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13 de Maio de 2020
Assim como muitos institutos, o Direito não fica de fora da dinâmica dos
dias modernos, em que a tecnologia evolutiva que ocorre no meio da
informatização tem se tornado um recurso necessário, sendo praticamente
impossível a não incorporação das nossas leis a essa realidade. Podemos
tomar como exemplo os títulos de crédito, que em plena era virtual, aderiu
a necessidade de se adequar aos novos moldes virtuais, não sendo mais
representado somente pelo defasado modelo de título de crédito
incorporado ao papel.
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Assim como muitos instrumentos do meio jurídico, os títulos de créditos
são norteados por alguns princípios e dentre estes se encontra o princípio
da cartularidade[1] o qual segundo Oliveira (2014) defende que o crédito
deve estar materializado em um documento (título), a fim de que se
comprove sua existência, sendo o crédito inexigível na ausência deste
documento. Com base nesse princípio podemos nos questionar: Como
então defender uma desmaterialização dos títulos de crédito, se um dos
seus princípios caracteriza como necessário um documento palpável a fim
de se comprovar o crédito?
Por mais que a função do princípio da cartularidade exista para que haja
um zelo pela segurança das operações que careçam da comprovação dos
créditos, este princípio vem perdendo o seu espaço, pois, na era em que
vivemos, os novos recursos tecnológicos permitem que a informação acerca
do titular do crédito esteja sempre atualizada, além de permitir que as
informações para a efetuação de transações sejam transmitidas de forma
bem mais prática, eficiente e veloz.
Em suma, pode-se dizer que por mais contestável que seja quando posta em
contraponto ao princípio da cartularidade, a desmaterialização de títulos de
crédito não surgiu no intuito de descaracterizar o princípio, mas assim
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como muitos institutos do direito, veio como um fruto de uma evolução
natural da era da tecnologia e digitalização da informação.
REFERENCIAS
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[1] A expressão cartularidade é proveniente da palavra chartula, do baixo
latim, que era empregada para significar tanto a incorporação do direito ao
documento, como o direito decorrente do título em relação ao negócio
fundamental, chamado por isso mesmo, o negócio subjacente, de relação
extracartular.