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CASO CONCRETO Nº 3/DIREITO PROCESSUAL CIVIL I

ALUNA: MARIANA DE CARVALHO PINHEIRO MATRÍCULA: 201301035017


PERÍODO: 5º TURNO: NOITE

1ª João promove ação de conhecimento em face de Geraldo. Na inicial postula a cobrança de um crédito
constante de documento de confissão de dívida, com preenchimento de todos os requisitos legais. No curso do
processo, João cede o crédito a Cleber. O cessionário postula o seu ingresso no processo. O Juiz determina a
oitiva do réu da ação, que não concorda com o pleito do cessionário. Indaga-se:
a) Pode o réu recusar o ingresso no processo do cessionário? Fundamente.
RESPOSTA: Pode sim, com base no art. 42 CPC. O art. 42 CPC, trata da legitimidade das partes quando houver
alienação da coisa litigiosa ou do direito litigioso à titulo particular feito entre vivos, firmando o principio da
inalterabilidade ressalvada, a hipótese de consentimento da parte contrária parágrafo 1º do citado artigo, admitindo
no parágrafo 2º o ingresso do adquirente concessionário como assistente do alienante ou do cedente. Assim pode o
réu recusar o ingresso do cessionário.

b) A sentença que julgar improcedente o pedido do autor vincula o cessionário quanto aos seus efeitos.
Fundamente.
RESPOSTA: Sim, embasado no art. 42, § 3º, vincula sim, excepcionalmente quem não é parte do processo submete-
se ao efeito da coisa julgada.

2ª Questão. Verificando a incapacidade processual o juiz:


a) sem suspender o processo, marcará prazo para ser sanado o defeito;
b) promoverá a extinção do processo na forma do art. 267, VI do CPC;
c) suspendendo o processo, marcará prazo razoável para ser sanado o defeito. Não sendo cumprido o despacho
do juiz, se a providência couber ao réu, reputar-se-á revel; RESPOSTA
d) nomeará curador especial;
e) suspenderá o processo, aguardando o pronunciamento da parte interessada pelo prazo de 1 (um) ano, após o
que o processo será extinto

JURISPRUDÊNCIA:

Processo

CC 98729 / RJ
CONFLITO DE COMPETENCIA
2008/0205438-9

Relator(a)

Ministro CASTRO MEIRA (1125)


Órgão Julgador

S1 - PRIMEIRA SEÇÃO
Data do Julgamento
27/05/2009
Data da Publicação/Fonte

DJe 08/06/2009
Ementa

CONFLITO DE COMPETÊNCIA. JUÍZO FEDERAL DE JUIZADO ESPECIAL E JUÍZO

FEDERAL COMUM. COMPETÊNCIA DO STJ PARA APRECIAR O CONFLITO. JUIZADO

ESPECIAL FEDERAL. COMPETÊNCIA. AÇÃO ORDINÁRIA MOVIDA PESSOA


JURÍDICA

DE DIREITO PRIVADO NÃO ENQUADRADA COMO MICROEMPRESA OU EMPRESA DE

PEQUENO PORTE. LEI 9.841/99, ART. 7º. AUSÊNCIA DE CAPACIDADE

PROCESSUAL.

1. "Compete ao Superior Tribunal de Justiça decidir os conflitos de

competência entre juizado especial federal e juízo federal, ainda

que da mesma seção judiciária". Súmula 348/STJ.

2. O art. 3º, caput, da Lei nº 10.259/01 estabelece que "compete ao

Juizado Especial Federal Cível processar, conciliar e julgar causas

de competência da Justiça Federal até o valor de sessenta salários

mínimos, bem como executar as suas sentenças". A essa regra, o

legislador ressalvou algumas demandas em virtude da natureza do

pedido, do tipo de procedimento ou das partes envolvidas na relação

jurídica processual (§ 1º do artigo 3º e art. 6º, do mesmo diploma).

3. A regra de competência prevista no artigo 3º, da Lei 10.259/01

deve ser aplicada em conjunto com as regras que disciplinam a

capacidade processual nos Juizados Especiais (art. 6º). De nada

adiantaria a causa encontrar-se abaixo do valor dos sessenta

salários mínimos, não estar no rol das exceções do § 1º, do referido

dispositivo, mas ser ajuizada por sujeito que não possui capacidade

para ser parte nos Juizados.

4. No caso, a ação ordinária foi ajuizada por pessoa jurídica de

direito privado não detentora de capacidade para praticar atos

processuais eficazes perante o Juizado Especial Federal, conforme

interpretação a contrario sensu do inciso I do art. 6º, que dispõe:

"Podem ser partes no Juizado Especial Federal Cível: I- como

autores, as pessoas físicas e as microempresas e empresas de pequeno

porte, assim definidas na Lei 9.317, de 5 de dezembro de 1996".


5. Competência do Juízo Federal da 10ª Vara da Seção Judiciária do

Rio de Janeiro, o suscitado.


Acórdão

Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima

indicadas, acordam os Ministros da Primeira Seção do Superior

Tribunal de Justiça, por unanimidade, conhecer do conflito e

declarar competente o Juízo Federal da 10ª Vara da Seção Judiciária

do Estado do Rio de Janeiro, o suscitado, nos termos do voto do Sr.

Ministro Relator. A Sra. Ministra Denise Arruda e os Srs. Ministros

Humberto Martins, Herman Benjamin, Mauro Campbell Marques, Benedito

Gonçalves, Eliana Calmon, Francisco Falcão e Teori Albino Zavascki

votaram com o Sr. Ministro Relator.


Referência Legislativa

LEG:FED SUM:******

***** SUM(STJ) SÚMULA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

SUM:000348

LEG:FED LEI:010259 ANO:2001

***** LJEF-01 LEI DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS

ART:00003 ART:00006 INC:00001

LEG:FED LEI:009841 ANO:1999

***** EMPE-99 ESTATUTO DA MICROEMPRESA E DA EMPRESA DE PEQUENO

PORTE DE 1999

ART:00007
Veja

(JUIZADO ESPECIAL FEDERAL - COMPETÊNCIA - MICROEMPRESA)

STJ - CC 103206-DF, CC 86452-SE, CC 86958-SP

DOUTRINA:

O Código trata de estabelecer, no artigo 263, quando se tem por criada a relação jurídica
processual, a qual vincula o autor, o juiz e o réu.
A distribuição da ação, pelo que se apreende do artigo em comento, marca o início do
processo quando há mais de uma vara, ou seja, mais de um juiz com igual competência.
Diferentemente, nas comarcas em que haja um só juízo, ou, embora sendo mais de um, a
competência de cada qual seja exclusiva, o ato inicial da formação do processo se
completa com o despacho aposto pelo juiz à petição inicial.

Então, pode-se dizer que, ao receber a petição do autor, o Estado vincula-se em relação
apenas linear, por força do direito de ação. Forma-se apenas um dos lados da relação
processual, o lado ativo: a ligação entre autor-juiz e juiz-autor. Em uma segunda fase,
com a citação do réu, a relação processual se completa com o seu lado passivo, ou seja,
com a vinculação entre réu-juiz e juiz-réu. [6]

A propositura da ação, todavia, só produz quanto ao réu os efeitos mencionados no art.


219 se a citação for válida (art. 263, 2ª parte).

[6] THEODORO JÚNIOR, Curso ..., p. 268

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