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AO DOUTO DESEMBARGADOR PRESIDENTE DESTA COLENDA xx

CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO


xxxxxxxxxxxxxxxxx

Processo nº ____________

______________________, já qualificado nos autos do processo em


epígrafe, que tramita perante a Colenda Terceira Câmara Cível deste Egrégio
Tribunal de Justiça, por intermédio de seu advogado, em tempo hábil, não se
conformando com a respeitável decisão monocrática que não admitiu o
Recurso Especial, com fulcro no art. 1.021 do CPC e art. 258 do Regimento
Interno do STJ, interpor AGRAVO INTERNO, em face de decisão de fls. 383,
que negou seguimento ao recurso Especial em razão de sua intempestividade,
pelos seguintes fundamentos, na forma das razões anexas, que ficam fazendo
parte integrante e inseparável desta petição. 

Outrossim, reafirmam o recorrente que deixam de realizar o preparo


por não possuir condições para tanto, pelo que postula a manutenção do
benefício da justiça gratuita já concedido anteriormente.

Termos em que requer, com fundamento no dever de prestação


jurisdicional, que seja exercido o juízo de admissibilidade e que seja deferido
processamento e envio do Agravo Interno, que se encontra alinhado com farta
jurisprudência uniforme em favor dos recorrentes para o Superior Tribunal de
Justiça.

Nestes termos, pede e espera deferimento.

(cidade), (data).

_______________
OAB/______
AO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO EGRÉGIO SUPERIOR
TRIBUNAL DE JUSTIÇA

PROCESSO N. ________________

ORIGEM: _________________

RECORRENTE: ____________________

RECORRIDO: ___________________________

COLENDA TURMA JULGADORA

I – BREVE RELATO DO PROCESSO

Trata-se de Ação de Cobrança, cujo objetivo é o recebimento de


valores oriunda a relação jurídica de processo licitatório, em que a parte
Recorrente teve sua proposta vencida para fornecer ar condicionado e
prestação de serviços, relativos à sua instalação, figurado o Estado como
beneficiário e contratante.

Em sentença, restou decidido que:

[sentença]

Inconformada a parte autora com a sentença de improcedência,


interpôs recurso de Apelação, sobrevindo o acórdão que decidiu:

[decisão]
Do referido acórdão, opôs-se Embargos de Declaração para fins de
pré-questionamento, restando assim o julgamento:

ANEXAR EMENTA EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

Assim, foi devidamente interposto Recurso Especial, sob a


argumentação expressa de dissenso a jurisprudência uniforme e pacífica do
STJ e demais Tribunais de Justiça do Território Brasileiro.

Entretanto, o Recurso Especial foi inadmitido, conforme decisão


abaixo:

[decisão de inadmissão]

Irresignado da decisão, houve oposição de embargos de declaração, cuja


argumentação se pautava no esclarecimento de que nos períodos de
_________ a ____________ foram considerados feriado, em virtude da
semana santa. Os embargos foram rejeitados.

Todavia, houve um equívoco ao ser declarada a intempestividade do


Recurso Especial. A intimação do Autor ocorreu no dia ____________,
devendo ser excluído da contagem o dia da intimação, e começará a contar a
partir do primeiro dia útil subsequente, além de incluir o dia do vencimento,
contados em dias úteis, conforme o prevê o artigo 219.

Logo, o Recurso Especial, o prazo fatal para a sua interposição seria


no dia ___________, data exata em que fora devidamente ajuizado, em virtude
de terem sido feriado os dias __________, conforme conferido no calendário
do próprio site do Tribunal de Justiça de ___________ (site).

Motivo que deve ser revisto, não restando alternativa ao recorrente


senão a oposição do presente Agravo Interno, por manifestamente admissível
o Recurso Especial pelos seguintes motivos.
Breve é o relatório.

II – DA ADMISSIBILIDADE DO RECURSO ESPECIAL/DA TEMPESTIVIDADE

Salienta-se que é perfeitamente cabível e adequado o presente


Recurso Especial porquanto o acórdão proferido pela ___________ Câmara
Cível do Tribunal de Justiça do Estado do ___________ e a decisão por ele
mantida destoam da interpretação que é dada à matéria perante este Egrégio
Superior Tribunal de Justiça, como se demonstrou exaustivamente em relação
a cada uma destas questões específicas e particularizadas.

Ainda, cumpre ao recorrente salientar que o presente RECURSO


ESPECIAL versa tão-somente sobre matéria de direito, sendo certo que
não há qualquer espécie de discussão acerca de matéria fática ou
probatória.

O presente RECURSO ESPECIAL tem o seu cabimento placitado


pelo artigo 105, inciso III, alínea “a” e “c”, da Constituição Federal de 1988,
tendo sido contrariado os dispositivos de Legislação Federal invocados, além
de destoar da interpretação que é dada à matéria perante este Egrégio
Superior Tribunal de Justiça, senão vejamos o que dispõe tal regra:

Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:

[...];

III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou


última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos
tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a
decisão recorrida:

[...];

a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência;


[...]

c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído


outro tribunal.

