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Santo Agostinho depois, seu filho morreu.

Não bastasse o sofrimento pela


morte do
Aurelius Agostinus, Agostinho de Hipona ou Santo Agostinho foi um filho, Agostinho enfrentou também a morte da mãe pouco
dos filósofos da filosofia patrística, considerado um dos pais ou um dos tempo depois.
doutores da Igreja Católica. Seu período, o período patrístico, consiste Sua vida após a conversão e as perdas foi dedicada à
no primeiro esforço de criar-se uma base teológica e doutrinária para Igreja Católica. Agostinho fundou uma ordem religiosa, e,
o cristianismo, que já existia enquanto religião, mas carecia de uma após a aproximação e morte do velho Bispo de Hipona, o
doutrina que fundamentasse todo o embasamento institucional da Igreja. religioso foi consagrado bispo da mesma cidade,
Agostinho é um dos responsáveis por criar esse embasamento com a sua ocupando o cargo até 430, ano de sua morte.
filosofia cristã.
Filosofia de Santo Agostinho
Biografia de Santo Agostinho É difícil traduzir a filosofia de Agostinho em poucas palavras, pois ele
tratou sobre os mais variados temas ao defender as primeiras bases
Santo Agostinho nasceu Aurélio Agostinho, em 354 d.C. Seu local de teológicas do cristianismo. Agostinho escreveu, por exemplo, sobre o
nascimento foi a cidade de Tagaste, no território atualmente composto tempo. Algo que intriga religiosos, cientistas e filósofos, o tempo é,
pela Argélia, na época sob domínio do Império Romano. O pai de segundo o filósofo patrístico, algo que ele sabe o que é, mas não sabe
Agostinho era pagão (algo comum na época, pois o cristianismo era responder caso seja perguntado. Isso leva o interlocutor a pensar algo que
recente e tinha deixado marcas problemáticas no império por conta da seria muito importante na contemporaneidade: o conhecimento intuitivo.
Além do tempo e de outros assuntos importantes para a filosofia e para a
imagem subversiva de Jesus Cristo). Sua mãe, Mônica (mais tarde
Igreja Católica, Agostinho escreveu sobre o bem e o mal. Na visão do
canonizada como Santa Mônica), era cristã devota.
filósofo, ao tentar-se resolver o antigo paradoxo da onipotência e da
Agostinho cresceu no caminho considerado pelo cristianismo como suprema benevolência de Deus sobre o mal, afirma-se que Deus é o
pecaminoso e pagão, por conta da influência de seu pai. As biografias de supremo bem e o único caminho possível para o bem. No entanto, há a
Agostinho e de Mônica afirmam que a mãe viveu muito angustiada pela possibilidade deixada pelo livre arbítrio de que o homem afaste-se do bem
conduta do filho e sempre rezou por sua conversão. No entanto, ela e vá em direção ao mal. Deus seria o bem e a distância de Deus seria o
sabiamente nunca forçou ou impôs a religião ao filho, mesmo quando ele mal, o caminho oposto à iluminação divina.
era criança.
Agostinho estudou lógica, filosofia e retórica. Tornou-se um grande Patrística
professor de retórica, sendo reconhecido no Império Romano. Ele Agostinho está inserido no período denominado filosofia patrística. O
procurou, com base em seus estudos, vários modos de encontrar um certo grande problema enfrentado pelos patrísticos era conseguir estabelecer as
conforto espiritual. Agostinho aproximou-se do maniqueísmo, doutrina bases de um pensamento cristão que convencesse os fiéis e, mais que
religiosa com base sincrética (cristã e pagã, advinda do zoroastrismo), que isso, desse uma base para a formulação do cristianismo. Antes de
enxergava um dualismo moral no mundo, o qual seria dividido apenas Agostinho, temos o neoplatonismo como um princípio filosófico de
entre duas forças em equilíbrio: o bem e o mal. Além disso, resgate da filosofia platônica, mas temos também o período dos chamados
Agostinho aproximou-se de doutrinas filosóficas gregas antigas, como padres apologistas, aqueles que se dedicaram a tecer verdadeiras defesas
o hedonismo e o ceticismo. (ou apologias) do cristianismo em suas épocas.
Entre os principais apologistas, temos Justino e Tertuliano. Agostinho
Agostinho envolveu-se com uma mulher, teve um filho com ela aos 18 posicionou-se como um defensor da tese de Justino: de que a filosofia
anos de idade, Adeodato, e manteve um relacionamento considerado grega antiga, mesmo sendo pagã, forneceria um meio de compreensão de
pela Igreja como pecaminoso por 13 anos. Ao separar-se dela, questões fundamentais para o cristianismo. Assim, Agostinho tornou-se
Agostinho teve casos com outras mulheres. um dos “pais” da Igreja, sendo um importante nome da filosofia patrística.
Por volta de seus 30 anos de idade, o intelectual começou a ouvir as Para
pregações do Bispo Ambrósio, um importante clérigo, por conta de
questões retóricas. O momento vivido por Agostinho era conturbado: ele Obras de Santo Agostinho
tinha dificuldades interpessoais em seus relacionamentos amorosos e com As principais obras escritas por Santo Agostinho são Confissões e Cidade
a mãe de Adeodato, além de encontrar-se espiritualmente desamparado de Deus. Confissões tem um tom altamente autobiográfico. Nesse livro, o
por todas as doutrinas que procurou: maniqueísmo, hedonismo e filósofo fala do período de sua vida em que não era convertido, fala com
ceticismo. propriedade do pecado, do maniqueísmo e do hedonismo. Também
conta como foi convertido tardiamente na fé cristã.
Não obstante, a proximidade entre Agostinho e seu filho era muito Em Cidade de Deus, o filósofo fala de dogmas relacionados ao
grande. Eles estavam imersos numa cultura cada vez mais cristã, até cristianismo, como a vida eterna da alma e a bem-aventurança, além do
que Agostinho optou pelo cristianismo como religião, quando paraíso e da bondade de Deus. Os escritos contidos nessa obra mostram-se
Adeotado tinha 15 anos de idade. como o princípio para a compreensão de uma filosofia cristã.
Diz a sua história que o santo, em um dia de muita Dia de Santo Agostinho
angústia, recebeu a visita de um ser iluminado, Em 28 de agosto é celebrado o Dia de Santo Agostinho em decorrência de
provavelmente um anjo, que o entregou um livro e sua morte na mesma data, no ano de 430. A celebração a Santa Mônica,
ordenou-o: “Toma e lê!”. Agostinho obedeceu-o, e, a sua mãe, acontece no dia 27 de agosto, também em decorrência da data de
partir daquele momento restaurador, cederia ao morte da matriarca
cristianismo como religião. Após esse episódio, o Bispo TEORIA DA ILUMINAÇÃO NATURAL EM SANTO AGOSTINHO
Ambrósio batizou Agostinho e Adeodato. Pouco tempo
Sempre almejando a sabedoria e mais ainda Agostinho
a verdade,
quer conhecer
Agostinhoa Deus,
de porque sabe que por Deus é conhecido.
Hipona passou por diversas experiências Diantefilosóficas,
desta realidade
desde
querseu
fazer a experiencia de Deus, pois sente que é
materialismo racionalista, passando pelo ceticismo,
amado. Issoatéo sua
levasubstituição
a confessar a Deus suas misérias e a deparar-se com o
por uma concepção espiritualista. Porém, que nunca
lhe negou
desagrada.
a existência
Por isso quer
de renunciar a si mesmo para somente estar
Deus. com Deus. Sabe também que o que confessa
a Deus por ele é conhecido. Porém, que finalidade tem para os homens
Estas experiências fizeram com que o filósofo cristão amadurecesse conhecerem as suas confissões e que benefícios isso pode acarretar?
bastante, inclusive no que diz respeito às Sagradas Escrituras, que passou Agostinho questiona, mas a resposta está que a caridade crê em tudo,
a compreender de forma mais significativa e profunda. mesmo não podendo provar que fala a verdade. Aqueles, porém, que o
Em princípio, Agostinho havia se integrado à seita Maniqueísta, uma ouvem, creêm, porque os ouvidos foram abertos pela caridade. Os frutos
