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PROTOCOLO UNIFICADO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS

QUÍMICAS NO ESTADO DE SÃO PAULO

1. INTRODUÇÃO

As emergências ambientais com produtos químicos possuem elevado


potencial de gerar danos significativos ao homem, ao meio ambiente e ao
patrimônio. Assim sendo, todos os órgãos que fazem o atendimento de tais
ocorrências, sejam públicos ou privados, devem estar muito bem capacitados,
com profissionais experientes e treinados, dotados de equipamentos
adequados devidamente aferidos, para oferecer respostas imediatas e
eficazes, mitigando os impactos deletérios e restabelecendo a normalidade
social, bem como o equilíbrio do meio ambiente.
O crescimento das atividades de manipulação, armazenamento e
distribuição (marítima, ferroviária, rodoviária, dutoviária e aeroviária) desses
produtos pode gerar consequências danosas, muitas vezes, imprevisíveis e
irreversíveis.

Assim sendo, considerando a importância de ações que promovam a


cooperação mútua para enfrentar esses episódios, os signatários ASSINAM
este PROTOCOLO UNIFICADO DE ATENDIMENTO A EMERGÊNCIAS
QUÍMICAS NO ESTADO DE SÃO PAULO, que tem a finalidade de estabelecer
uma padronização na gestão das emergências ambientais com produtos
químicos, no Estado de São Paulo.

2. OBJETIVOS
Integrar as atividades dos órgãos públicos (municipais, estaduais e
federais), a fim de atender as emergências químicas que representem risco à

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saúde, segurança pública e meio ambiente, bem como aos patrimônios
públicos e privados; estabelecendo-se os princípios básicos mínimos para
nortear a realização de tais atividades e buscando ações de respostas
eficientes e eficazes.
Estimular trabalhos em parceria e de cooperação do poder público com
o setor privado, organizações não governamentais, universidades, comunidade
e outros, para atender da melhor forma as demandas geradas pelas
emergências químicas.
Implantar este Protocolo no âmbito interno dos órgãos signatários, sob
a direção da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (CEDEC), de forma que
haja uma integração efetiva das instituições e agentes públicos, diretamente
relacionados com o atendimento às emergências químicas.
Adotar as ações necessárias para a implantação do presente
Protocolo, bem como sua manutenção operacional.
Implementar mecanismos permanentes de cooperação e de ajuda
mútua, para otimizar os recursos humanos e materiais.
Adotar as medidas, no âmbito de cada órgão integrante, para a
obtenção dos recursos financeiros necessários à implantação e
desdobramentos técnicos operacionais.
Dar ampla publicidade aos profissionais e técnicos envolvidos nas
atividades de atendimento às emergências químicas.
Designar, o mais breve possível, um representante denominado de
Ponto Focal, que será o responsável pela condução do tema no âmbito interno
do respectivo órgão, bem como na Comissão Estadual de P2R2, nos assuntos
referentes ao tema.

3. PRECEITOS LEGAIS
Constituição Federal
Art. 21. Compete à União:
XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as
calamidades públicas, especialmente as secas e as inundações;
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios:

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II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das
pessoas portadoras de deficiência;
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de
suas formas;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora;
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar
concorrentemente sobre:
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do
solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da
poluição;
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e
paisagístico;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a
bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,
impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder
Público:
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade
potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente,
estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; (Regulamento)
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas,
métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e
o meio ambiente; (Regulamento)
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a
conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
- Decreto Federal nº 5.098, de 03/06/04: cria o Plano Nacional de Prevenção,
Preparação e resposta Rápida a Emergências Ambientais com Produtos
Químicos Perigosos (P2R2), a fim de prevenir a ocorrência de acidentes com

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produtos químicos e aprimorar os sistemas de preparação e resposta a
emergências químicas no País;
- Decreto Estadual nº 53.417, de 11/09/08: cria o Comitê para Estudo das
Ameaças Naturais e Tecnológicas do Estado de São Paulo (CEANTEC);
- Resolução CMIL n° 38/610 – CEDEC, de 30/11/09: institui a Comissão
Estadual de P2R2 no CEANTEC;
- Lei Complementar nº 140, de 08/12/11: fixa normas, nos termos dos incisos
III, VI e VII do caput e do parágrafo único do art. 23 da Constituição Federal,
para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios nas ações administrativas decorrentes do exercício da competência
comum relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção do
meio ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à
preservação das florestas, da fauna e da flora; e altera a Lei n o 6.938, de 31 de
agosto de 1981.

