Cursinho Alternativo - UEPA
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Disciplina: História Data: 24/06/23
ERA VARGAS (ESTADO NOVO)
COMPETÊNCIA
Nº 3 - Compreender a produção e o papel histórico das
instituições sociais, políticas e econômicas, associando-as aos
diferentes grupos,conflitos e movimentos sociais.
HABILIDADE
H15 - Avaliar criticamente conflitos culturais, sociais,
políticos, econômicos ou ambientais ao longo da história.
ESTADO NOVO
O Estado Novo constituiu-se em virtude políticas de
massa, a partir da Revolução de 1930, com a derrubada
da Oligarquia para a entrada de Getúlio Vargas no poder.
Durante os anos, foram estabelecidas medidas que
estruturam para a enfraqueceram politicamente as elites
oligárquicas dos Estados e sem os partidos políticos
nacionais, que levou a reformulação no Congresso
Nacional e o estabelecimento da Constituição de 1934,
onde garantiu direitos aos trabalhadores e garantias
sociais como: voto secreto, direito ao voto feminino,
instituição do salário mínimo,manutenção do STF, entre
outros.
Porém, devemos perceber que essasgarantias, são
mecanismos estratégicos que o Vargas utilizou para a
permanência no poder, utilizando os modelos dos
regimes totalitários da Europa para aplicação das
reformas políticas e sociais, inspirando no Nazismo
(Alemanha), Facismo (Italiano) e o Salazarismo
(Portugal), como forma consolidar politicamente e o
controle social da população através de um Estado forte
comandado pelo líder carismático. Importante ter em
mente, que a primeira fase do governo Vargas não foi
homogêneapoliticamente, nos anos 30 a 40. De acordo
com a historiadora Maria Capelato, propõe uma divisão de
dois níveis para entender a Era Vargas:
1) O Primeiro é considerado os anos indefinidos,pois
estavam sendo estabelecidos projetos de reformas e
mudanças, onde a sociedade se mobilizou nas
revoltas e manifestações. Ao mesmo tempo, o
governo estava em consolidação do regime,
estabelecido pelaRevolução de 30.
2) O segundo é a vigência do Estado Novo,
caracterizada pela implantação do regime dentro de
políticas e normas legais. Todavia, não é
homogêneo, pois, houveram mudanças internas e
externas no jogo político, levando a entrada do Brasil
na 2° Guerra Mundial ao lado dos aliados,
contradições no regime, apoio às massas, entre
outras.
PONTOS IMPORTANTES
1- Em 1932, foi criada a Ação Integralista Brasileira
(AIB), considerado o partido das massas, com culto
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à liderança política e ao domínio do Estado, moldes
antissemitas e fascistas. Se estabeleceram nas
classes médias e com os imigrantes.
2- A Aliança Nacional Liberal (ANL) foi criada pela
articulação dos tenentes opositores ao Governo,
onde tiveram no movimento Tenentista, dando
ênfase ao Luiz Carlos Prestes como figura política.
Onde defendiam a reforma agrária, aumento de
salários, garantias dos direitos e liberdades
individuais, incluindo areligiosa.
3- A Capoeira foi criminalizada pela Constituição de
1890. Na vigência do Estado novo em 1937, foi
reconhecida como esporte nacional, estabelecendo
organizações de desporto, levando a implantação da
Confederação Brasileira de Capoeira.
4- A Feijoada era considerada “comida de escravos” e
o Vargas a utilizou para promover como prato
nacional, carregando a representação da
mestiçagem e nacionalidade em torno dos
ingredientes. Saiba mais no QR CODE abaixo:
PLANO COHEN
O nome do documento foi escolhido pela cúpula
militar para referenciar a líder comunista Bela Cohen,onde
em 1919 governou a Hungria. Em junho de 1935, no jornal
O Globo, o Governo iniciou a primeiraprovocação contra a
ANL, mencionando o "plano subversivo" para a
implantação do regime soviético aconselhando para ser a
"duração muito rápida e violenta", assassinar pessoas nos
domicílios, entre outras.
De 1935 a 1937, foram mobilizados momentos de
embates contra os movimentos da ANL e a pessoa de Luiz
Carlos Prestes. Em setembro de 1937, foi divulgado um
documento orquestrado e divulgado pelo Vargas, com a
principal finalidade de aplicar o Estado Novo, onde o
Capitão Olímpio Filho e acúpula militar afirmava que era
um plano orquestrado pela Internacional Comunista que
judeus e comunistas iam incendiar o país e derrubar o
poder no Brasil.
Em meados de 1945, o General Góis Monteiro
revelou que o plano era falso, pois Olímpio Filho forjou a
documentação como uma simulação do golpede Estado
comunista, para justificar ao Congresso Nacional decretar
o estado de guerra, culminando no regime autoritário do
Estado Novo.
ATROCIDADE DE VARGAS
A figura de Vargas é marcante dentro da História do Bra-
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sil. Para alguns ele ficou conhecido como um dos maiores
homens públicos deste país. Até mesmo o causador de
diversas desgraças. Nesse sentido, vamos conhecer um
pouco da figura de Vargas enquanto ditador do Estado Novo
