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Colégio Militar Tiradentes II

Alunos: Anna Letícia; Carlos Martins; Julianne Alencar;


Kauane Lorrany; Maria Eduarda Melo; Pâmella.
Professora: Ray Balata
Série: 2º ano SEA 1

Constituição de
1934

SUMÁRIO

1. CONTEXTO HISTÓRICO
1.1 República Velha
1.2 Trinta primeiros anos do século XX
1.3 Revolução de 1930
1.4 A revolta paulista de 1932
1.5 População brasileira
2. REGIÕES NO BRASIL
3. CONSTITUIÇÃO DE 1934
4. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

1. CONTEXTO HISTÓRICO
1.1. República Velha
A República Velha iniciou-se em 1889, quando aconteceu a Proclamação da República, no dia 15
de novembro. Esse acontecimento iniciou-se pela manhã do dia citado quando os militares liderados
pelo marechal Deodoro da Fonseca derrubaram o Visconde de Ouro Preto do Gabinete Ministerial.
Na sequência do dia, José do Patrocínio, vereador no Rio de Janeiro, proclamou a República.
Características
A grande marca da República Velha e pela qual todos a conhece é o domínio que as oligarquias
exerciam no país. As oligarquias eram pequenos grupos (a maioria deles era associada com a
agricultura e pecuária) que detinham grande poderio econômico e político. O controle das oligarquias
no Brasil dava-se por meio de práticas conhecidas como mandonismo, coronelismo e clientelismo.
● Mandonismo: é o nome que se dá para o controle exercido por determinadas pessoas, sobre
outras, por possuírem uma grande posse de terra. No caso da República Velha, os grandes
proprietários exerciam influência sobre a população local.
● Coronelismo: prática em que o coronel (grande proprietário de terra) exercia seu domínio sobre
as populações locais, de forma a conquistar os votos que eram necessários para atender os interesses
da oligarquia estabelecida e do Governo Federal. A conquista do voto da população local acontecia,
por exemplo, por meio da distribuição de cargos públicos que estavam sob controle do coronel ou
também pela intimidação.
● Clientelismo: é a troca de favores que é praticada entre dois atores politicamente desiguais. Essa
prática não precisa da figura do coronel para acontecer, pois toda entidade politicamente superior
que realiza um favor a outra política inferior, em troca de um benefício, está praticando o
clientelismo.
Outro ponto importante sobre a Primeira República é o que diz respeito a duas práticas bastante
conhecidas: a política do café com leite e a política dos governadores
● Política dos governadores
Nessa política, o Governo Federal dava seu apoio para a oligarquia mais poderosa de cada
estado como forma de reduzir as disputas locais entre diferentes oligarquias. Em troca do apoio, as
oligarquias tinham como dever eleger deputados e orientá-los a apoiar as pautas do Executivo no
Legislativo.
Para que a política dos governadores desse certo, o coronel era uma figura essencial, uma vez que
todo o arranjo para conquistar votos para eleger os deputados da oligarquia era feito por essa figura.
O coronel, enquanto figura de poder local, utilizava-se do seu poderio financeiro para exercer pressão
para que os eleitores votassem no candidato desejado. A intimidação de candidatos ficou conhecida
como “voto de cabresto”.
● Política do café com leite
A política do café com leite é um dos conceitos mais conhecidos desse período e faz referência ao
acordo que existia entre as oligarquias de São Paulo e de Minas Gerais a respeito da escolha dos
presidentes. Esse acordo estipulava que as oligarquias citadas revezariam os candidatos que
concorreriam à presidência.
Revoltas
Quando o assunto é sobre os direitos sociais, a República Velha é marcada como um período em
que esses direitos foram bastante desrespeitados.
As tensões existentes resultaram em diversas revoltas, como:
1. Guerra de Canudos;
2. Revolta da Armada;
3. Revolta da Vacina;
4. Revolta da Chibata;
5. Guerra do Contestado;
6. Revolta do Forte de Copacabana;
7. Revolta Paulista de 1924;
8. Coluna Prestes.