4. APLICABILIDADE
Este Protocolo se aplica a qualquer emergência química no Estado de
São Paulo, quando empregados quaisquer dos órgãos signatários,
independentemente da atividade e/ou fonte geradora.

5. ABRANGÊNCIA
Este Protocolo se aplica em todo o território do Estado de São Paulo.

6. DEFINIÇÕES
Produto químico: substância, ou mistura de substâncias, obtida ou usada em
processos de síntese química, em que ocorre alteração da composição das
substâncias originais.
Emergência química: situação em que produtos químicos, de alguma forma,
podem representar um perigo à saúde e segurança da população, ao meio
ambiente e aos patrimônios públicos ou privados, requerendo, portanto,
intervenções imediatas. Tais acontecimentos ou situações incluem incêndios,
explosões, vazamentos ou derramamentos de produtos químicos.
Sistema de Comando de Operações em Emergência – SICOE: sistema que

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define o escopo das autoridades e fixa responsabilidades, permitindo a
organização e a coordenação do pessoal, material e estratégia a ser
empregada na emergência, desenvolvendo esforços para a rápida resolução
das táticas e buscando uma eficiência e eficácia no emprego de homens,
viaturas e equipamentos.

7. IMPLANTAÇÃO E MANUTENÇÃO
A implantação do Protocolo junto aos órgãos públicos será de
responsabilidade da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil.
Os desdobramentos e manutenção, no que tange à funcionalidade e
operacionalização nos órgãos públicos integrantes, serão de responsabilidade
dos Pontos Focais designados.
Os custos relativos à implantação e funcionamento serão de
responsabilidade dos próprios órgãos integrantes. Assim sendo, cada um
deverá adotar as providências necessárias relativamente aos respectivos
planejamentos orçamentários anuais.
As atividades de implementação e de acompanhamento pelas
instituições serão apresentadas nos fóruns específicos das reuniões ordinárias
da Comissão Estadual de Prevenção, Preparação e Resposta Rápida a
Emergências Ambientais com Produtos Químicos Perigosos do Estado de São
Paulo (P2R2/SP).

8. ÓRGÃOS SIGNATÁRIOS
São os seguintes os órgãos integrantes deste Protocolo, ressalvando-
se que outros (públicos ou privados) poderão ser convidados, desde que
referendados em reunião da Comissão de P2R2/SP.
- Casa Militar do Gabinete do Governador do Estado de São Paulo, por
intermédio da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil;
- Secretaria Estadual do Meio Ambiente, por meio da Companhia Ambiental do
Estado de São Paulo (CETESB);
- Secretaria Estadual da Segurança Pública, aqui representada pela Polícia
Militar, por meio do Policiamento Rodoviário, Policiamento Ambiental e Corpo
de Bombeiros;

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- Secretaria Estadual da Saúde;
- Secretaria Estadual de Logística e Transportes;
- Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(Ibama), representado por sua Superintendência no Estado de São Paulo.

9. ESTRUTURA FUNCIONAL DO PROTOCOLO


Coordenação Geral
Será exercida pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (CEDEC),
que terá a atribuição de manter integrados os órgãos e instituições, garantindo
o funcionamento do Protocolo, em conformidade com os níveis de competência
e atribuições definidos nos anexos. Será também atribuição da Coordenação
Geral o estabelecimento de parcerias com o Setor Privado, a fim de se obter
apoio para o desenvolvimento de programas, visando à prevenção, preparação
e resposta às emergências químicas no Estado de São Paulo.

