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MODULO: FILOSOFIA DA RELIGIÃO


DOSCENTE: ADSON BELO | RODRIGO URCCINO
DISCENTE: MATHEUS PAULO LEAL FERRAZ
TURMA: EAD QUARTA-FEIRA
Nº RA: 4087
Matrícula: 8648

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SUMÁRIO

• INTRODUÇÃO ......................................................... 04
o Sobre Agostinho .............................................. 04
o Sobre Tomás de Aquino ................................. 05
• AURELIUS AUGUSTINUS (AGOSTINHO) ................ 06
• TOMÁS DE AQUINO .............................................. 09
• CONCLUSÃO .......................................................... 11
• REFERENCIAS ........................................................ 12

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INTRODUÇÃO

Apesar de nos permitir conhecer mais de perto grandes


personalidades e histórias que geraram impactos em determinados
seguimentos por meio de conquistas, talentos, lutas e tudo que
superaram e viveram para chegar onde chegaram, assistir, ouvir e
principalmente ler uma biografia não é algo muito degustado entre
as pessoas. Há quem goste, mas na grande maioria há preguiça
(“rsrs”). Existe também, assim como eu, pessoas que lutam com a
dislexia, TDAH, e enfrentam uma certa dificuldade com textos mais
técnicos ou biográficos.
Ao ter esse entendimento pensei em escrever de uma forma
menos técnica, porém didática e fidedigna. O intuito é que o leitor
facilmente entenda o que lê, sem precisar voltar para reler. Espero
alcançar essa expectativa e contribuir na divulgação biográfica
destes grandes homens, que deixaram grandes legados.

Sobre Agostinho

O Bispo Agostinho de Hipona, considerado como um dos


maiores pais da igreja, foi uma influencia grande para a igreja
católica como também para a reforma protestante. Um grande
filosofo cristão, que apesar de na infância ter tido a influência de
sua mãe no cristianismo, em determinados momentos dedicou-se a
devassidão e abraçou-se a filosofias ateístas.
Para mim (um mero leitor e apreciador de suas obras), o
Cume de sua história foi a sua conversão. E é por isso que inicio
sua biografia, sem nenhum suspense, falando desse ocorrido. Mas
fique tranquilo, em seguida apresento um pouco da história deste
grande homem.
Agostinho tem diversas obras escritas (tratados, cartas,
comentários). Entre elas está “A Trindade”, provavelmente a mais
conhecida sobre o assunto. Muitos consideram “A Cidade de Deus”
a obra mais importante dele, uma resposta à queda de Roma diante
os Visigodos. Mas eu particularmente, me encantei com
“Confissões”. Acho difícil encontrar uma autobiografia tão bem
redigida. Indico!

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Sobre Tomás de Aquino

Tomás de Aquino (chamado de santo pela tradição ibérica),


foi um dos grandes filósofos no período da Escolástica, defendendo
a filosofia de Aristóteles e a Fé. Sua intenção era se destacar como
teólogo, entretanto suas obras sobre filosofias ficaram tão famosas
que ele ficou mais conhecido por sua filosofia.
Chesterton, referindo-se a Suma Teológica de Tomás certa
vez disse que “todos podem elogiar sem tê-la lido”, pois era um
trabalho muito denso, porém muito famoso. Então muitos o citavam
sem ao menos ter lido. Tomás foi um grande escritor. Entre tantas
obras, algumas se perderam pois o mesmo pediu para seu
secretário queimar pois “tudo aquilo era nada”. Algumas das suas
principais obras são: Suma Teológica, Suma Contra os Gentios,
Questões Disputadas sobre a Alma, Catena Áurea, O Ente e a
Essência, Comentários à Politica de Aristóteles, Comentários à
Metafísica de Aristóteles, entre outros.
Nesta biografia, tentei ao máximo trazer um pouco da história
desse ícone da filosofia, de uma forma simples.

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AURELIUS AUGUSTINUS (AGOSTINHO)

“Até quando, SENHOR? Ficarás irado para sempre? Não cobres de nós as maldades
dos nossos antepassados” (Sl 79.5,8), pois eu sentia que elas me prendiam. Dirigi a ti
estas lamentosas palavras: “Até quando? Até quando? Amanhã, só amanhã? Por que
não agora? Por que este exato momento não põe termo à minha impureza?”.
(Confissões, Livro 8 nº 29.)

