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Estado Novo: do

Golpe de 37 à
crise de 45.
Andrei Rocha; Gabriel Müller; Igor Motta e
Mateus Amaral.
Table of contents
Conceito e Mecanismos de
01 contexto do Estado 02 repressão e aspecto
cultural.
Novo.

Características
econômicas e Crise de 45 e o fim
03 Trabalhismo do 04 da Era Vargas.
Estado Novo.
01
Conceito e Contexto
Histórico do Estado
Novo
Definição Conceitual do Estado Novo
Estado Novo, foi um período que integrou parte da
Era Vargas que se estendeu de 1937 à 1945. Esse
período se inicia a partir de um golpe de Estado
estendendo ainda mais o período em que Getúlio
Vargas ficou no poder, e teve seu fim em uma crise
em 45, que não marcou apenas o fim da ditadura de
Getúlio, mas também o fim da própria Era Vargas.
Qual a origem do significado de
“Estado Novo” ?

• O nome e os métodos foram


inspirados na ditadura de
Salazar, em Portugal de 1933
à 74.

• Consiste em uma ditadura


populista amparada pela Lei
(assim como a de Salazar), no
caso, a constituição de 37
apelidada de “Polaca”, por ter
sido baseada no regime
fascista polonês.
Contexto Histórico do Estado Novo
• Em 22 de setembro de 1937, os jornais publicaram o Plano Cohen,
supostamente um plano de golpe comunista forjado pelo então capitão
Olímpio Mourão Filho, membro da polícia particular da Ação
Integralista.

• Em resposta, Vargas solicitou ao congresso um novo estado de guerra.

• Waldemar Ferreira, líder da bancada paulista na câmara, declarou: "não


há, nos documentos trazidos ao conhecimento da casa, um só elemento
de convicção".

• Apesar disso, o projeto foi aprovado, concedendo plenos poderes a


Vargas.
Contexto Histórico do Estado Novo
• É crucial destacar que o Estado Novo deve ser
contextualizado no cenário global da época, marcado
pela ascensão de líderes como Hitler na Alemanha,
Mussolini na Itália e Salazar em Portugal, bem como
outros regimes nazistas e fascistas.

• Nesse contexto, os integralistas brasileiros também


apoiaram o governo ditatorial de Vargas, acreditando
na necessidade de um Estado forte para combater o
comunismo.
Contexto Histórico do Estado Novo

• Getúlio Vargas lendo a


Constituição de 37
(Polaca) e “inaugurando”
o Estado Novo.
Aspectos Culturais e
02 Mecanismos de Repressão
Mecanismos de Repressão do Estado Novo.
• Departamento de Ordem • Departamento de Imprensa
Política e Social (DOPS) e Propaganda (DIP)

O DIP, controlava a O Funcionamento do DOPS esteve


censura dos meios de vinculado ao Serviço Secreto,
comunicação e detinha o estabelecido em 1940 (Estado
monopólio da Novo), com práticas de
informação, funcionando espionagem e repressão contra os
como uma espécie de opositores do Governo, embora já
órgão oficial do governo existisse anteriormente como
ditatorial. Serviço Reservado desde 1927.
Os aspectos culturais.
• Os intelectuais modernistas
• Dado o caráter
tiveram um grande papel nesse
nacionalista dos aspecto, afinal a partir do
ideais, incentivava-se a conceito de “Antropofagia
Cultural”, os artistas propunham
produção de obras que
uma reinterpretação dos aspectos
exaltassem o Brasil ou formativos do Brasil para a
promovessem ritmos criação de uma arte “nacional”.
Evidente que o governo usufruiu
que contribuíssem
deste sentimento para viabilizar
para a unificação do propagandas políticas.
país.
Instrumentalização do Samba
01
• Samba pré década de ‘30
Uma cultura mal vista pela sociedade média, por
ser associada as classes mais baixas e ter a figura
do “malandro” como representante. Inclusive, os
Cultura do desfiles e rodas de samba eram proibidos por lei e
Samba perseguido pela polícia.

02 • Samba pós Estado Novo.


A partir da década de 1930, o samba passa a ter como
figura o “trabalhador” obediente e esforçado,
causando mudança nas letras e temas das músicas. O
gênero musical entra para a legalidade e os desfiles e
escolas passam a são permitidos a partir de 1935,
além de serem patrocinados pelo governo como uma
espécie de “música oficial”.
Foto de um
desfile em 1937.
“Quem trabalha é que tem razão
Eu digo e não tenho medo de errar

O bonde São Januário


Leva mais um operário
Sou eu que vou trabalhar

Antigamente eu não tinha juízo


Mas resolvi garantir meu futuro
Vejam vocês, sou feliz vivo muito bem
A boemia não dá camisa ninguém, é vivo bem”

—Samba de 1940 de Ataulfo Alves.


Características econômicas
03 e trabalhismo.
Características econômicas e trabalhismo
• O governo de Getúlio buscou a fomentação de
uma indústria interna bruta e economia nacional
consistente.