Salienta-se que o presente RECURSO ESPECIAL é perfeitamente


cabível, pois a decisão assentada dá interpretação divergente da interpretação
que é dada à matéria perante este Egrégio Superior Tribunal de Justiça,
inclusive perante o STJ, bem como, contraria/nega vigência à leis federais,
como será posteriormente abordado.

Ademais, preceitua o Nobre Ministro em haver extemporaneidade do


Recurso Especial, em virtude de ter ocorrido a intimação no dia ___________.

Ocorre que o prazo para a sua interposição será de 15 dias úteis,


excluído da contagem o dia da intimação, e começará a contar a partir do
primeiro dia útil subsequente, além de incluir o dia do vencimento, contados em
dias úteis, conforme o prevê o artigo 219.

Logo, o Recurso Especial, o prazo fatal para a sua interposição seria


no dia ___________, data exata em que fora devidamente ajuizado, em virtude
de terem sido feriado os dias ___________, conforme conferido no calendário
do próprio site do Tribunal de Justiça de ___________. Vejamos:
Diante do calendário apresentado pelo próprio site do TJAM do ano
de 2021, o link consta elencado acima, os dias ___________ foram decretados
feriado. E por este motivo são excluídos da contagem para fins de prazo.

Portanto, segue acima, documento idôneo que confirma a


tempestividade da interposição do Recurso Especial.

Assim, interposto o recurso dentro do prazo legal, tem-se por


tempestivo o presente recurso.

II.1 DA INAPLICABILIDADE DA SÚMULA 7


Dispõe a Súmula 7 que, "a pretensão de simples reexame de prova
não enseja recurso especial".

Ocorre que tal previsão não se aplica ao presente caso, uma vez
que não se busca um reexame das provas, mas sim, uma nova valoração das
provas já especificadas e delineadas na decisão recorrida.

Cabe esclarecer que enquanto no reexame, os julgadores precisam


reapreciar as provas do processo para poder afirmar se um fato aconteceu ou
não, na revaloração jurídica, os julgadores reavaliam se a valoração da
instância inferior aos fatos já reconhecidos e apreciados na decisão recorrida
esta adequada ao direito.

O STJ reiteradamente admite a revaloração jurídica dos fatos,


com a devida aplicação do direito ao caso concreto, conforme precedentes
sobre o tema:

ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. IMPROBIDADE


ADMINISTRATIVA. (...) 5. REQUALIFICAÇÃO JURÍDICA DOS
FATOS — INEXISTÊNCIA DE OFENSA À SÚMULA 7/STJ É
preciso estabelecer premissas a partir das quais pode estar
evidenciada a reanálise de provas ou estar configurado tratar-se de
mera revaloração jurídica dos fatos. Constata-se que os
fundamentos e assertivas já estão devidamente estabelecidos pelas
instâncias ordinárias. Nessa situação, inexiste óbice da Súmula
7/STJ, na esteira do seguinte julgado do STJ: (...) Do que se verifica,
estando delineado o contexto fático pelos examinadores de origem,
não há falar em reexame de matéria fática, mas em revaloração
jurídica, o que não atrai o óbice da Súmula 7/STJ. (STJ, REsp
1821334/BA, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA
TURMA, julgado em 05/09/2019, DJe 11/10/2019, #43826013)
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.
AÇÃO INDENIZATÓRIA. ACIDENTE ENVOLVENDO
COMPOSIÇÃO FÉRREA. (...). INAPLICABILIDADE DA SÚMULA
7/STJ. REVALORAÇÃO JURÍDICA DO CONJUNTO FÁTICO-
PROBATÓRIO DELINEADO NO ACÓRDÃO RECORRIDO. (...). 3.
Na hipótese, valorando adequadamente o conjunto fático-probatório
delineado no acórdão recorrido, verifica-se o dever de indenizar da
concessionária, em decorrência da culpa concorrente da vítima, não
sendo o caso de incidência da Súmula 7/STJ. (...). 6. Agravo interno
desprovido. (STJ, AgInt no AREsp 1322164/RJ, Rel. Ministro
MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em
30/09/2019, DJe 03/10/2019)

PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO


ESPECIAL. TRÁFICO DE DROGAS. CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE
PENA DO ART. 33, § 4º, DA LEI N. 11.343/2006.
INAPLICABILIDADE. RÉU QUE SE DEDICA A ATIVIDADE
CRIMINOSA. REVALORAÇÃO DAS PROVAS. SÚMULA 7/STJ.
NÃO INCIDÊNCIA. AGRAVO NÃO PROVIDO. 1. "A revaloração dos
elementos fático-probatórios delineados pelas instâncias ordinárias
não encontra óbice na Súmula n. 7/STJ. Precedentes." (AgRg no
REsp 1.678.599/MG, Rel. Ministro ANTONIO SALDANHA
PALHEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 07/11/2017, DJe
14/11/2017). 2.(...). 5. Agravo regimental não provido. (STJ, AgRg
no AREsp 1387006/MG, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA
TURMA, julgado em 17/12/2019, DJe 19/12/2019)

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO. MINERÁRIO.


