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Prova médio 1001 língua portuguesa

Texto I

Indígenas na cidade: pobreza e preconceito marcam condições de vida

Há muito tempo, a floresta amazônica deixou de ser o lar de milhares de


indígenas. A escassez de alimentos, o desmatamento e o avanço das cidades
sobre as matas são alguns fatores que motivaram povos tradicionais a migrar
para áreas urbanas. Em Manaus, no Amazonas, eles podem ser encontrados
em todas as regiões da cidade. A Fundação Estadual do Índio estima que de
15 a 20 mil indígenas de diversas etnias vivam em áreas urbanas
amazonenses, como os sateré-mawé, apurinã, kokama, miraña, dessana,
tukano e piratapuia.

“Acredito que 90% dos bairros de Manaus tenham indígenas morando”,


informou o presidente da Fundação Estadual do Índio, Raimundo Atroari.
Apesar de buscar melhores condições de vida na cidade, a maioria dos
indígenas vive em situação de pobreza, tem dificuldade de conseguir emprego
e a principal renda vem do artesanato. “Geralmente, as comunidades estão
localizadas em área de risco. Nunca é numa área boa. A gente sente muita
essa dificuldade de viver na cidade.

A maioria dos Sateré daqui da aldeia está no trabalho informal, sem


carteira assinada. A maior parte fica dentro da aldeia trabalhando com
artesanato. A gente consegue gerar uma renda mais no mês de abril quando o
público procura. Fora isso a gente fica dependendo de doações”, contou o
tuxaua ou cacique Moisés Sateré, líder de uma comunidade no bairro da Paz,
zona oeste de Manaus, onde vivem 14 famílias.

A antropóloga Lúcia Helena Rangel, da Pontifícia Universidade


Católica de São Paulo, confirma que é comum os indígenas, mesmo em áreas
urbanas, viverem em comunidade. “Conforme vai passando o tempo, vem um,
vem outro e mais outros, as famílias acabam se juntando em determinado
bairro, ou em uma periferia que ninguém morava, e os indígenas foram morar.
Você vai ver que nas grandes cidades como Manaus, Campo Grande, Porto
Alegre têm bairros eminentemente indígenas, ou segmentos de bairros,
ressaltou a antropóloga.”

[...]

Morar em centros urbanos sem ocultar a ancestralidade e as próprias


referências é ainda uma luta para mais de 315 mil indígenas, segundo dados
do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O
número representa 49% do total da população indígena do país.
“Há ainda forte preconceito e discriminação. E os indígenas que moram
nas cidades são realmente os que enfrentam a situação assim no dia a dia,
constantemente”, conta o presidente da Organização dos Índios da Cidade, de
Boa Vista, Eliandro Pedro de Sousa, do povo Wapixana. Em todo o Brasil, São
Paulo é a cidade com maior população indígena, com cerca de 12 mil
habitantes; seguida de São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, com pouco
mais de 11 mil e Salvador, com mais de 7,5 mil índios.

A antropóloga Lúcia Helena Rangel, da Pontifícia Universidade Católica


de São Paulo, destaca que desde a colonização, a presença indígena nas
cidades é constante, mas, em décadas passadas, a cidade era um espaço
proibido. “Eles iam pras cidades e não diziam que eram indígenas. Ocultavam
a origem e também ocultavam as referências culturais, digamos assim”,
explica. De acordo com ela, o medo da discriminação e de represálias do
antigo Serviço de Proteção ao Índio impedia os indígenas de se apresentarem
como tal.

Foi na década de 50, com o desenvolvimento industrial, que o processo


de migração para as cidades se intensificou. Moradores do campo seguiam em
busca de emprego nas fábricas e, com os indígenas, não foi diferente, conta a
professora. A própria Fundação Nacional do Índio (Funai), que tem como
missão promover os direitos dos povos indígenas no Brasil, sofre o preconceito
e percebe a situação dos indígenas que moram nas cidades. “Essa questão do
preconceito é até com os servidores [da Funai]. Se é com o servidor, imagine
para o próprio indígena”, indaga o coordenador regional da Funai em Roraima,
Riley Mendes.
Bianca Paiva, Maíra Heinen – repórteres do radiojornalismo – EBC – Agência Brasil, 19/04/2017.

Fonte:<http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2017-04/indigenasna-cidade-pobreza-e-
preconceito-marcam-condicao-de-vida>.