• Vargas utilizou um estratégico jogo de pressões


para obter financiamento norte-americano crucial
para a construção da usina, anunciando que a
empresa alemã Krupp estava interessada na
construção da usina de Volta Redonda. O que
deixa claro que Getúlio se aproveita do contexto
da 2ª Guerra Mundial.

• A estratégia acaba dando certo, pois o


subsecretário dos EUA interveio nas negociações
e libera o financiamento para a construção da
usina siderúrgica de Volta Redonda (foto ao lado)
Características econômicas e trabalhismo
• A construção da Nitroquímica em São Paulo é parte importante da história
industrial do Brasil. A empresa foi fundada em 1935, com o objetivo de
produzir materiais químicos essenciais para o esforço de guerra brasileiro na
Segunda Guerra Mundial.

• A instalação da Nitroquímica em São Paulo foi estratégica, visto que a cidade


já era um polo industrial, e também foi importante para a expansão do bairro
de São Miguel Paulista, um dos distritos mais tradicionais de São Paulo.

• A fábrica foi pioneira na produção de fertilizantes nitrogenados e outros


produtos químicos fundamentais para a agricultura e a indústria brasileira.
Foto da fábrica em seus primeiros
anos de funcionamento, meados dos
anos1930.
Características econômicas e trabalhismo
• Além da propaganda, outra estratégia para manter a população favorável ao
governo era conceder medidas que beneficiassem minimamente as pessoas.

• Entre essas medidas estavam a criação da Justiça do Trabalho, a regularização


do salário mínimo e das 44 horas semanais, a instituição da carteira de
trabalho e o estabelecimento de férias.

• Em 1943, no Dia do Trabalhador, 1º de maio, durante um comício, Vargas


anunciou a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), que ainda está em vigor
atualmente.

• Essas medidas apesar de benéficas à classe trabalhadora, visavam manter a


população passiva diante da ditadura vigente, garantindo uma aparência de
democracia enquanto o governo mantinha seu controle autoritário.
A Crise de 45 e o fim da
04 Era Vargas.
A Crise de 45 e o fim da Era Vargas
• A participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial levou a uma
situação contraditória, com soldados brasileiros combatendo o
fascismo na Europa enquanto o Estado Novo ainda praticava o
autoritarismo no país.

• Manifestações de intelectuais e artistas, como o Manifesto dos


Mineiros, criticavam o governo varguista.

• O general Góis Monteiro, em entrevista não censurada pelo DIP,


manifestou apoio à realização de eleições, refletindo uma discussão
interna entre membros do governo.
A Crise de 45 e o fim da Era Vargas
• Diante das crescentes manifestações e pressões,
Getúlio Vargas declarou a reabertura dos partidos
políticos e a realização de eleições para 1945,
buscando uma imagem de democracia.

• A libertação de Luís Carlos Prestes após 10 anos


de prisão e a legalização do PCB (Partido
Comunista Brasileiro), assim como a criação do
PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), marcaram o
cenário político.
A Crise de 45 e o fim da Era Vargas
• Apesar das prisões e da ilegalidade, o PCB passou
a apoiar Vargas devido ao combate ao fascismo
na Europa.

• Um golpe militar impediu Vargas de concorrer às


próximas eleições, sob a acusação de estar
"virando esquerdista" para manter-se no poder,
devido ao apoio do PCB.
A Crise de 45 e o fim da Era Vargas
• Vargas fez uma última
tentativa, liderando o
movimento "queremista",
composto por apoiadores
que desejavam sua
permanência no governo. No
entanto, essa estratégia não
teve sucesso e, em 1945,
ocorreram eleições de fato.
Isso marca o fim do Estado
Novo e da Era Vargas.
Referências Bibliográficas:
PARANHOS, Adalberto de Paula. Espelhos Partidos: Samba e Trabalho no Tempo do Estado
Novo. PROJETO HISTÓRIA, São Paulo, v. 43, jul./dez. 2011. Disponível em:
https://revistas.pucsp.br/index.php/revph/article/view/7978. Acessado em: 19/02/2024.

FORJAZ, Maria Cecília. Industrialização, estado e sociedade no Brasil (1930-1945). Revista de


Administração de Empresas, Rio de Janeiro, v. 24, Set 1984. Disponível em:
https://doi.org/10.1590/S0034-75901984000300006. Acessado em 19/02/2024.

JESUS, Camila Vian de. MENDONÇA, Eduarda F. Lustosa de. KIRSTEN, Martin Branco. Estado
Novo (1937-1945): A concepção de desenvolvimento, o funcionamento estatal, as políticas
econômicas e o seu legado para o desenvolvimento do Brasil. In: ENCONTRO DE
ECONOMIA DA REGIÃO SUL, XX. 2017, Porto Alegre. Disponível em:
https://www.anpec.org.br/sul/2017/submissao/files_I/i1ee2299c1c9832241a019300ac380
088a.pdf. Acessado em: 19/02/2024.

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