que buscou suprimir ao máximo a questão social.
Para ele o que valia mais, era transparecer a imagem
de harmonia entre as classes sociais. Para criar essa
imagem fez o uso de diversos dispositivos que o Estado de
cunho totalitário tem a sua disposição:
● A mais violenta repressão, foi dirigida por Felinto
Müller, chefe da Polícia, que deixou umamarca de
rigor no trato com os inimigos do regime;
● O ostracismo político de todos (pessoa, grupos ou
partidos) que se opusessem ao governo de Vargas.
As principais vítimas dessa perseguição policial do
Estado Novo foram os comunistas ou os acusados como
tais. Por exemplo, Luiz Carlos Prestes que eraPresidente
Nacional do Partido Comunista Brasileiro (PCB) que foi
considerado ilegal em 1935, e seu líder foi preso em 1936
e só foi solto e anistiado em 1945. A sua esposa Olga
Benário Prestes, que era uma judia alemã também foi
presa, sendo entregue à Gestapo (polícia nazista) e
acabou morta na Alemanha em um campo de
concentração nas câmaras de gás.
Além desses, o escritor Graciliano Ramos que
tinha contatos com algumas pessoas que faziamparte do
PCB. Também, foi preso e reprimido e suas memórias
desse tempo podem ser lidas em seu livro Memórias do
Cárcere.
Apesar de suas amplas e duras formas de reprimir
parcela do povo que era contra suas ações, ele não
conseguiu acabar com osdescontentamentos no quesito
social.
INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA
Getúlio Vargas em seu Estado Novo, percebeu
que precisava industrializar o país, pois o mundo estava
sentindo o efeito da crise 29, e o Brasil era um país que
dependia da agricultura como o principal produto: o café.
Então, a política do Estado Novo ficou conhecida como
nacional-desenvolvimentista, o qual se fez desenvolver
as indústrias de base brasileira com a intervenção estatal,
ou seja, as indústrias estavam sob controle do estado.
Deste modo, ele estabeleceu que podiam ser
feitos empréstimos para o desenvolvimento das
indústrias, sendo elas: a siderúrgica, petróleo, energia
elétrica e mineração. Uma outra medida que ajudou a
elevar a economia brasileira, foi o aumento das tarifas de
produtos importados, ou seja, ele fez com que o país
produzisse mais e importasse menos. Lembrando, que
Vargas tomou essas medidas para que o Brasil não
dependesse mais do café.
Analisando essa questão de industrialização,
pode-se perceber que o Estado Novo foi uma aliança
da burocracia civil-militar e da burguesia industrial,
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mas a questão é: por qual motivo? A resposta é
simples, pois se o Brasil fosse industrializado, ele não iria
depender de ajuda externa e com a economia crescendo,
a segurança iria melhorar sem ser preciso movimentos
sociais.
CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS TRABALHISTAS
É neste período em que as leis trabalhistas vão se
consolidar, mas antes de adentramos nas medidas,
precisamos perceber um ponto: Vargaspromoveu essas
leis não por querer ajudar o povo ou como ele era
chamado de “Pai dos Pobres”, mas elas foram criadas
para evitar qualquer tipo de esforço organizativo da classe
trabalhadora, focandono objetivo de atraí-las parao apoio
do governo comas fiscalizações.
A famosa CLT, teve algumas medidas como o
direito a férias, seguro desemprego, a estipulação da
jornada de trabalho para 8 horas por dia e a
regulamentação do trabalho feminino, criando a Justiça do
trabalho para fiscalizar se tudo ocorriacertamente como
estava descrito na CLT. Essas medidas são de suma
importância para os dias de hoje, pois, as leis trabalhistas
que temos, vem desdeeste período, como exemplo, você
pode olhar a primeira página da sua carteira de trabalho e
logo está escrito que ela é instituída pelo então presidente
Getúlio Vargas pelo decreto de 1932.
Contudo, o presidente Vargas criou medidas
controladoras, ou seja, o controle dos sindicatos estava
na mão do governo conhecido como Sindicalismo de
Pelego (servindo mais ao estado do que aos
trabalhadores), proibindo greves e estabelecendo um
sindicato por profissão.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E O DIP
Foram estabelecidas peças-chave que gerenciarão
o sistema político e ideológico, afetando a propaganda e a
educação e a cultura da sociedade. O Ministério da
Educação conduzido pelo Gustavo Capanema foi
destaque, pois serviria para formação de uma cultura
erudita e aproximação com os intelectuais, preocupando
com o ensino formal e principalmente “educar” com os
ideais doutrinários doregime.
Em 1939, foi estabelecido o Departamento de
Imprensa e Propaganda (DIP), considerado a agência
planejada e possui seis seções: cinema e teatro, turismo,
propaganda, radiodifusão, impressa e serviços auxiliares-
servia para aparato repressivo e legitimar o Estado Novo.
Foi criado pelo órgão, a Vozdo Brasil para popularizar o
presidente Vargas em cadeia nacional, com discursos
