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PEDIDO LIMINAR
RAZÕES DE RECURSO
Justiça gratuita
Autos nº 0000
2ª Vara Cível de nome - PR
Ação de Reintegração de Posse c/c Perdas e Danos com Pedido Liminar
Agravante: NOME
Agravado: NOME
QUADRO-RESUMO
Agravo de Instrumento. Reintegração de Posse. Indeferimento do Pedido Liminar de
Reintegração de Posse. Cumprimento dos Requisitos do Art. 561 do CPC.
Concessão da Liminar.
Em face da decisão de mov. 9.1, proferida pelo juízo singular nos autos de origem, pelos
fatos e fundamentos a seguir expostos.
1. DA SÍNTESE | DO RESUMO
1.1. Trata-se de Agravo de Instrumento com Pedido Liminar interposto por NOME em face de
NOME em que se pretende a concessão de liminar de reintegração de posse, indeferida na decisão
inicial de mov. 9.1 dos autos de origem.
1.2. Conforme se depreende da inicial, o agravante propôs Ação de Reintegração de Posse c/c
Perdas e Danos com Pedido Liminar, visando a reintegração do imóvel da área 1D e 1D-D de
15.026,45 m2 de Campo Magro – PR.
1.3. No entanto, a decisão inicial de mov. 9.1 indeferiu o pedido liminar, sob o fundamento de
que um dos requisitos estabelecidos no art. 561 do CPC, isto é, o exercício anterior da posse, não teria
sido provado pelo agravante.
1.4. Inconformado com o indeferimento liminar do seu pedido na origem, o ora agravante
propõem este recurso para o fim de lhe ser concedida a tutela provisória de urgência para a
reintegração de posse, visto que presentes todos os requisitos autorizadores da medida.
2.2.1. Nos termos do artigo 218, § 4º, do CPC, este recurso é tempestivo.
2.3.1. O documente oficial da intimação que comprova a tempestividade encontra-se no mov. 13.1
(dos autos de origem). Vejamos:
2.4. Dos Nomes das Partes, Advogados e Endereços | Inciso I e IV do art. 1016 do CPC
3.1. NOME era titular da área 1D e 1D-D de 15.026,45 m 2 de NOME – PR e vendeu esta área ao
agravante em 00/00/2023 sendo que nesta mesma data ele passou a ter a posse direta do referido bem,
conforme se denota do Contrato Particular de Compromisso de Compra e Venda de Imóvel (mov. 1.15
dos autos de origem).
3.2. O agravante ingressou na área pacificamente com autorização expressa de Isolina, construiu
um rancho e plantou mudas de árvores.
3.3. Ocorre que em 00/00/2020, o Sr. NOME, armado com uma espingarda, que até onde se tem
conhecimento não possui a documentação para posse e o porte necessários para o seu manuseio,
destruiu o rancho construído, arrancou as mudas de árvores ali plantadas, afirmando que era o real
proprietário da área, proibindo o agravante de entrar nela, expulsando ele e sua família do local,
segundo se infere do Boletim de Ocorrência (mov. 1.26), bem como das Declarações (mova. 1.30 a
1.34).
3.4. Salienta-se que o Sr. NOME não é proprietário da área e, portanto, não possui nenhum
direito de impedir o agravante de ingressar nela, que segundo a documentação acostada, é o atual
titular do bem em questão.
3.5. Desde então, o agravante não consegue exercer a posse da área por ato da parte contrária que
a tomou de maneira forçada (art. 560 do CPC).
3.6. Em razão destes fatos, o agravante enviou uma notificação-extrajudicial para o Sr. NOME,
por meio do Cartório de Registro de Títulos e Documentos, solicitando para que cessasse
imediatamente o esbulho (mov. 1.28), porém seu pedido não foi atendido.
3.7. Considerando o esbulho realizado, o recorrente ingressou com ação de reintegração de posse,
onde protestou, liminarmente, que lhe fosse restituída a posse do referido bem.
3.8. Recebida a ação, a decisão inicial (mov. 9.1) indeferiu o pedido liminar, sob o fundamento
de que o requisito estabelecidos no art. 561 do CPC, isto é, o exercício anterior da posse, não teria sido
comprovado.
3.9. Por outra via, tem-se que os requisitos do art. 561 do CPC foram todos devidamente
cumpridos pelo agravante, conforme se verá a seguir.