doutrina persa que pregava a existência de dois polos equivalentes e em de suas confissões são colhidos, não do que foi, mas do que é. Nesta ótica
permanente luta no universo: o Bem e o Mal. Perceba que segundo esse Agostinho fala da ignorância do homem que desconhece até o que nele
modo de pensar, além de existirem, isto é, possuírem realidades concretas, habita; percebe no outro mas não percebe em si mesmo. De uma coisa
esses elementos têm o mesmo valor ou a mesma força. Assim, os cristãos Agostinho tem certeza: ele ama a Deus e por causa desse amor quer
representavam os adeptos do Bem e os pagãos e bárbaros, os do Mal. encontrar resposta para a pergunta: “Quem é Deus?” Por isso, contempla
a criação em busca de respostas. Continua a sua busca e agora se
No entanto, foi no neoplatonismo que Agostinho percebeu a existência pergunta: “Quem és tu?” Um homem, é o que responde; sabe que até
das coisas incorpóreas, reorientando sua busca em um sentido mesmo o homem é criado por Deus.
transcendente. Segundo interpretações de Platão, o Mal não existe Agostinho começa a perceber que somente no interior (alma) encontrará a
enquanto entidade, só o Bem como ideia ontológica por excelência. O Deus e que estará diante dele. Esse encontro, porém, se dá vencendo as
Mal não é uma realidade, é um juízo e uma ação errôneos por ignorância. forças exteriores, que é a força da sua natureza.
A partir daí, Agostinho verificou que todas as coisas são boas, porque são
obras de Deus e que o Mal é culpa da forma como utilizamos o livre Santo Agostinho se depara com uma nova indagação: Que amo, então,
arbítrio. Mas verificou também que todos buscam a felicidade e o Bem quando amo a meu Deus? Sente-se interiormente pequeno diante de Deus,
(pensamentos semelhantes aos de Sócrates!). Eis, então, o problema: pois, como ele mesmo diz, está acima de sua alma. Sabe, porém, que
como reconhecer o Bem e a felicidade? Agostinho constatou, pois, que a somente a alma pode levá-lo à intimidade com o Altíssimo. Seus sentidos
felicidade somente se encontra em Deus, o Bem Supremo, e que nós devem convergir para o Senhor, experimentando assim uma comunhão
temos esse conhecimento em nosso íntimo, de forma confusa. cada vez maior.
Desse modo, Agostinho estabelece uma ordem de perfeição, uma
graduação ou distinção dos seres para alcançar esse conhecimento que nos Somente vencendo sua natureza, ou seja, mortificando-se, poderá estar
levaria a uma vida beata. O corpo é mortal e a alma é seu princípio de subindo os degraus até o seu Criador. Cada envolvimento que Santo
vida. Esta distinção vai dos seres inanimados e passa pelos vegetais, Agostinho tem com o Senhor ele vai se conhecendo e descobrindo novas
animais até o homem. Mas não termina aqui. Acima da razão (do homem) maneiras de estar cada vez mais próximo de Deus.
ainda há verdades que não dependem da subjetividade, pois suas leis são
universais e necessárias: as matemáticas, a estética e a moral. Só acima
destas está Deus, que as cria, ordena e possibilita o seu conhecimento, que Agora chega aos vastos campos da memória, a qual considera um pálacio
deve, agora, ser buscado na interioridade do homem. onde encontram-se os tesouros de inúmeras imagens e lembranças
trazidas por percepções e também pelos sentidos. Esse relacionamento
Nessa ordem e por um processo de interiorização e busca, pode-se que Santo Agostinho trava com a memória, coloca diante daquilo que ele
encontrar essas verdades porque Agostinho admite que Deus as ilumina, realmente é, ou seja, começa a se conhecer. Suas limitações, suas
estando elas já anteriormente em nosso espírito. A doutrina da qualidades e defeitos estão todas diante dele, e reconhece, no entanto, que
Iluminação divina caracteriza-se por uma luz que não é material e que se não é capaz de compreender inteiramente a si mesmo.
atinge quando do encontro com o conhecimento da verdade para que o
homem possa ter uma vida feliz e beata. O lembrar-se disto, isto é, o Agostinho se enche de admieração e espanto quando fica diante de uma
recordar-se de um conhecimento prévio é o que o filósofo/teólogo realidade: Os homens buscam conhecer grandes lugares, mas esquecem
denomina de rememoração de Deus (herança da teoria da reminiscência de si mesmo. A viagem pelos campos vastos do palácio da memória o faz
platônica). encontrar com os seus afetos e sentimentos. Recordou-se de ter
Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) Agostinho teve, experimentado momentos alegres e tristes, de ter sentido medo, de
portanto, muita importância para a consolidação da Igreja. Isto porque em desejos antigos e sofrimentos físicos e eis que suas emoções também
um momento de crise sobre posições divergentes, o seu pensamento veêm a tona. Coisas que considerava terem caído no esquecimento se
evidenciava a necessidade de conciliar razão e fé, utilizando a filosofia encontram agora diante dele; isso o faz pensar no que significa esquecer e
como um instrumento que esclarecia ou explicava a relação do homem ao mesmo tempo lembrar-se novamente. Agostinho começa a refletir e a
com Deus, ainda que nesta devesse prevalecer a fé. Também porque isso perceber que o fato de esquecer-se não significa que determinada
auxiliava os interesses da Igreja com relação à conversão dos pagãos ao realidade não esteja presente na sua vida. Diante disso ele afirma que o
invés de lutar contra eles, ampliando o número de propagadores da fé. E, esquecimento não é senão falta de memória. Agostinho quer compreender
assim com uma relativa estabilidade, a Igreja poderia expandir-se ainda a natureza da memória e como isso se realiza; constata nesse momento
mais, buscando o seu ideal de universalidade e comunidade em cristo sua limitação e uma aproximação maior de si ao dizer:”Todavia que há
mais perto de mim do que eu mesmo?” Cada vez que Agostinho reflete,
AS CONFISSÕES DE SANTO AGOSTINHO - RESUMO DO percebe ainda mais a complexidade desse mecanismo chamado memória
LIVRO X e argumenta o que de fato ele Agostinho é, e qual a sua natureza. Para
Agostinho a memória é algo que lhe provoca
ciência
admiração,
tiveram seus
devido
corações
a sua inchados pela soberba como afirma Santo
imensa amplidão e que o faz vê-la como Agostinho.
a campos, Noantros
entanto,
e inúmeras
o único mediador entre Deus e os homens é Jesus,
cavernas e cheias também de incontáveis coisas,
que abraçou
tais como
todooso afetos
projetodade rendeção e no qual Agostinho afirma
alma. Discorrendo sobre esse mundo interior
colocarquetodas
é aasmemória
suas esperanças
não para se ver curado de todas as sua
consegue, portanto, encontrar-lhe os limites. Embora a memória não
possua limites para chegar a Deus,
PATRÍSTICA
Agostinho percebe que deve transcender a razão humana para relacionar-
se afetivamente com Deus. No entanto, uma dúvida paira sobre ele, pois Filosofia Patrística foi desenvolvida no início do período de transição da
onde irá encontrar a Deus? Sem uso da memória como o poderá Antiguidade para o Medievo e desenvolveu os primeiros passos da
encontrar? Para que se encontre algo é preciso antes de tudo ter doutrina cristã.
conhecimento do que se procura e ao encontrar, reconhecê-lo. Há muitas
coisas que desaparecem de nossas vistas mas não de nossa memória. Mas A Filosofia Patrística foi um período que se iniciou com a transição
quando uma lembrança é esquecida, é a própria memória que possibilita entre a Antiguidade e o Medievo. Marilena Chaui destaca que a Filosofia
sua recordação. Não é possível resgatar de nenhum modo uma lembrança Patrística "inicia-se com as Epístolas de São Paulo e o Evangelho de São
perdida se seu esquecimento fosse completo. João e termina no século VIIIi".

