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DOUTO JUÍZO DA __ VARA CÍVEL DA COMARCA DE

LONDRINA/PR.

Processo nº. XXXXXXXX-XX.X.XX.XXXX

Requerentes: João
Requerido: Julião e Ruth

JULIÃO E RUTH, ambos qualificados nos autos do


processo em epígrafe, que move em face de JOÃO, também já qualificado
nos autos, vêm, por via de seu advogado que esta subscreve não se
conformando com a sentença proferida às fls. XX, interpor o presente:

RECURSO DE APELAÇÃO

Em face da respeitável decisão proferida nos autos, em


ação da Ação de Contestação c/c Reconvenção , ajuizada por Julião e
Ruth em desfavor dos ora apelantes.
Com base nos arts.  1.009 a 1.014, ambos do CPC/15,
requerendo, na oportunidade, que o recorrido seja intimado para,
querendo, ofereça as contrarrazões e, ato contínuo, sejam os autos, com
as razões anexas, remetidos ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de
Paraná para os fins aqui aduzidos.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Londrina/PR , 10 de novembro de 2020.


Nome do Advogado
Nº Inscrição OAB
[Assinado Digitalmente]

EGRÉCIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ.

Apelante: Julião e Ruth


Apelado: João

PROCESSO DE ORIGEM Nº XXXXXXXX-XX.X.XX.XXXX VARA


CIVEL DA COMARCA DE PARANÁ.

RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL

Trata-se de recurso cível interposto por JULIÃO E RUTH, ambos já


qualificados nos autos do processo, em face de JOÃO, também qualificado, que
interpôs contra a recorrente ação de usucapião especial rural, pleiteando a aquisição de
área controversa, e ainda a sua transferência no Registro Geral de Imóvel da Cidade de
Londrina/PR. Que, o magistrado a quo julgou procedente o processo em todos os seus
pedidos, considerando JOÃO ora recorrido o novo proprietário da área, por sua vez
afastou também o pedido reconvencional dos recorrentes.

Colenda Câmara,
Ínclitos Julgadores.
Londrina/PR , 10 de novembro de 2020.

Nome do Advogado
Nº Inscrição OAB
[Assinado Digitalmente]

1. DO CABIMENTO
Trata-se de recurso de apelação cível interposto em
desfavor da sentença de piso, com cabimento nos termos do que dispõe o
Art. 1.009 do CPC.

2. DA TEMPESTIVIDADE
Nos termos dos Arts. 219 e 1.003, §5º do CPC, o prazo
para interpor o presente recurso é de 15 dias úteis, sendo excluindo o dia
do começo e incluindo o dia do vencimento nos termos do Art. 224 do
CPC/15.
Dessa forma, considerando que a decisão fora publicada
no Diário Oficial na data de data/mês/ano, tem-se por tempestivo o
presente recurso, devendo ser acolhido.

3. DO PREPARO
Informa que junta em anexo a devida comprovação do
recolhimento do preparo recursal cumulado com o comprovante do
recolhimento do porte de remessa e retorno, nos termos do que determina
o Art. 1.007 do CPC.

4. DA SÍNTESE FATÍCA
Trata-se de apelação interposta em face da respeitável
decisão proferida nos autos em questão.
Cuida-se de ação de usucapião proposta por João em
desfavor dos ora apelantes, visando usucapir o imóvel rural de
propriedade dos apelantes.
Após a citação da ação de piso, os apelantes apresentaram
contestação c/c reconvenção, tendo alegado a preliminar de não
conhecimento da ação de piso em razão da ausência de outorga uxória e,
no mérito, alegado que a ação não comporta provimento em razão da
existência de contrato verbal de locação do referido imóvel, havido entre
as partes.
O juízo de piso, proferiu sentença acolhendo os pedidos
versados na inicial da ação de usucapião, contudo não aplicou
corretamente a melhor norma ao caso, motivo pelo qual a sentença
singular merece ser reformada, conforme será demonstrado a seguir.

