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ESTADO DO CEARÁ

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
GABINETE DESEMBARGADOR FRANCISCO DARIVAL BESERRA PRIMO

Processo: 0637107-21.2022.8.06.0000 - Agravo de Instrumento


Agravante: DHS Calçados EIRELI EPP. Agravado: Riomar Fortaleza Norte S/A

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE


DESPEJO. DENÚNCIA VAZIA. LIMINAR. REQUISITOS.
PREENCHIMENTO DOS PRESSUPOSTOS LEGAIS
NECESSÁRIOS AO DEFERIMENTO DA MEDIDA. ARTIGO
59, §1º, INC. VIII DA LEI Nº 8.245/1991. NOTIFICAÇÃO
EXTRAJUDICIAL ENVIADA PELA AGRAVADA INFORMANDO
O DESINTERESSE NA CONTINUIDADE DA RELAÇÃO
LOCATÍCIA. LOCATÁRIO QUE NÃO DESOCUPOU O BEM.
DEMANDA AJUIZADA DENTRO DO PRAZO LEGAL.
DECISÃO AGRAVADA MANTIDA. RECURSO CONHECIDO
E NÃO PROVIDO.
1. Relembre-se que, na origem, a matéria diz respeito à
decisão proferida pelo juízo da 33ª Vara Cível da Comarca de
Fortaleza, no curso do processo Cuida-se de ação de despejo
fundada em ausência de pagamento que tramita sob o n.º
0258983-94.2022.8.06.0001, na qual, o juízo primevo deferiu a
tutela de urgência, senão vejamos:
2. Ultrapassada a quaestio, insurge-se a agravante em relação
à decisão do juízo de origem que deferiu a concessão de tutela
antecipada para desocupação do imóvel locado pela parte
agravada, ante o entendimento de que restaram configurados
os pressupostos autorizadores da medida, estabelecidos na
Lei do Inquilinato.
3. Tendo por norte tal premissa, portanto, viável concluir a
necessidade de demonstração dos pressupostos
supraconsignados, quais sejam, a prestação de caução (1), o
inadimplemento dos aluguéis (2), e a ausência de garantia
contratual (3), para que possa ser deferida a antecipação da
tutela pleiteada, afeta à desocupação do imóvel objeto do
contrato de locação.
4. Por conseguinte, verifica-se por meio dos fólios às fls. 102
que a caução está regularmente prestada. Por seu turno, a
notificação premonitória foi expedida e o documento oficial dos
Correios, às fls. 71/73, demonstra a entrega da notificação.
Portanto, feito tal escorço, entendo que os requisitos
supramencionados encontram-se, sim, satisfatoriamente
evidenciados no caso, o que, portanto, correta a
concessão da tutela antecipada pretendida.
5. Ademais, em se tratando de ação de despejo por denúncia
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vazia, prevista no inciso VIII, do § 1º, do art. 59, da Lei nº


8.245/91, a liminar deve ser deferida, pois é direito da
locadora, independentemente se haver ou não as garantias
previstas no art. 37, da Lei nº 8.245/91 no contrato de locação.
6. Por todo exposto, as circunstâncias e provas que instruem o
bojo recursal, mantenho a decisão agravada e voto no sentido
de conhecer e negar provimento ao recurso.
7. AGRAVO CONHECIDO E NÃO PROVIDO.
ACÓRDÃO:
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acorda a 4ª Câmara
Direito Privado do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, por unanimidade, em
conhecer do recurso e negar-lhe provimento, nos termos do voto do Relator.
Fortaleza, 09 de maio de 2023.
FRANCISCO DARIVAL BESERRA PRIMO
Desembargador-Relator