1- De acordo com o texto, a migração da população indígena:

a) ocorre desde o início do processo de colonização brasileiro, tendo se


intensificado no século XXI.

b) acontece em virtude das dificuldades enfrentadas no local de origem, como


o desmatamento e a perseguição dos latifundiários.

c) sinaliza a dificuldade de manutenção das tradições culturais indígenas no


contexto da sociedade brasileira, em ambos os contextos.

d) ilustra uma trajetória também realizada por outros grupos sociais, como os
trabalhadores rurais, apesar de ambos buscarem espaços urbanos diferentes.
2- De acordo com o texto, a presença dos índios nos centros urbanos NÃO se
encontra marcada pela:

a) dispersão urbana, notadamente nas regiões periféricas das cidades.

b) precariedade financeira, derivada da execução de trabalhos informais.

c) anulação identitária, uma vez que as tradições culturais são esquecidas.

d) resistência ao preconceito, direcionado a eles e àqueles que os protegiam.

3- A frase “[...] a cidade era um espaço proibido [...]”, retirada do texto, revela a
presença de uma figura de linguagem. Assinale a alternativa que indica,
respectivamente, esse recurso expressivo e o seu efeito de sentido.

a) Metonímia; intensificar o fato de os indígenas terem substituído um espaço


(as aldeias) por outro (as grandes cidades) em busca de melhores condições
de vida;

b) Metáfora; comparar implicitamente a mudança de comportamento dos


indígenas quando inseridos ao novo espaço, visto que ocultam suas
referências culturais e suas origens, o que acarreta o preconceito.

c) Alegoria; questionar o motivo pelo qual os moradores das grandes cidades


não acolhem os indígenas de forma respeitosa.

d) Antítese; opor as poucas oportunidades de trabalho às quais eles têm


acesso nas aldeias às boas oportunidades encontradas nas cidades grandes,
fatores esses que os motivam a deslocar-se.

4- “Apesar de buscar melhores condições de vida na cidade, a maioria dos


indígenas vive em situação de pobreza, tem dificuldade de conseguir emprego
e a principal renda vem do artesanato”.

A expressão grifada, no trecho acima, estabelece uma relação de sentido


marcada pela:

a) Explicação: o deslocamento para as grandes cidades não propiciou novas


oportunidades de trabalho aos indígenas.

b) Afirmação: o espaço proibido dos grandes centros transforma-se em


subterfúgio para os problemas enfrentados nas regiões periféricas de onde os
indígenas saem.
c) Concessão: há uma quebra de expectativa, pois a cidade grande não
oferece emprego aos índios e, ainda, os marginaliza.

d) Negação: as megalópoles não são os melhores destinos para os quais essa


parcela da população deve deslocar-se, visto a falta de infraestrutura que elas
apresentam.

Leia a charge:

Sinovaldo, Correio Gravataí, 19/04/2016. Disponível em:


<http://www.correiogravatai.com.br/_conteudo/2016/04/noticias/ regiao/315696-dia-do-ndio-e-brasilia-nas-charges-dos-
jornais-desta-quarta.html>.

5- A relação entre a charge e o excerto do texto I, reproduzido acima, se dá,


principalmente, porque ambos:

a) Indicam o desmatamento como causa da expulsão dos índios das matas


brasileiras.

b) Apontam a intervenção do homem branco no cotidiano indígena como


fator de exploração.

c) Abordam a dificuldade de manutenção das tradições indígenas mesmo


em território próprio.
d) Ilustram a restrição do reconhecimento do indígena como cidadão a um
evento do calendário

Leia:

Meteoro
(Sorocaba)

Te dei o Sol
Te dei o Mar
Pra ganhar seu coração
Você é raio de saudade
Meteoro da paixão
Explosão de sentimentos que eu não pude acreditar
Aaaahh...
Como é bom poder te amar [...]

6- O trecho da canção de autoria de Sorocaba, que ficou famosa na voz de


Luan Santana, está escrito em linguagem coloquial. Quanto ao uso dos
pronomes oblíquos, marque a alternativa correta.
a) Se o autor tivesse optado pelo uso do pronome de acordo com a gramática
normativa, e, desse modo, tivesse realizado a colocação do pronome oblíquo
após as formas verbais com que se inicia os dois versos do início da canção,
seria possível interpretações diferentes das apresentadas por conta de
cacofonia (união sonora de sílabas que provoca estranheza auditiva).
b) O fato de o texto trazer pronomes oblíquos em vez de retos acentua a ideia
de precisão ao escrever de acordo com as normas estabelecidas pela
gramática normativa, pois os oblíquos, de uso mais elaborado que os retos,
garantem mais legibilidade ao texto escrito ou falado.
c) A opção pelo uso de pronomes oblíquos é um indício das tentativas do autor
de gerar duplo sentido em seus enunciados, uma vez que nos dois primeiros
versos houve ajuste preciso ao que se determina nas gramáticas de língua
portuguesa.
d) Os pronomes oblíquos presentes no trecho da canção visam promover
elegância e estilo, uma vez que estão estritamente de acordo com o que se
preconiza nas gramáticas normativas.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