5. DA PRELIMINAR DE AUSENCIA DE OUTORGA UXÓRIA


O juízo de piso deixou de acolher a preliminar de não
conhecimento da ação em razão da ausência de outorga uxória, contudo,
conforme será demonstrado a ação de piso não poderia ter sido conhecida
em razão da ausência do consentimento do cônjuge de João, nos termos
do que dispõe o Art. 1.647.

5.1 RAZÔES DA CONTESTAÇÃO

Em que pese o magistrado ter alegado que não é necessária


à outorga uxória no presente caso, nos termos do art. 73 do CPC, penso
que aplicou erroneamente a norma ao caso, tendo em vista que nos
termos do que determina o referido artigo é necessário o consentimento
para propor a ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo apenas
quando há casamento sob regime de separação absoluta de bens, vejamos:
“Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor
ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o
regime de separação absoluta de bens.

§ 1º Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação:

I - que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o
regime de separação absoluta de bens;

II - resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato


praticado por eles;

III - fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família;


IV - que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de
ônus sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges.

§ 2º Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu


somente é indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos
praticado.

§ 3º Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprovada nos


autos.”.

Sendo assim, penso que a presente preliminar merece


conhecimento, a fim de que a sentença singular seja reformada para que
não seja conhecida a ação, nos termos do Art. 73.

6. DO MERITO
Cuida-se de ação de usucapião especial rural em face dos
requeridos/recorrentes que move o requerente/recorrido afirmando que
tem posse mansa e pacifica sobre a área em questão a nove anos ou mais,
devendo então ser declarado seu proprietário, conforme determina a
legislação civil.

O art. 1228 do Código Civil assevera que:

“Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e


dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer
que injustamente a possua ou detenha.

§ 1  o   O direito de propriedade deve ser exercido em


consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de
modo que sejam preservados, de conformidade com o
estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas
naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e
artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas.”
(grifo nosso).
A Constituição Federal também em seu art. 5º, fala
sobre a propriedade, como direito e garantia fundamental da pessoa
humana, pelo que passamos a transcrever:

“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de


qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade...”
(foi grifado).

Desta sorte, os requeridos/recorrentes tem direito a


manutenção da sua posse sobre a coisa, bem como, são o
verdadeiros proprietários do referido imóvel, não há como falar-se
que o requerente tem animus domine sobre a coisa, uma vez que
tinha apenas a posse precária sobre a área.

7. DA RECONVENÇÃO

Que o julgador singular julgou o processo de forma


antecipada, não colhendo assim as provas testemunhais sobre a
existência do contrato verbal de locação entre as partes, mesmo assim
os recorrentes ainda na fase inicial do feito juntou declaração de
vizinhos que confirmam a ocorrência da locação entre as partes,
asseverando também que os locatários nunca pagaram os aluguéis aos
recorrentes.

Desta forma, fica claro o direito dos recorrentes em


verem os alugueis dos últimos cinco anos pagos, com juros e correção
monetária e ainda o despejo do recorrido e de seu companheiro do
imóvel.

8. DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer-se:
a) Seja recebido o presente recurso de apelação cível nos
seus devidos e regulares efeitos, bem como, seja
julgado provido, acolhendo este ínclito Tribunal as
preliminares de necessidade de reconhecimento do
companheiro na procuração ad-judicia e, ainda, de
ilegitimidade de parte ad processum, extinguindo assim
o feito sem resolução de mérito.

b) Caso não seja este o entendimento de VOSSAS


EXCELÊNCIAS, requer-se seja julgado provido o
recurso em seu mérito, afastando a usucapião e
reconhecendo a impossibilidade de transferência do
domínio para o recorrido, ato contínuo, reconhecendo a
existência de contrato de locação verbal entre as partes,
bem como, o direito dos recorrentes cobrarem os
aluguéis em atraso dos últimos cinco anos, com juros e
correção monetária e ainda a efetivação do despejo do
recorrido e de seu companheiro da área em questão.

c) Seja o recorrido intimado para querendo apresentar


contrarrazões no prazo legal;

d) Seja o recorrido condenado em custas processuais e


honorários advocatícios.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Londrina/PR , 10 de novembro de 2020.

Nome do Advogado
Nº Inscrição OAB
[Assinado Digitalmente]

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