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FILOSOFIA CRISTÃ: INTRODUÇÃO

Marcada pelo conflito entre razão e fé:

RAZÃO → colocava-se como tarefa construir todo o edifício do saber filosófico:


pensamento crítico.

FÉ → traz consigo a ideia de verdade revelada: dogma.

Papel da racionalidade na filosofia cristã (a partir do sec. II a.C.) → serva da fé:


A RAZÃO deveria fundamentar e esclarecer os dogmas (verdades incontestáveis
adquiridas por meio da revelação ou pela encarnação de Deus na figura
humana, Cristo);
Os resultados da investigação racional teriam de coincidir com o da verdade
revelada.

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Tentativa de síntese entre o Cristianismo e as filosofias gregas e latinas.
A filosofia continua se ocupando dos temas fundamentais (Deus, imortalidade
da alma, origem de todas as coisas, etc.), embora dentro dos limites da
revelação.

Primeira vez que uma religião busca uma fundamentação racional.

Principais vertentes:
1. Patrística
2. Escolástica

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ASPECTOS GERAIS
Correntes da filosofia medieval e
principais representantes:

 PATRÍSTICA (séculos II-V), com


Agostinho de Hipona.
 ESCOLÁSTICA (séculos IX-XV), com
Tomás de Aquino.
Castelo medieval de Cascassone,
na França, em 2011
PATRÍSTICA
Os apologistas adaptaram os textos platônicos, mais adequados à nova fé.
Principais temas: a natureza de Deus e da alma, a vida futura, o confronto
entre o bem e o mal, a noção de pecado e de salvação, a questão do
tempo.
Agostinho de Hipona redigiu: Confissões, De magistro, A cidade de Deus,
Sobre a trindade, entre outras obras.
SANTO AGOSTINHO

Aurélio Agostinho nasce em 354, em Tagaste,


atual Souk Ahras, na Argélia, África e morre
no ano 430, em Hipona. O interesse pela
filosofia começa após a leitura da obra
Hortensius, de Cicero. Agostinho tinha então
dezenove anos de idade. É o mais importante
dos Padres da Igreja. Seu itinerário espiritual
e filosófico foi muito articulado: a mãe
Mônica, pela sua firme e tenaz fé, e o bispo
Ambrósio, que lhe ensinou o método da
exegese alegórico-filosófica da Bíblia.

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FÉ X RAZÃO – Agostinho constatou que
não poderia haver fé sem pensamento.
Com isso, reconhecia o valor da filosofia,
pois entendia que a inteligência, em vez
de eliminar a fé, possuía a virtualidade de
esclarecê-la e de clarificá-la. Portanto,
para “crer” haveria uma inerente
necessidade de se “compreender”. A
razão, contudo, estaria subordinada à fé:
credo ut intelligam.

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O MAL – Se tudo provém de Deus, que é Bem, de
onde provém o mal? O mal não tem uma
existência real, própria, mas é ausência, privação
do Bem (privatio Boni). Não há mal que seja
inerente às coisas, mas mal que se faz no uso das
coisas, porque se houvesse coisas más em si
mesmas esse mal seria substancial e para
Agostinho, herdeiro da tradição neoplatônica, o
mal não tem substância, antes é a própria
ausência de substância. A posição agostiniana
isenta Deus de qualquer responsabilidade sobre o
mal, e liquida a concepção maniqueísta – aquela
que advogava a coexistência eterna de dois
princípios substanciais opostos: o Bem e o Mal.
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TEORIA DA ILUMINAÇÃO – A doutrina agostiniana sobre a iluminação
substitui a doutrina platônica da anamnese ou reminiscência.
Para Platão, as almas humanas contemplaram as Ideias antes de
encarnar-se nos corpos, e depois se recordam delas nas experiências
concretas.
Para Agostinho, ao contrário, a suprema Verdade de Deus é uma
espécie de luz que ilumina a mente humana no ato do
conhecimento, permitindo-lhe captar as Ideias, entendidas como as
verdades eternas e inteligíveis presentes na própria mente divina. As
Ideias são os próprios pensamentos de Deus.

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