estrangeiro.
Foi ainda estabelecida a censura aos meios de comunicação (imprensa, rádio e todos os espetáculos,
mais tarde também à televisão): antes que algum artigo de jornal, espetáculo ou programa viesse a
público, tinham de ser aprovados pela Comissão de Censura, de forma a controlar o que era transmitido
à opinião pública e que pudesse ser prejudicial ao regime salazarista, à moral e aos bons costumes.
Através a polícia política e da censura, era negado o direito à liberdade de pensamento e de expressão,
o direito à reunião.
Partido único
Conservadorismo
Para defesa do regime e combate ao comunismo foi criada, em 1936, uma milícia
armada, a Legião Portuguesa. A juventude escolar entre os 7 e os 14 anos devia
obrigatoriamente pertencer à Mocidade Portuguesa, que tinha também um
carácter paramilitar e pretendia incutir nos jovens o espírito nacionalista e o
sentido de obediência ao Chefe. Tanto a Legião como a Mocidade inspiravam-se
em organizações do mesmo tipo existentes na Itália e na Alemanha.
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Corporativismo
O Estado Novo pretendeu que toda a vida económica e social do País se baseasse, como em Itália, em corporações 4 que abolissem
com a luta de classes. Em 1933 foi publicado o «Estatuto do Trabalho Nacional», que ficou os direitos e deveres dos trabalhadores
e definiu o papel do Estado como árbitro dos conflitos entre assalariados e patronato. Através deste e de outros diplomas foram criadas
as corporações, proibidas as greves e os lock-out e extinguidos os sindicatos livres, que foram substituídos pelos sindicatos
nacionais, controlados pelo Estado. As corporações abrangiam as atividades económicas, culturais e morais da Nação.
4Corporação = organismo que “unia” trabalhadores e patrões, sujeitando os seus interesses ao interesse nacional.
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Colonialismo
Para o regime salazarista, as colónias tinham grande importância, quer política, quer económica. Por um lado, engrandeciam o País e,
por outro, constituíam fontes de matérias-primas para a indústria e um grande mercado de escoamento de produtos. A posse de colónias
era, assim, algo mais do que uma questão de ideologia política – era uma forma do regime garantir a estabilidade da economia do país.
O Estado português considerava as colónias como parte integrante do território nacional, por isso, a administração destas era feita a
partir do governo central. Para tal existia o Ministério das Colónias, mais tarde chamado Ministério do Ultramar.
Em 1930 foi publicado o Ato Colonial, uma espécie de Constituição para os territórios do então chamado Império Colonial Português.
A partir deste documento, o regime salazarista defendia que a presença dos portugueses nas colónias tinha motivações de carácter
civilizacional. Justificava a colonização como o dever de levar a língua, a religião e a cultura aos povos “não civilizados”, servindo assim
o “interesse da Humanidade”.
D) A política económica
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Protecionismo e dirigismo = teorias económicas que defendem que o Estado deve controlar a economia, regular os preços e salários e proteger a
produção nacional através do aumento dos impostos sobre os produtos importados (que fazem aumentar o preço desses produtos, tornando-os menos
atrativos).
6 Taxas alfandegárias = impostos sobre os produtos importados.
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Como forma de criar infraestruturas e
absorver o desemprego, Salazar adotou
uma política de obras públicas (aumentou-
se e melhorou-se a rede de estradas, fez-se
obras nos portos marítimos, construíram-se
escolas, hospitais, tribunais cadeias, etc.).
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