Dos anos da Primeira Guerra Mundial à Revolução de 1930 As transformações sociais e econômicas O período da Primeira República (1889-1930) passou por grandes mudanças sociais e econômicas: Expansão populacional: grande entrada de imigrantes (3,5 milhões de pessoas), principalmente na região Sul e Sudeste do país; Desenvolvimento das indústrias: condições proporcionadas pelo poder econômico do café; Urbanização: população começa a se concentrar nas cidades, devido à concentração econômica; A Primeira Guerra Mundial (1914-1818) deu impulso ao desenvolvimento industrial brasileiro: produção bélica nos países em guerra diminuíam as exportações para o Brasil, incentivando o surgimento de uma produção nacional; Surgimento de novos grupos sociais urbanos (Burguesia industrial, operariado e classe média): novos grupos de pressão política devido a esse desenvolvimento econômico e populacional; Novos grupos sociais Burguesia industrial: Expansão industrial se deu em grande parte devido ao investimento dos lucros do café: diversificação da acumulação – o dono do cafezal também era o dono das fábricas; Grandes comerciantes e imigrantes ricos que resolvem abrir indústrias também fazem parte dessa nova burguesia industrial; Operariado: Grande presença de imigrantes (uma realidade para o Sul e Sudeste, nem sempre nas outras regiões do país); Ideologia de grande impacto no movimento operário no período era o anarquismo: valorização da ação direta dos trabalhadores em oposição a lutas mais no âmbito institucional junto ao Estado; Péssimas condições de vida incentivavam a mobilização operária, gerando greves localizadas; Grande mobilização operária em 1917: cerca de 70 mil trabalhadores pararam reivindicando aumento salarial e melhoria das condições de vida; Trabalhadores dominam completamente a cidade de São Paulo e os patrões cedem ao aumento salarial; Novos grupos sociais Classes médias: Grupo, em sua maioria, urbano: intelectuais, profissionais liberais (advogados, professores, etc.), e compartilhava valores morais com a burguesia; Dificuldade de expressão política: falta de um partido político que representasse seus interesses e desacordo com as regras políticas e eleitorais da República; Tenentismo Insatisfação de setores de baixos oficiais do Exército com a situação política do país; Esse baixo oficialato era contra tanto ao abandono do Exército por parte do governo oligárquico quanto aos oficiais da velha-guarda, das cúpulas militares ligadas ao governo; Propostas dos tenentes passava pela moralização do país, pelo voto secreto e por uma maior centralização política, eliminando o poder dos “coronéis”; Defendiam não que o sistema republicano acabasse, mas que seus líderes fossem trocados: um homem forte seria necessário para colocar o país no rumo certo; A partir de 1920 as revoltas tenentistas se tornam as principais ameaças ao governo oligárquico; Revolta do Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro em 1922, foi a primeira rebelião tenentista, mas que acabou por deixar público e divulgar os ideais do movimento; Coluna Prestes: coluna militar liderada por Luís Carlos Prestes, saindo do Rio Grande do Sul, buscando derrubar o governo oligárquico; Os 18 do Forte de Copacabana Semana de Arte Moderna de 1922 Jovens artistas e intelectuais brasileiros buscaram introduzir o modernismo no país; O modernismo é uma vertente artística que buscava romper com os limites impostos pela arte acadêmica, principalmente com a tendência em moda da época, o parnasianismo; Principais nomes do movimento: Patrícia Galvão, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Guiomar Novaes e Heitor Villa-Lobos; Patrícia Galvão Manifesto Antropofágico: busca por incorporar à arte brasileira elementos (Pagu), escritora europeus, mas somente após uma “assimilação”, uma “digestão” (apropriação modernista pensante); Tarsila do Amaral, Operários (1933) Quadro demonstra a variedade étnica do operariado brasileiro: não é nem branco, nem imigrante e nem masculino, mas sim plural. A Revolução de 1930 O governo Washington Luís (1926-1930): Governo Washington Luís (1926-1930): evento de grande impacto em seu governo foi a Grande Depressão de 1929; Devido à queda dos preços do café ocasionada pela crise financeira, os cafeicultores tentaram pedir auxílio ao Estado; Washington Luís se nega a atender aos pedidos dos cafeicultores, o que gera insatisfação; Preparativos para as eleições de 1930: Washington Luís propõe um candidato paulista, Júlio Prestes, contrariando os desejos da oligarquia mineira; Formação de uma aliança entre os mineiros e os outros oligarcas descontentes contra o candidato do governo: Aliança Liberal, tendo como candidato a presidente e vice Getúlio Vargas (Rio Grande do Sul) e João Pessoa (Paraíba); A Aliança Liberal propunha algumas pautas que se aproximavam das pautas dos tenentistas, inclusive o voto secreto; A Revolução de 1930 Das eleições à Revolução: A chapa de Júlio Prestes Vence as eleições em 1º de março de 1930; Enquanto os membros mais velhos da Aliança Liberal reconhecem o resultado das eleições, os mais jovens não aceitam os resultados; João Pessoa, vice de Vargas, é assassinado em 26 de julho de 1930 em um crime com Getúlio Vargas, ligação à política local da Paraíba (não tinha a ver com os resultados das eleições candidato em 1930 e para presidente); presidente provisório Devido ao clamor popular devido à sua morte, a Aliança Liberal se rearticula e inicia pós-golpe um processo de golpe de Estado; Em 24 de outubro Washington Luís é deposto pelo Alto Comando do Exército e Getúlio Vargas é empossado como presidente provisório; A se questionar: a “Revolução de 1930” foi realmente um processo revolucionário? Quem fez a revolução eram os mesmos oligarcas que dominavam os estados antes de 1930; Mas uma coisa podemos afirmar: os próximos eventos decretam, de fato, o fim da Primeira República brasileira.
Os engenheiros do caos: Como as fake news, as teorias da conspiração e os algoritmos estão sendo utilizados para disseminar ódio, medo e influenciar eleições