Santo Agostinho agora associa a busca de Deus à felicidade. Procurar a É importante ressaltar que o período patrístico foi
Deus é conduzir sua vida interior à vivência dessa felicidade, algo que é um período de mudança e transição de pensamento. Ele situava-se,
desejado por todos sem exceção. A felicidade é conhecida de todos e isso cronologicamente, entre a Antiguidade e a Idade Média e,
não aconteceria se a memória não tivesse em si essa realidade, expressa filosoficamente, pode ter distintas classificações. Chaui classifica a
por essa palavra. A felicidade não é algo que possa ser experimentada Patrística como um período distinto da Filosofia, que não se encontra nem
pelos sentidos; ela precisa ser amada e desejada para que, quem procura, na Filosofia Antiga, como também não se encontra na Filosofia Medieval.
seja de fato feliz. A verdadeira felicidade só pode ser experimentada, no Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;) Porém, há um
entendimento de Agostinho, por alguém que serve a Deus por puro amor. consenso de classificar a Filosofia Patrística como parte da Filosofia
Medieval, junto à Filosofia Escolástica, pois os temas e o modo de operar
dos pensadores patrísticos aproximavam-se totalmente da teologia cristã e
Agostinho diz que nem todos desejam ser felizes, pois não buscam a do conhecimento religioso.
alegria que vem de Deus que é, portanto, a única felicidade. Aquele, A Patrística recebeu esse nome por abrigar os primeiros padres, "pais",
porém que busca a verdadeira alegria, busca viver na verdade, pois a da Igreja Católica e, em seu início, essa Filosofia serviu ao pensamento
felicidade provém da verdade. Encontrar a verdade é encontrar a Deus; cristão por meio das apologias do cristianismo, pois o pensamento
que é a própria verdade e quando se aprende a conhecê-la, nunca mais a cristão, ainda no século III d.C., não era bem difundido na Europa.
esquece. Porém, onde é a habitação de Deus? Agostinho não está somente Saiba mais: O que é Filosofia?
em busca de encontrar a Deus; quer agora saber onde ele habita, onde em Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)
sua memória Deus criou um esconderijo, onde Deus edificou o seu Características e significado da Patrística
santuário, dando-lhe a honra de aí residir. Agostinho, no entanto, A Filosofia Patrística surgiu em uma época difícil para o cristianismo.
compreende que tal busca não é importante, porque sabe, que Deus habita Em virtude da promulgação do cristianismo como religião oficialmente
em sua consciência e que cada vez que pensar no Senhor se aproximará aceita pelo Império Romano, os cristãos ainda sofriam perseguições e
dele. O encontro com o Senhor possibilita Santo Agostinho a querer retaliações, além de não terem muitos adeptos em várias localidades
conhecê-lo, mas esse encontro foi iniciado pelo próprio Deus que levou europeias.
Agostinho a ir a sua procura. Toda a busca de Agostinho por Deus, foi O primeiro movimento da patrística era composto pelos primeiros
através da razão querendo encontrar respostas; não obstante, quando professadores da fé cristã e pelos padres apologistas, que tinham a
voltou sua atenção para o seu interior, sua surdez foi vencida, sua missão de fazer uma defesa do pensamento cristão. Entre os apologistas,
cegueira afugentada e respirou o perfume divino. Saboreou a presença de alguns escolheram o caminho de união da Filosofia grega pagã com o
Deus e agora o deseja ainda mais; sentiu o toque de Deus e o desejo de cristianismo, como Justino, e outros defenderam a total exclusão e
paz o inflamou. Diante de suas misérias e limitações experimenta a repressão da Filosofia pagã grega, como Tertuliano.
misericórdia divina e deposita toda a sua esperança naquele que é a fonte Durante muito tempo, a visão apologista defendida por Justino
de todos os dons. Agostinho vê surgir todas as suas paixões, os prazeres prevaleceu, inclusive no período filosófico posterior, a Escolástica. A
pelos sentidos, a curiosidade muitas vezes disfarçada com o nome de Filosofia serviu, nesse caso, de alicerce para a formulação de uma
conhecimento, o orgulho que denomina como miséria desprezível, e que teologia cristã. Porém, em outros momentos da Filosofia, o conflito entre
tantas vezes era acometido por tentações em tréguas. Os louvores dos razão e fé acirrou-se de maneira a gerar uma visão binária, em que
homens, eram para Agostinho, como uma fornalha onde todos os dias era somente era possível crer ou pensar racionalmente. Em outros períodos,
posto à prova. A vanglória era para ele uma tentação perigosa, filha do os domínios da fé e da razão foram drasticamente separados, sendo cada
amor aos louvores e do execesso de vaidade. Da mesma forma o amor- um cultivado por sua distinta importância.
próprio, que busca reconhecimento naquilo que não conquistou. O esforço Outra característica do período patrístico é
que Santo Agostinho empregou para esse encontro com Deus, a influência de Platão, pensador grego amplamente estudado, traduzido e
possibilitou-o a uma contemplação de sua vida e de todo o auxílio que de difundido entre aqueles que recorriam à Filosofia grega. O pensamento
Deus recebeu, mesmo reconhecendo suas fraquezas de pecador. Deus é a platônico difundido para os patrísticos adveio do chamado neoplatonismo,
luz de sua existência que conduziu a reconhecer as mentiras em que corrente filosófica que estudou, classificou e formulou teorias filosóficas
estava envolvido. Aqueles que buscavam o caminho para deus através da próprias a partir dos escritos deixados por Platão.
Os principais expoentes do neoplatonismo são Plotino (século
de ordem psicológica individuais,
III d.C.) e apresentando uma visão
Porfírio (discípulo de Plotino, que reformulou
cristã sustentada
partes dopela
pensamento
Filosofia Platônica.
neoplatonista e introduziu novas questões, como a questão dos universais,
o clássico de Porfírio retoma a Filosofia Grega de origem
baseadas na Filosofia aristotélica). O neoplatonismo
aristotélica para reintroduzir aspectos do método de procedência de
destaque em relação ao aristotelismo durante a Patrística,
Aristóteles, principalmente
formando comentários sobre a Filosofia Grega. O principal
por conta da maior proximidade das obraselemento
de Platãotrazido
com oporpensamento
Porfírio por meio de Isagoge é a chamada “questão
cristão. dos universais”.
 Confissões: obra que mescla Literatura e elementos
Apesar dos esforços de Boécio pela tradução de Aristóteles não a partir do filosóficos, Confissões apresenta a biografia de Agostinho, contando seus
original em grego, mas a partir de traduções árabes, o aristotelismo momentos em que ele encontrava-se, como ele mesmo diz, "perdido",
somente ganhou força dentro da antes
Filosofia Medieval com início no pensamento de Tomás de Aquino, já da conversão, até os momentos que viveu, segundo ele mesmo, momentos
no período Escolástico. de glória, após a conversão ao cristianismo.
Posteriormente, passado o período das apologias, alguns nomes  Cidade de Deus: obra que trata das heresias, do Reino de Deus e do
sobressaem-se, como Boécio (século V a VI d.C.), reconhecido tradutor e comportamento esperado de um cristão para chegar à plenitude da vida,
comentador de Aristóteles e da obra Isagoge, de Porfírio e Agostinho de no sentido cristão.
Hipona (século IV a V d.C.), um pagão convertido aos 32 anos de idade,
que despontou-se como o principal teólogo patrístico, sendo Filosofia de ensino
posteriormente canonizado pela Igreja Católica, tornando-se o Santo
Agostinho. Agostinho é considerado uma figura muito influente na história
Leia também: Valores morais e sua importância para a sociedade da educação e uma de suas primeiras obras, De Magistro ("Do
Importância da Patrística Professor"), contém muitos de seus pensamentos sobre o tema. Durante
A importância do período patrístico da Filosofia reside, principalmente, sua vida, suas ideias foram mudando conforme foi encontrando novas
no fato de que ela produziu grande parte do pensamento que daria origem direções ou formas melhores de expressa-las. Finalmente, já nos seus
a todo um sistema teológico cristão. Ao tecer uma análise criteriosa das anos finais, escreveu as "Retratações" (ou "Reconsiderações"), revisitando
bases do pensamento cristão, dos dogmas cristãos e de uma certa suas obras mais antigas e melhorando alguns textos. A partir dela, fica
concepção teológica, podemos encontrar traços platônicos e elementos da claro que Agostinho acreditava que a educação era uma busca incansável
Filosofia Grega. por compreensão, significado e verdade que sempre deixa aberto o espaço
Foi no período patrístico que surgiu a maior parte doutrinária do para a dúvida, o desenvolvimento e a mudança.[127] Gary N. McCloskey
pensamento cristão, pois os padres que foram "pais" da Igreja católica identificou quatro "encontros de aprendizado" ("aulas") na abordagem
tiveram a missão de formular o princípio de todo o pensamento agostiniana à educação: as experiências transformadoras; a jornada em
cristão que daria origem ao que conhecemos hoje como Igreja Católica busca da compreensão, significado e verdade; o aprendizado com os
Apostólica Romana. outros em comunidade; e a criação dos hábitos de aprendizado. Segundo
Santo Agostinho ele, Agostinho acreditava ainda que o diálogo, a dialética e a discussão
eram as melhores formas de aprender e que este método deveria servir de
Santo Agostinho, o Bispo de Hipona. modelo para as aulas.[127]
Agostinho que se tornou Bispo de Hipona e foi, mais tarde, canonizado
pela Igreja Católica, foi um padre patrístico, considerado como o maior Agostinho também introduziu a tese das três diferentes categorias de
difusor do pensamento patrístico e o maior polemista da Filosofia estudantes às quais os professores deveriam adaptar seus estilos de
Patrística. A história de Agostinho é complexa, pois até os 32 anos de ensino: a dos que foram bem educados por professores de renome; a dos
idade, o filósofo era resistente ao pensamento cristão. que não foram educados; e a dos que tiveram uma educação pobre, mas
Agostinho buscou diversas correntes teóricas e escolas filosóficas na acreditam terem sido bem educados. Com os primeiros, o professor deve
tentativa de encontrar um sentido para a sua vida. Teve contato com tomar cuidado para não repetir o que já aprenderam e deve desafiar cada
o pitagorismo, com o maniqueísmo e com parte estudante com matérias que ainda não domina completamente. Com o
da Filosofia Helênica. Sua mãe esforçou-se para a criação cristã do filho, estudante que não recebeu educação, o professor deve ser paciente e estar
que na juventude não se interessou pelo Evangelho, pois “as escrituras disposto a repetir os temas até que ele os compreenda e deve ser
sagradas pareciam-lhe vulgares e indignas de um homem cultoii”. simpático também. Porém, o mais difícil é aquele que recebeu uma
Dada a sua conversão, aliada à erudita educação fornecida graças aos educação inferior e acredita ser alguém que ainda não é. Para estes,
esforços do pai, Agostinho converteu-se, ordenou-se e passou a estudar a Agostinho reforçou a importância de mostrar a diferença entre "ter as
Teologia baseada na Filosofia e a combater as heresias. palavras e ter a compreensão" e de ajudá-los a permanecerem humildes
em seus processos de aprendizado.[carece  de fontes]
Leia mais: Conheça melhor a Filosofia Cristã Agostinho introduziu a ideia de professores respondendo positivamente às
Livros da Patrística questões que possam receber de seus estudantes, mesmo quando forem
A Patrística, junto à Escolástica, produziu diversos livros importantes interrompidos. Agostinho também criou o estilo "contido" de ensino, que
para a compreensão do pensamento religioso cristão ocidental e para a assegurava a compreensão completa de um conceito pelos estudantes
formulação de um pensamento racional medieval. através de táticas simples: não bombardeá-los com matéria em excesso;
foco em um tópico por vez; ajudar na compreensão do tema ao invés de
As obras patrísticas que merecem destaque são:
avançar a matéria rapidamente; antecipação de questionamentos; e,
Enéadas: escritos por Plotino, Enéadas totaliza 54 tratados diferentes finalmente, ajudar na resolução de dificuldades e na busca pela solução
sobre diversos assuntos que vão de ética e convívio em sociedade dos problemas. [
carece   de fontes]
Outro exemplo de uma grande contribuição Capítulo
de Agostinho
I- Defesa
para adoeducação
cristianismo frente à acusação dos romanos de
foi seu estudo sobre os estilos de ensino. Segundo
que osele,
cristãos
existemeram
doisresponsáveis
estilos pela desgraça do império.
básicos: o "estilo misto", que utiliza linguagem complexa, por vezes
Capítuloa arte
"exibida", para ajudar os estudantes a enxergarem II- Não houveque
e a beleza guerra pagã na qual se poupassem os
está por trás do tema estudado, e o "estilo adoradores
grandioso",de que
um deus
não éportãoamor de outro.Sto Agostinho cita Enéias
elegante quanto o misto, mas é apaixonado Príamo
e sincero, e tem com e objetivo também a deusa
inflamar uma paixão similar a do professor noMinerva.-----------------------------------------------------------------------------
coração dos estudantes
---------------------------
Cidade de Deus Santo Agostinho
Enéias Príamo: Príamo (em grego antigo Πρίαμος, transl. Príamos),
Contexto na mitologia grega, foi rei de Troia

