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MAYCON MICHAEL WESLEY DE JESUS NASCIMENTO

SÍNTESE SOBRE SANTO AGOSTINHO DE HIPONA

Trabalho Acadêmico apresentado ao Prof. Dr. José


Carlos, referente à disciplina Literatura Cristã Primitiva,
1º Ano, Período Matutino, do Curso de Bacharel em
Teologia da Faculdade de Teologia da Igreja Metodista
— Universidade Metodista de São Paulo.

São Bernardo do Campo — outubro de 2021.


Biografia

Em 354 d.C., na província romana ao norte da África, nascia Aurelius Augustinus em


Tagaste, Numídia. Aurelius Augustinus, comummente conhecido por Agostinho, filho de
Patrício, conselheiro municipal, não convertido ao evangelho até um pouco antes de sua
morte em 371, e de MónicaMônica, mulher já convertida ao qual sempre rogava em favor de
seus filhos.

Agostinho, fora enviado à Madura pelo pelos seus pais a fim de estudar, com apenas
11 anos, em 365. Ao completar 17 anos vai a Cartago, para estudar artes liberais e retórica.
Agostinho tornou-se adepto ao maniqueísmo, em 373 d.C, um ano após retorna á à Tagaste
para ser professor ensinando de gramática. Em 383, mudou-se para Roma onde passaria a
ensinar também, pouco tempo depois é enviado a Milão, onde conheceu o bispo Ambrósio.
Apesar de ser filho de uma cristã e de um pai que se tornou cristão no final de sua vida,
Agostinho ainda não era convertido ao evangelho, o que era de seu desejo torna-se, porém
tinha consciência que uma vez convertido deveria largar os prazeres do mundo e também
deveria renunciar seu trabalho ao que ele mesmo diz: “Dá-me a castidade e continência, mas
não agora.” (AGOSTINHO, 2020, p. 230). Mas em 386, enquanto estava junto a seus amigos
em uma casa alugada, Agostinho debaixo de uma figueira, ouvia uma criança dizendo “Toma
e lê”, tendo as entendido como uma direção divina, Agostinho toma em suas mãos um
manuscrito de Paulo aos romanos que dizia: “Andemos honestamente, como de dia: não em
glutonarias e bebedeiras, não em impudicícias e dissoluções, não em contendas e inveja. Mas
revesti-vos do Senhor Jesus Cristo; e não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências.”
(Romanos 13.13,14). O que ele pensava, isto aconteceu, Agostinho largou os prazeres deste
mundo e sua carreira profissional para dedicar-se a uma vida monástica com Deus.

Após ser batizado por Ambrósio, Agostinho vende tudo que possuía, volta para
Tagaste e muda-se para Hipona, com o intuito de fundar um mosteiro e viver a vida na fé
com os irmãos em Cristo. No entanto, em 391 foi ordenado como presbítero, o que não era da
sua vontade, uma vez que sua intenção era de ser monge. Para a surpresa de Agostinho,
quatro anos depois foi eleito bispo auxiliar de Valério em Hipona, o que jamais pensara ou
desejara, e apenas um ano depois tornou-sese tornou o bispo no lugar de Valério. Seu
mosteiro passou a ser um seminário para ministros e bispos no continente africano. O bispo
de Hipona dentre suas muitas atividades dedicava-se a escrita, Agostinho sempre escrevia
trabalhos pastorais com repostas a situações que cercavam a sociedade daquela época, como
respostas aos pensamentos dos maniqueus e também contra o donatismo. Seus escritos
marcaram e ajudaram a construir o pensamento da sociedade daquela época, mas também
foram fortes bases para vários reformadores do século 16, como Martin Martinho Lutero e
João Calvino.

Em 430 d.C., durante o período em que os Vândalos haviam atacado o império


romano e por consequência também chegaram a Numídia, os Vândalos cercaram Hipona,
Agostinho agora idoso, encontrava-se também doente, seus últimos desejos eram que copias
cópias dos salmos penitenciais fossem postas a parede de seu quarto e que também pudesse
partir sozinho. Santo Agostinho morreu aos seus 76 anos de idade na terra em que havia sido
ordenado bispo e onde houvera dedicado seu tempo e vida como bispo e monge, escrevendo
livros, cartas e sermões que impactaram seu século e os posteriores.

Principais obras

Como já mencionado antes, Agostinho deixou para o mundo verdadeiras obras-


primas, livros que não só serviram como respostas a questões de sua geração, mas que
também serviram de base para pensadores e teólogos de gerações posteriores. Não é preciso
falar que cada uma dessas obras trata de um determinado assunto que é de suma importância
para a fé cristã, veremos a seguir o que cada um discorre.