ROYALTIES. LEI 7.990/1989. MUNICÍPIO DETENTOR DE
INSTALAÇÕES TERRESTRES DE EMBARQUE E
DESEMBARQUE (...) . A QUESTÃO DE DIREITO DEBATIDA NO
RECURSO ESPECIAL: INAPLICABILIDADE DA SÚMULA 7/STJ. 2.
Verifica-se que os fundamentos fáticos e assertivas já estão
devidamente estabelecidos pelas instâncias ordinárias. Nessa
situação, inexiste qualquer óbice da Súmula 7/STJ, na esteira do
seguinte julgado do STJ: (AgInt no AREsp 755.082/DF, Rel. Ministro
Sérgio Kukina, Primeira Turma, julgado em 27/10/2016, DJe
22/11/2016). 3. (...). Do que se verifica, estando delineado o
contexto fático pelas instâncias de origem, não se há de falar em
reexame de matéria fática, mas de revaloração jurídica, o que não
atrai o óbice da Súmula 7/STJ. DECISÕES DO STJ TRAZIDAS
PELO AGRAVANTE QUE NÃO GUARDAM SIMILITUDE COM O
PRESENTE CASO FÁTICO 7. Vale ressaltar, que as decisões do
STJ colacionadas nas razões do Agravo (REsp 1.412.649/AL, REsp
1.375.539/AL e REsp 1.601.910/SE), relativas à aplicação da
Súmula 7/STJ, não se amoldam ao presente caso, tendo em vista
que neste, diversamente do ocorrido naqueles julgados, não se
discute a origem dos hidrocarbonetos (se terrestre ou marítimo),
questão, aqui, já definida no quadro fático delineado pelo Tribunal
de origem. PERTINÊNCIA E COMPATIBILIDADE DAS RAZÕES DO
RECURSO ESPECIAL 8. Por outro lado, o recurso possui razões
pertinentes e compatíveis com a fundamentação apresentada no
aresto hostilizado, não se subsumindo à hipótese da Sumula
283/STJ. (...). 17. Agravo Interno não provido. (STJ, AgInt no AgInt
no REsp 1655943/RN, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN,
SEGUNDA TURMA, julgado em 13/12/2018, DJe 19/12/2018)

Respeitável doutrina, há muito já esclarecia a respeito do tema nos


tribunais superiores:

"Em casos excepcionais, quando as questões de fato e de direito se


achem estreita e essencialmente vinculadas, a tal ponto de uma
exigir a outra, é sinal que existe algo a ser esclarecido em tese,
sendo aconselhado o julgamento prévio no Tribunal, ou a admissão
do Recurso Extraordinário" (REALE, Miguel. "Lições preliminares de
direito", 13ª ed., São Paulo, Saraiva, 1986, p. 20.)

A inadequação da decisão ao caso é tão gritante que em situações


idênticas o tribunal se posicionou de forma distinta, vejamos:

- (Apelação 2ª CC, AC nº 78248-09.2015.8.09.0137, Rel. Des.


Amaral Wilson de Oliveira, DJe nº 2053 de 23/06/2016)

- (Apelação 2ª CC, DGJ e AC nº 268594-38.2014.8.09.0011, Rel. Dr.


José Carlos de Oliveira, DJe nº 2053 de 23/06/2016)

- (Apelação 5ª CC, AC nº 382879-91.2013.8.09.0136, Rel. Des. Alan


Sebastião de Sena Conceição, nº DJe 1987 de 11/03/2016)

- (Apelação - 13889323.2013.8.09.0152 - Apelação Cível. 5a


Câmara Cível. Rel. Des. Francisco Vildon Jose Valente. J
14/01/2016).

- 388427-89.2013.8.09.0171 - Apelacao Civel. Quarta Turma


Julgadora Da 2ª Câmara Cível Do Egrégio Tribunal De Justiça Do
Estado De Goiás. Rel. Dr. Jose Carlos De Oliveira. J 26/01/2016).

Razões pelas quais, requer o provimento do presente agravo para


fins de que seja dado o devido seguimento ao recurso, com a revaloração
jurídica aos fatos delineados na decisão recorrida.

III – DO PREQUESTIONAMENTO

Diferentemente do que compreendido na decisão agravada, todos os


atos atacados no Recurso Especial foram ventilados na decisão recorrida,
conforme trechos abaixo colacionados:

III.2 DA DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL 


- (Apelação 2ª CC, AC nº 78248-09.2015.8.09.0137, Rel. Des. Amaral
Wilson de Oliveira, DJe nº 2053 de 23/06/2016)

- (Apelação 2ª CC, DGJ e AC nº 268594-38.2014.8.09.0011, Rel. Dr. José


Carlos de Oliveira, DJe nº 2053 de 23/06/2016)

- (Apelação 5ª CC, AC nº 382879-91.2013.8.09.0136, Rel. Des. Alan


Sebastião de Sena Conceição, nº DJe 1987 de 11/03/2016)

- (Apelação - 13889323.2013.8.09.0152 - Apelação Cível. 5a Câmara


Cível. Rel. Des. Francisco Vildon Jose Valente. J 14/01/2016).

- 388427-89.2013.8.09.0171 - Apelacao Civel. Quarta Turma Julgadora Da


2ª Câmara Cível Do Egrégio Tribunal De Justiça Do Estado De Goiás. Rel.
Dr. Jose Carlos De Oliveira. J 26/01/2016).

