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UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO


CAMPUS RIBEIRÃO PRETO

UNIVERSIDADE DE DIREITO “LAUDO DE


CAMARGO”
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS

DIREITO CIVIL 3 - REAIS

A Usucapião Indígena

Artigo apresentado ao Departamento de Ciências


Jurídicas, do Curso de Graduação em Direito, da
Universidade de Ribeirão Preto, como requisito
obrigatório para Avaliação de Exame Final da Disciplina
Direito Civil III – Reais.

Nome: Carlos Gustavo Monteiro Cherri Código: 764943

ETAPA: 5º SALA: 29B PERÍODO: Noturno

Ribeirão Preto
Julho/2020
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A Usucapião Indígena
Resumo
O presente texto tem o objetivo esclarecer os requisitos, as condições e os elementos do
instituto da Usucapião Indígena, prevista no Estatuto do Índio, Lei nº. 6001/1973.
Diferentemente das demais formas da Usucapião, não encontra sua regulamentação no
Código Civil de 2002, mas em lei ordinária. Para a fundamentação da exposição recorrer-se-á
às posições doutrinárias e ao entendimento jurisprudencial.

Introdução
O instituto da usucapião tem a sua origem no Direito Romano,
aproximadamente em meados de 455 a.C.. É um instrumento voltado para proteção da posse e
aquisição da propriedade. Instituído pela Lei das Doze Tábuas, propostas pelo plebeu
Terentílio, trazia como único requisito necessário a posse contínua do bem pelo período de
um ano para móveis, e de dois anos para imóveis, sendo uma garantia apenas daqueles que
possuíam o título de cidadão romano e destinada a imóveis no solo romano.
Muito tempo transcorreu de lá para cá e, no Direito Brasileiro vigente, assim
como objetivava a lei romana, a usucapião pretende proteger a posse de bem móvel ou
imóvel, que tenha ocorrido de forma mansa, pacífica, isto é, sem violência, pública e
contínua, por certo período de tempo, desde que haja o animus domini, ou seja, a exploraração
da coisa, exclusiva e insubordinadamente, à ordem de qualquer outra pessoa. A posse deste
bem, acrescido ao cumprimento de determinados requisitos, permite mediante o instituto da
usucapião, a aquisição do domínio do referido bem.
O Código Civil Brasileiro institui, entre seus artigos 1.238 a 1.244, a usucapião
de bens imóveis, prevendo regramento especifico para imóveis urbanos e rurais, e ainda
diferenciando aqueles cuja posse possua “título de boa-fé”, ou seja, a apresentação de
documentos que demonstrem a posse com a intenção de dono. Em contrapartida, aqueles que
não possuam tal título, por exemplo, um contrato de promessa de compra e venda de imóvel
que não foi levado a registro, a lei determina que o tempo de permanência na posse mansa e
ininterrupta para que configure o direito de adquiri-lo por usucapião deve ser de 5 (cinco), 10
(dez) ou 15 (quinze) anos, dependendo da área e da existência do citado título, além de outros
requisitos legais. Se o possuidor o imóvel o adquirir por usucapião, o proprietário deste
imóvel perde o domínio de sua propriedade.
No caso da Usucapião Indígena o fundamento legal é a Lei 6.001/1973,
chamada Estatuto do Índio, estabelece a usucapião especial indígena, modalidade diversa da
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prevista no Código Civil. Em seu art. 331, dispõe que, caso o indígena ocupe imóvel por 10
(dez) anos, também poderá adquiri-lo por meio da usucapião.

A Usucapião Indígena

O instituto da Usucapião, também chamada de prescrição aquisitiva se trata do


modo de aquisição da propriedade e de outros direitos reais pela posse prolongada da coisa
com a observância dos requisitos legais. Disciplinada no Código Civil de 2002, no direito das
coisas, notadamente no Capítulo III, intitulado “Da Aquisição da Propriedade Imóvel”, na
Seção I – “Da Usucapião”, disposta entre os arts. 1260 a 1261, pode ser definida como o
modo originário de aquisição da propriedade e de outros direitos reais suscetíveis de exercício
continuado mediante a posse prolongada no tempo, e o cumprimento de determinados
requisitos exigidos pela lei.
A usucapião fundamenta-se pelos princípios da utilidade social, na
conveniência de se dar segurança e estabilidade à propriedade, na vantagem de se
consolidarem as aquisições e de se facilitar a prova do domínio. O instituto em tela, de acordo
com o entendimento doutrinário majoritário enraíza-se na paz social e confere afinco da
propriedade, afastando possíveis reivindicações repentinas, na medida em que somente após o
lapso necessário de tempo e condições ela ocorra.
Dentre os requisitos para a efetivação da usucapião tem-se a coisa hábil (res
habilis) ou suscetível de usucapião, a posse (possessio), o decurso do tempo (tempus), o justo
título (titulus) e a boa-fé (fides). Para a devida abordagem de cada um desses elementos será
considerado, cada um deles, particularmente, respeitando a ordem de sua apresentação
supracitada.
Para a coisa ser “hábil” é necessário verificar se o bem que se pretende
usucapir é suscetível de prescrição aquisitiva (res habilis), já bens fora do comércio e os bens
públicos não se sujeitam ao instituto da usucapião, bem como os bens naturalmente
indisponíveis, na medida em que são insuscetíveis de apropriação pelos seres humanos, tais
como o ar atmosférico e a água do mar. Numa categoria diversa estão os bens legalmente
indisponíveis, por exemplo, os bens de uso comum, de uso especial e de incapazes, os direitos
da personalidade e os órgãos do corpo humano.