RELATÓRIO
Trata-se de agravo de instrumento proposto por BANCO
ITAUCARD S/A em face de despacho proferido pelo juízo da 2ª Vara da Comarca de
Pacatuba, nos autos da ação de busca e apreensão de veículo, ajuizada em face de
WILLAMYS ROCHIMAN G ANDRADE, o qual determinou ao ora agravante que
emendasse a inicial, juntando aos autos documento hábil a comprovar a mora do
agravado, no prazo de quinze dias, sob pena de indeferimento da exordial.
Eis a sinopse do ato decisório impugnado (fl. 13), transcrito in
verbis:
Destarte, referida notificação não pode ser considerada válida à constituição
da mora do devedor, sendo, portanto, incabível o deferimento da liminar,
neste momento, razão pela qual determino que o autor seja intimado para,
no prazo de 15 (quinze) dias, emendar apetição inicial, trazendo aos autos
comprovação relativa à constituição da mora ou requerer oque legalmente
lhe aprouver, sob pena de indeferimento.

O agravante sustenta que a decisão vergastada merece


reforma, pois mesmo sendo a mora devidamente configurada e comprovada nos autos, o
magistrado a quo proferiu a r. decisão agravada deixando de deferir a busca e
apreensão, determinando a emenda à petição inicial.
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Ao final, requer o conhecimento do Agravo de Instrumento e


seu provimento para afastar a determinação de emenda à petição inicial e recebê-la, nos
termos do art. 320 do Código de Processo Civil e, em seguida, deferir a liminar de busca
e apreensão, nos termos do art. 3º do Decreto-Lei 911/69.
Decisão Interlocutória de fls. 18/22 indeferindo o pedido de
efeito suspensivo requestado.
Sem Contrarrazões recursais.
É o relato do essencial.
VOTO
O recurso é tempestivo e preenche os demais pressupostos de
admissibilidade, razão por que dele se conhece.
Insta consignar que a questão a ser decidida no mérito do
presente Recurso, diante de seus estreitos limites, envolve somente a análise da
presença, ou não, dos requisitos autorizadores à antecipação dos efeitos da tutela de
urgência pelo Juízo de origem, quais sejam: a probabilidade do direito e o perigo de dano
ou o risco ao resultado útil do processo (CPC, 300).
Dito isto, para o deferimento da tutela de urgência, o motivo
que assenta o pedido na inicial deve ser verossímil à luz de elementos inequívocos, e
deve ficar claro o fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação à parte caso
o direito perseguido seja reconhecido somente por ocasião do julgamento de mérito da
ação.
Sobre o tema, Humberto Theodoro Júnior leciona:
É inequívoca, em outros termos, a prova capaz, no momento processual, de
autorizar uma sentença de mérito favorável à parte que invoca a tutela
antecipada, caso pudesse ser a causa julgada desde logo. Dir-se-á que,
então, melhor seria decidir de vez a lide, encerrando-se a disputa por
sentença definitiva. Mas não é bem assim. O julgamento definitivo do mérito
não pode ser proferido senão a final, depois de exaurido todo o debate e
toda a atividade instrutória. No momento, pode haver prova suficiente para a
acolhida antecipada da pretensão do autor. (Curso de Direito Processual
Civil, volume II, 36ª edição, Rio de Janeiro, Forense, 2004, p. 572)

Dessarte, como a única matéria efetivamente correlata à


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decisão agravada é aquela atinente à presença ou não dos requisitos necessários à


