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Processo: '1781/05

Cariórió: 2° Oficio
Ação: NULIDADE DE ASSENTO DE ÓBITO
Hequerente: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DA BAHIA
Requeridó: Cartório de Registro Civil
Assunto: Sentença

Vistos, etc.

o MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DABAH,IA, por seu


Promotor de JUstiça Substituto ALEX MOUHA SANTOS, devidamente qualificado
nos autos fI. 02/04 , ingressou perante a este ,Juizo com a AÇÃO DE NULIDADE
DE ASSENTO DE ÓBITO, ad.uzindo, em síntese e com outras palavras; que o
assento de óbito de SUZANa RIBEIRO SOUZA, registrado no cartório desta
cpmarca, foi produzido de forma fraudulenta; que ao tlnal espera esta julgada
procedente, 'pugnando portod9s meios de prova em direito admissíveis.
!
Instruindo a iniCiai vieram os documentos, fls. 051'16. ,{'
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. O Ministério PÚ~J(iCO ofereceu" parecer, .fls. 28/3?,.pela procedência ~l~-i
do pleIto, alf:!g<lndo, Subst811cfaJrnente que, ( ... ) o registro de oblto lavrado no afio \'<~:~ C';
d.e 1,977 é nulo de pleno direIto, porque produzido em desrespeito ú scntença".i~l~~.~
judiclíJl exarada no inventário pc Suzana Hibelro deSousa, no ano rle 1890. (.~:~, ~~<~, ;",

opinando portanto, 80 flnal pejo deferimento elo pfJdido para que seja cleclarado "''i.::,~-
nulo o registro de óbito enfocar/o, Citou jurisprudência. \,
.,
É o relatório

Fundamento e Decido

Inicialmente, tenho à dizer que o caso refem,-se a noticia de


nulidade absoluta de assento de obita de Suzano Ribeiro de Sousa, efetuado em
_19Tt, uma vez, que vai contrapor cQm1.a sentença exaradi1 no seu inventário e
transitada em julgado 87 anos do nascimento deste.

Uma vez que se trata de nulidade absoluta, o presente caso é de


intefesse público.

Embora, ern tese, tenha a sentença transitada en'"! julgado e


constituido-se ern ato jurídico pelieito, produzindo coisa iulgada rnaterial, hã que
se considerar a ocorrência de circunstâncias posteriores que translTludararn o
quadro de irnutabilidade da decisão judicial, é o que $0: infere quando do
entendimento do arlij)o 1.111 do CPC e ainda de remanSQSfl jurisprudência dos
Tri_bun3j~;pátrios.

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Mas, tenho por mim a questão como clara. Assim, in casu, infere-se
perguntar sobre a declaratória de óbito de Suzana Ribeiro de Sousa. Acredito e
entendo que a mesma deve ser nula de pleno direito em face desta contrapor-se
á decisão judicial referente ao .inventário de Suzana Ribeiro de Sousa

Ademais, ressalta-se, dentro do sistema do livre convencimento


motivado, inserto no art. 131 do CPC, a prova documentall não é mais nem
menos importante do que os outros meios probatórios, a não ser aqueles casos
em que a lei exija a .forma solene para reconhecer eficácia ao ato juridico.

Em relação ao chamado começo de prova material, também não se


pode criar empecilhos vãos, que obstaculize a sua concreta aferição, não
podendo padecer de interpretações e exigências outras: da-se, porém, provas
suficientes ao julgador: como no caso, que levem a crer, de forma segura, tratar-
se de um caso de nulidade absoluta.
"
Ex-posilis, tendo em vista o que dos autos consta e em
consonância com o parecer favorável do Ministério Público, e considerando as
determinações emanadas dos arts. 82, III e 1.111 do CPC, JULGO
PROCEDENTE o pedido, para determinar ao 2° Cartório do Registro Civil
competente desta Comarca, queí se proceda à pretendida nulidade do registro de
óbito de SUZANa RIBEIRO dE SOUSA, levando-se a efeito a necessária
averbação, cumprindo-se asderrlais formalidades essências à plenitude do alo.
I
Com os beneficios ~a justiça gratuita, concedida no rosto da inicial.
i

Passada em jul~ado esta decisão, arquivem-se os autos,


observadas as formalidades legais.

P R I.

Corrente(PI), 31 de agosto de 2006

. ItfJjj
LlRTON~UEIRA
, SANTOS
Juiz de Direito

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