4.1. O agravante pretende a reintegração da posse da área turbada, pedido este que se faz com
base no art. 560 do CPC:
Art. 560. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e reintegrado em caso de esbulho.
4.4. Veja-se que o argumento empregado pelo juízo de origem, ao afirmar que a posse anterior
deve ser provada apenas por meio documental, com a apresentação de contas de consumo e/ou de
impostos não encontra baliza ao caso em exame.
4.5. Observe-se que o bem que se busca tutelar se trata de pequena área rural, desprovida das
formalidades documentais arguidas pela decisão recorrida, o que impossibilita a apresentação da
documentação indicada.
4.6. Por outra via, tem-se que estes são os únicos documentos (meios de provas) aptos a
ensejarem o deferimento da medida liminar almejada, visto que outros elementos probatórios já
constantes nos autos amparam a pretensão deduzida nesse sentido, bem como que os demais requisitos
ensejadores da medida estão presentes.
4.7. Pertinente consignar que em uma ação de reintegração de posse, o autor da ação (que é o
proprietário ou possuidor legítimo do imóvel) precisa comprovar que ele possui o direito de retomar a
posse do imóvel que está sendo ocupado por outra pessoa.
4.9. Além desses documentos, pode o autor da ação apresentar provas testemunhais, ou seja,
depoimentos de pessoas que possam confirmar que ele era o proprietário ou possuidor legítimo do
imóvel antes da invasão.
4.10. Vê-se, portanto, que os documentos declinados na decisão objurgada não são os únicos
passíveis a atestar a prova anterior da posse exercida pelo autor da demanda, no caso em exame, o ora
agravante, situação que ampara o deferimento da medida liminar almejada. A propósito, vejamos esta
recente decisão:
4.11. Observe-se ainda, que o Tribunal de Justiça Paranaense, em outra recente decisão, concluiu
que o não atendimento a notificação endereçada pelo esbulhado é documento apto a atestar a prova da
posse anterior, veja-se:
4.12. Observe-se ainda, que em outra recente decisão do Tribunal de Justiça local, ao apreciar
demanda com objeto semelhante, o julgador considerou que a destruição do patrimônio do invadido é
elemento apto a atestar a prova da posse anterior:
4.13. De mais a mais, quanto ao fundamento exposto na decisão que indeferido o pedido liminar,
de que a posse prévia poderia ter sido demonstrada com a juntada de comprovantes de pagamento de
tributos, tarifas de energia ou água e de obras ou serviços (mov. 9.1), veja-se que o imóvel se encontra
localizado em área rural, não sendo possível, portanto, promover a juntada de tais documentos, que,
inclusive, sequer existem.
4.16. O agravante pretende, também, a concessão de tutela provisória de urgência recursal para o
fim de ser reintegrado liminarmente na posse do imóvel, pedido este que se faz com fundamento no
inciso I do art. 1.019 e art. 300 do CPC, o qual preleciona que são requisitos para a concessão do
pedido liminar:
4.16.1. Houver Elementos que Evidenciem a Probabilidade do Direito (fumus boni iuris):
Consubstancia-se nos próprios documentos juntados pelo agravante, isto é, no contrato de compra e
venda da área (mov. 1.15), nas fotos que comprovam a construção do rancho e o plantio das árvores e
que também comprovam a turbação praticada (mov. 1.22 a 1.25), no BO (mov. 1.26), nas declarações
(mova. 1.30 a 1.34) e na notificação-extrajudicial (mov. 1.28).
4.16.2. Perigo de Dano ou Risco ao Resultado Útil do Processo (periculum in mora): Configura-
se na continuidade da lesão, decorrente do alijamento violento do seu direito de posse sobre o imóvel.
4.16.3. De mais a mais, quanto ao Perigo de Irreversibilidade dos Efeitos da Decisão, tem-se que
a concessão da medida pleiteada não é irreversível, na medida em que se eventualmente a decisão for
revogada, a posse do imóvel será apenas retirada do agravante sem maiores prejuízos ou repercussões.
4.16.4. Assim sendo, requer-se a concessão de tutela provisória de urgência recursal para a
reintegração de posse.
d) Seja dado provimento ao agravo de instrumento para o fim de confirmar o pedido de tutela
provisória de urgência recursal e conceder a ordem de reintegração.
Nestes termos, pede deferimento.