387 d.C., sentado debaixo de uma figueira, chorando muito


após ser constrangido profundamente por seus pecados, Agostinho
dirige-se ao Senhor com esta fala descrita acima. Enquanto
chorava, em algum lugar na vizinhança próxima dali ele ouviu um
coro repetido na voz de alguma criança que cantava: “pegue e leia,
pegue e leia”. Ele não hesitou, respirou fundo, cessou o choro,
voltou onde estava seu amigo Alípio, pegou a bíblia e abriu
aleatoriamente e leu: “Não em orgias e bebedeiras, não em
imoralidade sexual e depravação, não em desavença e inveja. Ao
contrário, revistam-se do Senhor Jesus Cristo, e não fiquem
premeditando como satisfazer os desejos da carne” (Rm 13.13-14).
Foi o suficiente, e naquele momento uma luz serena invadiu seu
coração e dissipou todas as sombras escuras que haviam.
Este foi o momento mais importante da vida deste homem
que nasceu em uma cidade chamada Tagaste, na Argélia - Norte da
África, no dia 13 de novembro de 354 d.C. Agostinho era filho de
Mônica, uma mulher cristã que foi um fiel intercessora de seu filho
durante toda a vida. Patrícios, o pai de Agostinho, não era cristão.
Entretanto era um funcionário público, que apesar de não ter muitas
condições financeiras sempre se esforçou para que o filho tivesse
uma boa educação. Foi assim os primeiros anos de Agostinho,
estudou em boas escolas e teve muitas influencias.
Em Cartago estudou Retorica, e foi lá que recebeu o
estimulo de ler autores latinos como, Cícero. Seus estudos o
convenceram de a verdade era o objetivo da vida e assim então em
primeiro momento ele rejeitou o Cristianismo, pois achava que era
uma religião para pessoas de mente simples.
Ainda na adolescência, Agostinho juntou-se com uma
concubina com quem teve um filho (Adeodato). Entretanto nessa
fase ele entregou-se a devassidão e ao pecado, e pelo resto de
seus dias, Agostinho teve aversão aos dias vividos em Cartago. Em
sua obra “Confissões”, ele diz: “cheguei a Cartago, onde um

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caldeirão de amores profanos estava chiando e borbulhando ao
meu redor.”
Ainda na juventude o incansável Agostinho teve sua
passagem no Maniqueísmo, uma filosofia de Mane (Maniqueu), que
pregava o dualismo. Mane, ensinava que o mundo era um campo
de batalhas entre a luz e as trevas, a carne e o espirito, assim como
os Gnósticos no primeiro Século. Entretanto o Maniqueísmo não
satisfez os desejos de Agostinho de encontrar a verdade definitiva.
Também tentou aderir o Neoplatonismo, mas não alcançou a
satisfação que buscava.
Foi então que Agostinho mudou-se de Cartago para Roma, e
depois para Milão ensinando retorica nessas cidades. E foi em
Milão que ele conheceu o Bispo Ambrósio, um grande orador, com
o qual Agostinho aprendeu que nem todos os cristãos eram
pessoas de mentes simples, pois aquele homem era brilhante. E foi
exatamente nessa época em que Agostinho teve o encontro com o
Senhor.
Agostinho estava feliz com a vida monástica tranquila que
tinha, mas sua fama de Cristão Brilhante se espalhou. E em 391
d.C. ele praticamente foi forçado ao Sacerdócio. Em 395 d.C.
tornou-se Bispo de Hipona, onde atuou até sua morte.
Uma das lutas de Agostinho foi contra a heresia do monge
inglês, Pelágio, que dizia que a ação do homem era essencial em
sua opção por Deus, desprezando parte da graça de Deus. Pelágio
negava que o pecado tivesse sido herdado de Adão. Agostinho
então lutou bravamente contra essas heresias. Em 431, após 1 ano
da morte de Agostinho o Concilio de Éfeso condenou oficialmente o
pelagianismo.
Agostinho não somente lutou contra heresias, como também
buscava firmemente fortalecimento no Espirito. Em “Confissões”,
uma autobiografia espiritual, ele descreve já no primeiro paragrafo:
“inquieto está nosso coração enquanto não repousa em ti.” Seus
ensinamentos foram fundamentais no cristianismo, mas ele foi
muito original em seus dias. Suas filosofias se espalharam tanto
entre os teólogos católicos, como entre os protestantes.
Influenciando fortemente Calvino e Lutero que sempre o citava.
Na famosa obra “A cidade de Deus”, Agostinho escreve em
resposta a queda de Roma diante dos visigodos. Muitos culparam
os cristãos pelo acontecido, pelo fato de não terem aceitado os
deuses Romanos. Entretanto, Agostinho, reponde defendendo e
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explicando o plano e a obra de Deus na história. Ele conta que
desde Caim e Abel, sempre houve duas cidades no mundo, a
Cidade de Deus (os fieis) e a Cidade dos Homens (os pagãos).
Embora elas se inter-relacionem, Deus cuidará para que a cidade
de Deus, a igreja, permaneça por toda eternidade.
No fim de sua carreira nesta vida, ele afirmava lembrar de 3
nomes: Monica (sua mãe), Adeodato (seu filho) e a Concubina com
quem se relacionou durante 15 anos de sua juventude. Na
primavera de 430, uma tribo germânica convertida ao arianismo,
invadiram a África romana e cercaram Hipona. Agostinho, porém, já
estava irremediavelmente doente. Segundo Possídio, Agostinho
passou seus últimos dias em oração e penitência,
com salmos pendurados nas paredes de seu quarto para que
pudesse lê-los. Antes de morrer, ordenou que a biblioteca da igreja
de Hipona e todos os seus livros fossem cuidadosamente
preservados Agostinho viveu 75 anos, e no dia 28 de agosto de 430
d.C. faleceu. Seu legado e filosofias perduram até hoje, com frases,
pensamentos e a forma como viveu o cristianismo.
“A medida do amor é amar sem medida.” (Agostinho de
Hipona)

