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Prof.

Alice - História do Brasil

Aula 23
Fim da Primeira República
(1889-1930)
Relembrando...

República Oligárquica (1894-1930)


República = governo do público
Oligarquia = governo de poucos
A partir desse momento, a presidência da
república passou a ser ocupada por
membros das elites dos estados de São
Paulo e Minas gerais, que se revezavam no
poder.
Devido a isso, esse período também é
chamado de República do Café com Leite.
Política dos governadores
Mecanismo de troca de favores entre os poderes
federal e estadual. Os coronéis, membros das
oligarquias regionais, influenciavam os resultados
das eleições presidenciais em troca de privilégios
concedidos pelo presidente vencedor.

Vale destacar também que quase todas as eleições


presidenciais do período em questão contava com
apenas um candidato, já que estas estavam
sujeitas à política do café com leite, resultado
das ações das oligarquias de SP e MG.
Década de 1910 - Questão social e o movimento operário
No final da década de 1910, eclodem nas principais cidades
diversas revoltas e greves, advindas de um movimento operário e
sindical nascente. A principal greve desse período foi a greve de
1917, ocorrida na cidade de São Paulo.
Além das greves, a Primeira
República sofria com os
problemas advindos da Primeira
Guerra Mundial (1914-1918), da
pandemia de gripe espanhola
(1917-1918) e da praga de
gafanhotos (1917).
Década de 1920 - Novos cenários
A partir dos anos 1920, o Brasil passa por diversos momentos
de relevante modernização, tanto na economia quanto na
cultura.
Na economia, acontece um surto industrial que
impulsiona o crescimento das cidades e,
consequentemente, o surgimento de setores
sociais urbanos com novas reivindicações
políticas.
Na cultura, surge o Modernismo, um movimento
artístico, literário e intelectual que reivindicava
uma arte tipicamente brasileira.
O campo político também apresentou mudanças relevantes. No
mesmo período, os estados menos fortes formam o movimento
chamado de Reação Republicana, com o intuito de confrontar a
hegemonia de São Paulo e Minas Gerais e criar um eixo alternativo
de poder.
Esse movimento era apoiado pelos militares e defendia o
realinhamento do Brasil nos princípios republicanos e a formação
de partidos políticos.
Nas eleições presidenciais de 1922, a Reação Republicana lança o
candidato Nilo Peçanha para disputar com o candidato mineiro
Arthur Bernardes.
Bernardes vence as eleições, no entanto as ideias defendidas pelos
opositores ganham cada vez mais força.
Em reação ao governo de Arthur Bernardes, um grupo de jovens
militares formam o Tenentismo, um movimento que defendia
uma modernização das estruturas políticas do país.

Em julho de 1922, acontece a


Revolta dos 18 do Forte de
Copacabana, em que 17
tenentes e um civil marcharam
na Avenida Atlântica, no Rio de
Janeiro, mesmo com as
repressões das tropas do
governo federal.
Em 1924, ocorre outro levante
tenentista, conhecido como
Revolução de 1924, ou também
como Revolução Paulista.
Após a derrota dos tenentes em São
Paulo, eclode no Rio Grande do Sul a
Coluna Prestes, sob o comando de Luís
Carlos Prestes, na qual os militares
percorreram 30 mil km a pé para levar
a mensagem da revolução pelo
território brasileiro.
Os tenentistas se tornam, nesse momento, a principal resistência
contra a política dos governadores e contra a República Oligárquica.
Em 1926, as eleições presidenciais
aconteceram conforme o combinado:
Arthur Bernardes, de Minas Gerais, foi
sucedido por Washington Luís, de São
Paulo.
No entanto, o acordo é quebrado nas
eleições presidenciais de 1929, quando
Washington Luís, ao invés de indicar
um candidato mineiro, indica Júlio
Prestes, também paulista. Isso cria um
conflito entre as oligarquias dos
dois estados.
Nesse cenário, a oligarquia do Rio
Grande do Sul ganha espaço e
forma-se, em julho de 1929, a
Aliança Liberal, formada por MG,
RS, PB e outros estados de
oposição. Deste modo, esse grupo
lança a candidatura do gaúcho
Getúlio Vargas para a
presidência e do paraibano João
Pessoa para vice.
Aliança liberal
A Aliança Liberal buscava atrair o apoio de setores urbanos da
população, através de um programa que propunha a proteção ao
trabalhador (leis trabalhistas, até então praticamente inexistentes) e
uma reforma política (justiça eleitoral e voto secreto).
Para aumentar a popularidade da
Aliança Liberal, em outubro de 1929
ocorre a quebra da bolsa de Nova
Iorque, afetando a economia cafeeira
e levando à falência diversas fábricas
no Brasil.
A crise de 1929 contribuiu para
acirrar as eleições presidenciais.
Em março de 1930, as eleições acontecem e Júlio Prestes é eleito
presidente. No entanto, formava-se uma conspiração para depor
Washington Luís e liquidar as oligarquias da Primeira República.
O estopim para eclodir a conspiração foi o assassinado de João Pessoa
em 26 de julho. Com isso, tem início a Revolução de 1930.
Em outubro de 1930, as manifestações se iniciam em MG e RS e depois
se espalham por outros estados.
No dia 24 de outubro, um grupo de militares tira Washington Luís da
presidência e cria uma junta provisória de governo, que tentou
permanecer no poder mas não resistiu às pressões dos revolucionários
do Sul e das camadas populares. Deste modo, o poder é entregue a
Getúlio Vargas, que assume a presidência em 3 de novembro de 1930.
(FGV 2016) A imagem a seguir é uma foto a) à indignação dos militares, em relação à
que retrata a marcha dos “18 do Forte”, política externa brasileira, considerada
ocorrida em 5 de julho de 1922, quando o subserviente aos interesses
Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro, norte-americanos.
foi tomado durante um levante militar.
b) à reação contra a chamada Coluna
Prestes, que percorria o interior do Brasil
combatendo as forças do exército.
c) à repressão ao Partido Comunista
Brasileiro, que acabara de ser fundado
por influência da Revolução Bolchevique.
d) aos interesses das elites de São Paulo e
Minas Gerais, que estimulavam o levante
contra o centralismo do Rio de Janeiro.
e) ao tenentismo, movimento nacionalista
Dezessete militares e um civil percorrem Copacabana em que propunha reformas na estrutura do
julho de 1922. poder político oligárquico do país.
(Enem) É difícil encontrar um texto sobre a Proclamação da República no Brasil que não cite a
afirmação de Aristides Lobo, no Diário Popular de São Paulo, de que “o povo assistiu àquilo
bestializado”. Essa versão foi relida pelos enaltecedores da Revolução de 1930, que não
descuidaram da forma republicana, mas realçaram a exclusão social, o militarismo e o
estrangeirismo da fórmula implantada em 1889. Isto porque o Brasil brasileiro teria nascido em
1930.
MELLO, M. T. C. A república consentida: cultura democrática e científica no final do Império. Rio de Janeiro: FGV, 2007
(adaptado).

O texto defende que a consolidação de uma determinada memória sobre a Proclamação da República
no Brasil teve, na Revolução de 1930, um de seus momentos mais importantes. Os defensores da
Revolução de 1930 procuraram construir uma visão negativa para os eventos de 1889, porque esta era
uma maneira de:
a) valorizar as propostas políticas democráticas e liberais vitoriosas.
b) resgatar simbolicamente as figuras políticas ligadas à Monarquia.
c) criticar a política educacional adotada durante a República Velha.
d) legitimar a ordem política inaugurada com a chegada desse grupo ao poder.
e) destacar a ampla participação popular obtida no processo da Proclamação.

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