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Constituição de
1934
SUMÁRIO
1. CONTEXTO HISTÓRICO
1.1 República Velha
1.2 Trinta primeiros anos do século XX
1.3 Revolução de 1930
1.4 A revolta paulista de 1932
1.5 População brasileira
2. REGIÕES NO BRASIL
3. CONSTITUIÇÃO DE 1934
4. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
1. CONTEXTO HISTÓRICO
1.1. República Velha
A República Velha iniciou-se em 1889, quando aconteceu a Proclamação da República, no dia 15
de novembro. Esse acontecimento iniciou-se pela manhã do dia citado quando os militares liderados
pelo marechal Deodoro da Fonseca derrubaram o Visconde de Ouro Preto do Gabinete Ministerial.
Na sequência do dia, José do Patrocínio, vereador no Rio de Janeiro, proclamou a República.
Características
A grande marca da República Velha e pela qual todos a conhece é o domínio que as oligarquias
exerciam no país. As oligarquias eram pequenos grupos (a maioria deles era associada com a
agricultura e pecuária) que detinham grande poderio econômico e político. O controle das oligarquias
no Brasil dava-se por meio de práticas conhecidas como mandonismo, coronelismo e clientelismo.
● Mandonismo: é o nome que se dá para o controle exercido por determinadas pessoas, sobre
outras, por possuírem uma grande posse de terra. No caso da República Velha, os grandes
proprietários exerciam influência sobre a população local.
● Coronelismo: prática em que o coronel (grande proprietário de terra) exercia seu domínio sobre
as populações locais, de forma a conquistar os votos que eram necessários para atender os interesses
da oligarquia estabelecida e do Governo Federal. A conquista do voto da população local acontecia,
por exemplo, por meio da distribuição de cargos públicos que estavam sob controle do coronel ou
também pela intimidação.
● Clientelismo: é a troca de favores que é praticada entre dois atores politicamente desiguais. Essa
prática não precisa da figura do coronel para acontecer, pois toda entidade politicamente superior
que realiza um favor a outra política inferior, em troca de um benefício, está praticando o
clientelismo.
Outro ponto importante sobre a Primeira República é o que diz respeito a duas práticas bastante
conhecidas: a política do café com leite e a política dos governadores
● Política dos governadores
Nessa política, o Governo Federal dava seu apoio para a oligarquia mais poderosa de cada
estado como forma de reduzir as disputas locais entre diferentes oligarquias. Em troca do apoio, as
oligarquias tinham como dever eleger deputados e orientá-los a apoiar as pautas do Executivo no
Legislativo.
Para que a política dos governadores desse certo, o coronel era uma figura essencial, uma vez que
todo o arranjo para conquistar votos para eleger os deputados da oligarquia era feito por essa figura.
O coronel, enquanto figura de poder local, utilizava-se do seu poderio financeiro para exercer pressão
para que os eleitores votassem no candidato desejado. A intimidação de candidatos ficou conhecida
como “voto de cabresto”.
● Política do café com leite
A política do café com leite é um dos conceitos mais conhecidos desse período e faz referência ao
acordo que existia entre as oligarquias de São Paulo e de Minas Gerais a respeito da escolha dos
presidentes. Esse acordo estipulava que as oligarquias citadas revezariam os candidatos que
concorreriam à presidência.
Revoltas
Quando o assunto é sobre os direitos sociais, a República Velha é marcada como um período em
que esses direitos foram bastante desrespeitados.
As tensões existentes resultaram em diversas revoltas, como:
1. Guerra de Canudos;
2. Revolta da Armada;
3. Revolta da Vacina;
4. Revolta da Chibata;
5. Guerra do Contestado;
6. Revolta do Forte de Copacabana;
7. Revolta Paulista de 1924;
8. Coluna Prestes.
2. REGIÕES NO BRASIL
A primeira proposta de divisão regional do Brasil surgiu em 1913, para ser utilizada no ensino de
geografia. Os critérios utilizados para esse processo foram apenas aspectos físicos – clima, vegetação
e relevo. Dividia o país em cinco regiões: Setentrional, Norte Oriental, Oriental, Meridional. Ainda
não existiam os estados do Amapá, Roraima ou Mato Grosso do Sul, por exemplo.