Conforme passará a demonstrar, trata-se de dissídio


jurisprudencial que merece ser apreciado por esse tribunal, afinal, a decisão a
quo deixou de considerar cabia ao requerido comprovar a existência de fato
impeditivo ou extintivo do direito vindicado pela requerente (inciso II), encargo
do qual não se desincumbiu satisfatoriamente, conforme preceitua o art. 373 do
Códex Processual vigente.

Ainda deixou de ser apreciado pelo Tribunal que a


Administração pública responde pelos efeitos de sua inadimplência por ofensa
à cláusula geral de boa-fé, sendo que a regra do artigo 66 da Lei 8666/1993,
e os termos do artigo 40,inciso XIV, da referida lei.

Ocorre que este não reflete o entendimento majoritário de outros


Tribunais, vejamos:

TEOR DA DECISÃO RECORRIDA: Os TEOR DA DECISÃO PARADIGMA –


Desembargadores entenderam que
Reforma do julgado por falta de produção
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE de provas da parte Requerida
COBRANÇA. CONTRATO DE SERVIÇOS AO
ENTE ESTADUAL. CONDIÇÃO PARA “(...). 4 - Uma vez opostos embargos na Ação

PAGAMENTO NÃO COMPROVADA. Monitória, e não tendo a

INTEMPESTIVIDADE AFASTADA. requerida/embargante se desincumbido do

ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA INDEVIDA. ônus de comprovar, nos termos do artigo

HONORÁRIOS PELO AUTOR. APELO 333, inciso II, do CPC, a existência de fato

IMPROVIDO. I – Nenhuma das provas impeditivo, modificativo ou extintivo do

juntadas aos autos comprova o cumprimento direito da credora, há que ser conferida

da cláusula nona, notadamente a eficácia ao título apresentado, confirmando,

necessidade de apresentação das faturas à assim, a sentença de primeiro grau, sem

administração e a comprovação do razão, por consequência, pedido de aplicação

recolhimento de encargos previdenciários. II da sanção do art. 940 do CC. Apelação

– Se a condição para pagamento não fora conhecida e desprovida. sentença mantida.” (

implementada, o depósito realizado pelo Estado


FONTE: 2ª CC, AC nº 78248-
do Amazonas não se mostra intempestivo, de
09.2015.8.09.0137, Rel. Des. Amaral
modo a serem incabíveis os pedidos de
Wilson de Oliveira, DJe nº 2053 de
atualização monetária. III - Com relação aos
23/06/2016) (Destaquei).
honorários de sucumbência, também não assiste
razão ao apelante. Isso porque, conforme
explanado acima, o Estado do Amazonas ainda
não estava em mora na época do ajuizamento
da ação e, assim, não deu causa à lide, não
devendo o ente arcar com os honorários. IV
Apelação conhecida e não provida

FONTE: 3º Câmara Cível do Tribunal de Justiça


do Amazonas. Des. Rel. João de Jesus Abdala
Simões

TEOR DA DECISÃO RECORRIDA: Os TEOR DA DECISÃO PARADIGMA – Reforma


Desembargadores entenderam que do julgado por falta de produção de provas da
parte Requerida
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE
COBRANÇA. CONTRATO DE SERVIÇOS AO “(...). I - A apelante não se desincumbiu do
ENTE ESTADUAL. CONDIÇÃO PARA ônus de comprovar fato impeditivo,
PAGAMENTO NÃO COMPROVADA. modificativo ou extintivo do direito da
INTEMPESTIVIDADE AFASTADA. autora/apelada, nos termos do art. 333, inciso
ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA INDEVIDA. II, do CPC/1973, motivo pelo qual as suas
HONORÁRIOS PELO AUTOR. APELO argumentações, por si, são insuficientes a
IMPROVIDO. I – Nenhuma das provas propiciar a reforma da decisão singular,
juntadas aos autos comprova o cumprimento devendo, assim, ser considerada a tese de que a
da cláusula nona, notadamente a necessidade perda do prazo para a realização da matrícula
de apresentação das faturas à administração ocorreu por fatos alheios à vontade da recorrida.
e a comprovação do recolhimento de II ao III. Omissis. Remessa obrigatória e apelo
encargos previdenciários. II – Se a condição conhecidos e desprovidos.”
para pagamento não fora implementada, o
depósito realizado pelo Estado do Amazonas não FONTE: (2ª CC, DGJ e AC nº 268594-

se mostra intempestivo, de modo a serem 38.2014.8.09.0011, Rel. Dr. José Carlos de

incabíveis os pedidos de atualização monetária. Oliveira, DJe nº 2053 de 23/06/2016)

III - Com relação aos honorários de (Destaquei).

sucumbência, também não assiste razão ao


apelante. Isso porque, conforme explanado
acima, o Estado do Amazonas ainda não estava
em mora na época do ajuizamento da ação e,
assim, não deu causa à lide, não devendo o ente
arcar com os honorários. IV Apelação conhecida
e não provida