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Tomás de Aquino
Em aproximadamente 1225, em Rocca Sicca (hoje em
ruínas), na Itália, nasce Tomás de Aquino. Sua família era rica,
Tomás nasceu em um grande castelo de luxo. Seu pai, Conde
Landolfo, era um dos militares mais importantes da época. Quando
criança, Tomás estudou no mosteiro de Monte-Cassino, a sede do
movimento beneditino e, na juventude, matriculou-se na
Universidade de Nápoles, onde foi grandemente influenciado pela
filosofia de Aristóteles.
Em 1242, Tomás, atraído pelos ideais da ordem dominicana,
ingressou nela como noviço e mudou-se para o mosteiro. Os irmãos
dele, porém, sob as ordens do pai, sequestram o jovem noviço e o
levaram para um castelo onde a família o manteve por dois anos,
tentando dissuadi-lo do ideal monástico. O esforço, porém, foi inútil
e tão logo se viu novamente em liberdade, Tomás voltou para o
mosteiro a fim de realizar o sonho de estudar Aristóteles entre os
dominicanos.
Dessa vez ele foi para Universidade da Colônia, pois tinha
medo de novamente ser sequestrado por seus familiares. Lá ele
teve Alberto Magno como seu mestre. Mais tarde, foi para a
Universidade de Paris, no tempo em que as discussões entre os
franciscanos platonistas e os dominicanos acerca da validade do
pensamento aristotélico, eram constantes. Tomás se posicionou ao
lado de Aristóteles, e durante toda a vida tentou mostrar harmonia
entre as ideias daquele filosofo e a fé cristã.
Na mesma Universidade de Paris, em 1256, Tomás começou
sua carreira como professor de Teologia. A partir de então sua fama
começou crescer e ele ganhou notoriedade e respeito tanto no clero
como na nobreza. Na época, teologia tinha o mesmo peso de
Medicina e Direito, e foi nesse contexto que Tomás conseguiu se
destacar.
Tomás, teve inúmeras obras teológicas escritas. Entre elas a
Suma Contra os Gentios, onde ele defende o cristianismo dos
ataques intelectuais islâmicos, também a Suma Teológica, uma
obra de teologia sistemática. Mas em 1273, Tomás parou de
escrever dizendo que suas obras literárias pareciam não ter valor
algum. Muitos acreditam que ele teve uma experiencia mística na
qual Cristo falou com ele, e após isso, ele considerou todos seus
escritos como palha. Conta-se que após celebrar uma missa, ele