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Art. 33. O índio, integrado ou não, que ocupe como próprio, por dez anos consecutivos, trecho de terra inferior
a cinquenta hectares, adquirir-lhe-á a propriedade plena. (Lei nº. 6001/1973)
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Em contrapartida, os bens legalmente inalienáveis que, por lei, não podem ser
transferidos a outrem, decorrente de ato jurídico não tem força de subtrair o bem gravado da
prescrição aquisitiva, não o colocando fora do comércio. No entanto, há quem entenda como
inadmissível a aquisição por usucapião de bem objeto de cláusula de inalienabilidade. Com
efeito, a jurisprudência do STJ e do TJ-SP, bem como do TJ-RJ se encaminham na mesma
direção:
A circunstância de estar o imóvel gravado com a cláusula de ‘inalienabilidade’, de igual
forma, não impede o registro de mandado judicial de ‘usucapião’ , que também versa
sobre aquisição originária, extinguindo o domínio do anterior proprietário e cessando
eventual limitação ao direito de propriedade.
(STJ, 4ª T., REsp 418.945-SP, rel. Min. César Asfor Rocha, v.u., j. 15-8-2002).

USUCAPIÃO. Bem com cláusula de inalienabilidade. Testamento. Art.1676 do CCivil.


O bem objeto de legado com cláusula de inalienabilidade pode ser usucapido.
Peculiaridade do caso. Recurso não conhecido.
(TJ-SP REsp 418.945/SP, Rel. Ministro RUY ROSADO DE AGUIAR, QUARTA
TURMA, julgado em 15/08/2002, DJ 30/09/2002, p. 268)

DIREITO CIVIL. USUCAPIÃO. AQUISIÇÃO DO IMÓVEL POR CONTRATO DE


PROMESSA DE COMPRA E VENDA. BEM GRAVADO COM CLÁUSULA DE
INALIENABILIDADE. AQUISIÇÃO POR USUCAPIÃO. POSSIBILIDADE.
PRECEDENTES. RECURSO PROVIDO. Na linha dos precedentes desta Corte, a
existência de cláusula de inalienabilidade não obsta o reconhecimento do usucapião ,
uma vez tratar-se de modalidade de aquisição originária do domínio.
(REsp 207.167/RJ, Rel. Ministro SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA
TURMA, julgado em 21/06/2001, DJ 03/09/2001, p. 226)

USUCAPIÃO - Adquirente de metade de imóvel gravado com cláusulas de


inalienabilidade, impenhorabilidade e incomunicabilidade - Pretensão a que a ação de
usucapião regularize a propriedade - Possibilidade, tendo em vista que a usucapião
representa aquisição de propriedade de imóvel em sobreposição a todos os direitos
anteriores, inclusive às cláusulas limitativas - Sentença anulada - Prosseguimento da
ação de origem que é de rigor - Recurso provido, com determinação.
(TJ-SP; Apelação Cível 0007412-44.2011.8.26.0568; Relator (a): Mendes Pereira; Órgão
Julgador: 7ª Câmara de Direito Privado; Foro de São João da Boa Vista - 3ª Vara Cível;
Data do Julgamento: 25/09/2013; Data de Registro: 04/10/2013).

O segundo requisito da posse ad usucapionem é que seja mansa e pacífica, isto


é, exercida sem oposição. Se o possuidor não é molestado, durante todo o tempo estabelecido
na lei, por quem tenha legítimo interesse, ou seja, pelo proprietário, diz-se que a sua posse é
mansa e pacífica. Deve a posse ser contínua, isto é, sem interrupção. Nesse sentido, a decisão
do TJ-SC se encaminha em consonância:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE USUCAPIÃO ESPECIAL RURAL.
IMPROCEDÊNCIA NA ORIGEM. RECURSO DA AUTORA. ÁREA INFERIOR AO
MÓDULO RURAL QUE NÃO CONSTITUI ÓBICE À AQUISIÇÃO ORIGINÁRIA DA
PROPRIEDADE. PREVALÊNCIA DA FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE.
MODALIDADES DE USUCAPIÃO. PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE.
APLICABILIDADE. RECONHECIMENTO DA USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA.
AUSÊNCIA DE CONTROVÉRSIA ACERCA DA POSSE MANSA, PACÍFICA,
ININTERRUPTA E COM "ANIMUS DOMINI", POR LAPSO SUPERIOR A 15 ANOS.
REQUISITOS PREENCHIDOS. RECURSO PROVIDO.
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(TJ-SC - AC: 03028230420168240054 Rio do Sul 0302823-04.2016.8.24.0054, Relator:


Ricardo Fontes, Data de Julgamento: 10/07/2018, Quinta Câmara de Direito Civil)

O possuidor não pode possuir a coisa a intervalos, intermitentemente. É


necessário que a tenha conservado durante todo o tempo e até o ajuizamento da ação de
usucapião. Portanto, embora exija continuidade da posse, o Cód. Civil, no art. 1.243, admite
que o possuidor acrescente à sua posse, o tempo de posse dos seus antecessores para o fim de
contar o tempo exigido para a usucapião. É a somatória de posses (sucessão a título singular),
chamada accessio possessionis, desde que todas sejam contínuas, pacíficas e, nos casos do art.
1.242 (Usucapião Ordinária – 10 anos), com justo título e boa-fé. O possuidor pode, portanto,
demonstrar que mantém posse ad usucapionem por si e por seus antecessores. Não se exige
para a accessio possessionis escritura pública ou documento escrito. Pode ser provada por
testemunhas que atestem que o possuidor detém o imóvel mansa e pacificamente, com
animus domini, de forma contínua, pelo prazo de lei. O Tribunal de Justiça do Estado de
Minas Gerais Gerais já se pronunciou sobre o assunto:
EMENTA: USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIO - ARTIGOS 1.238 E 1.243 DO
CÓDIGO CIVIL - REQUISITOS - PREENCHIMENTO - SOMATÓRIA DE POSSES -
POSSIBILIDADE. A propriedade dos bens imóveis se adquire pela usucapião
extraordinária desde que comprovados a posse mansa, pacífica e ininterrupta do bem,
bem como a intenção real de ser dono, pelo prazo de quinze anos, reduzidos a dez anos
caso o possuidor tenha fixado moradia ou efetuado melhorias no local. É possível que o
interessado acrescente à sua posse a do antecessor, desde que ambas sejam contínuas,
pacíficas e cercadas do propósito de animus domini.
(TJ-MG - AC: 10479120098534001 MG, Relator: Antônio Bispo, Data de Julgamento:
06/02/2020, Data de Publicação: 21/02/2020)

A posse e o tempo são pressupostos básicos, estruturais da aquisição por usucapião. Para que
a posse se converta em propriedade é necessário que a ela se associe o fator tempo. A posse
deve ter sido exercida por todo o lapso temporal de modo contínuo, não interrompido e sem
impugnação. A concordância dos vizinhos (se a usucapião a eles afetar), bem como a
diuturnidade (a qualidade daquilo que se prolonga no tempo) da posse, faz presumir que não
existe direito contrário ao manifestado pelo possuidor.
Para a consumação da usucapião extraordinária não se exige que o possuidor
tenha justo título, nem boa-fé nos termos do art. 1.238, CC 2. Tal exigência também não é feita
na usucapião especial. No entanto, o justo título é requisito indispensável para a aquisição da