FONTE: 3º Câmara Cível do Tribunal de Justiça


do Amazonas. Des. Rel. João de Jesus Abdala
Simões

TEOR DA DECISÃO RECORRIDA: Os TEOR DA DECISÃO PARADIGMA Reforma do


Desembargadores entenderam que julgado por falta de produção de provas da parte
Requerida
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE
COBRANÇA. CONTRATO DE SERVIÇOS AO “(...). 3. Tendo o autor apresentado documentos
ENTE ESTADUAL. CONDIÇÃO PARA hábeis à demonstração do crédito perseguido,
PAGAMENTO NÃO COMPROVADA. compete ao réu/embargante o ônus de
INTEMPESTIVIDADE AFASTADA. ATUALIZAÇÃO comprovar os fatos modificativos, impeditivos
MONETÁRIA INDEVIDA. HONORÁRIOS PELO ou extintivos do direito do autor, nos termos do
AUTOR. APELO IMPROVIDO. I – Nenhuma das artigo 333, inciso II do Código de Processo
provas juntadas aos autos comprova o Civil. Recurso conhecido e desprovido.”
cumprimento da cláusula nona, notadamente a
necessidade de apresentação das faturas à FONTE: (5ª CC, AC nº 382879-

administração e a comprovação do recolhimento 91.2013.8.09.0136, Rel. Des. Alan Sebastião de

de encargos previdenciários. II – Se a condição Sena Conceição, nº DJe 1987 de 11/03/2016)

para pagamento não fora implementada, o depósito (Destaquei).

realizado pelo Estado do Amazonas não se mostra


intempestivo, de modo a serem incabíveis os
pedidos de atualização monetária. III - Com relação
aos honorários de sucumbência, também não
assiste razão ao apelante. Isso porque, conforme
explanado acima, o Estado do Amazonas ainda não
estava em mora na época do ajuizamento da ação
e, assim, não deu causa à lide, não devendo o ente
arcar com os honorários. IV Apelação conhecida e
não provida

FONTE: 3º Câmara Cível do Tribunal de Justiça do


Amazonas. Des. Rel. João de Jesus Abdala Simões

TEOR DA DECISÃO RECORRIDA: Os TEOR DA DECISÃO PARADIGMA –


Desembargadores entenderam que
Considerou a instrução do feito executório,
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE com as notas fiscais, com os comprovantes de
COBRANÇA. CONTRATO DE SERVIÇOS AO entrega da mercadoria e com contrato de
ENTE ESTADUAL. CONDIÇÃO PARA fornecimento.
PAGAMENTO NÃO COMPROVADA.
INTEMPESTIVIDADE AFASTADA. AGRAVO REGIMENTAL EM APELAÇÃO CÍVEL.

ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA INDEVIDA. AÇÃO DE COBRANÇA. MUNICÍPIO PRESTAÇÃO

HONORÁRIOS PELO AUTOR. APELO DE SERVIÇO. AUSÊNCIA NOTA FISCAL

IMPROVIDO. I – Nenhuma das provas EMPENHO. CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE

juntadas aos autos comprova o SERVIÇO ASSINADO PELA MUNICIPALIDADE.

cumprimento da cláusula nona, ÔNUS DA PROVA FAZENDA DECISÃO

notadamente a necessidade de MONOCRÁTICA NOS TERMOS DO ARTIGO 557,

apresentação das faturas à administração e CAPUT, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL.

a comprovação do recolhimento de AUSÊNCIA DE FATOS NOVOS.

encargos previdenciários. II – Se a condição DESPROVIMENTO. I – A nota de empenho é

para pagamento não fora implementada, o documento público que se enquadra na categoria

depósito realizado pelo Estado do Amazonas prevista no art. 585, inciso II, do Código de

não se mostra intempestivo, de modo a serem Processo Civil, da mesma forma que o contrato de

incabíveis os pedidos de atualização monetária. prestação de serviços assinados pela

III - Com relação aos honorários de municipalidade. Assim, deve ser confirmada a

sucumbência, também não assiste razão ao decisão que considerou a instrução do feito

apelante. Isso porque, conforme explanado executório, com as notas fiscais, com os

acima, o Estado do Amazonas ainda não comprovantes de entrega da mercadoria e com

estava em mora na época do ajuizamento da contrato de fornecimento de combustíveis. II.

ação e, assim, não deu causa à lide, não Consoante determina o artigo 333, II, do CPC,

devendo o ente arcar com os honorários. IV impõe-se ao executado o ônus probatório de

Apelação conhecida e não provida que a assinatura aposta no comprovante de


entrega/recebimento da mercadoria não lhe
FONTE: 3º Câmara Cível do Tribunal de Justiça pertence. III. Os artigos 17, incisos I e II e 24 do
do Amazonas. Des. Rel. João de Jesus Abdala Estatuto e artigo 84, XIX da Constituição Cidadã,
Simões contemplam as situações nas quais a lei facultou
ao gestor público a não aplicabilidade do
procedimento licitatório quando incompatível com o
valor e a urgência do bem ou do serviço a ser
adquirido. AGRAVO REGIMENTAL CONHECIDO
E DESPROVIDO.

FONTE: (388427-89.2013.8.09.0171 - APELACAO


CIVEL. Quarta Turma Julgadora da 2ª Câmara
Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de
Goiás. Rel. Dr. JOSE CARLOS DE OLIVEIRA. J
26/01/2016).