durante a Guerra de Troia, e era filho de Laomedonte.Seu nome


original era Podarces. Quando Héraclescapturou Troia e entregou
O Saque de Roma pelos Visigodos em 410 deixou os romanos num sua
profundo estado de choque e muitos consideraram aquele
irmã Hesíone como escrava de presente para Telamon, Héracles
acontecimento como um castigo dos deuses pelo abandono
disse queHesíone poderia escolher qualquer um e levar com ela,
da tradicional religião que havia sido substituída pelo cristianismo. Hesíone então escolheu seu irmão. Héracles disse quePodarces
Em resposta a essas acusações e para consolar os cristãos, deveria primeiro virar escravo, e depois ser resgatado por ela;
Agostinho escreveu A cidade de Deus, a defender a verdade do quando Podarces estava sendo vendidoHesíone tirou seu véu e usou-o
cristianismo sobre as religiões e filosofias contrárias e que o para resgatá-lo, por este motivo ele mudou seu nome para Príamo,
cristianismo não só não era responsável pelo saque de Roma, que significa"resgatado".Teve várias esposas e muitos filhos. Quando
como também era responsável pelo sucesso de Roma. Ele tentou os gregos entraram na cidade, Príamo quis lutar, masfoi persuadido
por Hécuba e refugiou-se com ela e com as filhas num templo.
consolar os cristãos, escrevendo que, mesmo que o domínio
Segundo algumas lendas,Polídoro entrou no templo, perseguido por
terreno do império estivesse em perigo, seria a cidade de Deus que Neoptolemo, e foi morrer a seus pés. Príamo tentou atingir
acabaria por triunfar. Os olhos de Agostinho estavam fixos no céu, Neoptolemo, mas foi brutalmente morto por este. Outras lendas
um tema de muitos cristãos da antiguidade tardia, e apesar da dizem que Príamo, louco de tristeza por verTroia em chamas, tentou
designação do cristianismo como a religião oficial do Império, manusear suas velhas armas. Sem forças, caiu e foi decapitado por
Agostinho declarou quea sua mensagem era espiritual e um soldado.Minerva era a deusa romana das artes e da sabedoria
não política. O cristianismo, argumentava, devia preocupar-se com
Capítulo III- Sto. Agostinho ironiza a força dos deuses romanos,
a cidade mística, celestial, a Nova Jerusalém — em vez de com a incapazes de defender Roma. Ele usacomo comparação os fatos
política terrena. ligados à guerra de Tróia.A Guerra de Tróia foi um conflito bélico
O livro apresenta a história humana como um conflito entre o que entre aqueus (um dos povos gregos que habitavam a GréciaAntiga) e
Agostinho chama a Cidade Terrena (muitas vezes coloquialmente os troianos, que habitavam uma região da atual Turquia. Esta
referida como a Cidade do Homem) e a Cidade de Deus, um guerra, que durou aproximadamente10 anos, aconteceu entre 1300 e
conflito que está destinado a acabar com a vitória da última. A 1200 a.C.Causa da guerra: Gregos e troianos entraram em guerra
por causa do rapto da princesa Helena de Tróia(esposa do rei
Cidade de Deus é marcada por pessoas que põem de lado
lendário Menelau), por Páris (filho do rei Príamo de Tróia). Isto
o prazer terreno para se dedicarem às verdades eternas de Deus, ocorreu quando o príncipetroiano foi à Esparta, em missão
agora reveladas plenamente na fé cristã. A Cidade Terrena, por diplomática, e acabou apaixonando-se por Helena. O rapto deixou
outro lado, consiste nas pessoas que estão imersas nos cuidados e Menelauenfurecido, fazendo com que este organiza-se um poderoso
prazeres do mundo do presente, do efémero. exército. O general Agamenon foi designado paracomandar o ataque
aos troianos. Usando o mar Egeu como rota, mais de mil navios
STO. AGOSTINHO - RESUMO: CIDADE DE DEUS (LIVRO 1) foram enviados para Tróia.A Guerra: O cerco grego à Tróia durou
cerca de 10 anos. Vários soldados foram mortos, entre eles osheróis
Categoria: Filosofia/TeologiaIdioma original: LatimTítulo original: gregos Heitor e Aquiles (morto após ser atingido em seu ponto fraco,
De civitate DeiTradução: Oscar Paes LemeEditora: Editora Vozes, o calcanhar). A guerra terminouapós a execução do grande plano do
1989 (12ª Edição)Leitura completa em execução desde guerreiro grego Odisseu. Sua idéia foi presentear os troianos com um
03/12Introdução: Trata-se de um livro complexo, mas pertinente grande cavalo de madeira. Disseram aos inimigos que estavam
para quem gosta de filosofia e teologia. Talresumo não pretende ser a desistindo da guerra e que o cavalo era um presente de paz. Os
obra de um especialista, visto que, nesse sentido, estou dando meus troianos aceitaram e deixaram o enorme presente ser conduzido para
primeiros passos. Espero apenas poder contribuir um pouco com dentro de seus muros protetores. Após uma noite de muita
aqueles que se interessam pelos textos de Sto.Agostinho. No entanto comemoração, os troianos foram dormir exaustos. Neste
reconheço minha pequenez diante de um trabalho tão grandioso. Se momento,abriram-se portas no cavalo de madeira e saíram centenas
conseguir despertarem alguns o interesse pela leitura desse de soldados gregos. Estes abriram as portas dacidade para que os
"GIGANTE" do pensamento cristão, já me dou por satisfeito. gregos entrassem e atacassem a cidade de Tróia até sua destruição.
Os eventos finais daguerra são contados na obra Ilíada de Homero.
Sua outra obra poética, Odisséia,Capítulo conta XII-
o retorno
Sto. Agostinho,
do lembrando-se daqueles que foram
guerreiroOdisseu e seus soldados à martirizados
ilha e Ítaca.Mito
duranteoua ocupação
fato deRoma, discorre sobre os corpos
histórico?: Durante muitos séculos, acreditava-se
dos cristãosque
insepultos,
a Guerraexplicando
de não ser esse um problema grave,
Tróia fosse apenas maisum dos mitos da mitologia
afinal,na grega.
ressurreição
Porém,todos
com voltarão à vida, estejam esses corpos
a descoberta e estudo de um sítio arqueológico
onde estiverem
na Turquia,
e do modo
pode-se
que estiverem.
comprovar que este importante fato histórico da antiguidade
Capítulo
realmente ocorreu. Porém, muitosaspectos XIII- Sto.
entre mitologia Agostinho afirma ser importate a fé na
e história
ressurreição
ainda não foram identificados e se confundem. Mas oe,quepor conseguinte,
se sabe é elogiaaqueles que, no ato do
queesta guerra ocorreu de fato. sepultamento dos corpos de seus queridos, demonstram essa fé. O
sepultamento respeitoso de um corpo representa, para ele, a fé que o
Capítulo IV - A cidade de Tróia foi destruída pelos gregos
cristão
sem
tem que
nas palavras de Jesus referentes à vidafutura. O corpo
houvesse misericórdia, apesar dosgregos adorarem os mesmos
deve serdeuses
tratado, se possível, com total distinção.
dos troianos.
Capítulo XIV - Os cristãos levados em cativeiro são lembrados. Breve
Capítulo V César discursa contra os senadores romanos dando os alusão à história bíblica dos jovens apreendidos em Babilônia:
detalhes de como eles procediam para com os inimigos vencidos. Daniel, Sadraque, Mesaque e Abednego. Agostinho lembra também
Muita violência, sangue, dor e estupros. do profeta Jonas cuja história por vezes é motivo de zombaria. No
entanto, critica ele, os mesmos que não creemna história do profeta,
dão crédito à célebre história de um certo músico Ario de Metimne
que, precipitado donavio no mar, teria sido levado à margem no
Capítulo VI- Sto. Agostinho argumenta que os romanos não dorso de um delfim.
poupavam os vencidos da guerra.