1
Casos de cansaço excessivo informados pelos adolescentes foram
atribuídos ao abuso na utilização do celular, tanto em ligações quanto em
trocas de mensagens de texto. Eles gastam muito tempo se conectando com
outras pessoas, e alguns deles fazem isso a noite inteira.
2
Por outro lado, um melhor rendimento escolar está relacionado a uma
boa noite de sono. 3Estudos revelam que adolescentes que dormem menos
estão mais propensos a problemas cognitivos ou comportamentais em sala de
aula. Os pais devem estar alerta: é preciso restringir ou proibir o uso do celular
após a hora de dormir.
Especialistas recomendam que crianças e adolescentes tenham entre
oito e dez horas de sono por noite para manter uma vida saudável e um bom
desempenho durante o dia. 4Além disso, os pais que desconfiam que seus
filhos estejam sofrendo de distúrbios do sono devem recorrer a consultas com
pediatras ou especialistas na área. E dar conselhos como: durma bem para
melhorar suas notas.

ALVES, Líria. Celular e adolescentes: uma relação perigosa. Disponível em:


http://brasilescola.uol.com.br/curiosidades/celular-adolescentes-uma-relacao-
perigosa.htm. Acesso em 20/03/2017.

Considere as afirmações quanto à classe das palavras:

I. Em “Casos de cansaço excessivo informados pelos adolescentes foram


atribuídos ao abuso na utilização do celular, tanto em ligações quanto em
trocas de mensagens de texto” (ref. 1), as palavras em destaque são
substantivos.
II. Em “Além disso, os pais que desconfiam que seus filhos estejam sofrendo
de distúrbios do sono devem recorrer a consultas com pediatras ou
especialistas na área” (ref. 4), as palavras em destaque são verbos.
III. Em “Estudos revelam que adolescentes que dormem menos estão mais
propensos a problemas cognitivos ou comportamentais em sala de aula” (ref.
3), as palavras em destaque são pronomes.
IV. Em “Por outro lado, um melhor rendimento escolar está relacionado a uma
boa noite de sono” (ref. 2) as palavras em destaque são adjetivos.

7- Assinale a alternativa CORRETA.


a) Somente a afirmativa III é verdadeira.
b) Somente a afirmativa I é verdadeira.
c) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras.
e) Somente as afirmativas I e IV são verdadeiras.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Leia o texto abaixo para responder à(s) questão(ões).

Renúncia

Chora de manso e no íntimo... Procura


Curtir sem queixa o mal que te crucia:
O mundo é sem piedade e até riria
Da tua inconsolável amargura.
Só a dor enobrece e é grande e é pura.
Aprende a amá-la que a amarás um dia.
Então ela será tua alegria,
E será, ela só, tua ventura...
A vida é vã como a sombra que passa...
Sofre sereno e de alma sobranceira,
Sem um grito sequer, tua desgraça.
Encerra em ti tua tristeza inteira.
E pede humildemente a Deus que a faça
Tua doce e constante companheira...

BANDEIRA, Manuel. A cinza das horas. In: Estrela da vida inteira. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 1993, p. 75.

Nos excertos “o mal que te crucia”, “que a amarás um dia” e “pede


humildemente a Deus que a faça”, os pronomes em negrito estão,
adequadamente, em posição proclítica, haja vista a força atrativa exercida pelo
vocábulo “que”, presente nos referidos trechos.

8- De acordo com a norma padrão, qual das sentenças abaixo também se


compõe de maneira adequada quanto à colocação do pronome átono?
a) Nada mantinha-se como antes.
b) Se permita sempre amar os outros.
c) Trataria-se de uma nova vitória do time.
d) Quando falará-se em ética na política?
e) Aqui também se fazem boas ações.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Leia o poema, abaixo, e responda à(s) questão(ões) a seguir.

estupor

esse súbito não ter


esse estúpido querer
que me leva a duvidar
quando eu devia crer

esse sentir-se cair


quando não existe lugar
aonde se possa ir

esse pegar ou largar


essa poesia vulgar
que não me deixa mentir

(LEMINSKI, P. Toda Poesia. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p. 249.)