Em 1940, o IBGE elaborou uma nova proposta de divisão para o país que, além dos aspectos
físicos, levou em consideração aspectos socioeconômicos. A região Norte era composta pelos estados
de Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí e o território do Acre. Goiás e Mato Grosso formavam com
Minas Gerais a região Centro. Bahia, Sergipe e Espírito Santo formavam a região Leste. O Nordeste
era composto por Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba e Alagoas. Paraná, Santa
Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro pertenciam à região Sul. Última divisão
regional em 1990. O norte de Goiás torna-se o estado de Tocantins, criado em 05 de outubro de 1988,
e sua capital é a cidade de Palmas.
A Constituição de 1988 extingue os últimos territórios federais no Brasil, Amapá e Roraima, que
são elevados à categoria de estados. Também o arquipélago de Fernando de Noronha, deixa de ser um
território federal e passa a ser um distrito do estado de Pernambuco.
3. CONSTITUIÇÃO DE 1934
A Constituição Brasileira de 1934, promulgada em 16 de julho, foi elaborada pela Assembleia
Nacional Constituinte de 1932 com o objetivo de estabelecer um regime democrático que garantisse
unidade, liberdade, justiça e bem-estar social e econômico. No entanto, ela teve uma curta duração de
apenas três anos.
Elaboração e promulgação
O Governo Provisório havia criado, em 1933, uma comissão de juristas, a "Comissão do
Itamaraty", que recebeu este nome porque se reunia no Palácio do Itamaraty, para elaborar um
anteprojeto de constituição, que previa um poder executivo federal forte e centralizador, ao gosto de
Getúlio. Porém a Constituição de 1934, acabou sendo descentralizadora e estatizante dando grande
autonomia aos estados federados. Foram extintos os senados estaduais que jamais voltaram a existir.
Era evidente a troca de classe dominante: antes a oligarquia cafeeira, agora industriais, classe
média e militares, exceto em Minas Gerais e Rio Grande do Sul onde PRM e PRR continuavam no
domínio da política. A nova constituição precisaria refletir isso. Na Europa, os regimes fascistas e
autoritários estavam em ascensão. A influência da constituição alemã de 1920 (a da chamada
"República de Weimar"), que estabelecia uma república federalista com executivo forte, foi muito
grande. Também a constituição da Espanha de 1931 (que na época era uma república igualmente
federalista) foi fonte de inspiração para os criadores da carta brasileira — em sua maior parte, pessoas
do próprio governo. A constituição instituiu importantes reformas que contribuíram para a
democratização do Brasil e para mais inclusão dos menos favorecidos, mas ao mesmo tempo abria
brecha para perseguições.
A Carta de 34 foi elaborada e discutida na Assembleia Nacional Constituinte inaugurada em 15
de dezembro de 1933, que era formada de 214 parlamentares, mais 40 representantes de sindicatos,
recomendados pelo próprio governo, a exemplo do que se fazia na Itália de Mussolini e na Alemanha
de Hitler. Tantas reformas importantes quanto detalhes puramente preciosistas foram temas dos
debates. Enfim, a 15 de julho de 1934, o Brasil ganhava nova constituição e a Assembleia confirmava
Getúlio Vargas na presidência.
4. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
Além dos tópicos mantidos da Constituição de 1891, como República federativa com sistema
presidencialista de governo, observe as principais características:
• República Federativa como forma de governo;
• Incorporou o voto feminino;
• Determinou que o sufrágio eleitoral fosse universal, secreto, direto e por maioria dos votos;
• Estabeleceu o ensino primário gratuito e obrigatório;
• A Câmara dos Deputados era eleita de forma direta, mas também havia representantes eleitos
por organizações profissionais;
• O Poder Executivo era exercido pelo presidente da República com o mandato de quatro anos e
sem direito à reeleição;
• Estabeleceu a Justiça Eleitoral e a Justiça do Trabalho;
• Previa o Mandado de Segurança;
• Instituiu a Ação Popular.
• Legislação trabalhista (previdência social, jornada de trabalho de 8 horas diárias, salário
mínimo, férias, etc.);
• Autonomia dos sindicatos (na prática, porém, havia corporativismo e cooptação de sindicatos e
suas lideranças);
• Medidas nacionalistas defendendo as riquezas naturais do país;
• Obrigação de as empresas manterem, no mínimo, dois terços de empregados brasileiros.
É inegável que essa constituição, liberal e progressista em relação aos direitos trabalhistas,
refletia, de certa maneira, o populismo e o nacionalismo econômico tão característicos da Era Vargas,
de forma que Getúlio conquistou a simpatia de grande parte da população brasileira. Mas, o governo
constitucional de Vargas durou apenas três anos, devido ao golpe de Estado que ocorreria em 1937 e
implantaria nossa primeira ditadura, invalidando essa constituição.