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CASO CONCRETO Nº 2/DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

ALUNA: MARIANA DE CARVALHO PINHEIRO MATRÍCULA: 201301035017


PERÍODO: 5º TURNO: NOITE

SEMANA 2

1ª Ângela veio a falecer na cidade de Florianópolis, no estado de casada, com três filhos. Seus bens estão situados na
comarca aonde Ângela veio a falecer. O cônjuge sobrevivente e dois filhos tem domicílio em Florianópolis e um deles
na cidade de Criciúma. Todos são maiores e capazes. O inventário foi aberto na cidade de Criciúma, sob forma de
arrolamento, onde ficou definida a partilha amigável celebrada pelos herdeiros, com a prova de quitação dos
tributos relativos aos bens do espólio, postulandose a homologação, de plano, pelo Juiz.

Indaga-se:

a) Há afronta a regra de competência definida no art. 96 do CPC? Explique.

RESPOSTA: Sim, fica nítida a afronta ao disposto no Art. 96 CPC, tendo em vista que é regra inicial de fixação de
competência territorial para a propositura da ação de inventário o domicílio do autor da herança.

b) A incompetência, se existente é absoluta ou relativa? Justifique.

RESPOSTA: Trata-se de critério da fixação da competência de natureza relativa, a teor do que dispõe conforme o
disposto no art. 102 do CPC C/C art. 87 do CPC.

2ª Questão – Objetiva

Em relação à competência, afigura-se correto afirmar, EXCETO:

a) a ação em que o incapaz for réu processa-se no domicílio de seu representante;

b) a competência em razão do valor e de foro pode ser modificada por convenção das partes, o que não pode
ocorrer com a competência em razão da hierarquia;

c) a continência entre duas ou mais ações ocorre sempre que há identidade quanto às partes, e à causa de pedir, mas
o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o das outras;

d) declarada a incompetência absoluta, todos os atos praticados no processo são alcançados pela nulidade;
RESPOSTA somente os atos decisórios serão nulos. ART 113 § 2º CPC

e) o Ministério Público é ouvido em todos os conflitos de competência, sendo parte naqueles em for o suscitante.(art
116 parágrafo único CPC)
JURISPRUDÊNCIA:

Processo

REsp 1051652 / TO
RECURSO ESPECIAL
2008/0087945-0

Relator(a)

Ministra NANCY ANDRIGHI (1118)


Órgão Julgador

T3 - TERCEIRA TURMA
Data do Julgamento

27/09/2011
Data da Publicação/Fonte

DJe 03/10/2011
LEXSTJ vol. 267 p. 74
Ementa

PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE CANCELAMENTO DE HIPOTECA E

PENHORA C/C DECLARAÇÃO DE NULIDADE DE CLÁUSULA CONTRATUAL.

MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA. CONTINÊNCIA. PREVENÇÃO. COMPETÊNCIA

ABSOLUTA DO FORO DA SITUAÇÃO DO IMÓVEL. INEXISTÊNCIA.

1. A ausência de decisão sobre os dispositivos legais supostamente

violados, não obstante a interposição de embargos de declaração,

impede o conhecimento do recurso especial. Incidência da Súmula

211/STJ.

2. Na hipótese de o litígio versar sobre direito de propriedade,

vizinhança, servidão, posse, divisão e demarcação de terras e

nunciação de obra nova, a ação correspondente deverá necessariamente

ser proposta na comarca em que situado o bem imóvel, porque a

competência é absoluta. Por outro lado, a ação, ainda que se refira

a um direito real sobre imóvel, poderá ser ajuizada pelo autor no

foro do domicílio do réu ou, se o caso, no foro eleito pelas partes,

se não disser respeito a nenhum daqueles direitos especificados na

segunda parte do art. 95 do CPC, haja vista se tratar de competência

relativa.

3. Na hipótese, a ação versa sobre a desconstituição parcial das

hipotecas incidentes sobre os imóveis de propriedade do recorrente.