9- Acerca dos pronomes presentes no poema, assinale a alternativa correta.


a) As várias ocorrências de “esse” têm função coesiva e remetem ao “estupor”
do título.
b) A segunda ocorrência de “que” reintroduz a ideia segundo a qual a poesia é
uma mentira.
c) Na primeira estrofe, “me” e “eu” indicam, respectivamente, o poeta e o
narrador.
d) As duas ocorrências do “se”, na segunda estrofe, refletem a tensão entre eu
lírico e leitor.
e) No último verso, “me” é complemento do verbo “mentir”.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

Considere o primeiro parágrafo do texto e a tirinha abaixo.

10- O par de pronomes que expressa a dicotomia dos conjuntos


tribos/navegantes e tribos vizinhas/não navegantes é
a) eu – você
b) tu – vós
c) ele – eles
d) nós – eles
e) vocês – eles

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

10- Acerca de alguns recursos linguísticos utilizados no texto, analise as


proposições a seguir.
I. O enunciado “Quer levar a culpa por isso?” se configura como uma pergunta
dirigida a qualquer leitor do texto.
II. No enunciado “Quer levar a culpa por isso?”, o pronome “aponta” para a
imagem que está retratada no texto.
III. No texto que é apresentado abaixo da imagem, os pronomes possessivos
em “sua rua, seu bairro, sua cidade, seu país” fazem referência ao termo
“pessoas”, no trecho: “Quantas pessoas em sua casa [...].”.
IV. O segmento “do mundo todo” é semanticamente equivalente a “de todo o
mundo”.

Estão CORRETAS:
a) I e III, apenas.
b) II e III, apenas.
c) I, II e IV, apenas.
d) III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.

Leia o poema:

O mundo é grande e cabe

Nesta janela sobre o mar.

O mar é grande e cabe

Na cama e no colchão de amar.

O amor é grande e cabe

No breve espaço de beijar

ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia e prosa. Rio de


Janeiro. Nova Aguilar 1983.

Neste poema, o poeta realizou uma opção estilística: a reiteração de


determinadas construções e expressões linguísticas, como o uso da mesma
conjunção para estabelecer a relação entre as frases.

11- Essa conjunção estabelece, entre as ideias relacionadas, um sentido de

A)oposição.

B)comparação.
C)conclusão.

D)alternância.

E)finalidade.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Leia a letra de música abaixo e responda ao que se pede na(s) questão(ões) a
seguir.

O Segundo Sol
(Cássia Eller)

Quando o segundo sol chegar


Para realinhar as órbitas dos planetas
Derrubando com assombro exemplar
O que os astrônomos diriam
Se tratar de um outro cometa

Não digo que não me surpreendi


Antes que eu visse você disse
E eu não pude acreditar
Mas você pode ter certeza

De que seu telefone irá tocar


Em sua nova casa
Que abriga agora a trilha
Incluída nessa minha conversão

Eu só queria te contar
Que eu fui lá fora
E vi dois sóis num dia
E a vida que ardia sem explicação

Explicação, não tem explicação


Explicação, não
Não tem explicação
Explicação, não tem
Não tem explicação
Explicação, não tem
Explicação, não tem
Não tem

Disponível em: http://letras.mus.br/cassia-eller/12570/.


Acesso em: 19.09.2015.

12- Na primeira estrofe da letra de música “O Segundo Sol”, há duas


conjunções subordinativas que, respectivamente, dão ideia de:
a) causa e modo.
b) tempo e modo.
c) tempo e causa.
d) modo e finalidade.
e) tempo e finalidade.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

O Lutador

Lutar com palavras


é a luta mais vã
Entanto lutamos
mal rompe a manhã
(...)
Lutar com palavras
parece sem fruto.
Não têm carne e sangue…
Entretanto, luto.

Palavra, palavra
(digo exasperado),
se me desafias,
aceito o combate.