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Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-
lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por
sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.
Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no
imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo.
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propriedade pela usucapião ordinária, nos termos do art. 1.242, CC 3. Justo título é o título
normalmente hábil a transferir o domínio, e que se apresenta formalmente perfeito,
provocando no adquirente a crença de que se tornou dono, porém deve revestir as
formalidades externas e estar registrado no cartório de registro imobiliário.
Presume-se de boa-fé o possuidor com justo título, ou seja, aquele título que
seria hábil para transferir o direito à posse, caso proviesse do verdadeiro possuidor ou
proprietário da coisa. Diz-se de boa-fé4 a posse se o possuidor ignora o vício ou o obstáculo
que lhe impede a aquisição da coisa. Importante julgado sobre aquisição de terras indígenas
por particulares, vendidas pelo Estado demonstram a consequência de que a boa-fé assegura o
direito e não prejudica aquele que a pratica:
CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. SENTENÇA. NULIDADE.
INEXISTÊNCIA. DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA. ÁREA INDÍGENA ARIPUANÃ.
OCUPAÇÃO IMEMORIAL. DEMARCAÇÃO HOMOLOGADA. LAUDO
HISTÓRICO-ANTROPOLÓGICO. TÍTULOS DE PROPRIEDADE EXPEDIDOS PELO
ESTADO DE MATO GROSSO. ALIENAÇÃO VEDADA. BENFEITORIA.
INDENIZAÇÃO. I - Não se verifica qualquer nulidade na sentença, que se mostra
suficientemente fundamentada, não tendo o julgador, na livre apreciação do conjunto
probatório dos autos, a obrigação de examinar cada um dos argumentos lançados pelas
partes. II - Os limites da Área Indígena Aripuanã, inicialmente fixados em caráter
emergencial, não abrangeram a real extensão do território ocupado pelos Cinta Larga, daí
a equivocada exclusão de importante parcela de terras cuja ocupação imemorial indígena,
posteriormente verificada pela FUNAI, levou a uma nova demarcação, finalmente
homologada pelo Decreto nº 375, de 1991. Incide, portanto, a norma do art. 231, § 2º, da
Constituição, segundo a qual "as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-
se a sua posse permanente, cabendo-lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos
rios e dos lagos nelas existentes", sendo nulos e de nenhum efeito jurídico os atos de
domínio relativamente a essas terras (§ 6º). III - O laudo histórico-antropológico
produzido nos autos concluiu que os imóveis sub judice estão localizados no perímetro da
Área Indígena Aripuanã, constituindo, pois, território indígena de ocupação tradicional e
permanente. IV - Ainda que tenha o Estado de Mato Grosso recebido terras indígenas
entre as devolutas que lhe foram transferidas pelo legislador constituinte de 1891, não
poderia tê-las alheado, por força de expressa disposição contida no art. 129 da
Constituição de 1934, preceito este consagrado em todas as Cartas que se seguiram.
Nesse quadro, inválidos são os títulos outorgados por aquele ente federativo, que realizou
venda a non domino, não havendo falar, consoante já decidiu esta Corte, em direito
adquirido - o direito da comunidade indígena pré-existe àquele de propriedade invocado
pelos Apelantes - e tampouco na necessidade de declaração judicial. V - Tendo sido os
títulos de propriedade expedidos após processo de licitação pública realizado pelo
Instituto de Terras de Mato Grosso (INTERMAT) - o que afasta qualquer indício de
existência de má-fé -, é devida indenização pela benfeitoria implantada no imóvel. VI -
Assim como na desapropriação direta, "na indireta são também devidos os juros
compensatórios, à taxa de 12% (doze por cento) ao ano, a partir da ocupação, sobre o
valor da indenização, corrigido monetariamente (Súmulas 618 - STF, 110 - TFR e 114 -
STJ); e os juros de mora de 6% ao ano, contados na forma prevista no art. 15-B do

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Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e incontestadamente, com justo título
e boa-fé, o possuir por dez anos.
Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imóvel houver sido adquirido,
onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que os
possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico .
4
Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa.
(Código Civil)
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Decreto-lei nº 3.365/1941 (Medida Provisória nº 2.183-56, de 24/08/2001)" (Apelação


Cível nº 2007.01.00.044988-0/RO, relator convocado Juiz Federal CESAR CINTRA
FONSECA, 3ª Turma, e-DJF1 de 10 de agosto de 2008, p. 67). VII - Agravos retidos
improvidos. Apelação provida em parte.
(TRF-1 - AC: 44972 MT 2004.01.00.044972-5, Relator: DESEMBARGADORA
FEDERAL ASSUSETE MAGALHÃES, Data de Julgamento: 13/10/2009, TERCEIRA
TURMA, Data de Publicação: 23/10/2009 e-DJF1 p.73)

A Usucapião Indígena está regulada por legislação especial. A Lei n.


6.001/1973, dispõe sobre o Estatuto do Índio, proclamando que ficarão sujeitos à tutela da
União, até se adaptarem à civilização. A Fundação Nacional do Índio foi criada pela Lei n.
5.371/67 para exercer a tutela dos indígenas, em nome da União. São beneficiados pelo favor
legal, podendo usucapir, portanto, o índio já integrado na civilização, bem como aquele ainda
não integrado.
O índio plenamente capaz poderá propor diretamente a ação de usucapião. Ao
contrário, será representado pela FUNAI. A área passível da usucapião é somente a rural e
particular, uma vez que a própria Constituição proíbe a usucapião de bens públicos, em seu
art. 1915. O parágrafo único do art. 33 da Lei 6.001/73 destaca: “o disposto neste artigo não se
aplica às terras de domínio da União, ocupadas por grupos tribais, às áreas reservadas de que
esta Lei, nem às terras de propriedade coletiva de grupo tribal”. Ou seja, constituindo bens
públicos federais, são intangíveis, insuscetíveis de serem adquiridas por usucapião. Em
julgado de ação de usucapião de bens públicos, decidiu o Tribunal de Justiça de São Paulo:
USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA – Imóvel localizado no Distrito de São Lourenço do
Turvo, Município de Matão – Procedência – Apelação do Ministério Público – Área que
faz parte de área maior objeto de permuta de imóveis entre a Mitra Diocesana de São
Carlos e o Município de Matão – Escritura de permuta não registrada pela
Municipalidade – Irrelevância - Bem Público - Aplicação dos artigos 59, 60 e seu
parágrafo único do Decreto-Lei complementar nº 9, de 31 de dezembro de 1969, do
Estado de São Paulo, que dispõe sobre a organização dos Municípios –
Imprescritibilidade - Imóvel público não pode ser adquirido por usucapião – Expressa
vedação Constitucional - Inteligência dos artigos 183, § 3º e 191, parágrafo único da
Constituição Federal, artigo 102 do Código Civil – Aplicação da Súmula 340 do STF –
Precedente jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal - Prescrição aquisitiva, que, se
permissível fosse, não foi comprovada - Sentença reformada – Recurso provido.
(TJ-SP 00038637320128260347 SP 0003863-73.2012.8.26.0347, Relator: Maria Salete
Corrêa Dias, Data de Julgamento: 12/06/2018, 6ª Câmara de Direito Privado, Data de
Publicação: 12/06/2018)