O livro Confissões ou os livros Confissões, é a autobiografia de Santo Agostinho, é


considerada como a primeira autobiografia ocidental, possuindo 13 livros que contam sobre a
infância até a sua idade adulta. Em confissões, podemos conhecer não somente uma grande
parte da história de Santo Agostinho como também podemos ver erros, arrependimentos,
evolução e seus principais pensamentos. Vemos em confissões sua entrega ao maniqueísmo,
seu relacionamento fiel com uma jovem que não fora identificada. Vemos sua conversão e
também suas observações sobre tudo que houvera vivido até o momento em que escrevia.
Tudo isso escrito como uma bela oração ao Deus Criador.

A Cidade de Deus, é um conjunto de vinte e dois livros e nele vemos Agostinho


respondendo várias questões e acusações que surgem no período em que o império romano
sucumbiu. Muitas pessoas alegavam que era culpa dos cristãos o império ter caído e que isso
se deu porque o império havia abandonado seus antigos deuses. A resposta de Agostinho foi
clara, dizendo que o que aconteceu de forma alguma poderia ser culpa dos cristãos, uma vez
que muitos eram poupados da morte e escravidão pelo fato de estarem dentro de templos
cristãos e que a culpa do império ter caído ddáa-se pelo fato do mesmo estar pagando por
seus pecados passados. Temas como anjos e demóniosdemônios, diferença entre a cidade de
Deus (a igreja e os fiéis) e a cidade terrena (aqueles que não confessaram a Jesus), também
estão presentes no livro.

O volume A Graça, é um conjunto de 7 obras escritas por Santo Agostinho com intuito
de fundamentar a graça e responder a doutrina de Pelágio, que afirmava que o homem pode e
consegue salvar-se por seus próprios atos e vontades e que a graça não era tudo neste
processo, sendo assim, a salvação passaria a ser mérito do homem uma vez que ser salvo ou
não depende de sua própria vontade. Agostinho destaca que após o homem ter caído em
Adão, tornou-se sujo, sua natureza havia se corrompido tornando se pecaminosa em todos os
seus segmentos e que ninguém jamais poderia salvar-se por conta de suas próprias obras ou
vontade, mas afirmava que a salvação é dada por Deus aos seus eleitos por intermédio da
graça. Agostinho afirma que até mesmo o ato de crer em Jesus Cristo é dádiva do próprio
Deus, isto é, a salvação só dar-se mediante a bondade e graça de Deus.

Todos esses trabalhos fazem parte da galeria da galeria de obras primas de santo
Agostinho, porém, podemos citar outras obras como A Trindade, que sem sombra de dúvidas
tem grande importância entre os escritos teológicos e A Doutrina Cristã, que traz fortes
ensinos sobre a pregação do evangelho e o entendimento de Deus através das escrituras.

Teologia

Muito se pode falar acerca da teologia de santo Agostinho, sendo que este possui
vastos e profundos pensamentos teológicos, porém há pensamentos que foram verdadeiros
marcos em seu ministério e vida. Acerca disso, trabalharemos dois pensamentos- chaves
presente presentes em Agostinho.

Predestinação, é uma das teologias mais presentes na vida de Agostinho. A


ceAcercarca disso, nota-se que para santo Agostinho há apenas duas classes de pessoas no
que concerne a salvação, a primeira classe é a eleita e outra á abandonada. Aquele que é
eleito não o é porque fez algo a fim de que se tornasse, apenas o é porque aprouve a Deus
assim fazê-lo. Uma vez que Adão pecou no Éden, toda a humanidade foi juntamente com ele
envenenada pelo pecado, sendo assim, homem algum poderia nascer sem esta condição,
tendo em vista que o pecado e todos os seus males trouxe condenação aà humanidade para a
morte eterna, exceto para aqueles a quem Deus libertou. Deus, salva o homem ser humano
pela sua livre e incondicional eleição. A graça é imerecida porque ela é livre e soberana sobre
o homem para salvasalvá-lo, assim sendo, não há algo que o torne digno da mesma, até
mesmo a fé é fruto dessa soberania, pois o homem, para Agostinho, crê apenas porque a
graça atraiu o eleito de forma que este não a possa resistir, fazendo com que o eleito não
tenha outra reação a não ser aquela que o faça se aproximar de Deus, que não somente o atrai,
mas também o faz persevera até o fim. Não há ação do homem, apenas aquela que a graça o
conduz a fazer, por tanto a salvação desde o começo até o fim é obra exclusivamente de
Deus.