1.2. Trinta primeiros anos do século XX


Os trinta primeiros anos do século XX foram um período de fortalecimento de setores sociais e
políticos que foram determinantes para o enfraquecimento da Primeira República no Brasil. Assim, o
sistema político vigente foi sendo, aos poucos, corroído em suas bases de apoio. Dessa forma, em
1930, quando uma grande revolta explodiu, ele não conseguiu oferecer resistência e caiu. Esse
episódio, conhecido como Revolução de 1930, transformou os rumos do Brasil, que passou da
condição de país agrário-exportador para a de urbano-industrial.
É importante destacar que a indústria brasileira se expandiu durante a República Velha, embora
de forma muito lenta. Paralelamente a isso, houve o fortalecimento da burguesia industrial, que,
apesar de não ter contestado o regime da República Velha, era uma classe que passou a gozar de um
prestígio social equiparável aos dos cafeicultores. Portanto, essa nova burguesia representava uma
ameaçava à hegemonia da classe dominante, algo que não havia existido até então.
Se teve fortalecimento da burguesia industrial, teve também a expansão do operariado! A
população operária de São Paulo e Rio de Janeiro aumentou substancialmente com o crescimento das
indústrias. Sua insatisfação com as péssimas condições de trabalho permitiu que essas pessoas se
simpatizassem com ideias anarquistas, socialistas e comunistas, em geral difundidas pelos operários
imigrantes europeus.
Assim, foi surgindo gradualmente o movimento de luta dos trabalhadores, que faziam suas
reivindicações por meio de greves, frequentemente respondidas com violência e repressão policial. A
mais importante do período foi a Greve Geral de 1917, ocorrida em São Paulo, que tomou grandes
proporções e obteve repercussão nacional.
Uma outra força política essencial para a preparação da Revolução de 1930 foi o tenentismo,
organizado por jovens militares de baixa patente que almejavam reformas políticas e sociais. Durante
os anos 20, esse movimento se ampliou significativamente, pois ganhou o apoio de vários setores da
classe média e se tornou conhecido pelas inúmeras revoltas que organizou contra o governo.
O líder tenentista mais conhecido foi o capitão Luís Carlos Prestes. Ele e outros tenentistas
percorreram 25 mil quilômetros a pé pelos sertões brasileiros em apenas 21 meses, incentivando a
rebeldia e a revolução. Esse espírito de luta incomodou o governo brasileiro, que passou a perseguir e,
em alguns casos, até a exilar os líderes tenentistas.
Por último, mas não menos importante, havia as oligarquias dissidentes. Essa expressão engloba
latifundiários, geralmente exportadores de produtos secundários para a economia, que, apesar de
ocuparem o poder em seus estados, não se sentiam representados por um sistema político
preocupado em proteger, acima de tudo, o café. Assim, essas oligarquias passaram a reclamar do
predomínio absoluto exercido por São Paulo e Minas Gerais na esfera federal e acabaram se aliando
ao tenentismo e outros grupos sociais para fazer oposição ao governo.
Pode-se observar com facilidade que, ao final dos anos 20, a oposição ao regime oligárquico era
forte. A partir de então, o fim da República Velha passou a ser apenas uma questão de tempo.

1.3. Revolução de 1930


Nas eleições para presidente de 1930, as oligarquias dissidentes apresentaram uma chapa de
oposição ao candidato paulista, Júlio Prestes, o nome dessa chapa era Aliança Liberal, composta por
integrantes mineiros, gaúchos e paraibanos. Seu candidato à presidência foi Getúlio Vargas. Suas
propostas eram basicamente a anistia aos exilados, o voto secreto e as reformas sociais, de modo que
conquistou o apoio dos grupos de oposição já apresentados anteriormente. Mesmo assim, nas
eleições, Júlio Prestes saiu vitorioso.
Com a derrota nas eleições, as oligarquias dissidentes e os outros grupos passaram a cogitar
uma revolta armada, que se concretizou após o assassinato de João Pessoa, político paraibano da
Aliança Liberal. Embora esse assassinato tenha ocorrido por motivos de ordem pessoal, a culpa foi
atribuída ao governo. Iniciou-se uma revolução em vários estados do Brasil e, em apenas um mês de
luta, o então presidente Washington Luís foi deposto. Getúlio Vargas assumiu o comando do Governo
Provisório (1930-1934). Encerrava-se, assim, a República Velha e começava o período da História
brasileira denominado Era Vargas (1930-1945).
A elite paulista, a principal beneficiada pela “máquina” da República Velha, foi também a mais
prejudicada pela vitória da Revolução de 1930. Vargas, ao assumir o poder, depôs os governadores
estaduais da época e passou a nomear interventores à sua maneira, de modo a eliminar o
coronelismo.
Além disso, houve a dissolução do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas e Câmaras
Municipais, o governo provisório passou a exercer os Poderes Legislativos e Executivo e o presidente
da República governaria por decretos.
Assim, poucos meses depois da revolução, os paulistas organizaram uma revolta que buscava
derrubar Vargas e seus aliados do poder. Era a chamada revolução constitucionalista, para os
paulistas, ou a contrarrevolução, para os getulistas, movimento que recebeu apoio da oligarquia
cafeeira.
1.4. A revolta paulista de 1932
É importante saber que, apesar da mudança drástica de regime, Vargas ainda não havia
promulgado uma nova Constituição. Diante dessa situação, os paulistas incluíram uma nova Carta
Magna entre suas pautas, de forma a convencer seus inimigos políticos sobre suas intenções
democráticas. Entretanto, o que eles realmente queriam é que as oligarquias paulistas retornassem ao
poder, e exigiram também que Vargas nomeasse um governador para São Paulo que fosse civil e
paulista.
Após vários confrontos, por vezes violentos, entre civis e o governo, o movimento foi derrotado,
mas Vargas atendeu ao desejo de se criar uma nova Constituição. Ele também nomeou um
interventor paulista para o estado. A Assembleia Constituinte foi composta por diversas categorias
sociais, o que fez da Constituição de 1934 a mais democrática que o Brasil já tivera em sua história até
aquele momento.