Coordenação de Campo
Será exercida de acordo com as características, fase de
desenvolvimento e consequências das emergências químicas no cenário do
acidente.
Na fase emergencial, caberá ao Corpo de Bombeiros a coordenação
das operações, podendo, se necessário, compartilhar com outros órgãos
ligados à natureza em questão (Defesa Civil, CETESB, etc.), respeitados os
limites legais de cada um; neste caso será estabelecido um comando unificado
que, de forma harmônica e conjunta, adotará medidas e estratégias, visando à
solução ou a redução dos danos até que saia da fase emergencial para a
assistencial e/ou recuperativa. Nas demais fases (anteriores ou posteriores) da
emergência, a coordenação ficará sob a responsabilidade do órgão que tenha a
competência legal para exercê-las.
A operacionalização das atividades de Coordenação de Campo será
desenvolvida por meio do Sistema de Comando de Operações em
Emergências (SICOE), sem prejuízo das competências legais e limites
jurisdicionais dos órgãos signatários.

Instrumentos de Gestão

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Fluxograma de acionamento: ordem e sequência do recebimento, triagem e
repasse das informações para o acionamento dos órgãos que atuarão na
resposta à emergência química;
Registro de informações sobre emergência química (RIEQ): organização
disciplinada que objetiva o fluxo das informações, de forma padronizada e
informatizada, para todos os signatários do Protocolo, favorecendo a
manipulação e arquivo.
Bancos de dados: sistema informatizado, com dados organizados, para apoio
nas ações de respostas às emergências químicas (produtos químicos,
especialistas, recursos materiais e instituições de apoio).
Sistemática de análise dos acidentes com produtos químicos: dados sobre
os acidentes químicos mais relevantes, com a finalidade de subsidiar
programas e ações para práticas preventivas, bem como o aperfeiçoamento de
ações de resposta às emergências químicas.
Capacitação de recursos humanos dos órgãos públicos: desenvolvimento
de programas para treinamento dos profissionais que trabalham nos órgãos
públicos signatários, com vistas à operacionalização do Protocolo.

10. ANEXOS DE COMPETÊNCIAS E ATRIBUIÇÕES LEGAIS DOS ÓRGÃOS


PÚBLICOS SIGNATÁRIOS
Anexo A: Coordenadoria Estadual de Defesa Civil;
Anexo B: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis;
Anexo C: Secretaria Estadual da Saúde;
Anexo D: Marinha do Brasil;
Anexo E: Companhia Ambiental do Estado de São Paulo;
Anexo F: Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado;
Anexo G: Polícia Militar Ambiental;
Anexo H: Polícia Militar Rodoviária;
Anexo I: Secretaria Estadual de Logística e Transportes.

11. ANEXOS DE NOMEAÇÕES DOS REPRESENTANTES LEGAIS DOS


ÓRGÃOS SIGNATÁRIOS

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12. REPRESENTANTES LEGAIS DOS ÓRGÃOS SIGNATÁRIOS

assinado no original assinado no original


BRUNO COVAS BENEDITO ROBERTO MEIRA
Secretário de Estado do Meio Ambiente Coronel PM Secretário-Chefe da Casa Militar
Coordenador Estadual de Defesa Civil

assinado no original assinado no original


JOSÉ MANOEL DE CAMARGO TEIXEIRA MURILO REPLE PENTEADO ROCHA
Secretário de Estado Adjunto da Saúde Superintendente do IBAMA no Estado de São Paulo

assinado no original assinado no original


OTÁVIO OKANO REGINALDO CAMPOS REPULHO
Presidente da CETESB Coronel PM Comandante do Corpo de Bombeiros

assinado no original assinado no original


MILTON SUSSUMU NOMURA HÉLIO VERZA FILHO
Coronel PM Comandante do Policiamento Ambiental Coronel PM Comandante do Policiamento Rodoviário

assinado no original
ANTONIO GALVÃO ÁLVARES DE ABREU
Assessor Técnico do Secretário de Estado de
Logística e Transportes

São Paulo, 10 de outubro de 2012.

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