Capítulo VII- Sto. Agostinho atribui qualquer ato de bondade


ocorrido durante a invasão de Roma pelos bárbaros, á graça de Deus Capítulo XV -Régulo submete-se a suplícios em Cartago, em razão da
representada em Jesus Cristo. palavra empenhada, sendo queos deuses a quem ele serve não
conseguem livrá-lo. Por que a crítica contra os cristãos face à
Capítulo VIII- A misericórdia divina se estendeu a todos os homens, destruíção deRoma? O argumento de Agostinho baseia-se no
assim como o sol se levanta paraos bons e os maus igualmente. seguinte: Se Régulo é louvado pelos romanos como exemplode
devotamento aos deuses, ainda que tenha sofrido castigos horríveis
Capítulo IX- 1. Os flagelos temporais e comuns, ajudam os justos a por causa disso em Cartago, porquenão pode a cidade de Roma ser
espiar seus pecados, posto nãohaver quem naturalmente seja isento dígna de iguais suplícios com a destruíção sem que isso seja devido à
de pecado. 2. O mal está no fato de que muitos, por amizade ou existênciados cristãos? Agostinho afirma: Uma coisa não é a ventura
interesse,deixam de repreender os irmãos em suas culpas. E isso não é da cidade e outra a do homem, pois toda cidadenão passa de
característico apenas dos que, casados, têm delidar com suas sociedade de homens que vivem unidos (pág. 45, 3º parágrafo).
fraquezas no trato diário com as lides domésticas, mas até dos
religiosos que, por temerem aviolência dos maus, deixam de Capítulo XVI – Trata-se do perdão às mulheres cristãs que se
repreendê-los na cara. 3. Os bons são castigados com os maus por mataram para fugir da desonra do estupro pelos soldados bárbaros.
gostaremcomo eles, ainda que menos, da vida temporal que deveriam Agostinho coloca aqui uma difícil situação, pois alguns afirmam que
desprezar. não há comose tornar indiferente no caso de um estupro. Pelo menos
afirmam estes que a indiferença perante o estupro por parte das
Capítulo X mulheres é quase impossível, não sendo elas capazes de total desapego
durante o ato do estupro emsi, logicamente numa clara referência à
1. O mal pode tornar-se em bem para aqueles que amam a Deus. possíveis sensações inadivertidas e imperceptíveis engendradas
Como diz a própriaescritura, tudo concorre para o bem dos que pelocorpo. Nesse caso, segundo Agostinho, dignas de piedade são
amam a Deus. 2. A perda dos bens para o justo, nada é, posto quetem aquelas que se mataram para fugir à desonra docorpo e dignas de
conscência de que há de perdê-los um dia, querendo ou não, por apoio, respeito e compreensão aquelas que se deixaram desonrar sem
intermédio da morte. Para os fracos, a perda dos bens para os recorrer ao suicidio.Afinal, quem poderia acusá-las, sem incorrer na
bárbaros, significa o desapego forçado de coisas temporais, significa a acusação de estar louco?
possibilidadede um retorno mais consciente á graça de Deus. 3. Bons
cristãos não foram torturados pela ocultação dos bens,caso contrário Capítulo XVII - Matar-se é um crime, afirma Sto. Agostinho. Judas
não seriam bons, posto que o apego a coisas terrenas os fariam ser foi responsável pela morte de Jesus,mas também por sua própria
maus. Aquele que confessaa Jesus Cristo como sumo bem, não se morte. Não bastou a ele achar-se culpado e arrependido, posto
deixa ser torturado por ouro e prata corruptíveis. quedesesperadamente fechou qualquer via de acesso ao
arrependimento verdadeiro. Agostinho argumenta queJudas é muito
Capítulo XI- O fim da vida é um fato comum a todos os homens. Não mais culpado por sua própria morte do que pela de Cristo, afinal no
importa a espécie de morte quenos está reservada, posto que para o caso de Cristo ele foi umco-partícipe, enquanto na sua o algoz único e
justo a vida eterna é uma certeza. Importa, portanto, o lugar para legítimo.
ondevamos após a morte.
Capítulo XVIII- Não há pecado real para Capítulo
a vítima
XXIV-queOneleargumento
não de Agostinho versa no sentido de
consente. A violência não faz perder acastidade,
mostrarvisto
que seque,
os para
adoradores
todos de deusesfalsos estão, em muitos casos,
os efeitos, permanece casto na alma quem,prontos
por ameio
se entregar
do estupro,à morte,
o a preferir o suicídio, quanto mais
deixou deser no corpo. O corpo danificadoaquelespelaqueservem
violência aosexual
Deus verdadeiro. Como exemplo pagão
permanece puro enquanto a alma, apresenta representada
novamente
pelavontade,
a figura de Marco Régulo, ainda queesse não
permanece pura. No entanto, se a vontade supere
for impura,
em resignação
na expressão
a figura bíblica de Jó.
do desejo interior, que corpo poderá ser puro, ainda que inviolado?
Capítulo XXV- Não devemos cometer um pecado na esperança de
Capítulo XIX- Agostinho relata o casoevitarde umaoutro.
soberana
Mesmoromana
sendo vítimasinocentes do mal alheio, devemos
chamada Lucrécia, mulher dígnaestuprada nos submeterpor à um vontade
jovem divina e aguardar abraçados a Cristo o
tresloucado, filho de um tal Tarquínio. desenrolardos
Desesperada,acontecimentos,
após tal ainda que tais acontecimentos nos
acontecimento, Lucréciase mata. Comovitimem.julgar tal
Um procedimento?
pecado futuro jamais pode ser aexplicação para um
Lucrécia, não consentindo no estupro, acabou
pecadocometendo
presente, ovisto
pecadodo
que, dessa maneira evidenciamos apenas nossa
homicídio em si mesma vítima da vergonha propensão
e angústia?
para a prática
Ou houve do pecado.
consentimento momentâneo por partedela, vindo em seguida o
remorso? Agostinho Capítulo XXVI= Mulheres santas para evitar a desonra, buscaram a
morte na mão de seus inimigos.Agostinho considera que talvez elas
trabalha com essas duas possibilidades, argumentando tenham sido quelevadas a isto pela obediência aos preceitos divinos. No
osromanos não têm porque difamar as mulheres cristãs vítimas de
estupro no cativeiro. Enquanto a soberanaentregou-se ao desespero e entanto, por mais que isso se pareça um suicídio, não podemos assim
à morte, sendo que somente ela poderia efetivamente explicar o julgar, posto que quem desta formaobedece a Deus não deve ser
motivo, asmulheres cristãs esperaram a justificação na divina encarado como homicida de si mesmo. Entretanto, ninguém deve
providência, sem recorrer ao suicídio. matar-se, nem para fugir das agruras desta vida, nem por causa dos
desejos libidinosos dos outros, pois o reino de Deus nãoé para os
suicidas.Capítulo XXVII- Há quem considere a possibilidade do
suicídio para fuga dos prazeres temporais, masquem pode pensar
Capítulo XX = Não existe nenhuma ordenança divina que legitime o dessa forma? Se fosse assim, logo após os sacramentos, os fiéis seriam
ato de matar. Quando Deus diz nãomatarás ele se refere à possível
matança de qualquer ser humano, mesmo daquele que atenta contra exortados aosuicídio, a fim de que não incorressem mais nos
sua própriavida. O não matarás não se aplica aos animais irracionais prazeres deste mundo. Porém somos exortados continuamenteà
ou às plantas, posto que foram deixados a nossodispor, mas sim ao vitória sobre as tentações desta vida. Não há motivo válido para o
ser humano, pois, afinal quem se mata não estaria também matando suicídio e devemos permanecer na purezae obediência a Cristo, a
o homem e tornando-se réu da própria lei que diz não matarás? despeito do que tenha sido feito, contra a nossa vontade, com nossos
corpos.Capítulo XXVIII
Capítulo XXI Neste capítulo Agostinho considera a possibilidade de
homicídios não criminosos.Afinal, quando o homem obedecia à –
ordem expressa de Deus, no Velho Testamento, para tirar a vida de
alguém, não se pode dizer que estivesse praticando um ato homicida, Por que Deus permitiu que tal infortúnio ocorrece às suas servas?
visto que o mesmo apenas estavaobedecendo às ordens "superiores". Talvez, concluiAgostinho, algumas necessitassem desta provação
Ele cita o caso de Abraão que, por ordem expressa de Deus iria para a quebra do orgulho que as fazia inchar pela guardada
sacrificaro próprio filho, o caso de Jefté que, devido a um voto virgindade. Enquanto outras, a quem o orgulho não manchava,
ofertado a Deus, terminou por sacrificar a filha, e o casode Sansão foram submetidas a tal situação para quenão incorressem em erro
que em sua morte matou mais inimigos do que os que havia matado futuro. Deus nos permiti alguns percalços a fim de que nos
em vida. preparemos à maiores provações. As santas mulheres não perderam
sua virgindade por causa da violação de seus corpos, afinal maisvale,
Capítulo XXII O suicida pode ser admirado, se assim o pudermos nesse caso, o que a consciência afirma.Capítulo XXIX
fazer, por sua grandeza de ânimo,nunca por sua sabedoria.
Agostinho cita o caso de Cleombroto que, influencido pela ideia de –
imortalidade daalma, apregoada por Platão, jogou-se de altura
considerável a fim de voar logo para a outra vida. O próprioPlatão, Sto. Agostinho se insurge contra aqueles que zombam do Deus dos
entretanto, não agiu assim visto ter considerado que o suicídio não cristãosescarnecendo: onde está o teu Deus? A resposta dos fiéis
deva ser executado. O cristianismocondena o suicídio. O mesmo deveria ser: onde estão os teus deuses? Deus está presente em toda
Cristo ao falar aos discípulos ordena que eles fujam de seus inimigos, parte e nos corrige com o sofrimento para que tenhamos firmeza de
nuncaque se matem para poder deles fugir. propósitos. Os malestemporais, para o cristão, são bilhetes de entrada
para o reino de Deus.Capítulo XXX
Capítulo XXIII- Agostinho apresenta, depois de Lucrécia, um outro
exemplo de suicida. Catão é umhomem amargurado pela vitória de – Agostinho evoca a figura de um ilustre romano chamado Cipião
César que, por causa desta mesma vitória, acaba se matando. Nasica. Por que hátanta reclamação em se tratando do advento do
Agostinhoapresenta-o como um fraco que, incapaz de suportar os Cristo? Agostinho conclui que seja devido ao desejo romano pela
revezes da vida, termina por por-lhe um termo. corrupção. Cipião, contrário a destruição de Cartago, afirmava que a
mesma seria motivo de violência em Roma.
O que
Tal éprevisão
Cidade de
se Deus?
confirmou
com a queda de muito sangue. Cipião Nasica receava que a
Cidade
demasiadasegurança, sobrevinda a partir da de Deus é
queda de um bairro da Zona Oeste do município do Rio de
Cartago,
principal rival de Roma, Janeiro, noa Brasil.
pusesse Foi, porosmuito tempo, considerado uma das regiões
perder
cidadãosromanos.Capítulo XXXI mais perigosas da cidade, devido a constantes confrontos nas favelas da

Agostinho continua a refletir sobre Cipião Nasica, louvando-lhe o


zelo pelos cuidadoscom a cidade de Roma.Qual filmedespreza
Cipião veio primeiro Cidade de Deus ou Cidade dos Homens?
a volúpia
grega a ponto de insistir com os senadores pela nãoconstrução de um
anfiteatro em Roma.Capítulo XXXII Depois do estouro de “Cidade de Deus” e do sucesso do seriado “Cidade
”, da Globo, “Cidade dos homens – o filme” chega aos
cinemas
Os jogos cênicos são instituidos por ordem dosnesta sexta-feira
deuses. Agostinho (31) prometendo manter o alto nível de
afirma o carátermalévolo dos deuses e, qualidade dos trabalhos
em contrapartida, anteriores (que levam a grife da produtora O2, de
a atitude
honrosa de Cipião.Capítulo XXXIII Fernando Meirelles). mais do mesmo.