1.5. População brasileira


A população brasileira da época era 37.473.558 habitantes. É importante notar que os dados
demográficos daquela época podem não ser tão precisos quanto os de hoje, devido a limitações
técnicas e recursos disponíveis para realizar o censo. Dentro da periodicidade decenal dos censos
brasileiros, prevista em lei, deveria realizar-se em 1930, o V Recenseamento Geral da população. Não
obstante essa previsão, motivos, principalmente de ordem política, determinaram a sua não
realização nesse ano. Nessa época, o Brasil estava passando por um período de urbanização e
industrialização, com um rápido crescimento populacional, embora ainda houvesse uma
predominância significativa da população rural. Vale lembrar que o país enfrentava desafios sociais e
econômicos, com uma grande desigualdade de renda e acesso limitado a serviços básicos em muitas
áreas do país.
Classes
Elite e Oligarquias: A elite brasileira era composta por fazendeiros, industriais, comerciantes e
políticos influentes. Muitas vezes, essas elites detinham o poder político e econômico, o que resultava
em um alto grau de concentração de terras e riqueza nas mãos de poucos.
Classe Média: A classe média estava crescendo gradualmente, principalmente nas cidades.
Profissionais liberais, como médicos, advogados e engenheiros, faziam parte dessa classe, assim como
pequenos comerciantes e empresários.
Trabalhadores Urbanos: Com o crescimento das cidades e da industrialização, havia um aumento
no número de trabalhadores urbanos. Eles eram empregados em indústrias, comércio e serviços,
muitas vezes vivendo em condições precárias.
Trabalhadores Rurais: A maior parte da população brasileira em 1934 ainda vivia no campo,
envolvida na agricultura e pecuária. Muitos trabalhadores rurais eram pobres e viviam em áreas
rurais com acesso limitado a serviços e infraestrutura.
População Indígena: Embora a população indígena brasileira tenha diminuído significativamente
devido à colonização e à expansão do território brasileiro, havia comunidades indígenas espalhadas
pelo país em 1934.
População Negra: A população negra era significativa, especialmente nas regiões onde a escravidão
havia sido mais intensa no passado. Muitos negros viviam em condições de pobreza e enfrentavam
discriminação racial.
Imigrantes: O Brasil recebeu um grande número de imigrantes no final do século XIX e início do
século XX. Em 1934, havia comunidades de imigrantes de várias origens, como italianos, japoneses,
alemães, sírios, libaneses e outros.

2. REGIÕES NO BRASIL
A primeira proposta de divisão regional do Brasil surgiu em 1913, para ser utilizada no ensino de
geografia. Os critérios utilizados para esse processo foram apenas aspectos físicos – clima, vegetação
e relevo. Dividia o país em cinco regiões: Setentrional, Norte Oriental, Oriental, Meridional. Ainda
não existiam os estados do Amapá, Roraima ou Mato Grosso do Sul, por exemplo.
Em 1940, o IBGE elaborou uma nova proposta de divisão para o país que, além dos aspectos
físicos, levou em consideração aspectos socioeconômicos. A região Norte era composta pelos estados
de Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí e o território do Acre. Goiás e Mato Grosso formavam com
Minas Gerais a região Centro. Bahia, Sergipe e Espírito Santo formavam a região Leste. O Nordeste
era composto por Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba e Alagoas. Paraná, Santa
Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro pertenciam à região Sul. Última divisão
regional em 1990. O norte de Goiás torna-se o estado de Tocantins, criado em 05 de outubro de 1988,
e sua capital é a cidade de Palmas.
A Constituição de 1988 extingue os últimos territórios federais no Brasil, Amapá e Roraima, que
são elevados à categoria de estados. Também o arquipélago de Fernando de Noronha, deixa de ser um
território federal e passa a ser um distrito do estado de Pernambuco.

