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BRASIL REPUBLICANO

A atual bandeira do Brasil foi elaborada em 19 de novembro de 1889, logo


depois da proclamação da República. Ela foi projetada por Raimundo Teixeira Mendes
e por Miguel Lemos, com desenho de Décio Vilares.
Seu hasteamento é obrigatório em escolas públicas e particulares pelo menos
uma vez na semana. As repartições públicas devem hasteá-la em dias de festa e
baixá-la à meia altura do mastro, em caso de luto oficial. Na Praça dos Três Poderes
em Brasília (DF), a bandeira fica permanentemente hasteada.

A república da Espada (1889 – 1894)


A participação do exército na proclamação da República garantiu aos milita res
a chefia do novo governo. Esse período da República brasileira, governada por
militares, é denominado República de Espada.
O marechal Deodoro da Fonseca foi escolhido para chefiar o novo governo.
Imediatamente tomaram-se medidas para consolidar o novo regime Entre outras
decisões, uma Assembleia Constituinte foi convocada para escrever a nova
Constituição do Brasil, promulgada em 24 de fevereiro de 1891. A consolidação do
regime republicano foi tumultuada. O marechal Deodoro contou com o apoio dos
militares. Sua proposta política centralizadora se opunha ao federalismo do
Congresso, porta-voz dos cafeicultores paulistas.
Esse choque político levou Deodoro da Fonseca a renunciar em novembro de
1891. Em seu lugar, assumiu o vice-presidente, o marechal Floriano Peixoto. O
governo do Marechal Floriano Peixoto teve o apoio de uma aliança controlada pelos
cafeicultores. paulistas, cuja atuação foi fundamental no enfrentamento de rebeliões
que ameaçavam a República, como a Revolução Federalista, no Rio Grande do Sul, e
a Revolta da Armada, no Rio de Janeiro.
Após a repressão das revoltas, o governo do Brasil voltaria às mãos dos civis. A
República agora seria governada pela elite cafeeira.

A República das Oligarquias (1894-1930)

Com o presidente Prudente de Moraes, cafeicultor e paulista, iniciou-se a


República das Oligarquias. O termo oligarquia é muito adequado para denominar a
república brasileira desse período, em que o poder esteve nas mãos dos grandes
proprietários de terra e sob a direção, na maior parte do tempo, dos cafeicultores
paulistas.
O governo de Prudente de Moraes (1894-1898) foi marcado pelo agravamento
da situação financeira do país e pela guerra contra Canudos, no sertão da Bahia.
Prudente de Moraes foi sucedido pelo também paulista Campos Sales (1898-1902),
criador da política dos governadores, que consistia na troca de favores entre o
governo federal e as oligarquias dominantes em cada estado.
A política dos governadores fortaleceu o poder local, dando origem a outro
fenômeno. República das Oligarquias, o coronelismo, que consistia na interferência
dos coronéis, grandes proprietários rurais, na política local por meio do controle
exercido sobre o voto.
Assim os eleitores das áreas rurais, em troca de favores, como um emprego,
roupas e até alimentos, votavam nos candidatos indicados pelos coronéis, já que a
Constituição de 1891 admitia o voto aberto. Essa prática ficou conhecida como voto
de cabresto.
Durante a República das "Oligarquias, os cargos federais mais importantes,
como o de presidente da república, foram dominados particularmente pelas oligarquias
dos estados de São Paulo e Minas Gerais, economicamente mais poderosos. A
hegemonia de paulistas e mineiros na presidência da república, que se alternaram
sucessivamente no poder, ficou conhecida como política do café com leite.

Transformações econômicas e sociais


Apesar do domínio do café como principal produto de exportação, durante as
primeiras décadas da república brasileira houve um notável desenvolvimento
Industrial. Aos poucos vários setores da sociedade passaram a questionar o domínio
das oligarquias, indicando reformas políticas, sociais e económicas.
Nesse período, no campo das artes, também seriam lançadas novas bases para
se repensar a cultura brasileira. Em fevereiro de 1922, em São Paulo, aconteceria a
Semana de Arte Moderna. organizada por um grupo de artistas que apresentaram
suas obras no Teatro Municipal, entre os dias 13 e 17.
Os participantes da Semana propunham uma ruptura com as manifestações
artísticas tradicionais defendiam o uso de uma linguagem mais simples que
valorizasse temas da cultura brasileira.