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chamou Reginaldo (seu secretário) e pediu que queimasse suas
obras.
Com aproximadamente 50 anos de idade, em 1274, Tomás
faleceu. Ele deixou uma herança intelectual que transformou para
sempre a teologia católica e desafiou os reformadores do século
XVI. Chamado de Doutor Angélico, Tomás foi canonizado pelo
Papa João XXII em 1323 e, em 1567, foi elevado à dignidade de
“doutor da igreja”
Ao contrário do que pensam muitos protestantes, há vários
pontos em comum entre a pensamento de Tomás de Aquino e o
modelo teológico proposto pelos reformadores do século XVI. Três
desses pontos em comum são: A LINGUAGEM ACERCA DE
DEUS, A DOUTRINA DA INSPIRAÇÃO E A INERRÂNCIA BÍBLICA,
e A DOUTRINA DA PREDESTINAÇÃO.
Se, de um lado existe harmonia entre o pensamento de
Tomás e o dos principais reformadores em algumas áreas da
teologia, é de se esperar que semelhante harmonia encontre
limites, deixando mesmo de existir em matérias consideradas
essenciais. Essas divergências passam a ser: OS
SACRAMENTOS: BATISMO E EUCARISTIA, O REMÉDIO PARA O
PECADO, e A RELAÇÃO ENTRE JUSTIFICAÇÃO E
SANTIFICAÇÃO.
A teologia de Tomás de Aquino, como se pôde notar, é
idêntica à teologia da Igreja Católica Romana em todas as suas
particularidades.22 Não é, portanto, de se estranhar que os
reformadores vissem no mestre escolástico a fonte de todas as
heresias defendidas pela igreja católica medieval. Segundo Philip
Schaff, o reformador alemão Martinho Lutero disse que a Summa
era a quintessência de todas as heresias e comparou Tomás à
estrela que cai do céu mencionada no livro do Apocalipse.
Há, pois, muito material proveitoso nos escritos de Aquino. O
campo da ética cristã, por exemplo, lhe é eternamente devedor.
Ademais, a busca que Tomás empreendeu em prol da conciliação
entre fé e razão auxiliou o cristianismo nos desafios que teve de
enfrentar em face do racionalismo que passou a reinar em todo o
mundo a partir do século XVIII.
“A humildade é o primeiro degrau para a Sabedoria.” (Tomás
de Aquino)

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CONCLUSÃO

Ambos filósofos foram importantes na história da igreja.


Porém quero concluir falando um pouco das diferenças entre os
tais. Por isso falo um pouco de algumas comparações entre eles a
seguir.
Agostinho, fazia parte de uma vertente filosófica chamada de
Patrística, e ficou conhecido por ter “Cristianizado” a filosofia de
Platão. Agostinho tentou conciliar Razão e Fé, colocando mais
ênfase na Fé do que na Razão. Ele acreditava que o intelecto
humano só alcança um determinado patamar, e só era possível ir
além com a iluminação divina, ou seja, não era possível se chegar a
verdade (conhecimento) no mundo material, essa possibilidade só
era alcançada através do reino dos céus.
Tomás de Aquino, fazia parte da vertente filosófica
Escolástica, e ficou conhecido por ter “Cristianizado” a filosofia de
Aristóteles. Tomás também conciliou a Razão e a Fé, entretanto
ambas estavam no mesmo patamar, uma complementando a outra.
Ele acreditava que era possível gerar conhecimento no mundo
terreno, no mundo dos sentidos, pois o que é material e concreto é
criação de Deus.
É certo que os dois teólogos medievais foram fundamentais
para sabermos de que a teologia e filosofia avançou, tirando assim
a ideia de a Idade Média foi um tempo de trevas, pois estes dois
homens colaboraram tanto para o cristianismo como para o meio
secularizado em assuntos metafísicos que relacionam o homem
tanto com o mundo sensível como com o mundo ideal, dando a nós
base para compreender diversos assuntos voltados ao divino, à
escrituras, ao homem e às matérias.

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REFERENCIAS

AGOSTINHO. Confissões. São Paulo: Mundo Cristão, 2013.


LITFIN, Bryan. Conhecendo os Pais da Igreja. São Paulo: Vida
Nova, 2016.
COOPER, Stephen. Agostinho Para Todos. Editora Ultimato, 2021.
AQUINO, Tomás. Sinopse da Suma Teológica I. Paulus Editora,
2021.
MADUREIRA, Jonas. Tomás de Aquino e o Conhecimento de Deus.
São Paulo: Vida Nova, 2021.

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