3. CONSTITUIÇÃO DE 1934
A Constituição Brasileira de 1934, promulgada em 16 de julho, foi elaborada pela Assembleia
Nacional Constituinte de 1932 com o objetivo de estabelecer um regime democrático que garantisse
unidade, liberdade, justiça e bem-estar social e econômico. No entanto, ela teve uma curta duração de
apenas três anos.
Elaboração e promulgação
O Governo Provisório havia criado, em 1933, uma comissão de juristas, a "Comissão do
Itamaraty", que recebeu este nome porque se reunia no Palácio do Itamaraty, para elaborar um
anteprojeto de constituição, que previa um poder executivo federal forte e centralizador, ao gosto de
Getúlio. Porém a Constituição de 1934, acabou sendo descentralizadora e estatizante dando grande
autonomia aos estados federados. Foram extintos os senados estaduais que jamais voltaram a existir.
Era evidente a troca de classe dominante: antes a oligarquia cafeeira, agora industriais, classe
média e militares, exceto em Minas Gerais e Rio Grande do Sul onde PRM e PRR continuavam no
domínio da política. A nova constituição precisaria refletir isso. Na Europa, os regimes fascistas e
autoritários estavam em ascensão. A influência da constituição alemã de 1920 (a da chamada
"República de Weimar"), que estabelecia uma república federalista com executivo forte, foi muito
grande. Também a constituição da Espanha de 1931 (que na época era uma república igualmente
federalista) foi fonte de inspiração para os criadores da carta brasileira — em sua maior parte, pessoas
do próprio governo. A constituição instituiu importantes reformas que contribuíram para a
democratização do Brasil e para mais inclusão dos menos favorecidos, mas ao mesmo tempo abria
brecha para perseguições.
A Carta de 34 foi elaborada e discutida na Assembleia Nacional Constituinte inaugurada em 15
de dezembro de 1933, que era formada de 214 parlamentares, mais 40 representantes de sindicatos,
recomendados pelo próprio governo, a exemplo do que se fazia na Itália de Mussolini e na Alemanha
de Hitler. Tantas reformas importantes quanto detalhes puramente preciosistas foram temas dos
debates. Enfim, a 15 de julho de 1934, o Brasil ganhava nova constituição e a Assembleia confirmava
Getúlio Vargas na presidência.

4. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
Além dos tópicos mantidos da Constituição de 1891, como República federativa com sistema
presidencialista de governo, observe as principais características:
• República Federativa como forma de governo;
• Incorporou o voto feminino;
• Determinou que o sufrágio eleitoral fosse universal, secreto, direto e por maioria dos votos;
• Estabeleceu o ensino primário gratuito e obrigatório;
• A Câmara dos Deputados era eleita de forma direta, mas também havia representantes eleitos
por organizações profissionais;
• O Poder Executivo era exercido pelo presidente da República com o mandato de quatro anos e
sem direito à reeleição;
• Estabeleceu a Justiça Eleitoral e a Justiça do Trabalho;
• Previa o Mandado de Segurança;
• Instituiu a Ação Popular.
• Legislação trabalhista (previdência social, jornada de trabalho de 8 horas diárias, salário
mínimo, férias, etc.);
• Autonomia dos sindicatos (na prática, porém, havia corporativismo e cooptação de sindicatos e
suas lideranças);
• Medidas nacionalistas defendendo as riquezas naturais do país;
• Obrigação de as empresas manterem, no mínimo, dois terços de empregados brasileiros.
É inegável que essa constituição, liberal e progressista em relação aos direitos trabalhistas,
refletia, de certa maneira, o populismo e o nacionalismo econômico tão característicos da Era Vargas,
de forma que Getúlio conquistou a simpatia de grande parte da população brasileira. Mas, o governo
constitucional de Vargas durou apenas três anos, devido ao golpe de Estado que ocorreria em 1937 e
implantaria nossa primeira ditadura, invalidando essa constituição.

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