(Carlos Drummond de Andrade)

13- As conjunções adversativas “entanto” e “entretanto” só não podem ser


substituídas por:
a) mas
b) porém
c) embora
d) todavia
e) contudo

Leia os trechos dos poemas

Trecho: Um

Vou-me embora pra Pasárgada


Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mullher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
(Manuel Bandeira)

Trecho: dois
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
(Gonçalves Dias)
14- A semelhança e a diferença que há entre o lá de Gonçalves Dias e o lá de
Manuel Bandeira são:

A)Para ambos, o lá representa um mundo de coisas boas, maravilhosas;


entretanto, para Gonçalves Dias o lá é o Brasil, a pátria. Para Bandeira, não se
coloca a questão de pátria; o lá é um mundo imaginário.

B)Para ambos, o lá representa a pátria; por isso, para Gonçalves Dias o lá é o


Brasil, a pátria. Para Bandeira, não se coloca a questão de pátria; o lá é um
mundo imaginário.

C)Para ambos, o lá representa um mundo de coisas boas, maravilhosas;


entretanto, para Gonçalves Dias o lá é Portugal, a pátria. Para Bandeira, não
se coloca a questão de pátria; o lá é um mundo repleto de emoções.

D)Para ambos, o lá representa um mundo de coisas boas, maravilhosas;


entretanto, para Gonçalves Dias o lá é Portugal, a pátria. Portanto para
Bandeira, não se coloca a questão de pátria; o lá é um mundo imaginário.

E)Para ambos, o lá representa um mundo de diferentes emoções; entretanto,


para Gonçalves Dias o lá é o Brasil, a pátria. Para Bandeira, não se coloca a
questão de pátria; o lá é um mundo solitário
Leia o poema

Canção do exílio
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar sozinho, à noite
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Gonçalves Dias
15- Gonçalves Dias consolidou o romantismo no Brasil. Sua “Canção do exílio”
pode ser considerada tipicamente romântica porque
A)apoia-se nos cânones formais da poesia clássica greco-romana; emprega
figuras de ornamento, até com certo exagero; evidencia a musicalidade do
verso pelo uso de aliterações.

B)exalta a terra natal; é nostálgica e saudosista; o tema é tratado de modo


sentimental, emotivo.

C)utiliza-se do verso livre, como ideal de liberdade criativa; sua linguagem é


hermética, erudita; glorifica o canto dos pássaros e a vida selvagem.
D)poesia e música se confundem, como artifício simbólico; a natureza e o tema
bucólico são tratados com objetividade; usa com parcimônia as formas
pronominais de primeira pessoa.
E)refere-se à vida com descrença e tristeza; expõe o tema na ordem sucessiva,
cronológica; utiliza-se do exílio como o meio adequado de referir-se à evasão
da realidade.

Leia o poema

É ELA! É ELA! É ELA! É ELA!


É ela! é ela! – murmurei tremendo,
E o eco ao longe murmurou – é ela!...
Eu a vi... minha fada aérea e pura,
A minha lavadeira na janela!
Dessas águas-furtadas onde eu moro
Eu a vejo estendendo no telhado
Os vestidos de chita, as saias brancas...
Eu a vejo e suspiro enamorado!
Esta noite eu ousei mais atrevido
Nas telhas que estalavam nos meus passos
Ir espiar seu venturoso sono,
Vê-la mais bela de Morfeu nos braços!
Como dormia! que profundo sono!...
Tinha na mão o ferro do engomado...
Como roncava maviosa e pura!
Quase caí na rua desmaiado!
[...]
AZEVEDO, Álvares de. É ela! É ela! É ela! Disponível em
http://www.bibvirt.futuro.usp.br.
. (Fragmento)

16- A partir da leitura, analise as afirmativas que se seguem e assinale a


alternativa correta:
A)No poema, a imagem da virgem sonhadora é simbolizada pela lavadeira,
uma forma de denunciar os problemas sociais.

B)No poema, dizendo-se apaixonado, o eu lírico retira do seio da amada uma


lista de roupa, que imaginara ser um bilhete de amor, o que demosntra uma
forma melancólica de expressar a grandeza das relações humanas e
representar a concretização do amor.

C)O emprego de termos elevados em referência à lavadeira, tais como “fada


aérea e pura”, é um fator que reforça o riso por associar a lavadeira a uma
musa inspiradora e exaltadora da paixão.
D)O poema, no conjunto das estrofes transcritas, revela tédio e melancolia.
Esses sentimentos são reforçados pelo murmúrio do eulírico, “É ela! É ela!”, ao
visualizar sua amada.
E)A figura da lavadeira no poema é a de uma mulher com a qual se pode
realizar o amor carnal. Dessa maneira, o poema se insere em um dos ideias
românticos de idealização da mulher.