TEOR DA DECISÃO RECORRIDA: Os TEOR DA DECISÃO PARADIGMA –


Desembargadores entenderam que
Havendo a comprovação do serviço, caberia à
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE Administração Pública o dever de
COBRANÇA. CONTRATO DE SERVIÇOS AO contraprestação pecuniária.
ENTE ESTADUAL. CONDIÇÃO PARA
PAGAMENTO NÃO COMPROVADA. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE COBRANÇA.

INTEMPESTIVIDADE AFASTADA. MUNICÍPIO. CONTRATO DE FORNECIMENTO

ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA INDEVIDA. DE MERENDA ESCOLAR. PROCEDIMENTO

HONORÁRIOS PELO AUTOR. APELO LICITATÓRIO PRÉVIO. COMPROVAÇÃO. NOTAS

IMPROVIDO. I – Nenhuma das provas juntadas DE EMPENHO. DESNECESSIDADE DE

aos autos comprova o cumprimento da cláusula APRESENTAÇÃO, DIANTE DA PRESENÇA DOS

nona, notadamente a necessidade de CORRESPONDENTES COMPROVANTES DE

apresentação das faturas à administração e a LIQUIDAÇÃO. LEI N.º 4.320/64. JUROS DE MORA

comprovação do recolhimento de encargos E CORREÇÃO MONETÁRIA. MATÉRIA DE

previdenciários. II – Se a condição para ORDEM PÚBLICA. ALTERAÇÃO DE OFÍCIO.

pagamento não fora implementada, o depósito MANUTENÇÃO DO ÔNUS DA SUCUMBÊNCIA.

realizado pelo Estado do Amazonas não se [...].2.Ainda que a contratação houvesse sido

mostra intempestivo, de modo a serem realizada de forma ilícita, ou seja, sem a

incabíveis os pedidos de atualização monetária. correspondente licitação anterior, havendo a

III - Com relação aos honorários de comprovação do serviço, caberia à

sucumbência, também não assiste razão ao Administração Pública o dever de

apelante. Isso porque, conforme explanado contraprestação pecuniária, a fim de evitar-se o

acima, o Estado do Amazonas ainda não enriquecimento ilícito do erário, bem como por
estava em mora na época do ajuizamento da ser vedada a invocação da própria torpeza, para
ação e, assim, não deu causa à lide, não furtar-se das obrigações assumidas perante o
devendo o ente arcar com os honorários. IV Administrado. APELO CONHECIDO E
Apelação conhecida e não provida DESPROVIDO. SENTENÇA PARCIALMENTE
REFORMADA, DE OFÍCIO.
FONTE: 3º Câmara Cível do Tribunal de Justiça
do Amazonas. Des. Rel. João de Jesus Abdala FONTE: (13889323.2013.8.09.0152 - APELACAO
Simões CIVEL. 5A CAMARA CIVEL. REL. DES.
FRANCISCO VILDON JOSE VALENTE. J
14/01/2016).

TEOR DA DECISÃO RECORRIDA: Os TEOR DA DECISÃO PARADIGMA –


Desembargadores entenderam que
A Administração pública responde pelos efeitos
EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE de sua inadimplência contratual por ofensa à
COBRANÇA. CONTRATO DE SERVIÇOS AO cláusula geral de boa-fé, sendo que a regra do
ENTE ESTADUAL. CONDIÇÃO PARA artigo 66 da Lei 8666/1993
PAGAMENTO NÃO COMPROVADA.
INTEMPESTIVIDADE AFASTADA. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO

ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA INDEVIDA. E CIVIL. APELAÇÃO. AÇÃO DE COBRANÇA.

HONORÁRIOS PELO AUTOR. APELO PREGÃO ELETRÔNICO. SECRETARIA DE

IMPROVIDO. I – Nenhuma das provas juntadas SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL. AQUISIÇÃO DE

aos autos comprova o cumprimento da cláusula PRODUTOS. PRELIMINAR. FALTA DE

nona, notadamente a necessidadede INTERESSE DE AGIR. REJEITADA. MÉRITO.


apresentação das faturas à administração e a EFETIVA ENTREGA DAS MERCADORIAS.