concessão da tutela provisória de urgência pleiteada na exordial, não cabe a esta
instância apreciar as demais questões levantadas no presente recurso, sob pena de
supressão de instância.
Relembre-se que, na origem, a matéria diz respeito à decisão
proferida pelo juízo da 33ª Vara Cível da Comarca de Fortaleza, no curso do processo
Cuida-se de ação de despejo fundada em ausência de pagamento que tramita sob o n.º
0258983-94.2022.8.06.0001, na qual, o juízo primevo deferiu a tutela de urgência, senão
vejamos:
No caso sub análise, assevera a parte autora que as partes firmaram, em 02
de fevereiro de 2015, instrumento particular de contrato de locação e outras
avenças do imóveldescrito na preambular, tendo este findado em outubro de
2021, conforme contrato das págs. 46/58 e aditamentos a este às págs.
59/70.
Notificação realizada à parte ré, em 28 de junho de 2022, consoante
documentos das págs. 71/73.Daí se dessume que estando a relação jurídica
material locatícia em vigor por prazo indeterminado, e tendo a parte
denunciado o contrato para restituir-se o imóvel, bem como observado o
prazo de 30 dias para tanto, lídimo se faz que o receba de volta.
Assim sendo, vislumbra-se que a parte autora cumpriu as exigências para
obter o provimento liminar, sobretudo porque já se manifestou favorável ao
depósito dos 3 meses de aluguel.
Destarte, DEFIRO a liminar pleiteada, no sentido de determinar a
desocupação do imóvel descrito na inicial, condicionando-a à
prestação de caução real pela parte autora no valor equivalente a três
meses do aluguel pactuado, tudo em obediência ao art.59, § 1º, VIII da
Lei nº 8.245/91.

Ultrapassada a quaestio, insurge-se a agravante em relação à


decisão do juízo de origem que deferiu a concessão de tutela antecipada para
desocupação do imóvel locado pela parte agravada, ante o entendimento de que
restaram configurados os pressupostos autorizadores da medida, estabelecidos na Lei do
Inquilinato.
Com efeito, acerca do assunto, preconiza o art. 59, § 1º, inciso
IX, da Lei n. 8.245/91, in verbis:
§ 1º Conceder-se-á liminar para desocupação em quinze dias,
independentemente da audiência da parte contrária e desde que prestada a
caução no valor equivalente a três meses de aluguel, nas ações que tiverem
por fundamento exclusivo:
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(...)
VIII – o término do prazo da locação não residencial, tendo sido
proposta a ação em até 30 (trinta) dias do termo ou do cumprimento de
notificação comunicando o intento de retomada. Grifou-se

Tendo por norte tal premissa, portanto, viável concluir a


necessidade de demonstração dos pressupostos supraconsignados, quais sejam, a
prestação de caução (1), o inadimplemento dos aluguéis (2), e a ausência de garantia
contratual (3), para que possa ser deferida a antecipação da tutela pleiteada, afeta à
desocupação do imóvel objeto do contrato de locação.
Dito isto, verifico, da análise dos autos principais, a parte
autora, ora agravante, comprovou a formalização de contrato de locação de imóvel para
fins não residenciais, bem como o vencimento do prazo de locação, tornando o contrato
por prazo indeterminado, além da notificação formal do locatário realizada em
28/06/2022, restando advertida a parte de que teria trinta dias para deixar bem, tendo a
demanda sido protocolada em 23/06/2022, ou seja, dentro do trintídio legal de eficácia
para solicitação da medida.
Por conseguinte, verifica-se por meio dos fólios às fls. 102 que
a caução está regularmente prestada. Por seu turno, a notificação premonitória foi
expedida e o documento oficial dos Correios, às fls. 71/73, demonstra a entrega da
notificação. Portanto, feito tal escorço, entendo que os requisitos supramencionados
encontram-se, sim, satisfatoriamente evidenciados no caso, o que, portanto,
correta a concessão da tutela antecipada pretendida.
O arcabouço probatório constante dos autos é suficiente para
denotar o atendimento às exigências autorizadoras da medida pleiteada, sobretudo no
tocante ao inadimplemento dos aluguéis e a ausência de garantia contratual.
Comentando o dispositivo legal citado, assim leciona a doutrina
especializada, confira-se:
Liminar no caso de término da locação não residencial. Sabe-se que,
terminando o prazo da locação não residencial, ou o locador promove logo
(dentro de 30 dias) ação de despejo por término do contrato, ou,
ultrapassado esse período, poderá a qualquer tempo ajuizar ação de
despejo por denúncia vazia ai, sim, precedida de notificação premonitória
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com o prazo de 30 dias, que restou desatendida. Em qualquer dessas duas


hipóteses, a recente Lei 12.112/2009 passou a permitir a concessão de
liminar para desocupação do bem. (SANTOS, Gildo dos. Locação e despejo:
comentários à Lei 8.245/91. 6ª ed. rev. ampl. com as alterações da Lei
12.112/2009. São Paulo. Ed. Revista dos Tribunais, 2010).