A “ocupação” expressa no art. 33 da Lei 6.001/73 tem o significado de posse,


que deve ser exercida por 10 anos seguidos com animus domini, ou seja, com a intenção de ter

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Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos
ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva
por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. (Constituição Federal)
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a coisa para si, na condição de verdadeiro proprietário. O trecho de terra usucapível não pode
ultrapassar 50 hectares, estabelecido como limite máximo. Não há previsão para um tamanho
mínimo. O Tribunal De Justiça do Estado de Santa Catarina pronunciou-se a respeito da
usucapião em situações de bens com área inferior ao mínimo ou quando este não é
estabelecido:
APELAÇÃO CÍVEL. COISAS E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE USUCAPIÃO
EXTRAORDINÁRIA. - IMPROCEDÊNCIA NA ORIGEM. ÁREA INFERIOR À
FRAÇÃO MÍNIMA. AQUISIÇÃO ORIGINÁRIA. AUSÊNCIA DE MÁ-FÉ.
HERMENÊUTICA. ACOLHIMENTO. - A existência de característica ofensiva às
normas quanto à fração mínima da área usucapienda não obsta, per se, a
consolidação do domínio sobre o bem , desde que não se apresente o ato, com espeque
no princípio da boa-fé processual, como tentativa de subterfúgio à legislação e restem
verificados os pressupostos legais e/ou constitucionais à configuração da usucapião,
modo originário de aquisição da propriedade. SENTENÇA REFORMADA. RECURSO
PROVIDO.
(TJ-SC - AC: 03052524120168240054 Rio do Sul 0305252-41.2016.8.24.0054, Relator:
Henry Petry Junior, Data de Julgamento: 26/09/2017, Quinta Câmara de Direito Civil)

No art. 231, § 2o, da Constituição, há previsão de usufruto permanente e


exclusivo dos silvícolas sobre todas as riquezas do solo, dos rios e lagos nelas existentes 6.
Portanto, apesar de pertencentes ao patrimônio da União, são bens afetados por efeito de
destinação constitucional a fins específicos.
O art. 3.º da Lei 6.969/19817 proíbe que a usucapião especial rural ocorra nas
seguintes áreas: áreas indispensáveis à segurança nacional, terras habitadas por silvícolas,
áreas de interesse ecológico, consideradas como tais as reservas biológicas ou florestais e os
parques nacionais, estaduais ou municipais, assim declarados pelo Poder Executivo,
assegurada aos atuais ocupantes a preferência para assentamento em outras regiões, pelo
órgão competente. As terras de domínio da União já ocupadas por grupos tribais, áreas
reservadas e terras de propriedade coletiva de grupo tribunal, como são bens públicos, não
podem ser objeto de usucapião, tal como disciplina o art. 231, §1º da Constituição Federal 8.

6
Art. 231 [...] §2º. s terras tradicionalmente ocupadas pelos índios destinam-se a sua posse permanente, cabendo-
lhes o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos rios e dos lagos nelas existentes.
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Art. 3º. A usucapião especial não ocorrerá nas áreas indispensáveis à segurança nacional, nas terras habitadas
por silvícolas, nem nas áreas de interesse ecológico, consideradas como tais as reservas biológicas ou
florestais e os parques nacionais, estaduais ou municipais, assim declarados pelo Poder Executivo, assegurada
aos atuais ocupantes a preferência para assentamento em outras regiões, pelo órgão competente. (Constituição
Federal).
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Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os
direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e
fazer respeitar todos os seus bens.
§ 1º. São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas
para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-
estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições. (Constituição
Federal).
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Os requisitos da Usucapião Indígena estabelecem que a posse deve ser de índio