O povo romano se deixa seduzir pela Onde se passa


diversão, a sériequando
mesmo Cidade ados Homens?
cidade está sendodestruída. Povo frívolo, tolo e inconstante que, a
despeito de qualquer coisa, prefere mais Cidade dosdo
o vício Homens retratava
que avirtude. a realidade de dois adolescentes em uma
Cipião esperava que o medo da guerracomunidade carente
amadurecesse do Rio
a alma dos de Janeiro. Laranjinha (Darlan Cunha) e
romanos, mas nem isso foi capaz. Acerola (Douglas Silva) são dois garotos de 13 anos que enfrentam, entre
outros problemas, o poder do tráfico de drogas e a falta de dinheiro.
Capítulo XXXIV A bondade divina instituiu, em nome do Cristo,
salvação para os que buscaramrefúgio nos templos cristãos. O Por que segundo Santo Agostinho a teoria da Cidade de Deus e Cidade
abrigo romano não tinha o mesmo objetivo que os templos dos Homens explica as injustiças e tragédias do mundo?
cristãos.Capítulo XXXV
Cidade dos homens: Agostinho dizia que a história do homem não é
Agostinho cita a parábola do trigo e do joio, lembrando que nada mais que a história do conflito entre o “reino de Deus” e o “reino
enquanto estivermos nomundo, pátria terrestre e celeste se dos homens”. É possível mais ou menos localizar o “reino de Deus” na
confundem num enlace sutil.Capítulo XXXVI Igreja, enquanto o “reino dos homens” está na noção de Estado; por
exemplo, no Império Romano.
Os infortúnios de Roma são atribuídos aos cristãos, mas Roma
sempre os teve?Como explicar tal controvérsia? Agostinho propõe O que significa De Civitate Dei?
para o próximo livro discussões sobre a imortalidade daalma, o único
e verdadeiro Deus criador e sobre a providência divina que comanda A obra em seu título original é "Dei Civitate Dei" traduzindo
tudo. literalmente é "A Cidade de Deus" é obra de Santo Agostinho onde
descreve o mundo dividido entre o dos homens, ou seja, o mundo
Qual a diferença entre a Cidade de Deus e A cidade dos homens? terreno e o dos céus, isto é, o mundo espiritual.

A Cidade de Deus é marcada por pessoas que põem de lado o prazer Quais as características da Cidade de Deus Segundo Agostinho?
terreno para se dedicarem às verdades eternas de Deus, agora reveladas
plenamente na fé cristã. A Cidade Terrena, por outro lado, consiste nas Em sua visão, toda existência humana, individual ou social, está, do
pessoas que estão imersas nos cuidados e prazeres do mundo do presente, princípio ao fim, tensionada, quando não dilacerada, entre dois amores –
do efémero. dois amores que fundaram duas Cidades. ... O amor de si levado até o
desprezo de Deus gera a cidade terrena; o amor de Deus levado até o
O que é a cidade dos homens para Agostinho? desprezo de si gera a cidade celeste.

Recomendado para você Quais as duas cidades descritas por Santo Agostinho em sua obra
denominada a Cidade de Deus e como ele as caracteriza?
Cidade é a reunião dos homens em comunhão de coração. As pessoas se
unem em função do amor proveniente dos corações humanos. É aí que encontramos a sua teologia-filosofia da história, que nos faz
Santo Agostinho identifica dois amores, sendo um deles gerador identificar as duas cidades com certas realidades históricas: Cidade de
da Cidade dos Homens e o segundo genitor da Cidade dos Anjos. Deus como sendo a Igreja, Cidade terrena como sendo o Império
Romano.
Quais são as duas cidades de Santo Agostinho?
O que é Cidade de Deus filosofia?
DA HISTÓRIA DE SANTO AGOSTINHO É aí que encontramos a sua
teologia-filosofia da história, que nos faz identificar as duas cidades com
certas realidades históricas: Cidade de Deus como sendo a
Igreja, Cidade terrena como sendo o Império Romano.
Contudo, Agostinho adverte que estes termos não são sinônimos.
A obra em seu título original é "Dei“Quem Civitateé Dei"
mais traduzindo
feliz do que aquele que goza da verdade
literalmente é "A Cidade de Deus" é obrainconcussa,
de Santo Agostinho
e incomutável
onde e excelentíssima?” As principais
descreve o mundo dividido entre o dos ideias homens,deouSanto
seja, Agostinho
o mundo evidenciam que, seja pela razão, seja
pela fé,
terreno e o dos céus, isto é, o mundo espiritual. ele buscou
Parece que era aa verdade.
obra
preferida do Imperador Carlos Magno.
Santo Agostinho foi um dos maiores filósofos e teólogos dos
Em qual favela se passa Cidade dos Homens? primeiros séculos do cristianismo na antiguidade. Foi
considerado uma autoridade no desenvolvimento do pensamento
Rocinha O seriado foi apresentado em medievalquatro episódios
e de todaescritos e
a filosofia e teologia ocidental.
dirigidos por diferentes roteiristas e diretores. Cada episódio tinha 35
minutos de duração, e as cenas foram gravadas, em grande parte,
nas favelas Santa Marta, Rocinha e Morro do Chapéu Mangueira, no
Rio de Janeiro. Santo Agostinho escreveu em estilo muito rebuscado em comparação ao
estilo atual. Seu pensamento é vasto e complexo, seus escritos são
Qual a diferença da Cidade de Deus para temas
a cidadede terrestre
estudos de
de acordo
inúmeros doutores que dedicaram anos de suas
com os slides de Santo Agostinho? vidas a entender ao menos um pouco do que esse grande pensador legou
para o mundo.
Santo Agostinho escreveu o livro cidade de Deus, em que afirmava
que a cidade humana era essencialmente As imperfeita,
principaise ideias
aquelesde que
Santo Agostinho são, na verdade, as mais
vivessem em conformidade com o preceito divulgadas tendo-sea em
cristão, após morte
vista o ensino de filosofia nos colégios e as
habitariam a cidade de Deus onde tudo era palestras
justo. de introdução à sua filosofia.

Qual o significado do cogito agostiniano? Como este artigo é apenas um resumo introdutório, basta dizer que as
principais ideias de Santo Agostinho envolvem a fé e a razão, a primeira
O cogito é um elemento importante na filosofia agostiniana
certeza racional, a Iluminação divina, o problema do mal e o livre
a fundação do cogito se daria nos solilóquios. O segundo assevera que o
princípio do cogito ocorre quando Agostinho, antecedendo a Descartes,
Todas elas estão explicadas no final deste artigo.
estabelece o seu programa, no qual ele visa conhecer a si e a Deus. Isto
ocorre na obra O livre-arbítrio.  Para não perder conteúdos como este, acompanhe todas
as produções gratuitas da Brasil Paralelo.
O que é uma visão maniqueísta?
Religião e Filosofia no Ocidente
Maniqueísmo é a ideia baseada numa doutrina religiosa que afirma
existir o dualismo entre dois princípios opostos, normalmente o bem e o Santo Agostinho costuma ser referido como o “último dos antigos” e o
mal. O maniqueísmo é considerado uma filosofia religiosa, fundada na “primeiro dos modernos”. Ele assistiu à queda do Império Romano e de
Pérsia por Maniu Maquineu, no século III, sendo bastante disseminada todos os padrões morais da época.
por todo o Império Romano.
Ele assistiu o fim gradativo do Império Romano ao longo de gerações.
Qual a principal ideia de Santo Agostinho em sua obra Cidade de Deus? Viu os bárbaros tomarem conta e os romanos culparem os cristãos por
isso, motivo que o levou a escrever A Cidade de Deus.
A tese de Agostinho apresenta a história do mundo como a guerra
universal entre Deus e o Mal. ... A obra promove atualização da história No mundo latino, Santo Agostinho integrou a filosofia grega no
universal, conforme a tese de Agostinho da guerra universal entre os cristianismo.
humanos que seguem Deus e aqueles que seguem o Diabo.
Todavia, antes do aprofundamento nesses tópicos, é necessário saber
O Verbo – a Sabedoria de Deus presente na criação que atua e como sua trajetória de vida influenciou sua busca pela verdade na
sustenta todos os seres filosofia e seu encontro com a fé católica.
O conceito de “Verbo” que Agostinho absorve do referido texto Quem foi Santo Agostinho?
joanino, possui uma ampla dimensão teórica que perpassa, por assim
dizer, toda a visão que ele elabora sobre a realidade. O termo Verbo A biografia de Santo Agostinho ilumina suas principais ideias.
designa o Filho, a segunda pessoa da Trindade que nos revela Deus
pela encarnação. Para o autor este é o ponto-chave de todo Aurélio Agostinho, em latim Aurelius Augustinus, nasceu em 13 de
pensamento que busca a Deus, pois este termo diz respeito a toda a novembro de 354 d.C em Tagaste, na África. Sua mãe, Mônica, era uma
ordem da criação, mais precisamente, designa toda a ação de Deus piedosa católica, tanto que foi canonizada e é hoje venerada como santa.
sobre a realidade criada desde o ato originário de doar-lhe o ser. O Seu pai, Patrício, era pagão e converteu-se apenas no leito de morte.
Verbo não diz respeito apenas a este ou aquele aspecto da divindade
ou do homem, mas a “toda a verdade” sobre o Ser de Deus e sua mais
plena manifestação – a criação e nela a encarnação.
Como se sabe, Agostinho hoje também é considerado
de seu tempo: Santo
santo. Mas apesar
Ambrósio, bispo com quem sua mãe muito
das virtudes que o levaram a esse patamar, o
conversava
início ede
a quem
sua vida
pediafoique conversasse com o filho para que se
turbulento, tendo experimentado a devassidão por muitos anos

Antes de ser católico, Agostinho já era um gênio


Santo Agostinho
da filosofia
era um gênio da retórica, mas Ambrósio ainda o
retórica, gramática e chegou a ocupar os maiores cargos
Elequetinha
um professor
uma sabedoria que Agostinho ainda não tinha
poderia ter naquela época.

Também é importantíssimo ressaltar que Sendoele assim,


se envolveu
quandocom
ele oouviu Ambrósio pela primeira vez, foi
maniqueísmo antes de construir os pilares daimpossível
filosofia cristã.
não admirá-lo e querer ouvi-lo ainda mais.

