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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DO 8a

VARA CÍVEL DA COMARCA DE GOIÂNIA - GOIÁS

Processo: 5287329.69.2018.8.09.0051
Requerente: FABIO DE URANY FELICIANO

Requerida: DIFEMA LOCAÇÃO DE VEÍCULOS LTDA -EPP

FÁBIO DE URANY FELICIANO, já qualificado nos autos da AÇÃO


DE REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS E MATERIAIS CC PEDIDO
DE TUTELA ANTECIPADA, que move em face de DIFEMA LOCAÇÃO DE
VEÍCULOS LTDA -EPP, CNPJ: 19.464.794/0001-92, e Diego Rolim
Chiminazzo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência por meio de
seu procurador judicial infra-assinado, comparece, com o devido respeito a Vossa
Excelência, por meio de seu patrono, não se conformando, venia permissa maxima, com a
condenação ao pagamento dos honorários
sentença exarada, no tocante à
de sucumbência sendo autor da AÇÃO DE REPARAÇÃO DE
DANOS MORAIS E MATERIAIS CC PEDIDO DE TUTELA
ANTECIPADA tempestivamente (CPC, art. 1.003, § 5º), com suporte no art. 5º, LXXIV,
da Constituição da República Federativa do Brasil ;art. 997, § 2º, do novo Código
de Processo Civil, interpor o presente recurso de, pois não se encontra intimado a resposta a
qualquer evento anterior
RECURSO ADESIVO
(DE APELAÇÃO CÍVEL)
em virtude dos argumentos fáticos e de direito expostas nas RAZÕES ora acostadas.

Outrossim, ex vi legis, solicita que Vossa Excelência declare os


efeitos com que recebe o recurso evidenciado, determinando, de logo, que a Apelada se
manifeste (CPC, art. 1.010, § 1º). Depois de cumpridas as formalidades legais, seja ordenada
a remessa desses autos, com as Razões de Apelação, ao Egrégio Tribunal de Justiça.

Respeitosamente, pede deferimento.

Goiânia, 11 de Agosto de 2022.

RAZÕES DE APELAÇÃO ADESIVA

Processo nº.5593620-12.2018.8.09.0051

Originário da 8ª Vara de Cível da Comarca de Goiânia

Recorrente: FÁBIO DE URANY FELICIANO

DIFEMA LOCAÇÃO DE VEÍCULOS LTDA -EPP


Recorridos: e Diego
Rolim Chiminazzo

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS

É inescusável que, com a devida venia, há de ser reformada a decisão guerreada, haja vista
proferida em completa dissonância para com as normas aplicáveis à espécie, inviabilizando,
portanto, a realização da Justiça.

1 - Tempestividade
(CPC, art. 1.003, § 5º)

Este recurso há de ser considerado tempestivo, vez que a decisão em


questão fora publicada no Diário da Justiça do Estado de Goiás, dia 15/07/2022, e não
transitado em julgado em sua contagem de prazo recursal, uma vez que recorrente não
encontra-se intimado de qualquer outro evento posterior ao da decisão até o presente.
Nesse ínterim, à luz da regência da Legislação Adjetiva Civil (art.
1.003, § 5º), esta apelação, adesiva, é interposta dentro do lapso de tempo fixado em lei.

2 - Preparo
(CPC, art. 1.007, § 1º)

O Recorrente deixa de acostar o comprovante de recolhimento do


preparo, haja vista que lhes foram concedidos os benefícios da gratuidade da justiça. (CPC,
art. 1.007, § 1º).

3 - Síntese do processado
(CPC, art. 1.010, inc. II)

O Recorrente ajuizou AÇÃOação de


DE REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS E MATERIAIS CC PEDIDO
DE TUTELA ANTECIPADA sob o fundamento, nesse ponto, danos morais causados
ao recorrente pelos recorridos , ações e acusações absurdas que foram provadas com o devido
arquivamento de uma ação criminal indevida contra o recorrente, beneficiário de assistência
judiciária , e após o arquivamento do mesmo, inocentado o Recorrente, não houve outra
alternativa que buscar a proteção do estado ao amparo da reparação de danos morais, data de
09/09/2021 promulgado o julgamento de mérito com procedência em parte, e o trânsito em
julgado na data de 15/01/2022, e assim o Recorrente por via de seu procurador peticionou o
devido cumprimento de sentença , sendo que até a presente data mesmo com o pedido de
busca e bloqueios por via de SISBAJUD, RENAJUD, não fora apreciado pelo julgador e após um
calculo errôneo de atualização de débitos o julgador

promulgou uma decisão de condenação ao pagamento dos honorários de sucumbência, fato


