Você está na página 1de 3

1/3

Aluna: Paola da Costa Duarte Quintanilha

Matricula: 20192100752

Superior Tribunal de Justiça STJ - AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL : AREsp


2048940-11.2013.8.26.0000 SP 2015/0054207-3 - Decisão Monocrática

AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 674.604 - SP (2015/0054207-3)


RELATOR : MINISTRO ANTONIO CARLOS FERREIRA AGRAVANTE :
RIO BRAVO EMPREENDIMENTOS E COMÉRCIO LTDA ADVOGADOS :
JOÃO INÁCIO CORREIA - SP049990 ANA PAULA ZATZ CORREIA -
SP088079 AGRAVADO : VALTER RICCI CURTI ADVOGADO :
CLODOMIRO BENEDITO DOS SANTOS - SP116948 DECISÃO Trata-se
de agravo nos próprios autos interposto contra decisão publicada na
vigência do CPC/1973, que inadmitiu o recurso especial em virtude da
ausência de violação de lei federal (e-STJ fls. 150/151). O acórdão recorrido
está assim ementado (e-STJ fls. 109): ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA -
Agravo contra despacho que denegou pedido de expedição de carta para
registro da sentença - Constatação, todavia, de já haver registro, não se
registrando o que já se acha registrado - Pedido descabido - Indeferimento
corretamente baixado - Agravo improvido. Os embargos de declaração
opostos foram rejeitados (e-STJ fls. 121/123 e 131/133). Nas razões do
recurso especial (e-STJ fls. 138/141), interposto com fundamento no art.
105, III, a, da CF, a recorrente alegou ofensa aos arts. 458, II, e 535, II, do
CPC/1973. Argumentou que o Tribunal de origem não se teria pronunciado
sobre "se a revogação, em primeiro grau, da adjudicação feita, remanesce
ou não remanesce e as razões para isso" (e-STJ fl. 139). No agravo (e-STJ
fls. 154/157), afirma a presença de todos os requisitos de admissibilidade do
especial. O recorrido não apresentou contraminuta (e-STJ fl. 159). É o
relatório. Decido. Cuida-se, na origem, de ação de cobrança em virtude de o
recorrido não ter quitado o preço do imóvel que lhe foi vendido pela
recorrente. Ressalte-se que o referido bem não chegou a ser registrado em
nome do recorrido, mantendo-se dessa forma em nome da recorrente. Em
pagamento do débito, a agravante penhorou e, posteriormente, adjudicou os
direitos que o recorrido mantinha sobre o próprio imóvel. Contudo, a decisão
objeto do agravo de instrumento interposto na origem reconsiderou as
decisões que haviam determinado a lavratura do auto de adjudicação sob
os seguintes fundamentos (e-STJ fls. 109/110): A pretensão objeto do
recurso é inteiramente descabida. Afirma a agravante que obteve ganho de
causa, a adjudicação veio a ser julgada procedente. De modo que o feito
haveria que prosseguir até que a execução se extinguisse, nos termos da
sentença. Não se cumpre o impossível, entretanto. Se o imóvel adjudicando
já se acha registrado em seu nome, como a decisão atacada assinalou,
para que o registro da carta de adjudicação? Para permanecerem lado a
lado dois títulos aquisitivos de uma só, mesma e única propriedade? Não
vislumbro o que alterar, nego a suspensividade. Quaisquer outros direitos
que a agravante tivesse eventualmente adquirido ou recuperado, via da
presente ação, não teriam acesso ao fólio real. De cunho pessoal,
permaneceriam em seu patrimônio para resguardo de situações futuras, no
Registro Imobiliário não se registra o que já está registrado. A agravante
não tem como inovar no sistema registrário brasileiro. Esdrúxula e
descabida a pretensão aqui deduzida. Compromissado imóvel ao réu, o
compromisso não chegou a ser registrado. E o débito também não chegou a
ser pago. Ingressou com ação de cobrança do que se lhe devia, ganhou.
Em pagamento do débito, penhorou os direitos que o adquirente mantinha
sobre o próprio imóvel. Direitos simplesmente pessoais e não reais, já que o
2/3