Álvares de Azevedo pertence à Segunda Geração dos poetas do romantismo,


também chamada de ultrarromântica. Entretanto, sua poética tende a se
distanciar dos ideais da escola romântica brasileira.
17- Isso pode ser visto no poema por meio da

A)incapacidade de falar sobre o amor.

B)subversão da ideia de musa inspiradora.

C)demonstração de uma conquista amorosa fácil.

D)relação entre a amada e outras musas da literatura.

E)a expressão e desejo de um amor simples.

Leia o poema:

Vagabundo

Eu durmo e vivo ao sol como um cigano,


Fumando meu cigarro vaporoso;
Nas noites de verão namoro estrelas;
Sou pobre, sou mendigo e sou ditoso!
Ando roto, sem bolsos nem dinheiro;
Mas tenho na viola uma riqueza:
Canto à lua de noite serenatas,
E quem vive de amor não tem pobrezas.
(...)
(Álvares de Azevedo)
18- A visão de mundo expressa pelo eu lírico nos versos de Álvares de
Azevedo revela o(a)
A)desequilíbrio do poeta adolescente e indeciso, que não é capaz de amar uma
mulher nem a si próprio
B)valorização da vida boêmia que proporciona um outro tipo felicidade,
desvinculada de valores materiais.

C)postura acrítica que o poeta tem diante da realidade, seja em relação ao


amor, seja em relação à vida social.

D)lamento do poeta que leva a vida peregrina e pobre, sem bens materiais e
nenhuma forma de felicidade.

E)constatação de que a música é o único expediente capaz de levá-lo à


obtenção de recursos materiais.

Leia o trecho do poema de Castro Alves :

Deus! Ó Deus! Onde estás que não respondes?

[...]

Há dois mil anos te mandei meu grito,

Que embalde desde então corre o infinito...

[...]

Hoje em meu sangue a América se nutre

– Condor que transformara-se em abutre,

Ave da escravidão

[...]

Basta, Senhor! De teu potente braço

Role através dos astros e do espaço

Perdão p’ra os crimes meus! ...

Há dois mil anos... eu soluço um grito...

[...]

19- O poema acima, “Vozes d’África,” escrito por Castro Alves em 1868,
demonstra uma visão em relação à escravidão que pode ser evidenciada
quando:

A)o poeta procura convencer a Igreja católica e os cristãos brasileiros dos


malefícios econômicos da escravidão.
B) Castro Alves defende os postulados da filosofia positivista e da literatura
realista, justificando a escravidão.

C) o continente americano figura no poema como a pátria da liberdade e da


felicidade do povo africano.

D)o abolicionista Castro Alves lê em praça pública do Rio de Janeiro o poema


“Vozes d’ África” para comemorar a Lei Áurea.

E)Castro Alves incorpora no poema o mito bíblico da danação do povo


africano, cumprido ao longo de milênios pela maldição da escravidão.

Questões discursivas

São rudos, severos, sedentos de glória,


Já prélios incitam, já cantam vitória,
Já meigos atendem à voz do cantor:
São todos Timbiras, guerreiros valentes!
Seu nome lá voa na boca das gentes,
Condão de prodígios, de glória e terror!
(...)
Da tribo pujante,
Que agora anda errante
Por fado inconstante,
Guerreiros, nasci;
Sou bravo, sou forte,
Sou filho do Norte;
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi.
(...) Gonçalves Dias

A partir da leitura do poema , construa um paragrafo dissertativo apresentado


o projeto da 1º fase do Romantismo , destacado sua principais característica,
explicando como se constrói a figura do índio neste contexto.( 0,5)

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Leia o trecho do poema:

Navio negreiro
Castro Alves
‘Stamos em pleno mar...
Abrindo as velas
Ao quente arfar das virações marinhas,
Veleiro brigue corre à flor dos mares,
Como roçam na vaga as andorinhas...
Donde vem? onde vai?
Das naus errantes
Quem sabe o rumo se é tão grande o espaço?
Neste saara os corcéis o pó levantam,
Galopam, voam, mas não deixam traço.

Com base na leitura do fragmento acima , explique qual a importância do


autor Castro Alves para o Romantismo brasileiro , evidenciando as principais
características da sua obra.( 0,5)

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Nesta unidade vocês apresentaram o projeto deste , cujo tema faz alusão ao
pensamento que permeio a sociedade no período do Romantismo.

Construa um parágrafo explicando que lema foi este e quais as


interferências deste pensamento nas produções literárias deste período.( 1,0)

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