que o Recorrente encontra-se impossiblitado do cumprimento devido a sua situação financeira,
em consequência aos efeitos negativos da pandemia da Covid-19, dívidas, restrições ao crédito,
sem qualquer propriedade de bens a dispor, contas correntes e/ou de investimentos, e ainda
assim mesmo sendo beneficiário da assistencia judiciária, o excelentissimo julgador não
considerou e o condenou em decisão sumária, gerando uma demanda ainda maior ao judiciário
pois o estado de pobreza do autor , beneficiário de assistência judiciária, comprovam a
incapacidade do cumprimento da decisão do magistrado, como se segue a seguir por este que
apresentará os argumentos válidos que poderão ser considerados e reconsiderados,
possibilitando a aplicação da justiça e a proteção do estado ao Recorrente por via de busca e
bloqueio em contas e bens dos reais condenados por danos morais promovidos pelo mesmo,
sendo que o Recorrente que teve sua honra e moral deverasmente afetada em companhia de
sua família , filhas menores a data do fato.
Em contrapartida, imagina-se que o Recorrido tenha usufruido de tempo para realizar ações
caso quisesse contra futuras decisões de buscas e bloqueios financeiros ao cumprimento da
sentença de danos morais em favor do Recorrente, exatamente pelo pedido não apreciado
ainda pelo magistrado, gerando insegurança jurídica.
Mas ao contrário houve uma decisão que favorece o Recorrido e seus representantes, mesmo
um dos réus estando a revelia, sem ter apresentado qualquer defesa;o Recorrente não foi
julgado pelo seu ato recorrente de ter reconsiderado o seu erro do pedido de atualização de
débito a maior, ao contrário foi sumariamente condenado pela sua recorrência e boa fé, anterior
a contestação do Recorrido.

Sobreveio a decisão do juízo monocrático de origem, que


determinou o pagamento como penalidade ao erro do Recorrente, tendo como obrigação o
pagamento aos honorários de sucumbência a mesma, fato em que o Recorrente não possui
condições ao cumprimento de tal decisão, pois enquadra-se ainda no presente, o trinômio
alimentar necessidade – possibilidade – proporcionalidade, nos casos em que “quem os
pretende não tem bens suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, à própria mantença,
e aquele, de quem se reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque do necessário ao seu
sustento” (art. 1.695, CC), motivo pelo qual do presente recurso ao pedido de reforma a
decisão do meritíssimo julgador, não havendo outra condição a Recorrente.

Todavia, evidente que não há, assim, coerência ao entendimentos


aos princípios da proporcionalidade e razoabilidade.

Com efeito, essas são as razões que levam a Recorrente a interpor


o presente recurso.
4 - No mérito
(CPC, art. 1.010, inc. II)

4.1. Condenação incompatível

A pretensão recursal se enquadra nas exceções que permitem a


interferência deste Egrégio Tribunal de Justiça, uma vez que o valor arbitrado pelo Juiz
processante, a título de honorários de sucumbência e custas judiciais a pessoa carente,
beneficiária de assistência judiciária, fora incompatível a real condição.

Sem dúvida, na espécie, revela-se tratar-se de ônus condenatório


atrelado à irreal condição de cumprimento, sobrevivência, necessidade, sobremaneira
referente à autoestima, sofrimento psíquico, ao direito à saúde e à vida.

O abalo sofrido pelo Recorrente, em razão da falsa acusação,


arbitrariedades da polícia militar, e demora no cumprimento a sentença de ação de danos
morais, com sentença de mérito e o devido pedido de cumprimento de sentença, causando
ainda enormes perdas e danos irreparáveis a sua saúde,vida familiar, gerando angústia, a
preocupação, os incômodos, inegáveis.

Ademais, o fato de se encontrar em grave instabilidade financeira ,


saúde física e psíquica, trouxe àquele sentimento de impotência, alteração de ânimo,
depressão, considerados, per se, reflexos no valor condenatório. Certamente ultrapassam o
mero aborrecimento do cotidiano. Insuficiência de condição financeira x direitoconstitucional a
justiça x honorários sucumbenciais,podemos ver a seguir:

A esse respeito, o excelentíssimo


Supremo Tribunal Federal - STF, teve a oportunidade de afirmar que:

Em resumo, os que defendiam os dispositivos trazidos pela novel legislação, alegavam que
eles tinham por objetivo desincentivar a litigância abusiva e, assim, reduzir o altíssimo número
de reclamações trabalhistas (o que, de fato, ocorreu), enquanto os contrários à essa defesa,
alegavam que as novidades legislativas violavam o acesso à Justiça, consagrado
constitucionalmente no artigo 5º, XXXV, inclusive de trabalhadores hipossuficientes, na
maioria das vezes desempregados.
A Procuradoria Geral da República, então, compartilhando do segundo entendimento, propôs,
ainda em 2017, ação direta de inconstitucionalidade dos citados dispositivos (ADI 5766).