compromisso não fora registrado. Obteve para si tais direitos, reconsolidou


tudo quanto recaía sobre o bem. Quer mais o que? A colocação formulada
na petição que atravessou a fls. 100 ("trata-se de revogação de adjudicação
já feita, com preclusão e penhorabilidade aceita em decisão transitada em
julgado') sem o menor fundamento, sem forma e nem figura de juízo. Se a
penhora não chegou a ser registrada, porque o precedente compromisso
também não fora, pretendia registrar o que? O nada? Registrar no fólio real
sentença que rescindira direitos puramente pessoais e a ele,
consequentemente, não tinha acesso? E ainda (e-STJ fls. 122/123): Não
faltou julgar nada, teima a embargante em misturar os conceitos de direito
real e direito pessoal (obrigacional), insiste nesse ponto a fl. 7; quer porque
quer vá ao fólio real o direito pessoal relativo ao contrato rescindido. Se
quer, e o acórdão entende isso não ser juridicamente possível, que acorra
aos Tribunais Superiores, a pretensão por inteiro descabida. Meu voto
rejeita os embargos, não faltou julgar nada, não há omissão nenhuma. Não
há coisa julgada a preservar no caso, esta não pode - nem teve esse
alcance, bem examinada - negar a evidência dos fatos, num exemplo
grosseiro tornar redondo o que antes era quadrado. Não há falar, portanto,
em contrariedade aos arts. 458, II, e 535, II, do CPC/1973, pois o Tribunal a
quo pronunciou-se, de forma clara e suficiente, acerca da questão suscitada
nos autos. Ao contrário, verifica-se a mera pretensão de reexame do mérito
do recurso, o qual foi exaustivamente analisado, circunstância que, de
plano, torna imprópria a invocação do referido dispositivo e o conhecimento
do recurso especial nessa parte. Diante do exposto, NEGO PROVIMENTO
ao agravo. Publique-se e intimem-se. Brasília-DF, 11 de março de 2019.
Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA Relator (STJ - AREsp: 674604 SP
2015/0054207-3, Relator: Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, Data de
Publicação: DJ 02/04/2019).
3/3

Resposta:

O caso apresentado é um pedido de carta de adjudicação, sendo que o bem já se


achava registrado em nome da recorrente, ressalte-se que o referido bem não
chegou a ser registrado em nome do recorrido, mantendo-se dessa forma em nome
da recorrente, logo se tratando de direitos pessoais e não reais, já que o
compromisso não fora registrado. Cabe observa que  o promitente comprador
adquire o direito real à aquisição do imóvel se observar alguns requisitos (celebrar a
promessa por instrumento público ou particular, não ter pactuado na promessa de
compra e venda o arrependimento, registrar a promessa no Cartório de Registro de
Imóveis), como o bem negociado não foi registrado não haverá assim direito real e
sim direito pessoal, assim o direito real representa um complexo de normas
regulamentadoras das relações jurídicas correspondentes à coisas que o homem
possa possuir, de forma ordinária, tangíveis, para que se possa exercer domínio,
aquele que cai sobre as posses e o direito pessoal responde ao Direito das
Obrigações numa forma que trata das relações dos sujeitos passivos e ativos, atua
necessariamente sobre uma pessoa (caso contrário inexistiria uma relação
obrigacional), o devedor (ao contrário do direito real, que atua sobre as posses),
que faz a prestação monetariamente.

Referências:

https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/878210168/agravo-em-recurso-especial-
aresp-674604-sp-2015-0054207-3/decisao-monocratica-878210230

https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/531/r144-04.PDF?
sequence=4&isAllowed=y

Você também pode gostar