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PRÁTICA JURÍDICA III – RECURSOS

DOCENTE: PATRÍCIA SCHOERPF


ALUNOS: ANDERSON DA FONSECA
GUILHERME GANDINI
PAULO DELGADO

RECURSO ESPECIAL

CAXIAS DO SUL
2023
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE PORTO ALEGRE - RS

JUCA DA SILVA, brasileiro, casado, comerciante, portador do CPF 048.254.582-25 e


RG 1258741582, com e-mail jucadasilva@outlook.com, residente e domiciliado na rua
dos Silvas, bairro Centro, Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, CEP 95270-000, por seus
procuradores (doc1), em AÇÃO INDENIZATÓRIA que move contra
INCORPORADORA BIZU , pessoa jurídica de direito provado, com sede na Avenida
Julho de Castilhos, Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, CEP 95270-000, CNPJ
32.137.528.8521-98, neste ato representado por seu sócio, conforme contrato social em
anexo (doc2), e CONSTRUTORA ADM, pessoa jurídica de direito privado, com sede
na Rua Alfredo Chaves, Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, CEP 95270-000, CNPJ
32.135.855.6788-33, conforme contrato social, vem, respeitosamente, à presença de
Vossa Excelência, interpor

RECURSO ESPECIAL

Com fulcro no artigo 105, inciso III, alínea ''a'', da Constituição Federal promulgada em
05 de outubro de 1988 e artigo 1029 do Código de Processo Civil, nos termos do
petitório em anexo, requerendo seja o mesmo recebido e apreciado pelo Tribunal
Superior competente.

Nesses termos,
Pede e espera deferimento.

Caxias do Sul, 11 de maio de 2023


Anderson da Fonseca OAB/RS 4515
Guilherme Gandini OAB/RS 4523
Paulo Delgado OAB/RS 4528
EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Recorrente: Juca da Silva Recorrido:


Incorporadora BIZU Apelação Cível nº
257814745920
Embargos de Declaração nº 00558781

Colenda Turma!

Com a devida vênia, não pode o Recorrente concordar com a r. Decisão


prolatada pelo M.M. Juízo a quo, conquanto negou vigência, bem como deu
interpretação divorciada de dispositivo legal vigente.

DOS FATOS

O recorrente interpôs apelação no sentido conseguir receber os valores


indenizatórios a titulo de lucros cessantes pela demora que a recorrida levou para fazer a
entrega da casa, que estava com data marcada para a entrega, a qual o recorrente
necessitou locar outra casa para residir até a entrega pela Incorporadora, passando a
sofrer também danos morais.

No entanto, o acórdão proferido no julgamento do recurso de apelação interposto


contrariou e negou vigência aos artigos 6ª, IIII, e 14 §1ª DO Código de Defesa do
Consumidor, 186 do Código Civil.

Cópia da decisão recorrida (doc3).

DO CABIMENTO DO RECURSO ESPECIAL

O presente Recurso Especial tem seu cabimento lastreado pelo artigo 105, inciso
III, alínea “a” da Constituição Federal de 1988.
Outrotanto, conforme se depreende dos autos, as demais regras técnicas foram
cumpridas para o cabimento do presente apelo derradeiro, quais sejam:
2.1. Decisão de última ou única instância prolatada por Tribunal de Justiça Estadual;

2.2. Exaurimento das instâncias locais, inclusive com a oposição de embargos


declaratórios para prequestionamento explícito;

2.3. A existência de uma causa, entendida a mesma, no caso, como uma ação
contenciosa, onde as partes litigam buscando a tutela jurisdicional devida pelo Estado;

2.4. Os fundamentos do recurso; e

2.5. O prequestionamento explícito das questões federais pertinentes.

Por fim é sempre valioso destacar que o presente Recurso Especial não diz
respeito a simples interpretação de cláusula contratual (devendo ser afastada a Súmula 5
do STJ); nem a reexame de prova (afastando-se assim a Súmula 7 do STJ); nem a
análise de questões de fato (até mesmo porque os fatos foram extraídos do v. Acórdão
recorrido, sendo portanto, incontroversos para as partes), observando, dessa forma, a
natureza do presente Recurso que é de fundamentação vinculada.

Logo, preenchidos todos os requisitos de admissibilidade do presente apelo


derradeiro, impõe-se o seu conhecimento e posterior provimento no Juízo ad quem.

É importante ressaltar a Jurisprudência que o Tribunal de Justiça do Rio Grande


do Sul traz:

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL.