pragmáticos para atrair os ouvintes da camada popular.
Através do órgão, criou mecanismos de programas de
rádio,estabeleceu jornais favoráveis ao regime, interferiu
e censurou diversas manifestações culturais, como
também assumiu o controle da canção e linguagem
popular.
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FIM DO ESTADO NOVO
Com a segunda guerra iniciando em 1939, Getúlio
Vargas tomou medidas para ficar neutro em relação a sua
posição na guerra. Entretanto, sabe-se que ele era
totalmente ligado e próximo aos ideais dos regimes
totalitários, mas o EUA mantinha a política da boa
vizinhança com o Brasil, e pediu apoio militarmente,
emtroca de ajuda financeira. E é deste modo que o Brasil
entra na segunda guerra mundial, enviando a FAB e a
FEB, mas com apenas 25 mil soldados ao lado dos EUA.
Com a política da boa vizinhança, surgiu em 1940, o
personagem brasileiro nos desenhos norte-americanos
pelos estúdios Disney: o Zé Carioca.
Fonte: mobdica.com
Ele foi desenhado pela visão estrangeira que se
tinha do Brasil, o famoso “Jeitinho Brasileiro malandro de
ser”, ou seja, festeiro, vagabundo e preguiçoso. A partir
disso, você deve ter percebido como Vargas estava em
conflito internamente, pois ele enviou tropas para uma
guerra em que o lado em que estava defendia a
democracia, sendo que no Brasil ele haviadeclarado uma
ditadura autoritária, que é contra os preceitos de uma
democracia. Você percebe a contradição ideológica?
Com isso, Vargas foi se desgastando com os
militares (apoio de Vargas) pela pressão exercida por eles.
Nisso, ele cancela a constituição da Polaca e abre um
novo processo eleitoral, renunciando ao seu cargo de
presidente do país.
Obs: Houve o Movimento Queremista (1945) que nada
mais era, os trabalhadores que apoiavam Vargas pedindo
a permanência dele na presidência, pois estavam
apavorados em perderos direitos trabalhistas.
EXERCÍCIOS
QUESTÃO 38 – (ENEM 2021) O governo Vargas,
principalmente durante o Estado Novo (1937-1945),
pretendeu construir um Estado capaz de criar uma nova
sociedade. Uma dimensão-chave desse projeto tinha no
território seu foco principal. Não por acaso, foram criadas
então instituições encarregadas de fornecer dados confiáveis
para a ação do governo, como o Conselho Nacional de
Geografia, o Conselho Nacional de Cartografia, o
Conselho Nacional de Estatística e o Instituto Brasileiro de
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Geografia e Estatística (IBGE), este de 1938.
LIPPI, L. A conquista do Oeste. Disponível em: http://cpdoc.fgv.br.
Acesso em: 7 nov. 2014 (adaptado).
A criação dessas instituições pelo governo Vargas
representava uma estratégia política de:
(A) levantar informações para a preservação da
paisagem dos sertões.
(B) controlar o crescimento exponencial da
população brasileira.
(C) obter conhecimento científico das diversidades
regionais.
(D) conter o fluxo migratório do campo para a cidade.
(E) propor a criação de novas unidades da federação.
QUESTÃO 39 – (ENEM 2017) Em 1943, Getúlio
Vargas criou o Departamento de Propaganda e Difusão
Cultural junto ao Ministério da Justiça, esvaziando o
Ministério da Educação não só da propaganda, mas
também do rádio e do cinema. A decisão tinha como
objetivo colocar os meios de comunicação de massa a
serviço direto do Poder Executivo, iniciativa que tinha
inspiração direta no recém-criado Ministério da
Propaganda alemão.
CAPELATO, M. H. Propaganda política e controle dos meios de comunicação.
Rio de Janeiro: FGV, 1999.
No contexto citado, a transferência de funções entre
ministérios teve como finalidade o (a)
(A) desativação de um sistema tradicional de
comunicação voltado para a educação.
(B) controle do conteúdo da informação por meio de
uma orientação política e ideológica.
(C) subordinação do Ministério da Educação ao
Ministério da Justiça e ao Poder Executivo.
(D) ampliação do raio de atuação das emissoras de
rádio como forma de difusão da cultura popular.
(E) demonstração de força política do Executivo diante
de ministérios herdados do governo anterior.
QUESTÃO 40 – (ENEM 2021) Mesmo com a
instalação da quarta emissora no Rio de Janeiro, a Rádio
Educadora, em janeiro de 1927, a música popular ainda
não desfrutava desse meio de comunicação para se tornar
mais conhecida. Renato Murce, um dos maiores
radialistas de todos os tempos, registrou, no seu livro Nos
bastidores do rádio, que as emissoras veiculavam apenas
“umcerto tipo de cultura, com uma programação quase só
da chamada música erudita, conferências maçantes e
palestras destituídas de interesse”. E acrescentou: “Nada
de música popular. Em samba, então, nem era bom falar”.
CABRAL, S. A MPB na Era do Rádio. São Paulo: Moderna, 1996.
A situação descrita no texto alterou-se durante o regime
do Estado Novo, porque o meio de comunicação foi
instrumentalizado para
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A) exportar as manifestações folclóricas nacionais.