comprovação do recolhimento de encargos COMPROVAÇÃO. NÃO PAGAMENTO. FATO


previdenciários. II – Se a condição para IMPEDITIVO, EXTINTIVO E MODIFICATIVO DO
pagamento não fora implementada, o depósito DIREITO DE COBRANÇA. NÃO DEMONSTRADO.
realizado pelo Estado do Amazonas não se RECURSA INJUSTIFICADA DA ADMINISTRAÇÃO
mostra intempestivo, de modo a serem PÚBLICA. PRESUNÇÃO RELATIVA DE
LEGITIMIDADE DA ATUAÇÃO DO ESTADO.
incabíveis os pedidos de atualização monetária. AFASTADA. CORREÇÃO MONETÁRIA E JUROS
III - Com relação aos honorários de DE MORA. ADEQUADAMENTE FIXADOS. TEMA
sucumbência, também não assiste razão ao 905 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA.
apelante. Isso porque, conforme explanado PRECEDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL
acima, o Estado do Amazonas ainda não FEDERAL.SUCUMBÊNCIA MÍNIMA DA AUTORA.
estava em mora na época do ajuizamento da REDISTRIBUIÇÃO DO ÔNUS SUCUMBENCIAL.
ação e, assim, não deu causa à lide, não REEMBOLSO DAS CUSTAS PAGAS E DESPESAS
devendo o ente arcar com os honorários. IV DO VENCEDOR. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
Apelação conhecida e não provida ÔNUS DO DISTRITO FEDERAL. SENTENÇA
PARCIALMENTE REFORMADA. 1. A pendência de
FONTE: 3º Câmara Cível do Tribunal de Justiça procedimento administrativo para apuração dos
do Amazonas. Des. Rel. João de Jesus Abdala valores devidos não fulminam o interesse de agir do
Simões administrado. Há de se considerar a primazia ou
precedência do julgamento do mérito. Preliminar
rejeitada. 2. O contrato deverá ser executado
fielmente pelas partes, de acordo com as
cláusulas avençadas e as normas desta Lei,
respondendo cada uma pelas conseqüências de
sua inexecução total ou parcial (Art. 66 da Lei
8.666/1993). 2.1. Esta fidelidade na execução
contratual se estende ao Estado. É que em uma
República como a do Brasil há de se considerar
inadmissível um Estado descumpridor das normas
jurídicas e que enriqueça ilicitamente às custas dos
administrados. 2.2. "A inexecução dos deveres
legais e contratuais acarreta a responsabilização da
parte inadimplente. Essa responsabilização poderá
ser civil, penal e administrativa. A responsabilização
civil obedece aos princípios de direito comum".
Doutrina. 2.3. No cumprimento das disposições
bilaterais, a interpretação da cláusula geral de boa-
fé e probidade (regras do direito comum) sob as
regras de direito público leva em consideração as
conexões sistemáticas com outros estatutos
normativos e fatores metajurídicos. 2.4. A
Administração pública responde pelos efeitos
de sua inadimplência contratual por ofensa à
cláusula geral de boa-fé, sendo que a regra do
artigo 66 da Lei 8666/1993 espelha o
determinado pelo § 6º do artigo 37 da
Constituição Federal e pelos princípios gerais
da legalidade, finalidade, motivação,
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade,
ampla defesa, contraditório, segurança jurídica,
interesse público e eficiência. 3. O artigo 37 e o
'caput' e parágrafos do artigo 63 da Lei 4.320/1964
(Normas Gerais de Direito Financeiro para elaborar
e controlar os orçamentos dos entes federativos),
de forma tecnicista, expõem considerações sobre a
liquidação da despesa e inscrição em restos a
pagar. 3.1 Na prática, as disposições da Lei de
Normas Gerais de Direito Financeiro e Orçamento
Público não alteram a conclusão de que o Distrito
Federal deve cumprir o contrato firmado: o Distrito
Federal não acosta qualquer substrato de que há
óbice ao pagamento, seja demonstrando alguma
irregularidade na aquisição dos produtos, seja
apresentando reais "problemas de contabilidade
pública". 4. A correção monetária é devida a partir
do vencimento de cada parcela: a atualização do
débito garante o direito fundamental de propriedade
(inciso XXII do artigo 5º da Constituição Federal).
Assim, este direito fundamental repugna o disposto
no art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação dada
pela Lei nº 11.960/09, porquanto a atualização
monetária das condenações impostas à Fazenda
Pública segundo a remuneração oficial da
caderneta de poupança não se qualifica como
medida adequada a capturar a variação de preços
da economia, sendo inidônea a promover os fins a
que se destina. Precedentes do STF e STJ. 5. A
rigidez do valor proposto na inicial sem a indicação
dos índices para juros e correção monetária levou a
parcial procedência do pedido. A correção
monetária e os juros de mora incidentes desde o
vencimento das notas de cobrança perfazem
montante que, em tese, alcançaria ou superaria o
valor indicado na inicial. 5.1. Neste contexto,
diante da cobrança certa (que valor das notas de
empenho que foram totalmente consideradas
pelo Juízo) há de se considerar a sucumbência
mínima da autora, portanto o Distrito Federal
deverá arcar com os honorários advocatícios
(parágrafo único do artigo 86 do CPC). 6. Quanto
às custas, ressalto que o Distrito Federal é
isento de pagamento com base no Decreto-Lei
nº 500 de 17/03/1969 e na Lei Federal 9.289/1996,
contudo, a legislação em tela não exclui os
entes federativos de ressarcirem as custas
processuais adiantadas pela parte vencedora,
nos moldes do § 2º do artigo 82 do CPC. 7.
PRELIMINAR REJEITADA. APELAÇÕES E
REMESSA NECESSÁRIA CONHECIDAS.
RECURSO DO DF DESPROVIDO. RECURSO DO
AUTOR PROVIDO. SENTENÇA PARCIALMENTE
REFORMADA.

FONTE: (TJ-DF 20160110695732 DF 0025252-


23.2016.8.07.0018, Relator: ALFEU MACHADO,
Data de Julgamento: 06/06/2018, 6ª TURMA
CÍVEL, Data de Publicação: Publicado no DJE :
12/06/2018 . Pág.: 386/394)

Ou seja, facilmente se conclui pela similaridade dos casos


analisados na decisão paradigma e neste processo, evidenciando inequívoca
divergência jurisprudencial.