ou silvícola, conforme a definição legal, integrados ou não na civilização. No caso de índio
plenamente capaz ele mesmo poderá realizar a propositura da ação de usucapião diretamente.
Os índios destituídos de plena capacidade serão representados pela FUNAI, o índio deve ser
plenamente capaz, quando não o for, será representado pela FUNAI, ter a idade mínima de 21
anos, conhecimento da língua portuguesa, compreensão dos usos e costumes da comunhão
nacional e que seja liberado por ato judicial, diretamente, ou por ato da FUNAI homologado
por órgão judicial. A competência é da Justiça Federal. Nessa seara, o Tribunal de Justiça do
Estado do Mato Grosso do Sul decidiu:
E M E N T A - AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE USUCAPIÃO.
DETERMINAÇÃO DE REMESSA DOS AUTOS À JUSTIÇA FEDERAL PARA
ANÁLISE DE INTERESSE JURÍDICO DA FUNAI. INFORMAÇÕES NOS AUTOS
DE QUE O IMÓVEL INCIDE EM ÁREA DE OCUPAÇÃO INDÍGENA.
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL PARA JULGAMENTO. DECISÃO
MANTIDA. RECURSO NÃO PROVIDO. Havendo fortes indícios de que a área
usucapienda é terra indígena deve ser mantida a decisão que determinou a remessa dos
autos à Justiça Federal de Dourados-MS, a fim de que seja analisada a presença de
interesse jurídico que justifique a presença, no processo, da FUNAI.
(TJ-MS - AI: 14071735620188120000 MS 1407173-56.2018.8.12.0000, Relator: Des.
Sérgio Fernandes Martins, Data de Julgamento: 20/09/2018, 1ª Câmara Cível, Data de
Publicação: 21/09/2018)

O Presidente da República, mediante decreto, poderá emancipar toda uma comunidade


indígena e seus membros. Além disso são necessários a posse com animus domini (ânimo de
dono), o prazo de 10 (dez) anos consecutivos, ininterruptos, a área deve ser rural (trecho de
terra) e particular de até 50 hectares, não estabelecido limite mínimo, excetuando-se as terras
de domínio da União já ocupadas por grupos tribais, áreas reservadas e terras de propriedade
coletiva de grupo tribunal, como são bens públicos, não podem ser objeto de usucapião.
AÇÃO CIVIL PÚBLICA. RESERVA INDÍGENA APYTEREWA. TERRAS
DECLARADAS DE OCUPAÇÃO IMEMORIAL PELOS ÍNDIOS PARAKANÃ.
PORTARIA 2.581/2004, QUE SUBSTITUIU A PORTARIA 1.192/2001, NULA POR
VÍCIO FORMAL. DEMARCAÇÃO HOMOLOGADA. ÁREA INVADIDA POR NÃO-
ÍNDIOS. RESISTÊNCIA À ORDEM DE DESOCUPAÇÃO. CF, ART. 231, CAPUT, §§
1º, 2º E 6º. LEVANTAMENTO FUNDIÁRIO. NÃO ULTIMAÇÃO QUE NÃO INFLUIU
NO PROCESSO ADMINISTRATIVO DE DEMARCAÇÃO. RESOLUÇÃO
220/2011/FUNAI. ATOS ADMINISTRATIVOS FUNDADOS NA ILEGAL PORTARIA
1.912/2001/MJ. LIMINAR CONCEDIDA NA RECLAMAÇÃO 12.516/PA, PROPOSTA
PERANTE O STJ. ANÁLISE DAS OCUPAÇÕES DE BOA- 29 FÉ PARA
PAGAMENTO DE BENFEITORIAS INDENIZÁVEIS. OBSERVÂNCIA DO LIMITE
TEMPORAL REPRESENTADO PELA PORTARIA 2.581/2004/MJ.
OBRIGATORIEDADE.

CONSTITUCIONAL, ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. FUNDAÇÃO


NACIONAL DO ÍNDIO (FUNAI). DEMARCAÇÃO DA TERRA INDÍGENA
APYTEREWA. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. PRETENSÃO DE
PERMANÊNCIA DO OCUPANTE NA TERRA INDÍGENA, ATÉ O CUMPRIMENTO
DE ACORDO PARA REASSENTAMENTO. PRESCRIÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA.
IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO DE PERMANÊNCIA. DIREITO À INDENIZAÇÃO
9

PELAS BENFEITORIAS. OCUPANTE DE BOA-FÉ. DIREITO AO


REASSENTAMENTO. CLIENTE DA REFORMA AGRÁRIA. SENTENÇA
PARCIALMENTE REFORMADA.