Os sacramentos também receberam a atenção do bispo de Hipona; durante o seu


ministério, Agostinho sempre afirmava a importância e o lugar dos sacramentos na vida e
missão da Igreja de Cristo, declarando que quando “une-se a Palavra ao elemento, e acontece
o Sacramento.” (AGOSTINHO, apud FERREIRA, 2006, p. 193). Seu ensino sobre os
sacramentos também afirma que o sacramento é valido independente do estado espiritual
daquele que o esteja ministrando, tendo em mente que aquele que instituiu e o oferece é o
próprio Jesus, tornando impossível a contaminação dos elementos sacramentais. Também
declarava que o sacramento se torna semelhante asàs coisas ao das qual quais são sacramento,
a exemplo disto pode-se dizer que o pão na Ceia do Senhor torna-se semelhante ao Corpo de
Cristo, caso contrário o mesmo de maneira nenhuma poderia ser considerado sacramento.

cCitações significativas de sua obra

As palavras de santo Agostinho eram cheias de graça e sabedoria, abaixo segue três
citações diretas de frases Agostinho que marcaram os seus escritos e se tornaram fonte de
inspiração e citação nos mais diversos lugares, desde livros até mesmo em estampas de
camisetas.

1. Citação tirada do IV livro de Confissões:


“Outras coisas havia que cativavam mais fortemente minha alma a eles, como
conversar, rir, servir-nos mutuamente com amabilidade, ler juntos livros bem
escritos, gracejar uns com os outros e divertir-nos juntos; às vezes discutir, mas sem
ódio, como quando discordamos de nós mesmos, para com tais dissensões, muito
raras, condimentar as muitas conformidades; ensinar ou aprender reciprocamente
muitas coisas, suspirar impacientes pelos ausentes e receber alegres os que
chegavam. Esses sinais, e outros semelhantes, que procedem de corações amantes e
amados, e que se manifestam no rosto, na língua, nos olhos, e em mil outros gestos
graciosos, inflamavam nossas almas, como em uma centelha, fazendo de muitas
uma só.” (AGOSTINHO, 2020, Pp. 101-102).

2. Citação tirada do VIII livro A cidade de Deus:

“Não é feliz, por conseguinte, quem goza do que ama e ama o verdadeiro e
soberano bem? Não é o cúmulo da miséria negá-lo? Ora, o verdadeiro e soberano
bem é Deus mesmo, di-lo Platão. Por isso quer que o filósofo tenha amor a Deus,
pois se a felicidade é o fim da filosofia, gozar de Deus, amar a Deus é ser feliz .”
(AGOSTINHO, 2017, p. 441).

Referências bibliográficas

AGOSTINHO, Aurélio. Santo Agostinho Confissões Volume 1. Tradução de Frederico


Ozanam Pessoa de Barros. Rio de Janeiro: Petra, 2020. 248 p. (Título original: Les
Confessions)

AGOSTINHO, Aurélio. A Cidade de Deus: (contra os pagões) parte I/Santo Agostinho.


tradução de Oscar Paes Leme. Petrópolis, RJ; Vozes; São Paulo: Federação Agostiniana
Brasileira; Bragança Paulista, SP: Editora Universitária São Francisco, 2017 – (Vozes de
Bolso). (Título original: De civitade Dei)

BÍBLIA. João Ferreira de Almeida Atualizada. Romanos 13. 13-14. Bíblia Hub, 2018.
Disponível em: Romanos 13 João Ferreira de Almeida Atualizada (bibliaportugues.com).
Acesso em: 08/10/2021
FERREIRA, Franklin. Agostinho de A a Z. São Paulo: Editora Vida, 2007. (Série
Pensadores Cristãos).

Para escrever um bom trabalho, não basta fazer uma boa pesquisa. É preciso se colocar
dentro dele. Por que você escolheu Santo Agostinho entre tantas opções possíveis? Já seria
um bom começo. O que aprendeu ao estudar sua vida e obra? Poderia ser uma boa
consideração final! Obviamente o texto depende demasiadamente dos textos consultados até
na grafia incomum no “português brasileiro”. As referências bibliográficas são o
reconhecimento de nossa dependência dos textos em que se fundamentam a nossa pesquisa. É
necessário indicá-las, mesmo quando as citações não são literais. Nota – 1,5

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