 Veja a descrição de como Jesus morreu pelaOutro episódio


explicação marcante
de um se lê em Confissões, livro onde Agostinho narra
cirurgião
Ele relatou que ouviu uma voz dizer “Toma e lê”. Tendo
Maniqueísmo ouvido isso, pegou a bíblia, abriu-a e leu a primeira passagem que

Para os membros da seita maniqueísta, o mundo é governado por


dois poderes, dois princípios iguais em “Andemos honestamente
possibilidades e quecomo
se de dia, não em orgias e bebedices, não em
impudicícias
equilibram no universo. Há um princípio bom, um deus ebom,
dissoluções, não em contendas e ciúmes; mas revesti-vos
que produz
do Senhor
as coisas boas; e um princípio mau, um deus mau, queJesus Cristo,
produz e não vos preocupeis com a carne para não
as coisas
más. excitardes as suas cobiças”. (Romanos 13, 13-14)

Quanto mais Santo Agostinho se aprofundou Essas


no palavras caíram
maniqueísmo como uma luva, iluminando sua vida, que era
e quanto
mais ele estudou algumas teorias neoplatônicas, mais ele se decepcionou
com essa forma de explicar a presença do bem e do mal no mundo.
A conversão de Santo Agostinho foi um longo processo, não foi imediata.
Pela própria razão, ele foi se afastando doNão fez com que ele deixasse de pensar na sua antiga vida. Ele precisou
maniqueísmo.
retomar a consciência da vida inteira.
Santo Agostinho e a influência platônica
Sua consciência o acusava de ter feito certas coisas humilhantes de que
Santo Agostinho possui em sua filosofia preferiria
muitasnem relembrar, mas
semelhanças comprecisava.
o pensamento de Platão, bem como fortes divergências. Mas, como um
todo, ressignificou o pensamento platônico noA conversão
cristianismo.na vida adulta não anula todos os pecados passados.
Agostinho sondou as suas mais profundas memórias.
Platão ensinou que as almas aprendiam por reminiscência, isto é, já
sabiam o que precisavam antes de encarnarem no mundo. Uma vezApósconvertido, foi batizado. Posteriormente, tornou-se sacerdote,
bispo e santo.
adquirirem o corpo, a vida consistia em relembrar o que já sabiam.

Antes de virem ao mundo, as almas contemplavam a forma perfeita de Santo Agostinho morreu em Hipona, em 28 de agosto de 430.
todas as coisas. Segundo Platão, elas viam o mundo das ideias. Na terra, a
filosofia as ajudava a se recordarem dessas formas, já que tudo alcançado Esse pequeno resumo de sua vida faz sentido, porque ele mesmo diz que,
pelos sentidos era imperfeito. depois da castidade, sua inteligência foi iluminada. Em outras palavras,
disse que ficou mais inteligente depois que abandonou seu desregramento
É parte das principais ideias de Santo Agostinho defender a forma perfeita da carne.
das coisas, porém, não a reminiscência. Diferente de Platão, ele explicou
que a forma perfeita de todas as coisas existe apenas na mente de Por essa razão, as principais ideias de Santo Agostinho estão relacionadas
Deus. com sua vida religiosa.

Por essa razão, as almas não se recordam, mas aprendem cada vez Conheça também as principais ideias de Aristóteles.
mais à medida que se aproximam de Deus. E foi o que aconteceu com
ele. As principais ideias de Santo Agostinho

Essas 19 técnicas de leitura vão te ajudar a se lembrar do que você leu. Em resumo, as principais ideias de Santo Agostinho são agrupadas
assim:
A conversão de Santo Agostinho impactou sua filosofia?
A fé e a razão;
As principais ideias de Santo Agostinho são o reflexo de um homem já
maduro e convertido, segundo ele mesmo. A primeira certeza e suas confissões;

Seus estudos filosóficos e o abandono do maniqueísmo, que ele entendeu A Iluminação divina;
não fazer sentido, uniram-se à sua aproximação de um outro grande nome
 O problema do mal; O cristianismo vem depois da filosofia, provoca uma continuidade mais
do que uma escolha. Somente unindo fé e razão, filosofia e
 O livre arbítrio. cristianismo, é possível fazer teologia.

1 – Fé e razão

Para Santo Agostinho, a razão naturalAé teologia


concedidaé o resultado
por Deusdaaos articulação e defesa dialética da fé. Trata-se
da organização
homens para que conheçam a verdade. Outro meio mais elevado é a e explicitação racional do conteúdo da fé em
discussões dialéticas. Isso só aconteceu no Ocidente.
revelação. Assim se conhece a verdade pela fé, meio que alcança o que a
racionalidade não dá conta. A doutrina ocidental teve que unificar filosofia grega e doutrina. O
ensino religioso no Ocidente não se desligou da vida intelectual.
De acordo com Étienne Gilson, importante filósofo e historiador da
filosofia, o pensamento agostiniano possui Na
umaIgreja Ocidental,
premissa unificar o conhecimento era uma tarefa cristã. A
fundamental:
verdadeira filosofia, ou seja, a busca sincera pela verdade, buscaa base da vida monástica.
vida intelectual foi também
necessariamente se aderir à ordem sobrenatural.
O conteúdo e as técnicas da filosofia grega surgem como portadores da
Mesmo tendo se convertido, ele não usou mensagem
os dogmas cristã
da fé no
paraensino
pensare na estruturação da alma. Assim nasce a
sobre a desordem do mundo. Santo Agostinho escolástica, ondefundamentos
buscou a vida cristã envolvia estudos e o exercício de filosofia
era também uma prática de santidade.
para crer e foi tipicamente filosófico nisso.

“Crê para compreender, compreende para O ensino era organizado de forma que o estudioso buscava a verdade
crer”.
como quem salva a própria alma.
Ele também problematizou a fé:
Considerando tudo isso e muito mais, Santo Agostinho buscou um
fundamento indestrutível,
Ela apresentou um problema cognitivo de credibilidade da fonte. uma certeza racional inegável.
ter mais conteúdos sobre os quais pensar, são mais problemas.
homem mal entendeu sua vida na terra e já2 precisa
– A primeira
pensarcerteza
sobre eosuas
juízoconfissões
final e a eternidade.
Mais de mil anos antes de Descartes, Agostinho já havia buscado um
Além disso, a fé não é uma constante, ela fundamento
vai e vem, poisinabalável
é uma para o conhecimento, uma certeza inquestionável.
atitude
subjetiva. Não se alcança de uma vez para sempre. A história dos santos
A partire traz
católicos mostra que a fé é constantemente pedida de uma análise
novas existencial, iniciou seu projeto filosófico a partir
dúvidas.
certeza de que era uma alma pensante.
Em nenhum momento ele confundiu o conteúdo da fé religiosa com as
condições de credibilidade da alma humana.Diferentemente de Descartes, que pensou um “Eu” filosófico e conceitual,
separado de tudo, Santo Agostinho pensou um “Eu” existencial, com uma
Mesmo que a Revelação tenha seus critérios de certeza, história e com
isso não responsabilidade pelos atos.
resolve o problema do homem:
 Entenda o erro de paralaxe cognitiva que Descartes cometeu.
 Porque ter fé nisso?
Primeiro, ele chega a ter certeza de que existe. Ao mesmo tempo, tem
 Por que aceitar esse padrão de certeza? certeza de que não é seu próprio fundamento. Ele sabe, pela sua
história de vida, que não se criou e que não se sustenta na existência.
A certeza objetiva da fé não resolve o problema humano da certeza
subjetiva. É possível saber que algo está certo e continuar duvidando. Por isso, sabe também que ele não é a explicação de si mesmo. Ele sabe
que existe, mas não sabe por que existe, o que fazer com sua vida ou
Santo Agostinho tenta organizar a certeza do conhecimento em vista da quem o trouxe à vida.
ordem interna da própria alma.
Em Confissões, por exemplo, Agostinho conta a sua história porque quer
A fé é um dado, um dos elementos. Crer em algo por causa da autoridade saber quem ele é. As confissões são uma sondagem em profundidade do
de Deus é diferente de acreditar por ter as condições de certeza daquilo. seu “Eu”, remontando-se ao começo da existência.

Fé é admissão de credibilidade e motivo de credibilidade. Ele enfrenta sua consciência desde a memória mais distante, de seu “Eu”
mais infantil.
A presença de Jesus era um motivo, mas e depois? Com esse motivo
acredita-se no restante. A fé não acontece sem motivo e, precisamente, Santo Agostinho percebe que só toma consciência de seu “Eu” se tomar
esse motivo é racional. consciência de sua vida inteira. Essa centralidade do “Eu” foi novidade
na Antiguidade.
Toda a filosofia grega parte de um cosmos Analogamente,
ordenado, no oqualfrioestamos
não possui essência, é ausência de calor. A
inseridos. A alma não era ainda o centro da escuridão
atenção filosófica.
não possui essência, é ausência de luz. Esses exemplos mostram
que não existe uma origem para o frio ou para a escuridão senão a
Ele descobre o fundamento subjetivo da certeza.de A
subtração alma
calor adquire
ou luminosidade.
certeza de si mesma apenas se assume sua própria história.
O mesmo se dá com o mal. A única forma dele se fazer presente é
3 – Iluminação divina mediante a ausência do bem.