No julgamento do pleno do STF de 10/05/2018, o relator da citada ação, ministro Luis


Roberto Barroso, a julgou parcialmente procedente; contudo, após pedido de vista antecipada
e voto-vista do ministro Luiz Fux, o julgamento foi suspenso, sendo retomado em 20/10/2021,
quando, então, o plenário do STF, por maioria, decidiu pela inconstitucionalidade do
pagamento dos honorários advocatícios de sucumbência e dos honorários periciais
pelo beneficiário da justiça gratuita, conforme se denota da certidão de julgamento
reproduzida abaixo:

“Decisão: O Tribunal, por maioria, julgou parcialmente procedente o


pedido formulado na ação direta, para declarar inconstitucionais
os arts. 790-B, caput e § 4º, e 791-A, § 4º, da Consolidação das
Leis do Trabalho (CLT), vencidos, em parte, os Ministros Roberto
Barroso (Relator), Luiz Fux (Presidente), Nunes Marques e Gilmar
Mendes (…)”. Redigirá o acórdão o Ministro Alexandre de Moraes.
Plenário, 20.10.2021 (Sessão realizada por videoconferência –
Resolução 672/2020/STF)” (g/n).

Tribunal Superior do Trabalho TST - RECURSO DE REVISTA: RR 11054-69.2020.5.15.0114

RECURSO DE REVISTA. AÇÃO AJUIZADA NA EFICÁCIA DA LEI 13.467/2017. HONORÁRIOS

ADVOCATÍCIOS DE SUCUMBÊNCIA. CONDENAÇÃO INDEVIDA. LITIGANTE BENEFICIÁRIO DE

JUSTIÇA GRATUITA. INCONSTITUCIONALIDADE DO § 4º DO ART. 791-A DA CLT DECLARADA

PELO STF. ADI 5766. TRANSCENDÊNCIA JURÍDICA. O debate sobre a condenação do

beneficiário …

De toda forma, seguem abaixo trechos extraídos do voto proferido pelo ministro Edson Fachin
que, provavelmente, servirão de norte para o ministro Alexandre de Moraes, redator
designado:
“(…) Importante ressaltar que não há inconstitucionalidade no caput do artigo 790-B da CLT,
com a redação da Lei 13.467/2017, quando admite a possibilidade de imputação de
responsabilidade ao trabalhador sucumbente, pois admitir a imputação é ato distinto de tornar
imediatamente exigível tal obrigação do beneficiário da justiça gratuita.

Se cessadas as condições que deu ao trabalhador o direito ao benefício da gratuidade


da justiça, admite-se a cobrança das custas e despesas processuais.

(…)

É importante consignar que a mera existência de créditos judiciais, obtidos em processos


trabalhistas, ou de outra natureza, não é suficiente para afastar a situação de pobreza
em que se encontrava a parte autora, no momento em que foram reconhecidas as condições
para o exercício do seu direito fundamental à gratuidade da Justiça.

Ora, as normas impugnadas que impõem o pagamento de despesas processuais,


independentemente da declaração oficial da perda da condição de hipossuficiência
econômica, afrontam o próprio direito à gratuidade da Justiça e, consequentemente, o próprio
direito ao acesso à Justiça.

Da mesma forma, importante afirmar que o benefício da gratuidade da Justiça não constitui
isenção absoluta de custas e outras despesas processuais, mas, sim, desobrigação de
pagá-las enquanto perdurar o estado de hipossuficiência econômica propulsor do
reconhecimento e concessão das prerrogativas inerentes a este direito fundamental (art.
5º, LXXIV, da CRFB).” (g/n)

5. DO PEDIDO

Isso posto, requer:

a)Tendo em vista o preenchimento dos requisitos de admissibilidade recursais, seja admitido


recurso de apelação;

b)Seja recebida a apelação nos seus regulares efeitos devolutivo e suspensivo;


c)Ao final, seja dado provimento para o fim de invalidar a respeitável sentença de folhas…,
para que o Douto juízo de primeiro grau proceda a realização….e consequentemente profira
nova sentença;

d)A intimação do apelado para, em querendo, apresentar contrarrazões em 15 dias;

e)A inversão da sucumbência para que fique ao encargo do recorrido.

Termos em que pede deferimento.

Goiânia-GO, 11 de Agosto de 2022

(assinado digitalmente)
Dr. MARCOS ELIAS AKAONI DE SOUZA DOS SANTOS ALVES
OAB/DF 53946 A

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