A divergência é tão latente que se repete nos demais tribunais,


conduzindo à inequívoca constatação de inviabilidade na manutenção da
decisão recorrida.

Requer, assim, seja recebido o presente recurso por cumprido o


requisito do prequestionamento no Recurso especial, para fins de
processamento e provimento.

III.3 NEGATIVA DE VIGÊNCIA A LEI FEDERAL

Ademais, o Código Civil deixa claro o múnus de desconstituir


a pretensão requerida é exclusiva do réu, por força do artigo 333, inciso II do
Código de Processo Civil, ad litteram:

Art. 373. O ônus da prova incumbe:

I – ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito;

II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo


ou extintivo do direito do autor.”.

Pelo exposto, no presente caso, verifica-se que a Recorrida foi


beneficiada pelos serviços executados pela Recorrente, o que atrai para si o
ônus da prova consistente na demonstração de que não recebeu o serviço a
fim de afastar o dever obrigacional de adimpli-las, circunstância esta não
demonstrada pelo ente público no caderno processual.

Portanto, indubitável a que, uma vez demonstrado pela autora fato


constitutivo do seu direito (inciso I), cabia ao requerido comprovar a existência
de fato impeditivo ou extintivo do direito vindicado pela requerente (inciso II),
encargo do qual não se desincumbiu satisfatoriamente, conforme preceitua o
art. 373 do Códex Processual vigente.

Além do mais, a Lei no 8.666/1993, mais precisamente o artigo 40,


XIV e artigo 66, que dizem respeito às condições de pagamento e da execução
do contrato dispõem:

Art. 40.  O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em


série anual, o nome da repartição interessada e de seu setor, a
modalidade, o regime de execução e o tipo da licitação, a menção
de que será regida por esta Lei, o local, dia e hora para recebimento
da documentação e proposta, bem como para início da abertura dos
envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o seguinte:XIV - condições
de pagamento, prevendo:

a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, contado a partir


da data final do período de adimplemento de cada parcela;

b) cronograma de desembolso máximo por período, em


conformidade com a disponibilidade de recursos financeiros;

c) critério de atualização financeira dos valores a serem pagos,


desde a data final do período de adimplemento de cada parcela até
a data do efetivo pagamento;

d) compensações financeiras e penalizações, por eventuais atrasos,


e descontos, por eventuais antecipações de pagamentos;
e) exigência de seguros, quando for o caso;

Art. 66.  O contrato deverá ser executado fielmente pelas partes, de


acordo com as cláusulas avençadas e as normas desta Lei,
respondendo cada uma pelas consequências de sua inexecução
total ou parcial.

A Lei 8.666/93 dispõe que a fidelidade na execução contratual se


estende ao Estado, considerando inadmissível um Estado descumpra as
normas jurídicas e se enriqueça ilicitamente, assim a inexecução dos deveres
legais e contratuais acarreta a responsabilização da parte inadimplente.

Portanto, norteando as relações jurídicas firmadas entre a


Administração e os administrados estão os princípios da legalidade,
finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla
defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência, e
estes preceitos claramente fundam a relação jurídica havida entre o Estado
do Amazonas e a Recorrente fornecedora de produtos, concretizada por meio
de processo licitatório, cuja contraprestação do Estado (pagamento dos
produtos) está sendo postergada sem justificativa legal.

Assim, evidente que além da divergência jurisprudencial apontada,


estamos diante de violação dos termos da lei, por parte dos Desembargadores,
ao julgarem pela ausência de responsabilidade da beneficiária, motivo pelo
qual merece ser recebido o presente Recurso Especial, dando-se provimento,
para que a condene a Recorrida ao pagamento pelos serviços recebidos.

IV - CONCLUSÃO

Como se demonstrou, a decisão recorrida está em manifesto


dissenso a jurisprudência uniforme e pacífica deste Egrégio Superior Tribunal
de Justiça e demais Tribunais de Justiça do Território Brasileiro.
A situação posta nos autos deste processo, por ser crítica, reclama
uma solução adequada, sob pena do cometimento de manifesta injustiça, eis
que, nos termos do decidido pelo Tribunal “a quo”, estar-se-ia contrariando
entendimento já consolidado neste Egrégio Tribunal Superior, bem como a
tratado de lei, conforme amplamente demonstrado.

As premissas que fundamentam o v. acórdão, transcritas na


demonstração jurídica, vem configurar uma divergência de interpretação acerca
dos dispositivos citados perante este Egrégio Tribunal, o que justifica a
perspectiva de êxito do RECURSO ESPECIAL tempestivamente apresentado,
o que placita a apreciação por este SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA.

V - REQUERIMENTOS

Por estas razões, Requer:

a) o recebimento do presente agravo nos seus efeitos ativo e


suspensivo, para fins de suspender a decisão que negou seguimento ao
recurso para seu devido processamento e provimento;

b) a intimação do agravado para se manifestar querendo, nos termos


do art. 1021, §2º;

c) a revisão da decisão agravada, para fins de que seja dado


seguimento ao Recurso Especial, uma vez que encontram-se tempestivos.
Estes são os termos, em que pede e espera deferimento.

Nestes termos, pede e espera deferimento.

(cidade), (data).
_______________
OAB/______

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