A doutrina da iluminação divina está entreNada


as principais
produz o ideias de Santo sendo ele sempre um fruto indireto.
mal diretamente,
Agostinho. Ela também é responsável por unir fé e razão, de forma que
elas O aprofundamento deste tema se encontra de forma espalhada em sua
A Cidade de Deus. Com mais abrangência, Santo Agostinho explica
juntas não se contradizem, mas apontam que o mesmo caminho
a ausência do bemconforme
teve seu início com a liberdade dos anjos.
suas possibilidades.
Assim o mal começou, quando anjos livres escolheram não obedecer a
Sobre a razão, Santo Agostinho alegou Deusque se percebeu
e d’Ele mais mal está intrinsecamente ligado ao livre
se afastaram. O
inteligente por viver uma vida virtuosa, como se a imundície
arbítrio, já que Deusem que se obriga nenhuma criatura racional ao
não
encontrava bloqueasse sua razão de alguma forma, emboracegando-o
as convide. para a
verdade.
E porque Deus concede a liberdade se é onisciente e já sabe que
Com retidão de vida, disse que passou muitas
a entender o que oantes
escolherão mal?não
entendia. Disso surge o nome iluminação divina, já que acreditava que
Deus vem em auxílio do homem para Porque,
ajudá-lo
segundo
a alcançar
Santo Agostinho, a
um liberdade é essencial para que
conhecimento verdadeiro. . Se as criaturas racionais, anjos e homens, não forem livres
para decidir, não amarão verdadeiramente.
Entre as principais ideias de Santo Agostinho, essa foi uma das que mais
influenciou a filosofia medieval. Contrariamente
Por fim,ao que
SantoPlatão
Agostinho
ensinou, explica
a que todo o mal que Deus permite não
iluminação divina diz ao homem que ele devesupera
buscar
o bem
a verdade
que Elecomconsegue
ajuda mesmo com essa permissão.
de Deus em seu interior e não em um mundo à parte.
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4 – O problema do mal
5 – Livre arbítrio
Esse tema da filosofia de Santo Agostinho está diretamente ligado ao seu
envolvimento com os maniqueus. Pela lógica,É comum ele percebeu
pensar queque não arbítrio é um tipo de liberdade concedida
o livre
fazia sentido acreditar na existência de umparaprincípio mau criador
que se escolha entre odebem e o mal. Mas isso é um equívoco no
coisas más. Isso gerou um problema. Afinal, de onde
escopo vem o malagostiniano.
do pensamento então?
Basta
O livre arbítrio não é concedido para que se escolha o mal, mas sim
viver para perceber em si e no mundo muitas coisas más.uma Se nada cria para escolher o bem. Aqueles que escolhem o mal, usam
condição
isso, porque os homens lidam com o mal no decorrer da vida?
errado a liberdade recebida e serão mais infelizes. Em A Cidade de Deus,
Se existe apenas um Deus que é bom e ele é a origem de todo o bem… é essa a situação dos demônios.

O que é o mal? Aqueles que escolherem o bem, terão usado corretamente a liberdade
recebida e serão felizes. Essa é a situação dos santos anjos.
De onde vem o mal?
O mesmo se aplica aos homens.
Para responder a essas perguntas, é inevitável considerar o tema da
liberdade, do livre arbítrio e a retomada do que alguns neoplatônicos Na verdade, Santo Agostinho explica que a função do livre arbítrio é
pensaram. garantir que nenhuma criatura racional seja obrigada a amar a Deus. Não
existe amor sem liberdade e, por isso, se o livre arbítrio for mal
Confissões é um dos livros onde Santo Agostinho explica que Deus não é utilizado, afasta-se do amor
autor do mal e que o mal é uma ausência de Deus. Segundo sua
filosofia, o mal não possui essência, é um nada.
Obras
 Sobre o Belo e o Correcto (em latim: De Pulchra [Registos]
et Apto, 380)contra Fortunatus [Maniqueísta] ([Acta] contra
Fortunatum [Manichaeum])
 Sobre a Doutrina Cristã (em latim: De doctrina Christiana, 397–426)
Contra a epístola dos Maniqueístas chamada
 Confissões (Confessiones, 397–398) fundamental (Contra epistulam Manichaei quam vocant
fundamenti)
 A Cidade de Deus (De civitate Dei, iniciada c. 413, finalizada
426) Contra Faustus [Maniqueísta] (Contra Faustum [Manichaeum])
 Sobre a Trindade (De trinitate, 400–416)
Sobre a natureza do bem contra Maniqueístas (De natura boni
contra Manichaeos)
 Sobre o livre arbítrio (De libero arbitrio)
Sobre a correcção dos Donatistas (De correctione Donatistarum)
 Enchiridion (Enchiridion ad Laurentium, seu de fide, spe et
caritate) Sobre o espírito e a letra (De spiritu et littera)
 Retratamentos[2] (Retractationes, Sobre
c. 426 a– natureza
428) e a graça (De natura et gratia)
 Sobre o significado do Génesis (DeSobre
Genesia adperfeição
litteram da justiça humana (De perfectione iustitiae

 Sobre a catequese dos não instruidos (De catechizandis


rudibus) Sobre os procedimentos de Pelagius (De gestis Pelagii)
 Sobre fé e o credo (De fide et symbolo)
Sobre a graça de Cristo e o pecado original (De gratia Christi et de
peccato originali)
 Sobre a fé no invisível (De fide rerum invisibilium
Sobre o casamento e a concupiscência (De nuptiis et
 Sobre a utilidade do crer (De utilitate credendi
concupiscientia)
 Sobre o credo e os catecumenos (De symbolo ad da alma (De natura et origine animae)
Sobre a natureza e origem
catechumenos)
Contra duas cartas dos Pelagianistas (Contra duas epistulas
 Sobre a continência (De continentia)
Pelagianorum)
 Sobre o professor (De magistro, um diálogo entree oAgostinho
Sobre a graça livre arbítrio (De gratia et libero arbitrio)
e o seu filho Adeodato)
Sobre o Sermão do Monte do Senhor (De sermone Domini in monte)
 Sobre o bem do casamento (De bono coniugali
Sobre a harmonia dos evangelhos (De consensu evangelistarum)
 Sobre a Santa Virgindade (De sancta virginitate
Tratado sobre o Evangelho de S. João (In Iohannis evangelium
 Sobre o bem da viuvez (De bono viduitatis)bre a imortalidade da alma (De immortalitate animae)

 Sobre a mentira (De mendacio) Contra as cartas de Petiliano (Bispo de Cirta) (Contra litteras Petiliani)

 Contra a mentira [Consentimento para] (Contra mendacium Academicos)


Contra Académicos (Contra
[ad Consentium])
Sobre oitenta e três diversas questões (De diversis quaestionibus
 Sobre a música (De musica) octaginta tribus, 396) .Sermões, entre os quais um conjunto de
 lições do Novo Testamento
Sobre heresias e o que Deus quer (De haeresibus ad
Quodvultdeum)  Homilias, entre as quais uma série sobre a primeira Epístola de João
 Sobre a obra dos monges (De opere monachorumÉtica Profissional

 Sobre a paciência (De patientia) Professor de Filosofia, Mestre em Ciências da Educação

O que é Ética Profissional:


 Sobre cuidados com os mortos (De cura pro mortuis gerenda)
Ética profissional é o conjunto de normas éticas que formam a consciência do profissional
 Sobre a moral da Igreja Católica e sobre a moral dos e representam imperativos de sua conduta.
Maniqueistas (De moribus ecclesiae catholicae et de moribus
Ética é uma palavra de origem grega (éthos), que significa “propriedade do caráter”.
Manichaeorum)
Mutas vezes a ética profissional é utilizada como sinônimo de deontologia. O termo
 Sobre duas almas [contra os Maniqueístas] (De duabus animabus deontologia também deriva de duas palavras gregas deon, que significa "dever,
[contra Manichaeos]) "obrigação" e lógos, que significa "razão", "lógica", "ciência".
Assim, a ética pode ser entendida como a orientação do caráter, enquanto a deontologia é a
ciência do dever. Ambas cumprem a função de orientar as condutas que devem ser
realizadas pela empresa.

Ser ético é agir orientado por princípios em vista do bem, sem jamais prejudicar o
próximo. Ser ético é cumprir os bons valores estabelecidos pela sociedade em que se vive.

A ética profissional possui uma grande importância por orientar ao bom cumprimento de
todas as atividades de uma profissão, seguindo os princípios determinados pela sociedade e
por grupos de trabalho.

Cada profissão tem o seu próprio código de ética, que pode variar ligeiramente, graças a
diferentes áreas de atuação.

No entanto, há elementos da ética profissional que são universais, como a honestidade, a


competência, a responsabilidade com a profissão, com colegas e com a sociedade.

Saiba mais sobre o significado de Ética e leia Tipos de ética.

Código de Ética Profissional

O Código de Ética Profissional é o conjunto de normas éticas, que devem ser seguidas
pelos profissionais no exercício de seu trabalho.

Este código é elaborado pelos Conselhos, que representam e fiscalizam o exercício da


profissão.

O código de ética médica, por exemplo, em seu texto descreve:

“O presente código contém as normas éticas que devem ser seguidas pelos médicos no
exercício da profissão, independentemente da função ou cargo que ocupem.

A fiscalização do cumprimento das normas estabelecidas neste código é atribuição dos


Conselhos de Medicina, das Comissões de Ética, das autoridades de saúde e dos médicos
em geral.

Os infratores do presente Código, sujeitar-se-ão às penas disciplinares previstas em lei”.

Significado de Deontologia

O que é Deontologia:

Deontologia é uma filosofia que faz parte da filosofia moral contemporânea, que significa
ciência do dever e da obrigação.

A deontologia é um tratado dos deveres e da moral. É uma teoria sobre as escolhas dos
indivíduos, o que é moralmente necessário e serve para nortear o que realmente deve ser
feito.

O termo deontologia foi criado no ano de 1834, pelo filósofo inglês Jeremy Bentham, para
falar sobre o ramo da ética em que o objeto de estudo é o fundamento do dever e das
normas. A deontologia é ainda conhecida como "Teoria do Dever".

Immanuel Kant também deu sua contribuição para a deontologia, uma vez que a dividiu
em dois conceitos: razão prática e liberdade.

Para Kant, agir por dever é a maneira de dar à ação o seu valor moral; e por sua vez, a
perfeição moral só pode ser atingida por uma livre vontade.

A deontologia também pode ser o conjunto de princípios e regras de conduta ou deveres de


uma determinada profissão, ou seja, cada profissional deve ter a sua deontologia própria
para regular o exercício da profissão, e de acordo com o Código de Ética de sua categoria.

Para os profissionais, deontologia são normas estabelecidas não pela moral e sim para a
correção de suas intenções, ações, direitos, deveres e princípios.

O primeiro Código de Deontologia foi feito na área da medicina, nos Estados Unidos

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