Na espécie, o adquirente do imóvel realizou a denúncia do


contrato dentro do prazo determinado por lei e igualmente concedeu o prazo de 30 (trinta)
dias para desocupação. Outrossim, ao contrário do defendido pelo recorrente, é possível
o deferimento da liminar, notadamente por estar preenchido o requisito previsto no inciso
VIII do §1º do art. 59 do supracitado diploma legal.
Por oportuno, confira-se a jurisprudência de diversas cortes de
justiça:
EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE DESPEJO. IMÓVEL
COMERCIAL. LOCADO POR TEMPO INDETERMINADO. DENÚNCIA
VAZIA. PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS AUTORIZADORES A
CONCESSÃO DA LIMINAR. RECUSA DE DESOCUPAÇÃO FUNDADA EM
PROLONGAMENTO DO PRAZO PARA TÉRMINO DE OBRAS NO NOVO
IMÓVEL LOCADO. IMPOSSIBILIDADE. EMBARGOS DECLARAÇÃO
PREJUDICADOS. 1. O deferimento da pretensão liminar nas ações de
despejo de imóvel comercial demanda o preenchimento dos seguintes
requisitos: notificação extrajudicial do locatário comunicando o intento de
retomada do bem, concedendo-lhe o prazo de 30 (trinta) dias para
desocupação; ajuizamento da ação de despejo dentro do prazo de 30 (trinta)
dias, a contar do termo final conferido na notificação; e a prestação de
caução no valor equivalente à 3 (três) meses de aluguel. 2. No caso em tela,
verifica-se que houve a realização de contrato de locação por prazo
determinado, compreendido entre 14/12/2019 à 22/08/2020, o qual passou a
ser por prazo indeterminado após o vencimento do prazo inicialmente
entabulado, pois os réus não manifestaram interesse na prorrogação. 3.
Ressai dos autos que houve a notificação prevista no art. 57 da Lei nº
8.245/91, bem como que a ação foi ajuizada dentro do prazo de 30 (trinta)
dias após o término do prazo concedido por meio da notificação extrajudicial.
4. Intimada, a autora prestou caução equivalente à 03 (três) meses do valor
do aluguel, assim impõe-se o deferimento da tutela de urgência para o fim
de decretar o despejo dos réus locatários do imóvel urbano descrito na
inicial. Decisão singular correta. 5. Em razão do julgamento do mérito do
agravo de instrumento, afigura-se prejudicado o conhecimento dos
embargos de declaração, contra a liminar, conforme o disposto no artigo
932, III, do CPC. AGRAVO DE INSTRUMENTO CONHECIDO E
DESPROVIDO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO PREJUDICADOS.
(TJ-GO 53278267920218090000, Relator: DESEMBARGADOR KISLEU
DIAS MACIEL FILHO - (DESEMBARGADOR), 5ª Câmara Cível, Data de
Publicação: 10/11/2021)

AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE DESPEJO - DENÚNCIA VAZIA -


LIMINAR - REQUISITOS. Para a concessão de liminar de despejo fundada
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na denuncia vazia, deve o proprietário notificar o locatário do intuito de


retomada de imóvel e prestar caução no valor equivalente a três meses de
aluguel. Preenchidos os requisitos, deve ser deferida a liminar para
desocupação compulsória.
(TJ-MG - AI: 10000220163034001 MG, Relator: Estevão Lucchesi, Data
de Julgamento: 05/05/2022, Câmaras Cíveis / 14ª CÂMARA CÍVEL, Data
de Publicação: 06/05/2022)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE DESPEJO. DENÚNCIA VAZIA.