Conclui-se que não há competência absoluta do foro da situação dos

imóveis para o seu julgamento - a competência deste é relativa e

passível, portanto, de modificação.

4. Para que haja uma relação de continência entre demandas, é

necessário, nos termos do art. 104 do CPC, que o objeto de uma

delas, por ser mais amplo, abranja o da outra, além da verificação

da identidade das partes e da causa de pedir.

5. Se reconhecida a continência entre as ações, realmente não se

pode adotar o critério da prevenção para determinar a reunião dos

processos. O juízo em que tramite a causa continente é que deverá

julgar a causa contida.

6. Considerando que as demandas relacionadas se tratam,

respectivamente, de execução de cédula de crédito rural com garantia

hipotecária e de ação visando à desoneração parcial da hipoteca, não

se vislumbra como o objeto da primeira pode conter o objeto da

segunda ou vice-versa. Vislumbra-se apenas uma evidente relação de

conexão entre elas. E, em se tratando de conexão, o critério a ser

utilizado para a determinação do juiz competente, é o da prevenção.

7. Nem sempre imperativa será a abertura de vista ao demandante para

manifestar-se sobre as preliminares aventadas pelo réu. E, na

hipótese, como a questão envolvida é estritamente de direito -

competência do juízo - já estando nos autos todos os elementos

necessários à formação do convencimento do juiz, desnecessária a

apresentação de réplica.

8. Entre os acórdãos trazidos à colação pelo recorrente, não há o

necessário cotejo analítico nem a comprovação da similitude fática,

elementos indispensáveis à demonstração da divergência.

9. Recurso especial não provido.


Acórdão

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da

Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos

votos e das notas taquigráficas constantes dos autos, por

unanimidade, negar provimento ao recurso especial, nos termos do

voto do(a) Sr(a). Ministro(a) Relator(a). Os Srs. Ministros Massami

Uyeda, Sidnei Beneti, Paulo de Tarso Sanseverino e Ricardo Villas


Bôas Cueva votaram com a Sra. Ministra Relatora.
Referência Legislativa

LEG:FED SUM:******

***** SUM(STF) SÚMULA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

SUM:000282

LEG:FED SUM:******

***** SUM(STJ) SÚMULA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

SUM:000211

LEG:FED LEI:005869 ANO:1973

***** CPC-73 CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 1973

ART:00095 ART:00103 ART:00104 ART:00105 ART:00106

ART:00111 ART:00114 ART:00301 ART:00327 ART:00541

PAR:ÚNICO

LEG:FED RGI:****** ANO:1989

***** RISTJ-89 REGIMENTO INTERNO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ART:00255 PAR:00001 PAR:00002


Veja

(AÇÕES REAIS IMOBILIÁRIAS - CRITÉRIO DE FIXAÇÃO DE COMPETÊNCIA)

STJ - REsp 1048937-PB

(CONTINÊNCIA - PREVENÇÃO DO JUÍZO)

STJ - EDcl nos EDcl no REsp 681740-MG

(CONEXÃO)

STJ - REsp 681097-SP

(RÉPLICA - MATÉRIA ESTRITAMENTE DE DIREITO - COMPETÊNCIA DO JUÍZO)

STJ - REsp 267830-ES

DOUTRINA:

Ensina-nos José Maria Rosa Tesheiner que:

“A competência de foro é relativa, em oposição à competência de juízo, que é absoluta. A


argüição de incompetência relativa constitui exceção em sentido próprio, porque exige alegação
da parte e submete-se a preclusão: não sendo oposta, no prazo legal, a exceção de incompetência
relativa, prorroga-se a competência do juiz que determinou a citação.”[16]

A exceção de incompetência suspende o processo até que seja julgada (art. 306, CPC). Deve o juiz
analisar os pressupostos de admissibilidade da exceção, que são a apresentação da questão, a
tempestividade, a legitimação e o interesse.

[16] TESHEINER, José Maria Rosa. Sobre a absolutização da competência de foro. Disponível no
site:http://www.tex.pro.br/, acesso no dia 26.06.2006.

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