PROMESSA DE COMPRA E VENDA. AÇÃO
INDENIZATÓRIA. CERCEAMENTO DE
DEFESA NÃO CARACTERIZADO.
LEGITIMIDADE DA CONSTRUTORA.
ATRASO NA ENTREGA DA OBRA. DANOS
MORAIS. I. Do cerceamento de defesa. Ao Juiz,
destinatário da prova, incumbe aferir a necessidade,
ou não, da produção de provas pelas partes, a teor
do que determina o artigo 370 do Código de
Processo Civil/15. No caso, em que pese o
julgamento antecipado da lide sem apreciação do
pedido de produção de prova, encontram-se
presentes todos os documentos necessários, a fim
de comprovar os fatos alegados pela ré que seriam
objeto da prova oral, não havendo assim ocorrência
de cerceamento de defesa. II. Legitimidade passiva.
Estão legitimadas a construtora e a incorporadora
para responder pelo ressarcimento dos danos
materiais e morais, decorrentes do atraso na entrega
do imóvel. Empresas que pertencem ao mesmo
grupo, fizeram defesa única e a construtora constou
inclusive como vendedora no contrato de mútuo
firmado junto a CEF. III. Comprovado
inadimplemento contratual da promitente-
vendedora, consubstanciado no atraso da entrega
de imóvel adquirido na planta, deve arcar com os
danos causados ao comprador. No caso,
reconhecido o atraso na entrega do imóvel, em
decisão proferida pelo Egrégio Superior Tribunal
de Justiça - REsp. 1915137 / RS (2021/0005203-0).
IV. As cláusulas contratuais (moratória e
compensatória) já foram objeto de apreciação pelo
Superior Tribunal de Justiça, em recurso
repetitivo tratando da inversão de cláusula penal.
No caso, é possível a inversão de penalidade
ajustada de forma excessiva em prejuízo do
promitente comprador, quando o descumprimento
contratual se dá pelo promitente vendedor e não há
outra forma de atender à equidade. O Superior
Tribunal de Justiça em julgamento representativo
de controvérsia (Recurso Especial nº
1.635.428/SC e nº 1.631.485/DF), com
afetação dos Temas 970 e 971, pacificou a
possibilidade de inversão da cláusula penal,
afastando sua cumulação com lucros cessantes e
dano emergente por locativos. In casu, possível,
por equidade contratual e princípios gerais do
direito, a inversão da cláusula penal. V. Dos danos
morais. Para o acolhimento da pretensão
indenizatória é preciso a comprovação de
ocorrência de ato ilícito, resultado danoso e nexo
de causalidade. No caso, o atraso substancial e
injustificado na entrega do empreendimento
justifica a condenação dos promitentes vendedores
ao pagamento de indenização por danos morais.
Quantum arbitrado mantido. À UNANIMIDADE,
NEGARAM PROVIMENTO
AO RECURSO.(Apelação Cível, Nº
70079722005, Décima Sétima Câmara Cível,
Tribunal de Justiça do RS, Relator: Liege Puricelli
Pires, Julgado em: 04-11-2021)

DA NEGATIVA DE VIGÊNCIA À LEGISLAÇÃO FEDERAL

Da afronta aos dispositivos (artigos) que regem o mérito da causa:


Não merece prosperar a tese veiculada no acórdão recorrido, pois contraria o que
dispõe aos artigos 6ª, IIII, e 14 §1ª DO Código de Defesa do Consumidor, artigo 186 do
Código Civil e artigo 942 do Código Civil Brasileiro.

Além disso, se faz necessário o entendimento e aplicação da responsabilidade


solidária, previsto no art. 25, §1º, do Código do Defesa do Consumidor, que diz:

Art. 25. É vedada a estipulação contratual de


cláusula que impossibilite, exonere ou atenue
a obrigação de indenizar prevista nesta e nas
seções anteriores.

§ 1° Havendo mais de um responsável pela


causação do dano, todos responderão
solidariamente pela reparação prevista nesta e
nas seções anteriores.

Há negativa de vigência a dispositivos infraconstitucionais ligados na


Constituição Federal.

Por fim, impõe-se a reforma do acórdão para dar provimento ao Recurso


Especial, pelo STJ.

DOS REQUERIMENTOS

ANTE O EXPOSTO, requer o Recorrente:

Que o presente Recurso Especial seja conhecido e provido, com o escopo de ser
reformada a decisão prolatada pela Egrégia 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do
Estado do Rio Grande do Sul, uma vez que o Acórdão que julgou a Apelação Cível
negou vigência aos artigos 6ª, IIII, e 14 §1ª Do Código de Defesa do Consumidor, 942
do Código Civil.

A inversão da condenação em honorários advocatícios e a imposição de honorários


recursais, com fundamento no art. 85, § 1º, do Código de Processo Civil.

Nesses termos,

Pede e espera deferimento.


Caxias do Sul, 11 de maio de 2023
Anderson da Fonseca OAB/RS 4515
Guilherme Gandini OAB/RS 4523
Paulo Delgado OAB/RS 4528
Documentos da Peça DOC1

- Procuração DOC2 -

Contrato Social

DOC3 - Decisão Recorrida

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