A crise da República das Oligarquias


Para a eleição presidencial de 1930, o presidente Washington Luís,
representante de São Paulo, lançou a candidatura de outro paulista, Júlio Prestes.
quando caberia a Minas Gerais indicar seu sucessor.
Esse fato, associado à insatisfação das elites dos estados excluídos do governo
do país, levou à formação da Aliança Liberal, que lançaria a candidatura de Getúlio
Vargas, representante do Rio Grande do Sul, ao cargo de presidente, apoiado pelo
governo de Minas Gerais.
Para agravar a situação, João Pessoa, candidato à vice-presidência pela
Paraíba, foi assassinado em julho de 1930. A oposição se revoltou e tropas.se
posicionaram em locais estratégicos nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de
Janeiro e Rio Grande do Sul.
Diante da ameaça de uma guerra civil, o presidente Washington Luís se viu
obrigado a renunciar e Getúlio Vargas, chefe do movimento revoltoso, assumiu
provisoriamente o poder. Esse movimento ficou conhecido como Revolução de 1930.
A Guerra de Canudos
A comunidade de Canudos foi criada pelo beato António Conselheiro António
Vicente Mendes Maciel), no sertão da Bahia, após anos de peregrinação e pregação
pelo Nordeste. Católico fervoroso, Conselheiro era monarquista, falava contra a
república e contra os impostos.
Em 1996, moradores de Canudos foram cobrar a entrega de madeira comprada
por Conselheiro, que, porém, não havia sido entregue por comerciantes de Juazeiro
incidente que teria causado o pra com as forças do governo. Esses fatos resultaram
em quatro expedições militares contra Canudos, envolvendo o governo federal no
conflito.
Em1897 arraial foi destruído por uma expedição de 10 mil homens,
transformando-se num dos episódios mais sangrentos das lutas dos sertanejos.

A Era Vargas (1930-1945)


Com a Revolução de 1930, Getúlio Vargas chegou ao poder para governar o
país por quinze anos. Até 1945 Vargas adotou diversas medidas para desenvolver a
indústria, o comércio e a agricultura. De caráter nacionalista, essas medidas visavam
ao desenvolvimento do Brasil, principalmente no momento em que o mundo
atravessava a crise económica de 1929 e a Segunda Guerra Mundial (1939-1945),
incorporando a seu governo os princípios de intervenção do Estado na economia e a
promoção de políticas sociais.

A revolta dos paulistas


Durante o Governo Provisório de Getúlio Vargas (1930-1934), foram adotadas
medidas para regular a produção e os lucros obtidos com o café; para proteger os
setores industriais; e para regulamentar a relação entre os trabalha dores e os patrões.
Em São Paulo, a oposição ao novo governo se reorganizou. Em 9 de julho de
1932 teve início a Revolução Constitucionalista, na qual o estado passou a lutar contra
o governo federal. A exigência mais importante do movimento era a elaboração de
uma nova Constituição para o Brasil.
Entretanto, isolados, os paulistas não resistiram às tropas leais ao governo e
foram derrotados militarmente.
Embora os paulistas tenham sido derrotados convocação de uma 'Assembleia
Constituinte em 1933 significou uma vitória política. Em 1934 a Constituição foi
promulga da e Vargas foi eleito presidente da República de maneira indireta com
mandato até 1938, quando eleições direitas seriam realizadas.
A Constituição de 1934
A Constituição de 1934 apresentou novos aspectos em comparação com a
Constituição de 1891, entre os quais a instituição do voto secreto e extensivo às
mulheres.
Veja alguns deles.
 Proibição de diferentes salários para um mesmo trabalho; regulamentação do
trabalho feminino e dos menores, do descanso semanal e das férias
remuneradas.
 Instituição da pluralidade e da autonomia sindical.

O legado da Era Vargas: populismo ou ditadura?

As eleições de 1938 se aproximavam, porém Vargas e seu grupo não tinham


planos de entregar o poder. Assim, em 10 de novembro de 1937, alegando a
existência de uma conspiração para a tomada do poder, Vargas decretou o Estado
Novo (1937-1945).

Getúlio Vargas suspendeu a Constituição e passou a governar por decreto.


fechou o Congresso, nomeou interventores para os estados, proibiu os partidos
políticos e o Brasil recebeu uma nova Constituição.
O Estado Novo, seguindo a tendência iniciada em 1930, desenvolveu também
uma política cultural. Já em 1931 foi criado o Ministério da Educação e Saúde. A
cultura brasileira tornou-se um patrimônio nacional, e passou a ser oficialmente
incentivada. Diversos artistas e intelectuais passaram a trabalhar junto ao Ministério da
Educação, ao Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN, mais tarde
IPHAN), entre outras instituições criadas pelo governo.
Por outro lado, como se tratava de uma ditadura o Estado desenvolveu uma
política repressiva, de censura à imprensa controlada pelo Departamento de
Imprensa e Propaganda (DIP), que cuidava da imagem pública de Vargas,
apresentando-o como o grande líder, defensor dos pobres.
A política destinada às classes populares, denominada populismo, tinha caráter
contraditório. Ao mesmo tempo que as medidas consagravam direitos, subordinavam
as organizações sindicais aos interesses políticos do Estado Novo. Nesse sentido, o
estabelecimento, em 1º de maio de 1941, da Justiça do Trabalho, entidade prevista
pela Constituição de 1934, e a promulgação, em 1943, da Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT), podem ser consideradas o ápice do populismo do Estado Novo.

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