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SANTO ATANÁSIO DE ALEXANDRIA (CA. 296 - 373)
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Santo Atanásio pertencia à grande geração dos Padres e Doutores
daquele século de transição, responsáveis por fazer a grande síntese da
fé cristã com os elementos de verdade contidos nos antigos sistemas de
pensamento, fazendo desaguar, na expressão de Daniel-Rops, “toda a
cultura antiga do imenso oceano de Cristo”.
Sabe-se que o grande nome de tal síntese foi Santo Agostinho (345-430),
no entanto, ao se estudar suas obras em comparação às de Atanásio,
percebe-se uma linha de continuidade, não indireta, mas direta, entre o
seu pensamento e as respostas dadas a certos problemas filosóficos e
teológicos e as respostas que dera o arcebispo de Alexandria décadas
antes.
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SANTO AGOSTINHO DE HIPONA (354-430)
Entediado com a vida que levava, partiu para Roma em 383, mas lá não
encontrou o que esperava. Pensou em voltar para a África quando surgiu
a oportunidade da carreira de retórico em Milão, para onde partiu em 384.
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necessidade da fé para alcançar a sabedoria, e chegou à convicção de
que a autoridade em que se apoiava a fé é, por um lado a Escritura, mas
que esta, por outro, é apresentada e lida pela Igreja. Ele descobria agora
que o caminho para ir a Cristo era precisamente a Igreja. Em suma, ele
descobriu com Santo Ambrósio uma autoridade que não era irracional,
mas que não era apenas a da razão, e desejou aderir a essa realidade
ao mesmo tempo humana e sobre-humana, a Igreja.
Ele desejou então tornar-se católico, mas a muralha dos seus próprios
vícios se ergueu diante dele. Os velhos hábitos o puxavam pela
vestimenta da carne e ser católico exigia uma mudança de vida. A
conversão definitiva se deu em 386, quando ele tinha 32 anos. Estava
na sua casa com seu amigo Alípio. É o episódio do “Toma e lê.”
Enfim, ele foi uma personalidade completa e profunda: foi filósofo, teólogo,
místico, poeta, orador, polemista, escritor e pastor de almas, qualidades
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essas que se completavam e formavam uma só pessoa.
Altaner, por sua vez diz que: “Unia em si este grande bispo a potência
criadora de Tertuliano, a vasta inteligência de Orígenes, o profundo
amor de São Cipriano pela Igreja, a aguda dialética de Aristóteles com o
idealismo alado de Platão; o sentido prático dos latinos com a inteligência
especulativa dos gregos. Por isso é o maior filósofo da era patrística, e
até se pode afirmar que é o mais importante e mais influente teólogo de
toda a Igreja”.
Mas Agostinho foi mais do que um gênio: foi um santo. Isso significa dizer
que ele era um homem que pensava e escrevia o que vivia: a união com
um Deus que se revelou e se deu a amar. Agostinho, sobretudo, amava:
uma das palavras que mais saíram de sua pena é “amor”, caritas. Ele
é o Doutor do Amor, que dedicou sua obra à verdade que ele conhece
e ama, Jesus Cristo. O que domina Santo Agostinho é o amor de Deus.
Não se pode penetrar de maneira nenhuma nesse gênio se se perde de
vista, por um segundo sequer, que ele foi ao mesmo tempo e acima de
tudo um santo.
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amparando com a fé e orientando-o a Deus, primeiro princípio de todas
as coisas. Todas as ciências e estudos estão agora imbuídos de um novo
espírito: descobrir as pegadas divinas deixadas pelo Criador e, tão logo
descobertas, encontrar a Deus. E seguindo o “itinerário da mente para
Deus”, olhar para si mesmo, contemplar sua própria alma e descobrir nela
os traços de Deus com sua perfeição trinitária, para depois transcender a
si próprio e encontrar a Santíssima Trindade, a arché, o primeiro princípio.