B) Ampliar o alcance da propaganda político-ideológica
C) substituir as comemorações cívicas espontâneas QUESTÃO 43 – (ENEM 2018)
D) atender às demandas das elites oligárquicas
E) favorecer o espaço de mobilização social

QUESTÃO 41 - (ENEM 2017) Durante o Estado Novo,os

encarregados da propaganda procuraram aperfeiçoar-se na
arte da empolgação e envolvimento das “multidões” através
das mensagens políticas. Nesse tipo de discurso, o
significado das palavras importa pouco, pois, como
declarou Goebbels, “não falamos para dizer alguma
coisa, mas para obter determinado efeito”.

CAPELATO, M. H. Propaganda política e controle dos meios de

comunicação. In: PANDOLFI, D. (Org.). Repensando o Estado Novo.
Rio de Janeiro: FGV, 1999.

O controle sobre os meios de comunicação foi uma marca

do Estado Novo, sendo fundamental à propaganda
política, na medida em que visava
(Imagem: reprodução Enem/INEP)
(A) conquistar o apoio popular na legitimação do novo
governo. Essa imagem foi impressa em cartilha escolar durantea
(B) ampliar o envolvimento das multidões nas decisões vigência do Estado Novo com o intuito de
políticas.
(C) aumentar a oferta de informações públicas para a
sociedade civil. (A) Destacar a sabedoria inata do líder governamental.
(D) estender a participação democrática dos meios de (B) Atender à necessidade familiar de obediência infantil.
comunicação no Brasil. (C) Promover o desenvolvimento consistente dasatitudes
(E) alargar o entendimento da população sobre as solidárias.
intenções do novo governo. (D) Conquistar a aprovação política por meio do apelo
carismático.
(E) Estimular o interesse acadêmico por meio de
QUESTÃO 42 – (ENEM 2022) Decreto-Lei n. 1 949, de
exercícios intelectuais
27/12/1937 Art. 1º Fica criado o Departamento de
Imprensa e Propaganda (DIP), diretamente subordinado
ao presidente da República. Art. 2º O DIP tem por fim: h)
coordenar e incentivar as relações da imprensa com os
poderes públicos no sentido de maior aproximação da
mesma com os fatos que se ligam aos interesses
nacionais; n) autorizar mensalmente a devolução dos
depósitos efetuados pelas empresas jornalísticas para a
importação de papel para imprensa, uma vez
demonstrada, a seu juízo, a eficiência e a utilidade
pública dos jornais ou periódicos por elas administrados
ou dirigidos.
BRASIL apud CARONE, E. A Terceira República (1937-1945). São
Paulo: Difel, 1982 (adaptado).

Com base nos trechos do decreto, as finalidades do

órgão criado permitiram ao governo promover a

(A)diversificação da opinião pública.

(B)mercantilização da cultura popular.
(C)controle das organizações sindicais.
(D)cerceamento da liberdade de expressão.
(E)privatização dos meios de comunicação

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