Em primeiro lugar, o requisito que se refere ao bem, deve observar o limite


máximo de 50 hectares, situado em área rural, e a inexistência de previsão legal desta
modalidade para a área urbana. Em segundo lugar, a posse deve ser mansa e pacífica, pelo
lapso de dez anos. Diferentemente das demais modalidades, não se exige título ou a prova de
boa-fé para determinação do tempo de posse a ser comprovada para a ação de usucapião. Em
terceiro e último lugar, o titular do direito deverá ser um indígena, o que define o nome do
próprio instituto.
No entanto, em seu parágrafo único, o dispositivo legal determina algumas
exceções, esclarecendo que não cabe a usucapião de terras que sejam de domínio da União
ocupadas por tribos indígenas, bem como de áreas de reservas indígenas e nem de terras de
propriedade coletiva de tribos indígenas. Além disso, conforme a lei civil, os índios que não
possuem capacidade civil plena até que sejam integrados à comunhão nacional, na forma do
que preceitua o Estatuto do Índio serão tutelados por meio da assistência da Fundação
Nacional do Índio - FUNAI.
CONSTITUICIONAL. ADMINISTRATIVO. CIVIL. PROCESSUAL CIVIL.
EXCLUSÃO DE ESTADO MEMBRO DA LIDE. DECISÃO NÃO-RECORRIDA.
PRECLUSÃO. DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA. TERRAS INDÍGENAS. DOMÍNIO
DA UNIÃO. INALIENABILIDADE. TERRAS DEVOLUTAS. DOMÍNIO DO
ESTADO FEDERADO NA CONSTITUIÇÃO DE 1891. POSSIBILIDADE DE
ALIENAÇÃO APÓS AÇÃO DISCRIMINATÓRIA. 1. A exclusão do Estado-Membro da
lide por decisão do STF, afasta novo exame da questão nesta instância (preliminar do
recorrente que se rejeita) 2. Terras indígenas são aquelas por "eles habitadas em caráter
permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à
preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua
reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições." Art. 231, § 1º, da
Constituição Federal de 1988. 3. O indigenato é fonte primária e congênita da posse
territorial, independentemente da existência de título para legitimá-lo. 4. Desde a
Constituição Federal de 1934, art. 129, as terras indígenas estão sob o domínio da União,
sendo invalida a alienação a qualquer título. Atualmente, art. 231, § 6º, da Constituição
Federal de 1988. 5. Os títulos das propriedades sub judice foram expedidos sob a égide
da Constituição de 1946, sem respaldo na Carta Magna. 6. Terras devolutas são aqueles
de domínio de Estado Membro e aquelas reconhecidas em Ação Discriminatória (Lei nº
3081/1955). 7. A perícia antropológica demonstrou, à saciedade, que se trata de terra
indígena. 8. Apelação improvida.
(TRF-1 - AC: 10636 PA 1997.39.00.010636-7, Relator: DESEMBARGADOR
FEDERAL CARLOS OLAVO, Data de Julgamento: 18/04/2005, QUARTA TURMA,
Data de Publicação: 31/05/2005 DJ p.48)

O Estatuto do Índio foi recepcionado pela Constituição da República que,


inclusive, reconhece aos índios, em seu artigo 231, os direitos originários sobre as terras que
tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos
os seus bens. Garantindo tratamento isonômico, a legislação traz regramento específico para a
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usucapião de imóvel por indígena, cabendo lembrar que este instituto não deve ser confundido
com o procedimento de demarcação de terras indígenas, previsto no Estatuto.

Considerações Finais

A finalidade de esclarecer os elementos do instituto da usucapião indígena


foram apresentadas, bem como as relações e julgados que são semelhantes quanto aos seus
critérios de efetivação que dialogam com as demais modalidades do referido instituto. No
entanto, no decorrer da pesquisa, um fato social revoltante e verdadeiro foi constatado – em
todos os julgados apresentados não se encontra os índios buscando o judiciário na tentativa de
se apropriar dos bens, mas a tutela da FUNAI na tentativa de evitar a subtração dos direitos
indígenas, ameaçados e violados pelo “homem branco”. Infelizmente, a elaboração desse
trabalho se deparou com a exclusão social dos índios, a negligência e omissão do Judiciário
brasileiro e a falta de representatividade que os nativos, ou seja, os verdadeiros brasileiros não
mais pertencem à sua terra: colonizados, ignorados, constantemente ameaçados e apenas
procurados em pesquisas de cunho antropológico.
A doutrina se omite, escrevem obras de centenas de páginas e não conseguem
dedicar mais do que 5 ou 6 linhas para se referir à usucapião indígena, se limitando a destacar
o art. 33 da Lei 6001/73 e, quando muito se esforçam, mencionam o parágrafo único.
Certamente, este instituto é o único que podemos afirmar que as posições doutrinárias são
unânimes, ou seja, excludentes, omissas e, talvez, preconceituosas. Bom seria se o motivo
fosse a impossibilidade de usucapir o que já lhe pertence, já que os índios são os donos
legítimos dessa terra, mas foram expropriados, de modo que o instituto adequado não seja a
usucapião, mas os interditos proibitórios, a ação de reintegração da posse e a ação de
manutenção de posse. Porém, não é a formalidade jurídica, mas políticas sociais efetivas que
podem resolver problema tão gritante, que ecoa numa sociedade surda.
Tema tão importante que não é mais do que a expressão de uma democracia
excludente, que rasga o coração com tristeza cortante de quem tem apreço pelo gênero
humano e reconhece a importância da justiça, da justiça para todos, o que caracteriza,
verdadeiramente, uma posição democrática. A esperança de um futuro melhor, mais justo e,
se possível, em breve, deve se atentar ao presente ruim, ao fato de que a justiça só é justiça se
trata a todos igualmente e que a brevidade não seja sinônimo de pressa ao ponto de se
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esquecer, ignorar, omitir, mais uma vez o brasileiro nativo que, certamente, entre todos os
nacionais, é o único que se preocupa com a terra sem querer possuí-la. Como dizia Rousseau,
“os frutos são de todos, mas a terra não é de ninguém”. Nesse sentido, o pensamento europeu
desse filósofo francês foi compreendido por muitos acadêmicos brancos, mas vivenciado em
sua essência pelos índios.