LIMINAR. REQUISITOS. PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS LEGAIS
NECESSÁRIOS AO DEFERIMENTO DA MEDIDA. ARTIGO 59, § 1º, INC.
VIII DA LEI Nº 8.245/1991. NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL ENVIADA
PELA agravada INFORMANDO O DESINTERESSE NA CONTINUIDADE
DA RELAÇÃO LOCATÍCIA. LOCATÁRIO QUE NÃO DESOCUPOU O BEM.
DEMANDA AJUIZADA DENTRO DO PRAZO LEGAL. decisão agravada
mantida. recurso desprovido. Para a concessão de liminar de despejo
fundada na denúncia vazia, deve o proprietário notificar o locatário do intuito
de retomada de imóvel e prestar caução no valor equivalente a três meses
de aluguel. Preenchidos os requisitos, cabível o deferimento da a liminar
para desocupação compulsória do imóvel. (TJPR - 18ª C.Cível -
0073209-49.2021.8.16.0000 - Maringá - Rel.: DESEMBARGADOR
MARCELO GOBBO DALLA DEA - J. 14.03.2022)
(TJ-PR - AI: 00732094920218160000 Maringá 0073209-49.2021.8.16.0000
(Acórdão), Relator: Marcelo Gobbo Dalla Dea, Data de Julgamento:
14/03/2022, 18ª Câmara Cível, Data de Publicação: 14/03/2022)

APELAÇÃO – AÇÃO DE DESPEJO POR DENÚNCIA VAZIA – LOCAÇÃO


COMERCIAL – EXTINÇÃO SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO –
LITISPENDÊNCIA – RECURSO DA AUTORA – INEXISTÊNCIA DE
LITISPENDÊNCIA – AÇÕES DE DESPEJO COM CAUSAS DE PEDIR
DIFERENTES – PRECEDENTES – MÉRITO – DENÚNCIA VAZIA
EXERCIDA REGULARMENTE – NOTIFICAÇÃO VÁLIDA – RECURSO
PROVIDO 1 – Não há litispendência entre ação de despejo por denúncia
vazia e ação de despejo por falta de pagamento, uma vez que as causas de
pedir são distintas, descaracterizando a tríplice identidade inerente ao
instituto. Precedentes deste E. TJSP. 2 – Demonstrada a notificação
extrajudicial enviada ao endereço residencial da ré, pouco importa se o
aviso de recebimento foi assinado por terceiros, ainda mais se a
signatária é genitora da notificada. Validade da notificação. Denúncia
vazia regularmente exercida. Despejo concedido. RECURSO DA AUTORA
PROVIDO
(TJ-SP - AC: 10001126420218260244 SP 1000112-64.2021.8.26.0244,
Relator: Maria Lúcia Pizzotti, Data de Julgamento: 13/04/2022, 30ª
Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 13/04/2022)

Ademais, em se tratando de ação de despejo por denúncia


vazia, prevista no inciso VIII, do § 1º, do art. 59, da Lei nº 8.245/91, a liminar deve ser
deferida, pois é direito da locadora, independentemente se haver ou não as garantias
previstas no art. 37, da Lei nº 8.245/91 no contrato de locação.
ESTADO DO CEARÁ
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA
GABINETE DESEMBARGADOR FRANCISCO DARIVAL BESERRA PRIMO

Por todo exposto, as circunstâncias e provas que instruem o


bojo recursal, mantenho a decisão agravada e voto no sentido de conhecer e negar
provimento ao recurso interposto.
É como voto.
Expedientes necessários.
Fortaleza, 09 de maio de 2023.
FRANCISCO DARIVAL BESERRA PRIMO
Desembargador-Relator

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