Referências

ARAÚJO, Ana Valéria. Povos Indígenas e a Lei dos “Brancos”: o direito à diferença.
Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e
Diversidade; LACED/Museu Nacional, 2006.

BRASIL. Congresso Nacional. Lei nº 6.001, de 19 de dezembro de 1973. Estatuto do


Índio. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6001.htm>. Acesso em: 05
de Julho de 2020.

Brasil. Ministério Público Federal. Câmara de Coordenação e Revisão, 6. Manual de


jurisprudência dos direitos indígenas / 6ª Câmara de Coordenação e Revisão, Populações
Indígenas e Comunidades Tradicionais. – Brasília : MPF, 2019. 920 p.
Disponível em: http://www.mpf.mp.br/atuacao-tematica/ccr6/documentopublicacoes/manual-
de-atuacao/manual-de-jurisprudencia-dos-direitos-indigenas.pdf
(STJ, 4ª T., REsp 418.945-SP, rel. Min. César Asfor Rocha, v.u., j. 15-8-2002).

(TJ-MG - AC: 10479120098534001 MG, Relator: Antônio Bispo, Data de Julgamento:


06/02/2020, Data de Publicação: 21/02/2020)

(TJ-MS - AI: 14071735620188120000 MS 1407173-56.2018.8.12.0000, Relator: Des.


Sérgio Fernandes Martins, Data de Julgamento: 20/09/2018, 1ª Câmara Cível, Data de
Publicação: 21/09/2018)

(TJ-SC - AC: 03052524120168240054 Rio do Sul 0305252-41.2016.8.24.0054, Relator:


Henry Petry Junior, Data de Julgamento: 26/09/2017, Quinta Câmara de Direito Civil)

(TJ-SC - AC: 03028230420168240054 Rio do Sul 0302823-04.2016.8.24.0054, Relator:


Ricardo Fontes, Data de Julgamento: 10/07/2018, Quinta Câmara de Direito Civil)

(TJ-SP 00038637320128260347 SP 0003863-73.2012.8.26.0347, Relator: Maria Salete


Corrêa Dias, Data de Julgamento: 12/06/2018, 6ª Câmara de Direito Privado, Data de
Publicação: 12/06/2018)

(TJ-SP REsp 418.945/SP, Rel. Ministro RUY ROSADO DE AGUIAR, QUARTA TURMA,
julgado em 15/08/2002, DJ 30/09/2002, p. 268)

(TJ-SP REsp 207.167/RJ, Rel. Ministro SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA


TURMA, julgado em 21/06/2001, DJ 03/09/2001, p. 226)
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(TJ-SP; Apelação Cível 0007412-44.2011.8.26.0568; Relator (a): Mendes Pereira; Órgão


Julgador: 7ª Câmara de Direito Privado; Foro de São João da Boa Vista - 3ª Vara Cível;
Data do Julgamento: 25/09/2013; Data de Registro: 04/10/2013).

(TRF-1 - AC: 44972 MT 2004.01.00.044972-5, Relator: DESEMBARGADORA


FEDERAL ASSUSETE MAGALHÃES, Data de Julgamento: 13/10/2009, TERCEIRA
TURMA, Data de Publicação: 23/10/2009 e-DJF1 p.73)

(TRF-1 - AC: 10636 PA 1997.39.00.010636-7, Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL


CARLOS OLAVO, Data de Julgamento: 18/04/2005, QUARTA TURMA, Data de
Publicação: 31/05/2005 DJ p.48)

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